Breve resumo de heresias católicas - Parte 3
XI – Pedro é a pedra sobre a qual a Igreja está edificada
A Igreja de Cristo está edificada sobre Cristo, e não sobre Pedro. Paulo afirmou que “ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co.3:11). Se Cristo é o único fundamento, então Pedro está edificado sobre Cristo, e não Cristo sobre Pedro. De fato, em momento algum é nos dito que Pedro é o fundamento sobre o qual a Igreja está edificada. Ao contrário, ele é relatado como sendo uma das colunas da Igreja, junto com Tiago e João (Gl.2:9).
Pedro era somente mais uma coluna da Igreja, e não o fundamento principal dela, que é Jesus Cristo. Paulo afirmou que nós estamos “arraigados e alicerçados nele [Jesus]” (Cl.2:7), e não em Pedro. Se estamos edificados em Cristo, então é Jesus a pedra fundamental da Igreja, e não um simples homem mortal e pecador. A Igreja tem por necessariedade que estar fundada sobre o Filho de Deus, alguém que venceu o pecado, que venceu a morte e que ressuscitou. Sobre alguém inabalável que nós devemos estar edificados, e não sobre alguém abalável, pecador e falível, como cada um de nós.
Os católicos tiraram a ideia de que Pedro é a pedra de fundamento da Igreja com base em Mateus 16:18, ignorando que o contexto diz claramente que a pedra era a declaração de fé de Pedro em Cristo, quando ele disse que “tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt.16:16), e Jesus confirmou que sobre esta pedra (que Pedro confessou, e que lhe fora revelada por Deus e não por homens) é que a Igreja estaria edificada.
Portanto, é o “Filho do Deus vivo” (v.16), e não Pedro, o fundamento da Igreja. Agostinho confirmou que “Cristo construiu sua Igreja não sobre um homem, mas sobre a confissão de Pedro”[1], que “a pedra era Cristo; e sobre este fundamento foi o próprio Pedro edificado”[2], e que “Pedro deveria ser edificado sobre a Pedra, não a Pedra sobre Pedro”[3], confirmando essa interpretação respaldada por uma exegese correta e pela distinção entre petrus e petra.
XII – Imortalidade da Alma
A doutrina da imortalidade incondicional da alma tem se alastrado na Igreja há muito tempo, mas uma leitura séria e honesta dos escritos sagrados nos revela que a natureza humana é holista, e não dualista. O homem não recebeu uma alma de Deus, mas tornou-se uma após Deus ter lhe soprado o fôlego da vida (Gn.2:7). Sendo assim, o homem é uma alma, e não possui uma. Por isso, “a alma que pecar, essa morrerá” (Ez.18:4).
Josué “exterminou toda a alma [nephesh]” (Js.10:28). Pedro disse que “toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo” (At.3:23), e Davi disse que Deus “não poupou as suas almas da morte” (Sl.78:50). Por diversas vezes vemos que, na morte, a alma desce à cova, e não sobe aos céus: “Sua alma aproxima-se da cova, e sua vida, dos mensageiros da morte” (Jó 33:22).
A palavra “alma” aparece em mais de 1600 citações bíblicas, mas em nenhuma delas é seguida pelos termos “eterno” [aionios] ou “imortal” [athanatos]. Os escritores bíblicos sabiam disso, pois Davi disse que na morte não há lembrança de Deus (Sl.6:5), e que, ao morrer, os pensamentos perecem (Sl.146:4). Não é possível louvar a Deus no pós-vida (Is.38:18,19; Sl.6:5; Sl.115:17,18), pois somente os vivos é que louvam a Deus (Is.38:18,19).
Salomão nos diz que os mortos não sabem de coisa alguma (Ec.9:5), pois seus sentimentos já pereceram (Ec.9:6). Por isso, “no além, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Ec.9:10). Davi não subiu aos céus (At.2:34), e os mortos ainda não foram vivifcados para estarem com Cristo (1Co.15:22,23), pois somente após a ressurreição é que os ímpios serão condenados e os salvos sairão para a vida eterna (Jo.5:28,29).
Justino nos disse que se alguém alegar que “no ato de morrer, as suas almas são elevadas ao céu, não os considereis cristãos”[4], enquanto Arnóbio nos diz que a imortalidade da alma era em seu tempo crida por “pensadores recentes e fanáticos pela excessiva estima de si mesmos, que pensam que as almas são imortais”[5]. Policarpo afirmou que a ressurreição não era somente do corpo, mas da alma e do corpo[6], e desejou obter a vida eterna a partir do momento da ressurreição[7]. Inácio afirmou a Policarpo que desejava “ser encontrado na ressurreição como vosso discípulo”[8], e não imediatamente após a morte ou em algum “estado intermediário”.
XIII – Batismo infantil
A Igreja Católica pratica o batismo de recém-nascidos, desprezando várias razões bíblicas suficientemente claras para rejeitarmos a validade de um batismo infantil. Em primeiro lugar, porque batismo significa arrependimento (Lc.3:3; At.13:24; Mc.1:4). Se batismo significa arrependimento, então ele deve ser efetuado naqueles que já se arrependeram dos seus pecados ou que no mínimo tem consciência deles.
Em segundo lugar, há uma condição necessária muito clara expressa para que o batismo seja realizado da forma correta: “Você pode, se crê de todo o coração” (At.8:37). Como os bebês ainda não tem a capacidade de crerem de todo o coração que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, confessando que“creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (At.8:37), segue-se que elas não possuem os precedentes necessários para que o batismo seja realizado conforme a vontade de Deus.
Em terceiro lugar, é nos dito que os primeiros cristãos tinham o costume de batizar “homens e mulheres”(At.8:12), e não “crianças, homens e mulheres”. A fórmula tripartida (“crianças, homens e mulheres”) aparece em diversas ocasiões na Bíblia, onde as crianças estavam inseridas (ex: Mt.14:21; Mt.15:38; Dt.2:34; Dt.3:6), mas não aparece no relato bíblico sobre o batismo, onde estão incluídos somente os“homens e mulheres” (At.8:12).
Em quarto lugar, em todos os relatos bíblicos onde famílias inteiras foram batizadas não há qualquer indício de que haviam crianças pequenas, bebês ou recém-nascidos na casa. Ao contrário, é nos dito claramente que os que eram batizados primeiramente exerciam a fé em Cristo – eles “criam e eram batizados” (At.18:8).
Em quinto lugar, a Bíblia deixa claro que as crianças pequenas e os bebês não podem crer. Isaías nos diz que existe uma fase “antes que o menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Is.7:16). Portanto, por mais que os nossos oponentes forcem algumas passagens para dar a impressão de que desde pequena a criança pode crer, o fato inegável à luz da Bíblia é que elas não podem. Os bebês não fazem diferença entre Maomé, Buda ou Jesus Cristo, não podem se arrepender de seus pecados e tampouco crerem que Jesus é o Filho de Deus – e o arrependimento e a fé são precedentes necessários para o batismo (At.8:37; At.18:8; Mc.16:16).
E, em sexto lugar, nem o próprio Jesus foi batizado quando criança. Ele foi apenas apresentado no templo quando bebê (Lc.2:22), mas batizado de fato somente quando adulto (Mc.1:9). Portanto, como as igrejas evangélicas creem que nós “devemos andar como ele andou” (1Jo.2:6), seguimos o exemplo de Cristo e apresentamos os bebês no templo, mas só os batizamos quando já possuem total maturidade para crer e se arrepender.
XIV – Os Pais da Igreja eram católicos romanos
Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, dezoito Pais da Igreja não teriam negado a canonicidade dos apócrifos[9]. Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, teriam todos eles ensinado o purgatório, mas nenhum deles ensinou nada parecido com isso. Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, Orígenes, Tertuliano, João Crisóstomo, Ambrósio de Milão e Cirilo de Jerusalém não teriam negado a imaculada conceição de Maria[10].
Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, Agostinho, Tertuliano, Virgílio, João Crisóstomo, Gelásio I, Teodoreto, Clemente de Alexandria e Orígenes não teriam negado explicitamente a transubstanciação eucarística[11]. Se os Pais da Igreja fossem católicos, Cipriano teria aceitado a posição “infalível” do bispo de Roma (Estêvão), ao invés de chamá-lo de “amigo de hereges e inimigo dos cristãos”[12].
Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, Cirilo de Jerusalém não iria obrigar a “não fazer nem a mais insignificante observação sem submetê-la às Sagradas Escrituras”[13]. Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, Epifânio teria aceitado naturalmente a inclusão de imagens na Igreja, ao invés de considerar aquilo um “sacrilégio, que numa igreja de Cristo, contra a autoridade das Escrituras, a imagem de um homem estava suspensa, e lacerei aquele véu”[14].
Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, Basílio de Cesareia não teria pregado a Sola Fide, ao dizer que o homem é “justificado unicamente pela fé em Cristo”[15]. Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, Jerônimo não teria dito que “nós admitimos tudo o que está escrito, e rejeitamos tudo o que não está. As coisas que se inventam sob o nome de tradição apostólica sem a autoridade da Escritura são feridas pela espada de Deus”[16].
Se os Pais da Igreja fossem católicos romanos, Atanásio não teria dito que “as Sagradas Escrituras são inspiradas e são totalmente suficientes para a proclamação da verdade”[17]. Enfim, poderíamos ficar o ano inteiro revelando coisas que os Pais da Igreja certamente jamais teriam admitido caso fossem católicos romanos. E a lista vai longe!
XV – Preterismo
Existem várias razões pelas quais podemos crer que a tribulação apocalíptica é um acontecimento futuro, reservado para o fim dos tempos, e não algo que já tenha acontecido em 70 d.C, na guerra entre Jerusalém e Roma. Em primeiro lugar, porque a volta de Jesus ocorreria imediatamente em seguida à tribulação (Mt.24:29-31), mas Jesus não voltou em 70 d.C[18]. Em segundo lugar, porque a grande tribulação seria um acontecimento que iria “sobrevir ao mundo inteiro” (Ap.3:10), e não somente a Jerusalém.
Em terceiro lugar, porque seria a maior tribulação que o mundo já viu em toda a história (Mt.24:21), e sabemos que a batalha local entre Jerusalém e Roma esteve longe de ser considerada a maior de toda a história da humanidade. Em quarto lugar, porque Cristo afirmou que muitos falsos cristos haveriam de surgir desde aquela época até o surgumento da tribulação, e não houve uma quantidade significativa de “falsos cristos” que surgiram entre 30 e 70 d.C.
Em quinto lugar, porque Cristo disse que até chegar a grande tribulação haveria “guerras e rumores de guerras” (Mt.24:6), pois “reino se levantará contra reino, e nação contra nação” (Mt.24:7). Porém, isso não ocorreu entre 30 e 70 d.C. Em sexto lugar, porque João escreveu cartas a sete igrejas da Ásia, e não de Jerusalém (Ap.1:4). João escreveu às igrejas da Ásia alertando sobre a tribulação que haveria de vir sobre o mundo todo (Ap.3:10), mas qual seria o sentido de alertar os cristãos da Ásia sobre uma tribulação que eles nem iriam sofrer, já que a guerra estava sendo travada em Jerusalém, e não na Ásia?
E, em sétimo lugar, porque os Pais da Igreja confirmaram que o Apocalipse foi escrito no final do reinado de Domiciano, em 95 d.C[19]. Sendo que João escrevia sobre acontecimentos futuros que ainda haveriam de vir sobre o mundo (Ap.3:10), então a tribulação não pode ter acontecido antes de 95 d.C, ou senão todos os Pais da Igreja estariam a falar bobagens quando discorriam sobre a data do Apocalipse, e Irineu não teria dito que este livro “foi visto há pouco tempo, quase em nossa geração, perto do final do reinado de Domiciano”[20].
Em breve, mais heresias católicas refutadas.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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-Notas e referências bibliográficas:
[1] The Works of Saint Augustine Sermons, Vol. 6, Sermon 229P.1, p. 327.
[2] Volume VII, St. Augustin, Tractate 124.5.
[3] St. Augustin, Sermon XXVI.1-4, pp. 340-341.
[4] Diálogo com Trifão, Cap.80.
[5] Arnóbio, op. cit., Liv. II, 14-15; pag. 51.
[6] O Martírio de Policarpo, 14:2.
[7] ibid.
[8] Carta de Inácio a Policarpo, 7:1.
[9] Citações em: http://www.apologiacrista.com/index.php?pagina=1086893398 e em:http://www.apologiacrista.com/index.php?pagina=1086905743
[10] Citações em: http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/os-pais-da-igreja-contra-imaculada.html
[11] Citações em: http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/os-pais-da-igreja-e-transubstanciacao.html e em: http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/os-pais-da-igreja-e-transubstanciacao_22.html
[12] Cipriano, Epístola 74.
[13] The Catechetical Lectures of S. Cyril, Lecture 4.17.
[14] Jerome, Lettres, Paris 1951, pag. 171.
[15] Homilia XX, Homilia De Humilitate, §3, PG 31:529.
[16] Jerónimo, In Isaiam, VII; In Agg., I.
[17] Contra os pagãos 1, 3.
[18] Veja mais sobre isso em: http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/09/jesus-ja-voltou-e-como-ficam-os_4.html
[20] Contra as Heresias V, 20.
Prezado Lucas,
ResponderExcluirA expressão "ser vivente"(Gn 2.7) ou "alma vivente",a depender da tradução,é uma figura de linguagem portuguesa conhecida por metonímia.
Se o homem É uma alma e não POSSUI uma alma então a Bíblia se contradizia ao afirmar que a alma saiu de Benjamim.
"E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim."
Gênesis 35:18(Versão NVI).
Os termos ruach/pneuma e nefresh/psichê nós conversaremos depois por email.
Quanto ao restante do post,tu poderias trocar o termo "católica" por romanistas,pois ficaria mais apropriado,mas o blog é seu e não pretendo interferir.Apenas quis dar a dica.
Olá, a paz de Cristo.
ExcluirNão creio ser possível trocar o tempo todo a palavra "católica" por "romanistas", pois tornaria uma repetição desnecessária de "romanistas" o tempo todo; além disso, quando dizemos o termo "católico" já sabemos muito bem de quem se trata, pelo menos pelo senso comum. Se houver alguma discordância sobre este termo nos escritos dos Pais, então a única coisa necessária neste sentido seria ler o meu artigo sobre isso:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/o-significado-de-igreja-catolica-nos.html
Mas se você observar bem, verá que em várias vezes eu escrevo "Igreja de Roma" ou "Igreja Romana" no lugar de "Igreja Católica". Mas ficar trocando O TEMPO TODO torna-se repetitivo, e na prática inviável.
Sobre a passagem de Gênesis 2:7, eu respeito a sua opinião mas sinceramente creio ser uma das objeções mais fracas (senão a mais fraca) que eu já vi ao meu argumento sobre esta passagem. Ora, onde está escrito que "alma vivente" é uma "figura de linguagem"? Se interpretarmos a Bíblia desta forma, interpretando tudo o que quisermos como sendo "figura de linguagem", no final iremos nos tornar igual aos próprios católicos que criticamos. Não devemos tomar como "figura de linguagem" qualquer coisa que quisermos ao nosso bel prazer, devemos aceitar o que está escrito e rejeitar aquilo que não está. O texto de Gn.2:7 está falando "alma" e ponto final. Uma coisa é interpretar o que significa "alma" neste contexto, outra coisa é dizer que é mera figura de linguagem, o que não tem qualquer base. E não há nada no texto ou em seu contexto que indique qualquer forma de figura de linguagem aqui. Tudo isso é apenas uma forçação de barra para negar o óbvio do texto de Gn.2:7, com todo o respeito.
Sobre o texto de G.35:18, creio que você sabe que um dos sentidos de alma é VIDA, pois a alma é o próprio SER VIVO como ser integral (Gn.2:7). Ou seja, quando a Bíblia fala da alma do menino voltar, isso nada mais é do que a VIDA do menino voltar nele, pois alma se traduz por vida em muitas ocasiões, inclusive a própria Nova Versão Internacional (NVI), que é a versão que eu uso e que eu considero a mais correta, já traduz por "vida" ao invés de "alma", embora não houvesse nenhum problema em se traduzir por "alma", desde que não tenha a concepção grega dualista do termo.
O problema é que as pessoas já leem a palavra "alma" sob uma ótica dualista grega entre corpo e alma, e aí fazem a maior confusão. Se deixarmos as lentes dualistas de lado e lermos a Palavra de Deus apenas com os sentidos bíblicos (primários e secundários) de alma, todas as objeções a favor da imortalidade inerente caem por terra.
Abraços.
Parabéns pelo blog!Estarei divulgando,mesmo não concordando com tudo,mas por admiração ao seu zelo e esforço!
ResponderExcluirParabéns pela grande capacidade e maturidade de ouvir elogios,conselhos e críticas.Percebo que tu já crescestes muito nestes meses que ando conversando contigo,tanto na graça quanto no conhecimento.Os posts estão excelentes e bem fundamentados!Que Deus te abençoe!
Abraços!
#Apologética Protestante.
Muito obrigado pelas suas gentis palavras. Não precisa concordar com tudo, eu creio que seja difícil que todas as pessoas concordem em absolutamente tudo com todas as outras, é por isso que Paulo dedica o capítulo 14 de sua carta aos romanos exatamente para tratar destes assuntos que causam divergências na Igreja, e ele diz para nos tolerarmos e suportarmos um ao outro mutuamente nestes assuntos.
ExcluirO que não podemos fazer é sair para um "briga" por causa disso, tentando forçar uma opinião ou sendo agressivo com um irmão na fé por causa destes assuntos divergentes. Devemos sempre lembrar que aquilo que nos une - o amor - sempre deve ser maior do que qualquer divergência em um ponto secundário na fé cristã.
Abraços.
"Sobre o texto de G.35:18, creio que você sabe que um dos sentidos de alma é VIDA"
ResponderExcluirÉ isto que estou tentando,respeitosamente,a te demonstrar!Que o termo "nefresh" é amplo e não podes significar "ser vivente" ou "alma vivente" em todas as passagens bíblicas.Por quê em Gn 35.18 o termo(nefresh) significa vida e no outro versículo-escrito pelo mesmo autor-significa apenas "alma vivente"(NVI)?
"Ora, onde está escrito que "alma vivente" é uma "figura de linguagem"?
Com todo o respeito,aqui deve-se dizer que nem tudo precisa estar escrito expressa e taxativamente na Bíblia,pois por este "modus interpretandi" não acreditaríamos na SSma Trindade.É preciso apenas saber se algo está claro ou de modo análogo e implícito na Bíblia.Outrossim,o que foi dito da minha parte é que pode se reconhecer ali uma metonímia(a parte pelo todo) e não que a Bíblia diga expressamente que é uma metonímia.São duas afirmações distintas.
Quanto aos gregos terem crido na imortalidade da alma isto em nada macula a doutrina.O que deve ser provado documentadamente é que os cristãos IMITARAM esta doutrina dos gregos ou que os apóstolos sempre creram que a morte é um sono inconsciente.O nosso amigo,"Conhecereis a Verdade",já refutou algo parecido sobre o suposto plágio cristão do símbolo do peixe.
Quanto ao conteúdo do blog eu estou muito feliz pelo nível e conteúdo.Você dará um bom teólogo e escritor! : )
Abraços,
Olá, novamente.
ExcluirCreio que você não compreendeu corretamente a minha afirmação sobre os textos em que a "alma" retorna a alguém. Eu disse que era a "vida" porque essa era uma tradução plausível, feita pelos próprios rabinos judaicos.
O texto que você citou é de uma tradução feita por um proponente da doutrina da imortalidade da alma, que tomou a liberdade de traduzir o hebraico "Hayim" por "alma", quando na verdade significa "vida". Veja o texto correto de acordo com a própria Bíblia Judaica com os seus próprios olhos:
http://www.bibliajudaica.com/versiculos.php?l=11&c=17
Já sobre o texto de Gênesis 2:7, a tradução é realmente "alma vivente", e você confunde novamente o fato de uma palavra poder ter significados secundários com o fato de podermos interpretar como "figura de linguagem" tudo o que quiséssemos como bem entendermos. Volto a repetir que não há nenhum indício em Gn.2:7 que nos diga que "alma vivente" é mera figura de linguagem. De onde você tirou isso? Da interpretação de algum imortalista?
Ora, colocar a Santíssima Trindade no meio disso e dizer que ela não se encontra expressa na Bíblia só serviu para complicar ainda mais as coisas, visto que dela temos muitas provas contundentes, contra zero de que o texto de Gn.2:7 seja figurado. Na verdade uma coisa não tem nada a ver com a outra e nem ao menos a explica. Veja as provas bíblicas da trindade aqui:
http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1079757988
E a Santíssima Trindade, além de estar claramente na Bíblia, ainda que por dedução lógica, não é nada "figurado", ou seja, nada que dê base para a sua interpretação de Gn.2:7. Se dissermos que uma passagem como Gn.2:7, que não apresenta nenhum sinal de simbolismo, é "figurada", estaremos dando base para qualquer um apoiar qualquer coisa por este "modus interpretandi" que você faz na Bíblia.
Daí os gnósticos negarem a plena humanidade de Cristo na terra, dáí outros grupos sectários negarem o batismo, outros negam a literalidade de diversas palavras de Cristo cujo contexto é material e literal, e acabam por distorcer toda a Bíblia, daí outros grupos religiosos negarem a literalidade da ressurreição dos mortos, com este mesmo "argumento" seu de que não há nada de literalidade, mas apenas "figuras de linguagem".
Repito pela enésima vez se for necessário: se podemos admitir como FIGURA de linguagem aquilo que o contexto deixa muito claro que é pura alegoria. Por exemplo, cremos que João 6 é alegórico porque o contexto deixa muito bem claro que as palavras de Cristo estavam em sentido figurado, como você pode ver aqui:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/search/label/Jo%C3%A3o%206%20e%20a%20transubstancia%C3%A7%C3%A3o
Mas se o contexto fosse literal, teríamos realmente que tomar as palavras de Cristo como literais.
No caso de Gênesis 2:7, nós vemos Deus formando o homem do "pó da terra" (Gn.2:7). O pó da terra é literal ou simbólico? Óbvio que literal. Da mesma forma, nós vemos Deus soprando sobre ele o fôlego da vida. O fôlego da vida (respiração) é literal ou simbólico? Óbvio que literal. E, como o resultado de duas ações literais, nós temos uma consequencia simbólica ou literal? Óbvio que literal.
O homem REALMENTE SE FEZ uma alma vivente, e não "figurativamente". Negar isso é mutilar o texto bíblico, atropelar todo o contexto, e fazer uma interpretação extremamente tendenciosa do texto bíblico, que jamais pode ser feita ao nosso bel prazer.
E outra: ainda que o texto de Gênesis 2:7 significasse apenas "ser vivente", isso ainda assim ficaria contra a tese da imortalidade da alma, pois mostraria que o significado primário de alma [nephesh] é SER VIVENTE. E, se a alma é o próprio ser vivo, então ela nós SOMOS alma, e não POSSUÍMOS uma. Ou seja, essa interpretação não ajuda nada, apenas acentua o contraste entre Bíblia e imortalidade da alma.
ExcluirE alegar aqui que o sentido de "alma" seja puramente secundário é uma contradição, visto que aí está a primeira citação bíblica sobre a alma e a narração bíblica da constituição da natureza humana enquanto ser, e todas as demais passagens devem ser interpretadas à luz do texto principal de onde todas as outras provém.
Portanto, em Gênesis 2:7 temos o significado primário de "alma", e as demais passagens devem ser interpretadas à luz deste sentido primário, e não o sentido primário à luz dos sentidos secundários, o que atropelaria toda a exegese bíblica e nos tiraria totalmente o padrão a ser seguido.
Finalmente, quero lhe dizer que eu não falei de "dualismo grego" para dizer que os cristãos copiaram a doutrina dos gregos (embora isso não seja uma inverdade), mas sim porque foram os gregos, especialmente em Platão, que mais propagaram ao mundo tal doutrina, e os outros povos que sofreram influência helenista (como é o caso dos judeus, após a diáspora judaica) foram impactados e influenciados com essa doutrina dualista entre corpo e alma, e a consequente doutrina na "alma imortal".
Que os primeiros cristãos não criam na imortalidade da alma, isso fica claro não apenas por 206 provas bíblicas contra tal doutrina, como também pelo fato de que os Pais da Igreja nos primeiros dois séculos de Cristianismo não creram nela:
http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1086177388
http://www.apologiacrista.com/index.php?pagina=1086782293
Este debate vai longe, mas pelo que foi exposto já fica claro quatro coisas:
1) Que Gênesis 2:7 está longe de ser uma passagem em sentido figurado.
2) Que "alma vivente" é o significado primário e literal do texto bíblico.
3) Que os outros significados (secundários) de "alma" devem ser analisados à luz do padrão estabelecido em Gn.2:7, e não o significado primário à luz dos secundários.
4) Que o homem é uma alma, e não possui uma.
Fique com Deus e que Ele te abençoe.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli.
Falando apenas sobre a objeção ao batismo infantil, vc está errado como sempre.
ResponderExcluirO erro protestante é usar a bíblia como se fosse um manual de receitas prontas, com passo a passo ao pé da letra fazendo estritamente como ta escrito, sem usar a lógica e a razão das coisas. Mas a bíblia só tem as bases das doutrinas, ela não é autoexplicativa e nem contem tudo.
Vamos lá, primeiro que as 3 primeiras passagens que vc citou (Lc.3:3; At.13:24; Mc.1:4) trata do batismo de João batista, que era apenas um batismo de arrependimento, e não do batismo dos apóstolos.
Atos 19,3-5 Então em que batismo fostes batizados? Perguntou Paulo. Disseram: NO BATISMO DE JOÃO. Paulo então replicou: João SÓ DAVA UM BATISMO DE PENITÊNCIA, dizendo ao povo que cresse naquele que havia de vir depois dele, isto é, em Jesus. Ouvindo isso, FORAM BATIZADOS (batismo dos apóstolos) em nome do Senhor Jesus.
Atos 11,16 ... João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo.
Na bíblia multidões de pessoas e famílias inteiras eram batizadas, (1COR 1,16; Atos 16,15; Atos 2,39). Além disso, Paulo nota que o batismo substitui a circuncisão (Cl 2,11-12). Nesta passagem, ele se refere ao batismo como "circuncisão de Cristo" e "circuncisão não feita por mão de homem".
O sacramento do batismo, foi instituído por Cristo na cruz para nos livrar do pecado original, herdado de Adão e Eva. Por causa do pecado original é que fomos destituídos da glória e não podíamos mais entrar no céu.
Rm 5,12 Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte PASSOU A TODO GÊNERO HUMANO, porque todos pecaram...
Sendo assim, se o pecado original é congênito, se torna necessário que o recebamos logo que nascemos. A bíblia relata homens que “creram” e foram batizados, ora, uma coisa é consequência da outra, o homem adulto creu e naturalmente recebeu o batismo por ter acreditado na promessa, mas isso não significa que uma pessoa que não tenha obtido a razão, como as crianças e os deficientes mentais, devem ser privadas de ser batizadas e tornarem-se membros da igreja e verdadeiros filhos de Deus. Inclusive, o próprio Lutero não negou a necessidade do batismo de crianças, tanto que os Luteranos ainda hoje batizam crianças. Essa heresia de negar o batismo infantil só surgiu no século XVIII com os assembleianos e os batistas.
Sua distinção entre o “batismo de Jesus” e o “batismo dos apóstolos” é completamente pueril, e nem merece ser levada a sério. Você CORTOU descaradamente o versículo citado de Atos. Não continuou a leitura, porque a continuação diz:
Excluir“Ouvindo isso, eles foram batizados no nome do Senhor Jesus. Quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar em línguas e a profetizar” (Atos 19:5,6)
Fica claro que o “batismo de João” era o BATISMO NAS ÁGUAS, ao passo em que o “batismo de Jesus” era o BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO, que é o momento em que recebemos os dons espirituais (como o de línguas ou o de profecia). JAMAIS, em planeta nenhum, o batismo de João (=batismo nas águas) foi revogado. Não houve revogação alguma do batismo de João, mas apenas o ACRÉSCIMO de um outro tipo de batismo, o do Espírito Santo. Aqueles cristãos tinham o batismo de João (=haviam sido batizados nas águas), mas não o de Jesus (=não haviam sido batizados no Espírito Santo).
Basta comparar este verso do capítulo 19 com as outras ocorrências do batismo com o Espírito Santo, que SEMPRE tem como evidência externa os dons espirituais:
“E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus. Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?” (Atos 10:44-47)
“E Pedro continuou: Quando comecei a falar, o Espírito Santo veio sobre eles, como tinha vindo sobre nós no princípio. Aí eu lembrei que o Senhor Jesus tinha dito: ‘É verdade que João batizou com água, mas vocês serão batizados com o Espírito Santo’. De fato, os não-judeus receberam de Deus o mesmo dom que nós recebemos quando cremos no Senhor Jesus Cristo. E quem era eu para ir contra Deus?” (Atos 11:15-17)
Será que isso é “coincidência”? Não. É somente mais uma evidência de que você está mais perdido do que cego em tiroteio ao tentar interpretar a Bíblia com as lentes papistas.
E sim, famílias inteiras eram batizadas, mas de que raios você tirou a ideia de que essas famílias tinham BEBÊS na casa? Da Bíblia é que não foi. Deve ter tirado do Paulo Leitão ou do Paulo Ricardo. Caso você ainda não saiba, o escritor de Atos afirmou que aquelas pessoas CRERAM e foram batizadas (At.18:8), e não somente que elas foram batizadas. Os bebês podem crer? Não? Então para o lixo mais este argumento.
Sim, a circuncisão prefigurava o batismo, mas da onde foi que você concluiu que isso significa que devamos batizar os recém-nascidos? Se for porque a circuncisão valia para bebês e por isso tem que valer também para o batismo, então eu responderei que a circuncisão não valia para as mulheres, então as mulheres não podem ser batizadas. Isso é para ver o quão ridículo é este argumento da circuncisão.
Me mostre um único lugar da Bíblia que diga que alguém NÃO CREU e foi batizado, e eu passarei a crer imediatamente no batismo infantil. Você pode fazer isso, por favor?
A negação ao batismo infantil só surgiu no século XVIII? Hahahahahahaha essa é pra rir o dia inteiro. Você nunca leu Tertuliano, não? Não deve ter lido:
“Por conseguinte, tendo em conta as circunstâncias e a vontade, até mesmo a idade de cada pessoa, o adiamento do Batismo é mais vantajoso, em particular, no entanto, no caso de crianças... o Senhor, na verdade diz: ‘Não as impeçais de vir a mim’ (Mt 19). Que venham, então, enquanto elas estão crescendo; venham enquanto estão aprendendo, enquanto elas estão sendo ensinadas para onde devem vir; deixai-as tornarem-se cristãs, quando elas foram capazes de conhecer a Cristo. Por que se apressa a idade da inocência para a remissão dos pecados?” (Tertuliano, De Baptismo)
Já sei: TERTULIANO É DO SÉCULO XVIII!
É sempre proveitoso aprender teologia com os católicos.
Eu citei que a necessidade do batismo é para nos livrar da morte, que é o pecado original que toda raça humana herdou de Adão e Eva.
ExcluirAgora, antes de continuar, gostaria de entender sua concepção sobre a necessidade do batismo. Pra vc, qual a necessidade de uma pessoa recebe-lo? Porque devemos ser batizados?
Agora continuando, o batismo de João era para anunciar a primeira vinda de Jesus, realizar o batismo de João hoje é manifestar que Jesus não veio.
ExcluirAt 19,4: "JOÃO BATIZOU COM O BATISMO DO ARREPENDIMENTO, DIZENDO AO POVO QUE CRESSE NO QUE APÓS ELE HAVIA DE VIR, isto é, em JESUS CRISTO".
Tertuliano foi talvez o único pai da igreja que tenha objetado contra o batismo infantil, porém isso não significa que a igreja tenha deixado de batizar crianças. Errei ao dizer que o batismo infantil foi rejeitado primeiro pelos batistas e assembleianos, quando na verdade a primeira vez que essa heresia surgiu foi no século V com o pelagianismo que foi combatido e vencido pela igreja Católica.
Testemunhos dos Padres:
Mas não em relação ao caso das crianças, o que você diz devem ser batizados no segundo ou terceiro dia após o seu nascimento,...(Cipriano, Para Fidos, sobre Batismo da criança, 58,2)
Por isso batizamos também as crianças de pouca idade, quando ainda não começaram a pecar, para que recebam a santidade, a justiça, a filiação, a herança, a fraternidade de Cristo, para que se convertam em membros e morada do Espírito Santo” (São João Crisóstomo, Sermão aos Neófitos)
Porque veio salvar a todos. E digo 'todos', isto é, àqueles tantos que por Ele renascem para Deus, sejam recém-nascidos, crianças, adolescentes, jovens ou adultos. Por isso, quis passar por todas as idades, para tornar-se recém-nascido com os recém-nascidos, a fim de santificar os recém-nascidos; criança com as crianças, a fim de santificar aos de sua idade, oferecendo-lhes exemplo de piedade e sendo para eles modelo de justiça e obediência. Fez-se jovem com os jovens, para dar exemplo aos jovens e santificá-los para o Senhor” (Santo Irineu, Contra as Heresias 2,22,4)
...na santa união das partes do corpo de Cristo, tão grande é a força desse sacramento, ou seja, do batismo, que traz a salvação,...(Santo Agostinho Letter 98,1)
...“É este Espírito que torna possível para uma criança ser regenerada... quando esse bebê é levado para o batismo, e é por meio desse Espírito que a criança assim apresentada renasce. (Santo Agostinho Letter 98,2)
“Todo aquele que nega que as crianças, ao serem batizadas, são arrancadas deste poder das trevas, do qual o Diabo é o príncipe, ou seja, do poder do Diabo e de seus anjos, é refutado pela verdade dos próprios sacramentos da Igreja. (Santo Agostinho, Do Matrimônio e da Concupiscência 1,22)
"A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém nascidos". (Orígenes, Epist. ad Rom. Livro 5,9).
Se o batismo de crianças não fosse o costume, deveriam haver referências de filhos de pais cristãos sendo aceitos na Igreja apenas após chegarem à idade da razão, mas não há nenhuma referência.
At 2,39: “Pois a promessa É PARA VÓS E VOSSOS FILHOS”.
É claro que o batismo lava os pecados, mas os pecados de quem consciente e deliberadamente deseja isso, e não a quem isso é imposto. Quando o eunuco estava andando com Filipe, e lhe perguntou se podia ser batizado, este não foi batizando logo de uma vez, mas disse:
Excluir"E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus" (Atos 8:37)
"...é lícito, SE crês de TODO o coração"
Há uma condição, e esta condição é crer, e não "crer" de qualquer jeito, mas de todo o coração, convictamente. Os infantes podem fazer isso? É claro que não.
Eu não entendi de que forma que este verso de Atos atesta algo contra a crença evangélica. Ele apenas diz que devemos crer naquele que viria depois de João, que é Jesus. Os evangélico fazem isso; nós praticamos o batismo de João (batismo nas águas) e também cremos em Jesus e procuramos o batismo com o Espírito Santo. Onde é que este texto está falando que o batismo de João chegou ao fim?
Você está se contradizendo cada vez mais. Primeiro havia dito que ninguém negava o batismo infantil antes do século XVIII, depois eu provei pra você que Tertuliano no século II não cria nisso e você teve que recuar e admitir, mas mesmo assim agora sustenta a nova e fabulosa tese de que isso surgiu no século V. Eu não estou entendendo mais é nada. Decida-se de uma vez: o batismo infantil começou a ser negado no século XVIII, no século II ou no século V?
Os versos de Irineu não provam nada de batismo infantil. Ele nem sequer está falando de batismo ali. Leia o contexto inteiro da obra de Irineu e me diga se ele falava sobre o batismo! Ele falava sobre SALVAÇÃO, que é diferente de "batismo". Para Irineu, Jesus veio para salvar a todos, o que inclui pessoas de todas as idades. O que tem de mais nisso? Qualquer evangélico crê nisso aí. Mas presumir a partir deste texto que Irineu cria em um batismo infantil, aí já é colocar na boca dele palavras que ele não disse. Os outros textos são verdadeiros, mas são datados do século III em diante. Vocês tem que aceitar de uma vez por todas que o batismo infantil era negado no século II e aceito a partir do século III. A Didaquê, antes mesmo de Tertuliano, no capítulo VIII já pregava o batismo por IMERSÃO e para pessoas que podiam jejuar:
"Quanto ao batismo, faça assim: depois de ditas todas essas coisas, batize em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Se você não tiver água corrente, batize em outra água. Se não puder batizar com água fria, faça com água quente. Na falta de uma ou outra, derrame água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Antes de batizar, tanto aquele que batiza como o batizando, bem como aqueles que puderem, devem observar o jejum. Você deve ordenar ao batizando um jejum de um ou dois dias"
O texto final de Atos que você me passou também não prova nada. É óbvio que o batismo também era "para vossos filhos". Pedro estava meramente dizendo que a ordenança do batismo não era algo que se limitava àquela presente geração de crentes, mas era para todo o futuro, para ser praticado pelas outras gerações também. Você quer saber se a Igreja primitiva batizava crianças? Então basta ler este texto:
“No entanto, quando Filipe lhes pregou as boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, creram nele, e foram batizados, tanto HOMENS como MULHERES” (Atos 8:12)
Homens e mulheres. Não "homens, mulheres e crianças".
É óbvio que uma criança não tem capacidade de crer, pois ainda não possui razão, não precisa ficar repetindo isso para mim. Mas a questão é, porque uma pessoa precisa ser batizada? E isso vc não me respondeu.
ExcluirReconheço que Tertuliano negou o batismo infantil, mas a igreja de modo geral nunca deixou de pratica-lo. A Igreja não privou as crianças do batismo por causa da opinião isolada de Tertuliano.
A heresia contra o batismo infantil foi levantada de fato por parte do clero no século V através do monge pelágio. A Igreja combateu essa heresia que voltou a aparecer só mil anos depois, por meio do protestantismo, embora nem mesmo os primeiros protestantes Luteranos não neguem tal sacramento às crianças, assim como os presbiterianos que é outra denominação protestante.
Sobre Irineu, é óbvio que ele trata do batismo, ele está falando da salvação para todos inclusive as crianças. Jesus com seu sacrifício nos deu as condições para sermos salvos, e uma dessas condições é o batismo. No evangelho, Nosso Senhor fala a Nicodemos que o homem para entrar no reino dos céus precisa nascer de novo na água e no espírito. Ora, Jesus falava do batismo, que é um sacramento necessário para salvação do homem. Como então privar as crianças de serem salvas?
Agora vc quer insinuar, que todo ensinamento após o século III que não consta nos escritos anteriores são invenções da igreja? O silencio do papel é prova que isso ou aquilo não aconteceu? Meu caro, Deus não está preso na bíblia e em nenhum outro livro, Ele está na igreja que é testemunha ocular do sacrifício de Cristo. Isso são práticas da igreja desde os primórdios do cristianismo que são vividas e passadas pelos sucessores apostólicos.
“Acredito que esta prática venha da tradição apostólica, ASSIM COMO TANTAS OUTRAS PRÁTICAS NÃO ENCONTRADAS NOS ESCRITOS DELES nem nos concílios de seus sucessores, mas que, porque são observadas por toda a Igreja em todos os lugares, acredita-se que tenham sido confiadas e concedidas pelos próprios apóstolos.” ( Santo Agostinho, Batismo 1,12,20)
Agora vc se enforca na própria ignorância, pois o Didaque fala nitidamente do batismo em água CORRENTE e não por imersão, DERRAMANDO SOBRE A CABEÇA 3 VEZES. Quanto ao Jejum, está escrito também: bem como AQUELES QUE PUDEREM, devem observar o jejum.
ExcluirViu só? Os que podem Jejuar que jejuem, não estão impondo o jejum como quesito obrigatório para receber o batismo, é apenas uma recomendação para QUEM PUDER. Nem na bíblia não é ensinado que só é batizado quem jejua, isso é uma recomendação apenas.
E sobre o batismo por imersão, sabemos que os batismos realizados pelos Apóstolos eram feitos por ASPERSÃO que foi o que ocorreu no batismo de Saulo e Crispo At 9,17-18 e At 18,7-8, dentro de uma casa e por isso seriam impossíveis terem sido por imersão.
Essa forma de batismo por imersão foi disseminada pela seita protestante dos batistas, que teve origem maçônica, ordem que herdou a tradição talmúdica do "ritual de purificação" contido no 7º tratado ( Mikwaoth) do 6º livro do talmud (Tearoth ou Tharoth). Segundo a maçonaria a purificação pela água tem a finalidade de limpar ou liberar o espírito humano de suas arestas e imperfeições morais.( Samaúma- portal maçônico, fonte ARLS União e Paz,166).
Antes dos batistas, não havia batismo por imersão, embora não seja errado. Mas a Igreja desde sempre batizou por aspersão. Vc pode verificar inclusive as pias batismais e as pinturas encontradas nas catacumbas dos primeiros séculos.
Essa passagem de Atos, Felipe estava pregando para homens e mulheres, o que não significa em nada que as crianças não eram batizadas. Como eu falei, vc precisa entender qual a necessidade do batismo primeiro, pra depois dizer quem pode e quem não pode recebe-lo, ao invés de nega-lo às crianças só porque não ta escrito na bíblia explicitamente que uma delas fora batizada.
Eu já repeti mil vezes, mas você finge que não entendeu: o batismo lava os pecados, PARA AQUELES QUE TÊM CONSCIÊNCIA DESTE ATO. De nada adianta jogar água em cima da cabeça de um bebê, que sequer sabe o que é que está acontecendo na hora, isso é um absurdo. Para o batismo ser legítimo deve haver: (1) consciência do ato; (2) arrependimento deliberado pelos pecados anteriormente cometidos; (3) crer em Cristo de todo o coração. São estes os pré-requisitos para o batismo presente em TODA a Bíblia. É por isso que você só vê adultos sendo batizados na Bíblia, porque os bebês não se encaixam nestes pré-requisitos.
ExcluirVocê se contradiz a cada segundo em que tenta falar de história da Igreja aqui. Começou com o século XVIII, recuou depois para o século V, agora teima que Tertuliano era o único no século II. Ora, se a minha tese fica enfraquecida pelo fato de Tertuliano ter sido o único a falar contra o batismo infantil no século II, então a sua tese está pior ainda, pois não há NINGUÉM escrevendo no século II que prescreva o batismo de bebês. Então se eu só tenho um exemplo, você tem zero. O engraçado é que você diminui o peso do testemunho de Tertuliano em função dele ser um só, mas não vê problema nenhum em você estar sozinho defendendo uma prática que NINGUÉM dos séculos I e II defendia. Haja contradição!
Irineu não estava nem de longe tratando do batismo ali. Isso é uma INTERPRETAÇÃO papista em cima do escrito de Irineu, e não algo que Irineu tenha explicitamente dito. O problema de vocês é que vocês lêem os escritos dos Pais com as lentes de Roma, e não com a mente aberta. Isso impede uma leitura sincera e honesta dos textos. Vocês colocam para dentro do texto que lêem os pressupostos romanistas que vocês já têm. Aí fica difícil de debater. Quem foi que disse que para Irineu o batismo era absolutamente necessário para a salvação? Quem foi que disse que ele interpretava o nascer de novo da água e do Espírito exatamente da mesma forma que vocês papistas interpretam hoje? Onde foi que você viu Irineu defender a tese de que a salvação dos infantes está CONDICIONADA AO BATISMO? De onde foi que você tirou essa terrível e horripilante ideia de que os bebês que morrem sem batismo não estão salvos? Para onde eles vão então? Para o limbo, que o papa já disse que não existe e que nunca passou de “conjectura”? Para o purgatório? Para o inferno? Vão queimar para sempre por terem tido o azar e a infelicidade de que os seus pais não eram católicos-romanos?
Isso não é teologia, é pura monstruosidade. É uma abominação. É ridículo que alguém sequer proponha uma patifaria dessas. Os bebês e crianças que não atingiram ainda a idade da razão estão naturalmente em condições de “salvos” com ou sem o batismo. Jesus disse que o Reino de Deus é de quem se faz semelhante a elas – ele não disse que é de quem se faz semelhante somente às “crianças batizadas”. Mas se você veio aqui defender a abominável e nojenta tese de que os bebês que morreram sem batismo antes de alcançar a idade da razão vão para o inferno para ali sofrerem para sempre, então eu recomendaria um psiquiatra e não um estudo teológico. E não venha de novo colocar essa baboseira na boca de Irineu, porque ele nunca disse nada disso. Isso é a lente papista em cima dos escritos de Irineu. Qualquer um pode fazer uma eisegese absurda dessas e chegar à conclusão absurda que quiser.
Não adianta apelar para a tradição sem antes definir o que é a tradição. Qual tradição é a verdadeira? É a tradição romana ocidental, que diz que o batismo deve ser feito por aspersão e que o purgatório existe, ou é a tradição ortodoxa oriental, que diz que o batismo deve ser feito por imersão e nega a existência do purgatório? Eu não quero blá-blá-blá ou achismos, eu quero PROVAS. Eu quero que você me prove com documentos históricos de que a tradição romana é a única tradição certa, que todas as outras tradições que remetem às outras igrejas do início da era cristã e que divergem da igreja de Roma estão todas falsas, que a sua e apenas a sua tradição é INCORRUPTÍVEL e que jamais passou por acréscimo, alteração, subtração ou modificação nenhuma, e que devemos rejeitar todos os argumentos ortodoxos para a tradição deles e ficar somente com a tradição de vocês. Você pode fazer isso, por favor? Apelar somente à palavrinha “tradição” nos escritos dos Pais não é suficiente, pois a Igreja Ortodoxa faz exatamente a mesma coisa para provar a tradição DELES. Eu quero provas decentes, que sejam satisfatórias. Só depois disso você volte aqui para apelar a tradições orais fantasmagóricas a fim de justificar suas teses papistas.
ExcluirO texto citado por Agostinho é aparentemente falso. Não sei de onde você tirou, mas no lugar onde supostamente deveria estar não se encontra nada disso:
http://www.newadvent.org/fathers/14081.htm
Pelo amor de Deus, será que você não percebeu que o batismo em águas correntes refere-se justamente ao batismo por imersão? Pra que o cara vai até ÁGUAS CORRENTES só pra molhar um pingo de água na cabeça de um bebê (risos)? Eu não sei se você percebeu o detalhe, mas o verso 3 diz explicitamente que NA FALTA DE UMA E DE OUTRA, então deveria derramar água na cabeça, igual vocês fazem. Ou seja: o método-padrão para o batismo era a imersão em águas correntes, mas se no local não tivesse água suficiente para batizar este batismo por imersão, SÓ ENTÃO é que a aspersão era válida. Os romanistas inverteram essa lógica e tornaram o batismo por aspersão prioridade sobre o batismo por imersão! Absurdo!
E sobre o jejum? Você distorceu o texto DE NOVO. Veja o que o texto diz:
“Antes de batizar, tanto aquele que batiza como o batizando, bem como aqueles que puderem, devem observar o jejum”
Ou seja, quem deveria jejuar era (1) o que batiza; (2) o que iria ser batizado e (3) OS OUTROS QUE PUDEREM. O jejum era considerado necessário para o que batizava e para o que era batizado, porém facultativo para os demais, ou seja, para aqueles que não eram nem os que seriam batizados nem os que estariam batizando (e aí sim poderia estar incluídas crianças ou bebês!). Você distorce o texto para fazer parecer que o jejum era facultativo PARA O PRÓPRIO BATIZADO, o que é absurdo. Essa prática primitiva já desmorona com a tese do batismo infantil no primeiro século.
E essa tese de que antes dos batistas ninguém batizava por imersão, e que isso foi cópia dos maçons? Meu Deus, eu nunca tinha lido algo tão patético em toda a minha vida, uma mistureba de falsa teologia com distorção histórica e teorias da conspiração. Você nunca ouviu dizer que existiam BATISTÉRIOS nas igrejas primitivas, encontrados através da arqueologia? Ah, já sei, as igrejas tinham batistérios simplesmente porque eles queriam nadar numa piscina depois do culto, não tinha nada a ver com o batismo não!
E pior ainda: eu vou ter que concluir que Cirilo de Jerusalém ERA BATISTA E MAÇOM, porque ele ensinou EXPLICITAMENTE o batismo infantil no século IV:
"Depois disto fostes conduzidos pela mão à santa PISCINA DO DIVINO BATISMO, como Cristo da cruz ao sepulcro que está à vossa frente. E cada qual foi perguntado se cria no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. E fizestes a profissão salutar, e fostes IMERSOS TRÊS VEZES NA ÁGUA e em seguida emergistes, significando também com isto, simbolicamente, o sepultamento de três dias de Cristo. E assim como nosso Salvador passou três dias e três noites no coração da terra , do mesmo modo vós, com a primeira IMERSÃO, imitastes o primeiro dia de Cristo na terra, e com a imersão, a noite. Como aquele que está na noite nada enxerga e ao contrário o que está no dia tudo enxerga na luz, assim vós na imersão, como na noite, nada enxergastes; mas na emersão, de novo vos encontrastes no dia" (Segunda Catequese Mistagógica, Cap.4)
ExcluirPuxa vida, eu não sabia que existia um Pai da Igreja no século IV que era MAÇOM e BATISTA! Eu acho então que a Reforma Protestante ocorreu doze séculos antes (risos)! Vale lembrar que a própria palavra “batismo” significa “IMERGIR EM ÁGUAS”, então perguntar se o batismo é por imersão é algo tão ilógico quanto perguntar se devemos “subir pra cima”, ou se a água é molhada. Sinceramente, estude melhor a história da Igreja, e só depois que você estiver MUITO CONVICTO de que alguma doutrina protestante é “anti-histórica” você venha postar aqui, porque eu tenho textos patrísticos destruindo TODAS as doutrinas católicas que você quiser jogar.
No mais, devo avisar-lhe que eu não tenho tempo disponível para ficar respondendo a textos grandes. Você deve ter percebido que tem dias que eu nem passo aqui na moderação de comentários para liberá-los, e quando eu vejo um texto grande como o teu, acabo sendo obrigado a escrever uma refutação maior ainda e perdendo um tempo muito grande nisso. O propósito da caixa de comentários é que seja apenas um COMENTÁRIO, ou seja, algo BREVE, sucinto, e não um DEBATE. Se você quiser DEBATER comigo, então abra um blog (se você ainda não tem um), faça uma refutação e QUANTO EU TIVER TEMPO E VONTADE eu escrevo aqui um artigo de refutação a você (é assim que eu trabalho com os demais “apologistas católicos” que tem por aí, e muitas vezes demoro meses para dar a resposta completa). Ficar debatendo aqui só vai tomar tempo que eu não tenho. Você já deixou seu comentário, já expôs a sua visão, eu já expus a minha, então agora que o público decida quem tem os melhores argumentos, senão este debate irá se perpetuar e eu não tenho o mínimo interesse nisso. O debate está oficialmente encerrado. Qualquer novo comentário que seja em forma de refutação/debate será suprimido.
Pax Domini.
Corroborando ao irmão Lucas, a promessa aludida por Pedro era o Batismo com o Espírito Santo, e não o batismo nas águas. Ambos administrados pelos discípulos somente aos que crêem, conforme a palavra de Felipe ao eunuco.
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