Considerando a doutrina católica da eucaristia


CONSIDERANDO A DOUTRINA CATÓLICA DA EUCARISTIA
(Azenilto Brito)

Assim como Lutero costumava dizer que pela doutrina da justificação pela fé a Igreja [Protestante] fica de pé ou cai, para o catolicismo uma declaração paralela seria dizer que pela correção da interpretação da Transubstanciação, relacionada com a Eucaristia, a Igreja também fica de pé ou cai. Repetidas vezes líderes católicos, inclusive o Papa, têm ressaltado a centralidade da Eucaristia para a fé cristã, entendendo-se isso dentro da visão católica de que, na hóstia, o corpo e o sangue de Cristo estão literalmente contidos.

O catecismo católico declara que:

“A presença eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Cristo está presente inteiro em cada uma das espécies e inteiramente em cada uma das partes delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo”[1]

Esta é uma afirmação ousada, mas o que nos importa é verificar se conta com o devido respaldo Escriturístico.


AS PALAVRAS DE CRISTO NEM SEMPRE CONSIDERADAS DE MODO COMPLETO

Vejamos inicialmente o disputado texto de João, capítulo 6:

“Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”(vs. 53, 54).

Embora esta declaração pareça até ensinar canibalismo, como alguns dentre Seus ouvintes interpretaram literalmente (à semelhança de Nicodemos que também se espantou com a declaração de Cristo sobre o “nascer de novo” em João 3:3), se lermos a passagem detidamente à luz de seu contexto se perceberá o seu real sentido:

“Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede (vs. 53, 54)

É interessante como Cristo introduz a cláusula de “nunca terá sede”, aparentemente fora de contexto do que discute, pois nem sequer mencionou água. Ele o havia feito antes, no diálogo com a mulher samaritana:

“...aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna” (João 4:14)

E também é digno de nota o que o Mestre diz aos discípulos:

“Uma comida tenho para comer que vós não conheceis. Então os discípulos diziam uns aos outros: Acaso alguém Lhe trouxe de comer? Disse-lhes Jesus: A Minha comida é fazer a vontade Daquele que Me enviou, e completar a Sua obra” (João 4:32-34, ver também 6:29).

Temos esses elementos a considerar do discurso global de Cristo, que não devem ser postos à parte nessa discussão toda – a água que dessedenta pela eternidade, e a comida que Ele tem para comer. Em qualquer dos casos, não se trata de algo de caráter material. Agora, Ele usa a ilustração do pão que desce do céu e que quem o consome nunca terá fome, inclusive fazendo um paralelo ao maná que caía no deserto. Não se vê em tal declaração um paralelo com o contraste entre a água comum e a água da vida, no diálogo com a samaritana?
      

COMER NO SENTIDO CLARAMENTE ESPIRITUAL

O Senhor prossegue esclarecendo:

“Porquanto a vontade Daquele que Me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia”

Novamente Jesus mostra que a vida eterna vem através de crer Nele. Quando os discípulos murmuraram entre si sobre tais palavras, o Mestre esclareceu-lhes:

“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos disse são espírito e são vida”(João 6:63)

Jesus estava falando em termos espirituais, não materiais, físicos. Explicava que espiritualmente toda vida deriva da fé Nele, não de comer literalmente o Seu corpo. 

A declaração de beber o Seu sangue deve ter escandalizado ainda mais os ouvintes judaicos, que já se espantaram tanto com Sua menção a comer Sua carne. Como diz o SDA Bible Commentary, discutindo João 6:52:

“Se os judeus tivessem recordado a razão dessa proibição, poderiam ter entendido melhor as palavras de Jesus. A razão dada para a proibição é que o sangue constitui a vida (Gn.9:4). Assim, poderiam ter entendido que comer a carne de Cristo e beber o Seu sangue significava apropriar-se de Sua vida por fé... tão só por Cristo ter dado Sua vida humana por nós, podemos participar de Sua vida eterna, divina”

O verbo em grego para “comer”, no vs. 54, trogon, é um particípio ativo que implica um ato contínuo, uma alimentação constante. Ainda do SDA Bible Commentary a respeito desse detalhe, lemos:

“Não é suficiente participar uma vez de Cristo. Seus seguidores devem nutrir-se continuamente do Seu ser espiritual alimentando-se Daquele que é o pão da vida. Jesus acabava de declarar, ‘o que come Minha carne e bebe o Meu sangue, tem a vida eterna’. Por isso torna-se claro que comer Sua carne e beber o Seu sangue significa crer, ter fé Nele”

Há uma regra de interpretação bíblica que faz todo sentido: o Velho Testamento é explicado pelo Novo, e os evangelhos são explicados pelas epístolas.

Realmente, sem o Novo Testamento não teríamos compreensão do sentido de todas aquelas cerimônias do culto israelita, nem compreenderíamos a expiação dos pecados, ou o sentido de tantas profecias. Doutrinas caras aos cristãos ficariam ofuscadas, como a Trindade, a ressurreição dos mortos, as operações do Espírito Santo, e tantas outras coisas.

Pode-se dizer, igualmente, que é pelas epístolas que entendemos melhor os atos e palavras de Cristo.


TANTO A PÁSCOA COMO A CEIA – SIMBOLISMO CLARO E EVIDENTE

Paulo é indubitavelmente o grande teólogo e sistematizador da fé cristã. Assim, convém atentar bem a sua exposição didática do sentido das palavras de Cristo na cerimônia da comunhão, que ele “regula” para a comunidade cristã:

“Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o Meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim (1ª Coríntios 11:24)

Isto se harmoniza com o que Cristo estipulou:

“Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no Meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em Meu sangue, que é derramado por vós”(Lucas 22:19,20)

Nesta última passagem temos mais uma reflexão muito importante: quando Cristo realiza a primeira Ceia, Ele o faz no contexto da Páscoa, que era uma cerimônia que recordava a saída do povo do Egito, quando se comia o Cordeiro Pascoal —símbolo do próprio Cristo — e ervas amargas, representativas das dificuldades que enfrentaram na saída do Egito (ver: Números 9:2,11).

Portanto, temos aí um contexto claro de simbologia: Cristo fala sobre todos comerem do pão e beberem do vinho, também como memorial do quebrar de Seu corpo e do derramar do Seu sangue. Um detalhe, porém, que muitos deixam de perceber é que naquele ato, nem o corpo de Cristo havia sido quebrado, nem o Seu sangue derramado!

Ou seja, a própria primeira Ceia já é simbólica. Isso é por demais óbvio. Os elementos distribuídos representavam indiscutivelmente um evento futuro — a morte de Cristo. Por que hoje a Ceia não teria também esse sentido simbólico do evento passado? É “em memória” do acontecimento da paixão e morte de Cristo, tal como a própria Páscoa era realizada em memória da saída do Egito.


QUANDO SER É REPRESENTAR

Cristo declarou ser “o caminho, a verdade e a vida”, bem como “a luz do mundo”. Claramente estas expressões indicam um sentido figurado. Ele declarando-Se o caminho não Se transformou fisicamente numa estrada a ser trilhada por Seus ouvintes. Ao dizer que era “a luz”, não Se transformou num grande farol a emitir luz para o mundo inteiro. Então, se Ele emprega o mesmo verbo “ser” para ambos os casos (“este é meu corpo”/”eu sou o caminho”) pode-se perfeitamente perceber o sentido figurado de tais expressões.

Essa é uma forma hebraica de expressão que certamente se refletia no aramaico, falado por Jesus, idioma que tem raízes no hebraico. Quando Moisés se referia ao pecado do povo relacionado com o culto ao bezerro de ouro, assim se expressou:

“Então eu tomei o vosso pecado, o bezerro que tínheis feito, e o queimei a fogo e o pisei, moendo-o bem, até que se desfez em pó” (Deuteronômio 9:21)

Logicamente não foi o pecado, mas aquilo que o representava, que Moisés destruiu. Em reforço a isso podemos lembrar aos católicos que quando Jesus diz que as Suas palavras são espírito e são vida (e o verbo ‘ser’ está claramente definido no original grego, e duas vezes esti) logicamente não se entenderá que ao Ele pronunciá-las elas saíam voando pelo espaço como espíritos literais, tendo vida própria. Que o sentido aí é de “representa” revela-se indisputável, será que não?!

Este ensino é coerente com tudo o que consta nas Escrituras no que tange à mensagem do evangelho: A vida eterna vem através de crer em Jesus Cristo, assimilando o Seu ser pelo “comer”, não o Seu corpo literal, mas o sentido de Sua Encarnação. É esse crer que opera novo nascimento, superação de fome e de sede espirituais.


O PROBLEMA DO PERDÃO – SÉRIO ERRO DE UM DOGMA DISCUTÍVEL

Tenho perguntado a católicos, numa hipótese absurda, mas para efeito didático: Se Cristo cortasse um dedo da mão e desse para alguém comê-lo, que vantagens espirituais adviriam desse processo de ingerir Sua carne? Quantos pecados seriam perdoados dessa pessoa pelo simples ato de ingerir um pedaço do corpo físico de Cristo? Ora, não disse o mesmo Cristo que “a carne para nada aproveita”? Não incluiria isso Seu corpo terreno, mero envoltório do Verbo divino ao se fazer carne e habitar entre nós (João 1:14)?

Houve um católico num fórum que se “escandalizou” de eu empregar essa linguagem, esquecido de que Jesus também falou em termos hipotéticos sobre a absurda atitude de entrar no reino tendo arrancado olho ou mão (Mt. 5:29,30).

Outro ponto a ser considerado é a declaração seguinte do catecismo:

“...a Eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem purificar-nos ao mesmo tempo dos pecados cometidos e sem preservar-nos dos pecados futuros”[2]

E noutro ponto:

“...a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros”[3]

São mais declarações ousadas, contudo, o que nos importa é: terão fundamentação bíblica? A Palavra de Deus nos assegura que a purificação dos pecados somente ocorre através do sangue de Cristo, não de ritos:

 “... e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purificade todo pecado” (1ª João 1:7)

“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da Terra. Àquele que nos amou, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados (Apocalipse 1:5)

Não existe qualquer base bíblica ou na simples observação dos fatos de que participar de um rito preserve alguém de pecar. Seria verdade que os católicos que participam de tal rito ficam livres de cometer pecados? É isso o que realmente se observa por todo o mundo? Ou não passa de uma mera teoria cujos efeitos são os de tornar as pessoas presas a um sistema religioso, na expectativa de que as coisas funcionem como lhes ensinam?

O que as Escrituras ensinam sobre o modo de preservar-nos de pecar é o que lemos no Salmo 119:9-11:

“Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a Tua palavra. Com todo o meu coração Te busquei; não me deixes desviar dos Teus mandamentos. Escondi a Tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti”

E no Novo Testamento temos as palavras de Judas 24 e 25:

“Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”


BENEFÍCIO AOS QUE MORRERAM?

Finalmente, mais ousada ainda, ou, talvez deva dizer, chocante, é a declaração seguinte do catecismo:

“O Sacrifício Eucarístico é também ‘oferecido pelos fiéis defuntos’ que morreram em Cristo e não estão ainda plenamente purificados, para que possam entrar na luz e na paz de Cristo”

E mais adiante:

“[Pelo] Sacrifício Eucarístico, a Igreja exprime sua comunhão eficaz com o defunto”[4]

Pode-se ler a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse e não se encontrará uma só pista de que se pode ajudar alguém que morreu através seja do rito que for. Não ocorre nenhum exemplo de personagem bíblico recebendo Eucaristia em favor de algum morto. Ademais, o ensino bíblico é de que “cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm.14:12).

E como já temos analisado noutros estudos, a própria crença na imortalidade inerente, através de uma “alma imortal”, carece inteiramente de fundamento bíblico. Os mortos não sabem de nada do que se passa entre os viventes e não podem ter proveito algum com o que se faça “debaixo do sol”:

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Eclesiastes 9:5,6)
     
A conclusão irrecorrível a que chegamos é que essa doutrina, conquanto tão fundamental para o catolicismo, falha de começo ao fim. Não tem a mínima lógica, segundo o pensamento humano, nem fundamento na Palavra de Deus, segundo a revelação do evangelho de Jesus Cristo.

Por: Azenilto Brito (Ministério Sola Scriptura)

*Material divulgado com a permissão do autor.


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[1] P. 380, # 1377.
[2] P. 385, # 1393.
[3] P. 386, # 1395.
[4] P. 460, # 1689.

Comentários

  1. Algumas dúvidas: se Jo 6,48-66 não é literal, mas apenas "espiritual", então por que alguns discípulos disseram que "Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?" (v. 60)? Por que essa palavra "espiritual" os escandalizaria (v.61)? E por que ao final do discurso "muitos dos seus discípulos voltaram e não andavam mais com ele" (v. 66)? Resumindo: por que nessa passagem houve conflito, se o discurso era apenas "espiritual"?

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    1. Foi JUSTAMENTE por aquele populacho judeu não entender que a mensagem de Jesus era espiritual que eles acharam que a mensagem de Jesus era dura e se escandalizaram. A mesma razão pela qual Nicodemus fica escandalizado pensando que teria que literalmente renascer da barriga da mãe, e a mulher de Samaria fica espantada pensando que literalmente correria rios de água viva do interior dela. E o mais curioso é que Jesus não corrige a "interpretação literal" em nenhuma circunstância, ele apenas continua o discurso espiritual, como lhe era característico.

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    2. Como não corrigiu? Tá lá a resposta em Jo 4, e Nicodemos não o abandona, incrédulo, mas pelo contrário o defende em Jo 7 e até ajuda em seu sepultamento em Jo 19, ou seja: a explicação foi aceita!

      Da mesma forma, a samaritana creu, e deu testemunho, a ponto de muitos samaritanos crerem também, por causa dela!

      Nesses dois exemplos, nenhuma ovelha se perdeu. Por que no outro Jesus não se importou e explicou corretamente, mas deixou as ovelhas se perderem?

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    3. Em nenhum momento Jesus corrige a má interpretação de seus interlocutores, ele continua na mesma linha, e se os seus interlocutores não o abandonavam era por causa de outras razões (outros ensinamentos da mesma ocasião). No caso da mulher samaritana:

      João 4
      10. Respondeu Jesus, e disse-lhe:
      Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é o que te diz:
      Dá-me de beber,
      tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
      11. Disse a mulher:
      Senhor, tu não tens com que [a] tirar, e o poço é fundo; de onde pois tens a água viva?
      12. És tu maior que nosso pai Jacó, que nos deu o poço? E ele mesmo dele bebeu, e seus filhos, e seu gado?
      13. Jesus respondeu, e disse-lhe:
      Todo aquele que beber desta água voltará a ter sede;
      14. Porém aquele que beber da água que eu lhe der, para sempre não terá sede, mas a água que eu lhe der se fará nele fonte de água, que salte para vida eterna.
      15. Disse-lhe a mulher:
      Senhor, dá-me desta água, para que eu não tenha [mais] sede, nem venha aqui para tirar.
      16. Disse-lhe Jesus:
      Vai, chama a teu marido, e vem cá.
      17. A mulher respondeu, e disse:
      Não tenho marido.

      Onde foi que você viu Jesus se corrigir aqui e explicar melhor as coisas? Pelo contrário, ela interpreta errado no verso 11 e CONTINUA interpretando errado no verso 15. Se ela acreditou em Jesus não foi por causa do "discurso da água", mas porque Jesus adivinhou quantos maridos ela teve e ela creu nele como profeta. No caso de Nicodemus é a mesma coisa, ele interpreta errado no verso 4 (de João 3), e CONTINUA sem entender nada no verso 9. Depois ele nem toca mais no assunto, de tão perdido que tava.

      Ambos interpretaram errado, assim como a multidão em João 6, a diferença é que em nenhuma daquelas outras duas ocasiões envolvia CANIBALISMO se fosse entendido ao pé da letra, que era algo totalmente repugnante para os judeus. É por isso que os de João 6 saíram e os outros dos outros episódios continuaram. Água viva e nascer de novo não envolvia canibalismo, era surreal, mas não repugnante. Os de João 6 não apenas interpretaram errado, mas também interpretaram errado algo que se tomado ao pé da letra ia contra a própria lei de Deus.

      Por que Jesus não explicou corretamente? Pela mesma razão que ele não "explicou corretamente" o que era a água viva e o que era o nascer de novo. O nascer de novo, inclusive, continua sendo debatido até hoje, em pleno século XXI, pelos teólogos das mais diferentes vertentes congregacionais. Jesus simplesmente não sentia qualquer necessidade de "explicar corretamente". Ele deixava que os mais sábios entendessem, ainda que fossem uma minoria. Você mesmo não interpreta ao pé da letra o que Jesus falou em João 6, pois o aplica à eucaristia que só iria passar a existir tempos mais tarde. Será que foi desta forma que os judeus de João 6 interpretavam na hora? É claro que não. Eles pensavam que tinham que naquele mesmo momento "comer" a carne de Cristo, nem faziam ideia do que fosse a Santa Ceia cristã. Não me venha com essa palhaçada de que os judeus interpretavam corretamente e que você tem a mesma interpretação dos judeus, porque NÃO TEM, nem uma coisa nem outra.

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    4. Interessante... Quem mais está errado?

      Justino (✝ 165), por exemplo? Porque ele diz em "Primeira Apologia dos Cristãos": "Pois não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus Cristo, nosso salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou".

      E Ireneu de Lyon (✝ 202) também? Porque em "Do tratado sobre as heresias" ele diz: "quando o cálice de vinho misturado com água e o pão natural recebem a palavra de Deus, transformam-se na Eucaristia do sangue e do corpo de Cristo".

      O ensinamento claríssimo de Cristo se desvirtuou tão rápido assim? Quando, como, e porquê isso ocorreu, exatamente?

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    5. Como sempre, não consegue provar nada do seu ponto e depois que é refutado precisa desesperadamente mudar o foco do debate, agora levou para a patrística, pensando que alguém aqui é leigo em patrística para ser enganado por dois textos extraídos de obras que você nunca leu. Aqui vai uma pequena demonstração do que os Pais da Igreja criam no concernente à eucaristia:

      “Os símbolos místicos (o pão e o vinho) não abandonam a sua natureza depois da consagração, mas conservam a substância e a forma em tudo como antes” (Teodoreto, Dialogus, Liber II)

      “O sacramento do corpo e do sangue de Cristo é verdadeiramente coisa divina; mas o pão e o vinho permanecem na sua substância e natureza de pão e vinho” (Gelásio, Das duas naturezas)

      “Antes da consagração o chamamos pão, mas depois perde o nome de pão e torna-se digno que o se chame o Corpo do Senhor, embora a natureza do pão continue tal nele” (Crisóstomo, Epístola a Cesário)

      “Quando a carne de Jesus Cristo estava na terra, ela certamente não estava no Céu; e agora que ela está no Céu, seguramente não está na terra” (Vigílio, Cont. Eutich. Liv. IV)

      “Nada do que é visível é bom. De fato, nosso Deus Jesus Cristo, estando agora com o seu Pai, torna-se manifesto ainda mais” (Inácio aos Tralianos, 3:3)

      “Porque assim naquele que é também vosso evangelho o anunciou Deus, chamando ao pão o seu corpo; para que daqui também entendas que deu a figura de pão ao seu corpo” (Tertuliano, Contra Marcião, III. 19)

      “Depois de ter declarado, portanto, desejar fazer a ceia de Páscoa que Lhe pertencia, - teria sido indigno se Deus tivesse desejado algo que não lhe pertencia - tomou o pão e o distribuiu aos seus discípulos e fez dele, o seu corpo, dizendo: 'Isto é o meu corpo ', isto é, 'a forma do meu corpo'. Mas não poderia ser a forma do corpo, se não tivesse havido o corpo de realidade. De resto, uma coisa vazia, isto é um fantasma, não teria podido admitir uma figuração. Ou se Cristo figurou o corpo no pão por este motivo, da falta da realidade do corpo, então deveria ter dado o pão por nós” (Tertuliano, Contra Marcião IV, 40)

      “‘Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós’ (Jo 6,54). Aqui, parece ser ordenada uma ignomínia ou delito. Mas aí se encontra expressão simbólica que nos prescreve comungar da paixão do Senhor e guardar, no mais profundo de nós próprios, doce e salutar lembrança de sua carne crucificada e coberta de chagas por nós” (Agostinho, A Doutrina Cristã, Livro III, Cap.24)

      “Não é a matéria do pão, mas a palavra dita sobre ele, ao que ajuda ao que não o come indignamente. Tudo acerca do corpo é típico e simbólico” (Orígenes, Comentário sobre Mateus 15.10-20)

      “E estas coisas certamente são ditas do corpo típico e simbólico” (Orígenes, Comentário sobre Mateus, Livro 11, 14)

      “O Verbo Deus não chamou seu corpo àquele pão visível que tinha nas suas mãos, mas à Palavra, em cujo mistério devia partir-se o pão. Não chamou seu sangue àquela bebida visível, mas à Palavra, em cujo mistério se serviria esta bebida. Porque que outra coisa pode ser o corpo ou o sangue do Verbo Deus senão a palavra que alimenta e alegra os corações?” (Orígenes, Comentário sobre Mateus série 85)

      “De muitos modos o Verbo é descrito figurativamente, como alimento, como carne, como refeição; é pão, é sangue e leite. O Senhor é tudo isso para dar gozo a nós que temos crido nele” (Clemente de Alexandria, Pedagogo I. 6)

      “Noutro lado o Senhor, no Evangelho segundo João, menciona isto mediante símbolos, quando disse: ‘Comei a minha carne e bebei o meu sangue’ [João 6:34]; descrevendo claramente por metáfora as propriedades bebíveis da fé e da promessa, por meio da qual a Igreja, como um ser humano composto de muitos membros, é refrescada e cresce, é ligada e compactada por ambas – pela fé, que é o corpo, e pela esperança que é a alma; como também o Senhor de carne e sangue” (Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1:6)

      Excluir
    6. “Mas uma vez que Ele disse: ‘E o pão que darei é a minha carne’ e uma vez que a carne é umedecida com sangue, e o sangue é denominado figurativamente vinho, estamos convidados a saber que, como o pão, desfeito numa mistura de vinho e água, apanha o vinho e deixa a porção aquosa, assim também a carne de Cristo, o pão do céu, absorve o sangue; isto é, aqueles dentre os homens que são celestiais, nutrindo-os para imortalidade, e deixando para destruição somente as concupiscências da carne” (Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1:6)

      “Assim, de muitas maneiras o Verbo é figurativamente descrito, como alimento, e carne, e comida, e pão, e sangue, e leite. O Senhor é tudo isto, para dar-nos desfrute a nós que cremos nEle. Que ninguém pense que é estranho, quando dizemos que o sangue do Senhor é figurativamente representado como leite. Pois, não é figurativamente representado como vinho?” (Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1:6)

      “Então será apresentada a oblação ao bispo e ele dará graças sobre o pão porque é o símbolo do corpo de Cristo; sobre o cálice de vinho misturado, porque é a imagem do sangue que foi derramado por todos os que creem nele” (Hipólito de Roma, A Tradição Apostólica, 21)

      Simbolismo, figura, representação... nada que pudesse ser mais claro.

      Agora comentando sobre os pífios dois textos que você tem em mãos, o próprio Agostinho explica por que alguns Pais fizeram menção à "transformação" do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo após a consagração. É porque após a consagração aquele pão e aquele vinho normais passam a representar o corpo e o sangue de Cristo, e essa representação é por vezes tomada pelo nome da realidade da qual se assemelham:

      “Você sabe que, na linguagem comum, quando a Páscoa está se aproximando, nós dizemos: ‘Amanhã’ ou ‘Depois de amanhã é a paixão do Senhor’, ainda que seja verdade que Ele sofreu há muitos anos e Sua paixão aconteceu de uma vez por todas. De maneira parecida, no Domingo de Páscoa, nós dizemos: ‘Neste dia o Senhor ressuscitou dos mortos’, ainda que muitos anos tenham se passado desde Sua ressurreição. Mas, ninguém é tolo o suficiente para nos acusar de mentir quando usamos estas frases. O motivo que chamamos estes dias assim é porque há semelhança entre estes dias e os dias em que os eventos aos quais nos referimos realmente aconteceram. Nos referimos a estes dias como se fossem os mesmos dias em que os eventos aconteceram, ainda que não sejam realmente os mesmos, porque correspondem a mesma época do ano. E, quando é dito que o evento ocorre naquele dia, é porque, ainda que tenha acontecido muito antes, é neste dia que o evento é celebrado sacramentalmente. Cristo não foi, em Sua própria Pessoa, oferecido como sacrifício de uma vez por todas? Mas, ainda assim, Ele também não é oferecido no sacramento como um sacrifício, não somente nas solenidades especiais da Páscoa, mas também diariamente em nossas congregações? Sendo assim, se um homem é interrogado e responde que Cristo é oferecido nesta ordenança, ele não está dizendo a verdade? Se os sacramentos não tivessem qualquer semelhança verdadeira com as coisas das quais são sacramentos, não seriam de fato sacramentos. Na maioria dos casos, em virtude desta semelhança, os sacramentos são chamados pelo nome da realidade com a qual se assemelham. Portanto, em certo sentido, o sacramento do corpo de Cristo é o corpo de Cristo, o sacramento do sangue de Cristo é o sangue de Cristo [...] Com base nisso, o Apóstolo disse, em relação ao sacramento do batismo: ‘De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte’. [Rom 6.4] Ele não diz: ‘Nós temos significado que nós fomos sepultados com Ele’, mas diz que ‘fomos sepultados com Ele’. Portanto, Ele deu ao sacramento referente a uma operação tão grandiosa o nome que descreve a própria operação” (Letter 28, a Bonifácio)

      Volte aqui quando tiver argumentos.

      Excluir
    7. Não quero "ganhar" briga nenhuma, ao contrário de você. Minhas citações não são "argumentos", são:

      a) demonstrações de que já nos dois primeiros séculos se acreditava na transubstanciação, que você não comentou, em absoluto;

      b) duas perguntas simples, que você convenientemente se esqueceu de responder; preferiu um imenso Ctrl+C Ctrl+V composto de "textos extraídos de obras que você nunca leu" e que não têm nada a ver com elas.

      Repito, então:

      O ensinamento claríssimo de Cristo se desvirtuou tão rápido assim? Quando, como, e porquê isso ocorreu, exatamente?

      Excluir
    8. Quanto ao "Das duas naturezas", de Gelásio, você errou o nome e o texto. O nome e "As duas naturezas em Cristo", e o texto correto é o seguinte:

      "(Cap. 4) Embora, de fato, seja um e o mesmo o Senhor Jesus Cristo, homem inteiramente Deus e Deus inteiramente homem, e o Deus-homem faça seu tudo o que é próprio da humanidade e o homem-Deus tenha tudo que é próprio de Deus, todavia, para que este sacramento permaneça e não possa de algum lado ser dissolvido, assim ele continua, inteiramente homem, a ser o que Deus é, para que, inteiramente Deus, continue a ser o que o homem é …"

      É um texto incompleto, que tá lá o Dezinger-Hünermann, que você, obviamente, NÃO leu. ;)

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    9. Fala sério, essa é a sua resposta? Eu respondi sobre os seus dois textos e te passei mais dezenas de outros negando explicitamente a transubstanciação, você não comenta nem refuta NENHUM deles e ainda se sente apto para continuar em um "debate"? É rir pra não chorar...

      De onde foi que você tirou que esse aí é o "texto correto"? Ele sequer é o texto que eu passei. O que eu passei foi:

      "Certamente o sacramento, que tomamos, do corpo e sangue de Cristo é uma coisa divina, pela qual somos feitos participantes da natureza divina; E CONTUDO A SUBSTÂNCIA E NATUREZA DO PÃO E DO VINHO NÃO DEIXA DE EXISTIR. E certamente a imagem e semelhança do corpo e sangue de Cristo celebram-se na acção dos mistérios"

      Para conferir o mesmo texto no latim, que você desconhece:

      "Certe sacramenta, quae sumimus, corporis et sanguinis Christi divina res est, propter quod et per eadem divinae efficimur consortes naturae; et tamen esse non desinit substantia vel natura panis et vini. Et certe imago et similitudo corporis et sanguinis Christi in actione mysteriorum celebrantur"

      Fonte (que você também desconhece):

      Jacques Paul Migne, Patrologiae Latinae, Tractatus de duabis naturis Adversus Eutychen et Nestorium 14, PL Supplementum III, Part 2:733 (Paris: Editions Garnier Freres, 1964).

      Poderia passar aqui mais um caminhão de textos de Pais da Igreja e até de papas que negavam a transubstanciação nos primeiros séculos, mas do que adianta se você não vai ler? Ignorou todos os outros que eu passei anteriormente e é óbvio que não terá a mínima capacidade de refutar os novos. Vou apenas passar alguns estudos patrísticos para você deixar tamanha ignorância de lado, mesmo sabendo que você não irá nem lê-los, mas outras pessoas mais inteligentes que estiverem acompanhando este "debate" irão ler:

      http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/02/os-pais-da-igreja-e-eucaristia-papa.html

      http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/02/os-pais-da-igreja-e-eucaristia.html

      http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/02/os-pais-da-igreja-e-eucaristia-hipolito.html

      http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/02/os-pais-da-igreja-e-eucaristia-irineu.html

      http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/02/os-pais-da-igreja-e-eucaristia-inacio.html

      Volte aqui quando tiver a refutação completa a todos os textos patrísticos que eu passei anteriormente e também a todos os artigos que eu acabei de listar, que demonstram inequivocadamente que ninguém nos primeiros séculos cria nessa atrocidade que você chama de transubstanciação. Novos comentários que mais uma vez não tragam refutação nenhuma mas apenas a mesma repetição idiota de sempre serão sumariamente ignorados e excluídos, não tenho tempo pra desperdiçar tão infantilmente com quem não merece um mínimo de atenção.

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  2. Já falei: não estou aqui pra refutar nada, só tô te questionando. Mas já entendi como as coisas funcionam aqui, então só vou mostrar MAIS UMA VEZ seu erro e ficar por aqui. Se quiser aproveitar a oportunidade pra pesquisar DE VERDADE, ao invés de só dar Ctrl+C e Ctrl+V sem checar as fontes, aproveite. Se não quer, morra na mentira. A decisão é toda sua: ou continua dono da razão ou percebe que esse texto não existe como você mostrou.

    Mas se você realmente NÃO quer procurar num livro de verdade, boto um link com o texto, em inglês: http://patristica.net/denzinger/ Tá no número 168 esse documento. O texto é bem diferente do que você colocou. Se preferir uma foto do livro, tiro do meu, é só pedir.

    A Patrologia Latina está TODA online aqui: http://patristica.net/latina/ Coloque o link de onde, nela, está o texto conforme o que você falou, e você me convence.

    Como disse, vou voltar só pra ver a resposta, mas não me interessa "debater" desse jeito. Fico por aqui. Que Deus aumente em você a vontade de buscar a Verdade e segui-la aonde ela te levar.

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    1. Vamos aos fatos:

      1) Talvez você não tenha percebido, mas o primeiro link que você me passou NÃO tem a obra inteira de Gelásio, tem apenas um parágrafo da obra. A não ser que você pense que o livro inteiro de Gelásio era apenas aquele único parágrafo (risos), esse link não serve para provar nada.

      2) O segundo link que você me passou redireciona para uma página com outros milhares de links sem a menor informação de qual deles direciona para o livro de Gelásio, se é que algum deles direciona. Nem você sabe qual é, senão já teria dito qual era. Eu não vou desperdiçar o dia inteiro clicando link por link só para achar qual é o certo, se é que o certo se encontra ali.

      3) Se quiser conferir todo o livro de Gelásio no original em latim com a citação que você diz que não existe, é só acessar:

      https://archive.org/stream/epistolaeromano00unkngoog#page/n588/mode/2up

      Essa é a obra completa de Gelásio no Epistolário Romano. Você pode verificar no n. 14 em latim. Trata-se de uma obra católica com as epístolas e outros documentos dos papas. Ou seja, é mais confiável que a patrologia do Migne, pois é uma obra oficial da Igreja Romana. E a citação está lá, exatamente da forma que você diz que “não existe”.

      4) TODOS os teólogos e historiadores católicos do planeta reconhecem que a citação existe. O estudioso de Oxford Martin Joseph Routh tem um livro publicado com citações de papas e uma das que ele traz é essa de Gelásio. Você pode conferir aqui:

      https://books.google.com.br/books?id=2F8NAAAAYAAJ&pg=RA1-PA139&lpg=RA1-PA139&dq=De+duabus+naturis+in+Christo+adversus+Eutychem+et+Nestorium&source=bl&ots=z1EyEyjY4Q&sig=q5RRsPN4kRn1wig2zXvIpnLXw7Y&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwig_JCuzqDNAhXHhZAKHYyTDjwQ6AEINTAD#v=onepage&q=De%20duabus%20naturis%20in%20Christo%20adversus%20Eutychem%20et%20Nestorium&f=false

      5) Um estudioso jesuíta comentou essa passagem - obviamente a considerando autêntica:

      “Segundo Gelásio, os sacramentos da Eucaristia comunicam a graça do mistério principal. A sua principal preocupação, no entanto, é realçar, como fez Teodoreto, o fato de que, após a consagração os elementos permanecem o que eram antes da consagração (...) O ensino de Gelásio sobre o assunto dos sacramentos da Eucaristia tem sido frequentemente explicado como sendo de acordo com o ensinamento do Concílio de Trento. Mas, como uma questão de fato, Trento o rejeitou-o por duas razões. No cânon 1 da décima terceira sessão (1551), o concílio ensinou que a Eucaristia não significa apenas, mas contém "o totum Christum”. A explicação de Gelásio não a inclui. De fato parece excluir explicitamente a doutrina da presença real somática do "Cristo total". Em segundo lugar, o cânon 2 enfatiza a noção patrística de conversão. Para evitar a noção da união da substância do pão e do vinho com a substância da humanidade de Cristo. Este conceito já foi encontrado na lista de proposições atribuídas ao reformadores formuladas em 1547: "Não há na Eucaristia realmente o corpo e o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, mas com a substância do pão e do vinho, de modo que não há a transubstanciação, mas uma união hipostática da humanidade e da substância do pão e do vinho ". O Canon 2 foi formulado precisamente para evitar a ideia de que existe um paralelo rígido entre a união hipostática única do Logos e da humanidade e o sacramento da Eucaristia.Mas precisamente este ponto de vista é fundamental para a teologia Eucarística do Papa Gelásio” (Edward J. Kilmartin, S.J., “The Eucharistic Theology of Pope Gelasius I: A Nontridentine View” in Studia Patristica, Vol. XXIX (Leuven: Peeters, 1997), p. 288)

      Se depois dessa você continuar insistindo e batendo na tecla de que o texto não existe, é porque é muita cegueira mesmo. Aí é só Deus na causa...

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  3. Ás vezes tenho dó dos católicos. Os caras tem que admitir e defender cada loucura, e muitos fazem isso sinceramente, achando que estão defendendo a fé cristã. Aí uma loucura como essa doutrina da transubstanciação faz com que eles comam e não vejam diferença nenhuma entre a memória do gosto do pão e o gosto que sentem, porém devem afirmar que é diferente. Isso é tirânico, bem diferente da vida verdadeira com Cristo. E de curiosidade eu já perguntei para diversos católicos que se converteram ao protestantismo sobre isso e todos, sem exceção, disseram que nunca sentiram gosto diferente nenhum quando eram católicos. Alguns inclusive disseram que nunca ouviram falar nesse negócio de transubstanciação, que era apenas uma cerimônia em que comiam o pão e bebiam o vinho. Não sei como há gente que ainda acredita nessa loucura canibalística.

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