Refutando a Infalibilidade Papal
REFUTANDO A INFALIBILIDADE PAPAL
(Keith Thompson)
Implicações da Definição do
Vaticano I sobre a Infalibilidade Papal
O
Concílio Vaticano I definiu o dogma da infalibilidade papal em 1870. Este
ensinamento diz que o papa é infalível quando ele decreta um ensinamento sobre
fé ou moral que deve ser crido pela Igreja universal ou quando ele ratifica um
concílio ecumênico.
Em
sua “Enciclopédia do Catolicismo”, Frank K. Flinn e J. Gordon Melton notam que
muitos católicos romanos na época do Concílio Vaticano I acreditavam que a
infalibilidade papal era uma falsa inovação contrária à tradição da Igreja e
protestaram contra a decisão do concílio que decretou a doutrina, e até mesmo
se separaram da comunhão com Roma por causa disso:
“Em protesto, 55 membros do concílio deixaram Roma um dia antes
da votação final. Em meio ao desacordo generalizado e protesto contra o
concílio, aqueles que agora são conhecidos como veterocatólicos foram separados
da comunhão com Roma”[1]
Além
disso, Johann Joseph Ignaz Von Döllinger foi um dos mais renomados
historiadores católicos romanos durante o tempo do Concílio Vaticano I, no
século XIX. Ele ensinou história da Igreja por 47 anos. Assim, seus comentários
sobre a decisão do Vaticano I são dignos de nota. Pouco antes do decreto da
infalibilidade papal, ele escreveu o seguinte em sua obra “O Papa e o Concílio”,
mostrando todo o seu desgosto por uma doutrina tão infundada:
“O fato de que um grande concílio, recebido universalmente e sem
qualquer hesitação em toda a Igreja, e presidida por núncios papais, ter
pronunciado dogmaticamente que um papa era herege, e o anatemizado pelo próprio
nome de ‘herege’, é uma prova tão clara quanto o sol do meio-dia que a noção de
qualquer iluminação peculiar ou infalibilidade dos papas era então totalmente
desconhecida para toda a Igreja. O único recurso dos defensores da infalibilidade
papal, tais como Torquemada e Belarmino, tem sido a de atacar as atas do
concílio como espúrias, e afirmar que elas são uma falsificação fabricada pelos
gregos”[2]
Döllinger
foi compelido a escrever isto para tentar persuadir o Vaticano I a não decretar
a infalibilidade papal, à luz dos fatos históricos. O incidente que citamos no
livro de Döllinger, que refuta a noção de infalibilidade papal, diz respeito ao
papa Honório, do sétimo século. Com este papa você tem um dos exemplos mais
claros de erro papal em toda a história.
Papa Honório
A
informação básica relativa à falibilidade do papa Honório é que ele se envolveu
em uma heresia no início da Igreja, heresia esta conhecida como “monotelismo”,
que ensinava que Jesus Cristo tinha apenas uma vontade. Isso confrontava a
crença ortodoxa, que diz que ele tem duas vontades que surgem a partir de suas
duas naturezas. A heresia monotelista foi, assim, uma extensão natural da
heresia monofisita, que disse que Jesus só tinha uma natureza, em oposição a
duas.
O
Concílio de Calcedônia, também conhecido como o IV Concílio Ecumênico,
realizado em 451 d.C, repudiou a heresia monofisita em seu credo e afirmou que
Jesus tinha duas naturezas, dizendo: “Nós, então,
seguindo os santos Padres, todos com um só consentimento, ensinamos os homens a
confessar as duas naturezas”. Então, mais tarde, o sexto concílio
ecumênico, também conhecido como o terceiro concílio de Constantinopla, afirmou
que Jesus tinha duas vontades decorrentes dessas duas naturezas, e condenou a
heresia monotelista, que afirmava que Jesus tinha apenas uma vontade.
Sérgio
I, patriarca de Constantinopla a partir de 610-638 d.C, era uma herege
monotelista, que acreditava que Jesus tinha de fato duas naturezas, mas apenas
uma vontade. Em 634 d.C, ele escreveu ao papa Honório, que reinou como papa de
625-638 d.C, sobre este assunto teológico. O papa Honório respondeu a Sérgio I
e também escreveu para os outros que promoveram a heresia monotelista em sua
condição oficial de papa. E Honório declarou:
“Nós confessamos uma vontade de nosso Senhor Jesus Cristo”[3]
Preste
atenção nas palavras “nós confessamos”. Essa é a forma no plural muito usada
hoje para falar da Igreja como um todo.
Honório
foi então condenado como herege pelo sexto concílio ecumênico de 680-681 d.C,
por causa deste ensinamento por ele promulgado a toda a Igreja como bispo de
Roma. Na décima sexta sessão do concílio, ele proclamou: “Anatemizamos o herege Sérgio, o herege Ciro e o herege
Honório”. E no decreto da 18ª sessão de fé era dito: “O autor de todo o mal... encontrei um instrumento
próprio para a sua vontade em... Honório, o antigo papa de Roma”. O
concílio também disse que Satanás havia “ativamente
os empregado para levantar sobre toda a Igreja os tropeços de uma vontade e uma
operação nas duas naturezas de Cristo, nosso Deus verdadeiro, da Santíssima
Trindade; divulgando, assim, em termos novos entre as pessoas ortodoxas, uma
heresia”.
Os
romanistas acreditam que o sexto concílio ecumênico que condenou Honório era
infalível, uma vez que foi ratificado pelo papa Leão II (611-683 d.C). A fim de
demonstrar que Honório era falível, já que ele estava ensinando em ex cathedra, temos de olhar para a
definição do que ex cathedra é para
Roma. O Concílio Vaticano I a definiu da seguinte maneira:
“Nós ensinamos e definimos que é um dogma divinamente revelado:
que o Pontífice Romano, quando fala em ex
cathedra, isto é, quando na condição de pastor e mestre de todos os
cristãos, em virtude de sua suprema autoridade apostólica, define uma doutrina
sobre fé ou moral a ser crida pela Igreja Católica, pela assistência divina
prometida a ele em Pedro, é possuidor da infalibilidade com a qual o divino
Redentor quis que a Sua Igreja fosse dotada para definir doutrinas sobre fé ou
moral; e que, portanto, tais definições do Pontífice Romano são de si mesmas, e
não do consentimento da Igreja, irrevogáveis”[4]
Com
base na condenação do papa Honório no sexto concílio ecumênico, William Webster
observa que Honório cumpriu os critérios básicos de ex cathedra. Isso prova que o erro do papa foi em ex cathedra, e, portanto, ele não era
infalível:
a) O concílio o
condenou especificamente como herege e o anatemizou (amaldiçoou) em sua
condição oficial como papa, e não como um teólogo privado.
b) Ele foi condenado
por seguir e depois por confirmar a heresia do monotelismo.
c) Ele foi condenado
por divulgar e propagar doutrinas heréticas em sua condição oficial de papa, o
que afetou toda a Igreja ativamente[5].
Os
católicos romanos creem que o sexto concílio ecumênico, que condenou Honório,
era infalível. No entanto, alguns apologistas católicos tentam suavizar a
posição do papa Leão II quanto a ratificação ou aprovação deste concílio. Eles
alegam que o papa Leão II só condenou o papa Honório por negligência, ou por
não conseguir acabar com a heresia, mas não como sendo realmente um herege que
ensinou heresia para a Igreja.
Em
seu livro Pope Fiction, o apologista
romano Patrick Madrid tenta argumentar que, embora o papa Leão II tenha
confirmado ou ratificado o sexto concílio ecumênico, ele o redefiniu em um
sentido e não condenou Honório como um herege monotelista (como fez o
concílio), mas apenas sustentou que Honório, no que diz respeito ao
monotelismo, “falhou em seu dever para condená-lo”[6].
Madrid cita Warren Carroll na história da cristandade como a prova para o seu
argumento de que no suposto texto original grego da respectiva carta de Leão II
ao imperador, ele diz que Honório apenas permitiu ou autorizou que a fé fosse
subvertida, em oposição à versão latina da carta, que diz que Honório realmente
tentou subverter a fé[7].
A
versão grega da carta de Leão II diz permisit
subverti (ou seja, “permissão para subverter”). A versão latina diz subvertare conatus est (i.e, “tentou
subverter”). Assim, pode-se ver o conflito que isso cria. Contudo, em sua
monumental obra Oxford Dictionary of
Papas, o erudito patrístico e historiador J. N. D. Kelly observa a verdade
da questão dizendo que “no texto original em latim
falaram dele como ‘tentou subverter a fé pura por sua traição profana’, e na
versão grega isto foi atenuado para ‘por sua traição, ele permitiu que o ensino
puro fosse maculado”[8].
A
posição do papa Leão II não era apenas de que Honório era culpado de
negligência ao permitir que a fé fosse subvertida, mas que houve uma tentativa
real de Honório a fim de subverter a fé com a falsa heresia monotelista. O papa
Leão II anatemizou Honório nesta carta ao imperador, em sua carta aos bispos
espanhóis e em sua carta ao rei espanhol. Em nenhum deles o papa Leão II faz
qualquer colocação de que o sexto concílio ecumênico errou e que Honório não
era um herege. Leão II nunca disse nada do tipo. Tanto este concílio quanto o
papa Leão II afirmaram que Honório era um herege e anátema. E Honório ensinou
heresia para a Igreja na qualidade de bispo de Roma, de acordo com este
concílio que os católicos consideram ser infalível. Isso refuta a doutrina
antibíblica da infalibilidade papal, usando os próprios padrões de Roma.
A Falibilidade do Concílio
Vaticano II sobre o Islã
Outro
exemplo de falibilidade papal tem a ver com ensinamentos heréticos do Vaticano
II. O Concílio Vaticano II foi inaugurado pelo papa João XXIII em 11 de outubro
de 1962. Foi celebrado pelo papa Paulo VI, em 8 de dezembro de 1965. Nos
documentos do Vaticano II estavam contidos decretos formais[9] sobre fé e moral que não
apenas contradizem claramente a Bíblia, mas também os próprios dogmas
católicos.
Estes
decretos do Vaticano II foram “infalivelmente” ratificados ou confirmados pelo
papa Paulo VI, que assinou ao final de cada um deles. Os decretos sobre fé ou
moral do Vaticano II são, portanto, infalíveis para os católicos, uma vez que
foram ratificados pelo papa. A Enciclopédia Católica afirma em seu artigo sobre
os concílios gerais, tais como o Concílio Vaticano II, que:
“A ratificação papal promulga formalmente a sentença do concílio
como um artigo de fé que deve ser conhecido e aceito por todos os fieis... Os
decretos do concílio aprovados pelo papa são infalíveis por causa daquela
aprovação, porque o papa é infalível também em extra concilium, sem o apoio de um concílio[10]
Da
mesma forma, o estudioso católico Ludwig Ott afirma:
“As resoluções dos concílios gerais são infalíveis... A fim de
que um concílio seja geral, é necessário: a) que todos os bispos dominantes no
mundo sejam convidados; b) que os bispos dos vários países possam ser
considerados representantes de todo o episcopado; c) que o papa convoque o
concílio, ou, pelo menos, invista em conjunto sua autoridade e presida
pessoalmente ou pelo seu representante na reunião, e ratifique as deliberações.
A partir das ratificações papais, que podem ser explícitas ou implícitas, as
resoluções derivam o poder vinculativo legal geral”[11]
Além
disso, o papa Paulo VI solenemente aprovou todos os documentos do Concílio
Vaticano II com as seguintes palavras que provam que os decretos do Vaticano II
são vinculativas e infalíveis para os católicos:
“Cada uma das coisas estabelecidas neste Decreto ganhou o
consentimento dos pais. Nós, também, pela autoridade apostólica a nós conferida
por Cristo, junto com a aprovação dos veneráveis padres, decretando e
estabelecendo essas coisas pelo Espírito Santo, determinamos que o que tem sido
promulgado no sínodo [concílio] deve ser publicado para a glória de Deus... Eu,
Paulo, Bispo da Igreja Católica”[12]
Um
dia antes do final do Concílio Vaticano II, o papa Paulo VI também disse o
seguinte: “Nós decidimos, além disso, que tudo o
que foi estabelecido neste sínodo é para ser religiosamente observado por todos
os fieis”[13].
Muitos proeminentes escritores católicos romanos têm afirmado que o Vaticano II
é um concílio infalível de acordo com a doutrina católica. Em seu livro “O que
os Católicos Realmente Acreditam”, Karl Keating identifica o Vaticano II como o
vigésimo primeiro concílio ecumênico, infalível no que diz respeito aos seus
decretos que envolvem fé ou moral:
“Houve vinte e um concílios ecumênicos, e a maioria deles emitiu
decretos doutrinais ou morais. Esses decretos são infalíveis”[14]
Tendo
dito isso, se houver heresia sobre fé e moral nos decretos do Vaticano II –
supostamente infalível – é a prova de que o papa Paulo VI era falível e errava
em ratificar e confirmar heresias. Isso mais uma vez prova que a doutrina da
infalibilidade papal é refutada pela história. Um grande exemplo de heresia no
Concílio Vaticano II é que ele disse que os muçulmanos adoram o mesmo Deus dos
cristãos. No documento do Vaticano II Nostra
Aetate, nós lemos:
“A Igreja também olha os muçulmanos com estima. Eles adoram ao
único Deus, vivo e permanente, misericordioso e todo-poderoso, o Criador do céu
e da terra, que falou aos homens e a cujos decretos, mesmo ocultos, procuram submeter-se de todo o coração,
como a Deus se submeteu Abraão, com quem a fé islâmica de bom grado
vincula-se”[15]
Note
que o Vaticano II diz que os muçulmanos, como Abraão, se esforçam para se
submeter aos decretos de Deus. Uma vez que Abraão se esforçou para se
apresentar ao verdadeiro Deus, o Vaticano II está dizendo que os muçulmanos
fazem o mesmo também. Em Lumen Gentium, o
Vaticano II diz também que “os muçulmanos,
professando manter a fé de Abraão, conosco
adoram o Deus único e misericordioso, que no último dia julgará a humanidade”[16].
Em
apoio ao fato de que esses decretos do Vaticano II supostamente infalíveis ensinam
a heresia de que os muçulmanos e os cristãos têm o mesmo Deus, os ensinamentos
dos papas seguintes ao Vaticano II são importantes a se considerar. Primeiro, a
citação do Vaticano II Lumen Gentium sobre
muçulmanos e cristãos supostamente adorarem o único Deus verdadeiro é
diretamente citada como uma doutrina católica no mais recente catecismo da
Igreja Católica (ano 1994, parágrafo 841), promulgado e aprovado pelo papa João
Paulo II. No que diz respeito a este e aos outros ensinamentos contidos nesse Catecismo,
João Paulo II declarou o seguinte em sua Constituição Apostólica Fidei Depositum:
“O Catecismo da Igreja Católica, que aprovei em 25 de junho
passado e cuja publicação hoje ordeno em virtude da minha autoridade
apostólica, é uma declaração de fé da Igreja e da doutrina católica,
testemunhadas ou iluminadas pela Sagrada Escritura, pela Sagrada Tradição e
pelo Magistério da Igreja. Declaro que
seja uma norma segura para o ensino da fé”[17]
Este
afirma, ainda, que a posição oficial da Igreja Romana moderna é que os
muçulmanos e cristãos adoram ambos ao único Deus verdadeiro. Comentando ainda
sobre a posição romana acerca deste assunto, o papa Paulo VI declarou o
seguinte em 1972:
“Nós também gostaríamos que você soubesse que a Igreja reconhece
as riquezas da fé islâmica – uma fé que nos liga ao único Deus”[18]
O
papa João Paulo II, da mesma forma, declarou:
“Nós acreditamos no mesmo Deus, o Deus vivo, o Deus que criou o
mundo e traz suas criaturas à sua perfeição”[19]
O
papa Bento XVI igualmente declarou:
“Os muçulmanos adoram a Deus, o Criador do céu e da terra, que
falou à humanidade”[20]
O
problema com o catolicismo ensinar que os muçulmanos adoram o mesmo Deus dos
cristãos é que a religião islâmica ensina que Jesus Cristo não é Deus. O
Alcorão ensina que “são blasfemos aqueles que dizem
que Deus é Cristo, o Filho de Maria” (Surata 5:17). Ele também nega a
Trindade quando afirma: “Não digas: ‘Três’”
(Surata 4:171). Portanto, é impossível e herético dizer que os muçulmanos se
apresentam ao Deus vivo e verdadeiro, já que eles negam que Deus é um Deus uno
e trino, o que inclui Cristo na Divindade.
Além
disso, na Surata 19:35 do Alcorão há a negação ao fato de que Jesus é o Filho
de Deus. Assim, 1ª João 2:23 da Bíblia prova que os muçulmanos não têm o
verdadeiro Deus, uma vez que diz: “Todo aquele que
nega o Filho não tem o Pai. Quem
confessa o Filho tem também o Pai” (1ª João 2:23). Quando 1ª João 2:23
diz que “aquele que nega o Filho não tem o Pai”, a palavra grega para “tem” é echei, que aqui significa “ter” Deus,
“possuir” Deus ou ter comunhão com Deus no sentido de um relacionamento[21]. Desta forma, é claro que
o catolicismo está errado ao reivindicar que os muçulmanos se submetem e adoram
ao Deus verdadeiro, já que ao negar a filiação de Jesus provam que eles não têm
Deus, o Pai, em coisa alguma.
A
Escritura ensina que os deuses das nações pagãs (por exemplo, o árabe islâmico
“Alá”) são meros ídolos, e não o verdadeiro Deus (Salmos 96:5). A Bíblia
declara, ainda, que esses falsos deuses das falsas religiões e de nações pagãs
são, na verdade, demônios, como vemos em 1ª Coríntios 10:20 – “Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as
sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com
os demônios” (1ª Coríntios 10:20). Portanto, o deus muçulmano que se
originou em uma nação diferente de Israel é um demônio e não o Deus verdadeiro.
Ademais,
o demônio islâmico Alá ordenou aos muçulmanos matar e subjugar os cristãos e os
judeus no Alcorão. O Deus de Abraão e os cristãos, no entanto, disse aos
crentes para não matar nem subjugar outros cristãos ou judeus, mas para amar a
todos e evangelizar os incrédulos com o evangelho de Cristo. A Surata 9:29 do
Alcorão afirma:
“Façam guerra contra
aqueles tais a quem as Escrituras foram dadas [judeus e cristãos] por não
acreditarem em Alá. No último dia – e não permita o que Deus e Seu Mensageiro
proibiram – aqueles quem não professam a profissão verdadeira, até que paguem o
preço, serão humilhados”
No
entanto, na Bíblia, o Jesus cristão diz: “Amai os
vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:44), e também:
“tratai as pessoas da mesma maneira que vocês
querem ser tratados” (Mateus 7:12). E Tiago diz aos cristãos para “amar o próximo como a si mesmo” (Tiago 2:8).
Claramente não estamos lidando com o mesmo Deus!
Ao
ratificar o Concílio Vaticano II, o papa Paulo VI afirmou que era infalível que
os muçulmanos adoram o Deus verdadeiro. Contudo, este é um erro, uma vez que
temos mostrado que os muçulmanos não adoram o Deus verdadeiro, mas um demônio.
Assim sendo, o papa Paulo VI era falível, e, portanto, a infalibilidade papal é
refutada.
Outro
erro do Concílio Vaticano II é seu ensinamento de que os muçulmanos podem ser
salvos se eles permanecerem no Islã, se apenas fizerem boas obras e forem
ignorantes do evangelho e da Igreja. Em Lumen
Gentium, lemos: “Aqueles também podem alcançar
a salvação eterna, pois não por culpa deles mesmos não conhecem o evangelho de
Cristo e da Sua Igreja, mas procuram sinceramente a Deus e, movidos pela graça,
se esforçam em seus atos para fazer a Sua vontade como é conhecida a eles
através dos ditames de sua consciência”[22].
Não
apenas este ensinamento é contrário à Escritura, que ensina que a fé em Cristo
e no evangelho são essenciais para a salvação (João 3:18; 14:6; Atos 4:12;
16:31; Romanos 3:25; 10:9), mas o mesmo contradiz o dogma católico previamente
definido. Por exemplo, o papa Eugênio IV deu a seguinte declaração em ex cathedra no Concílio de Florença, em
1439:
“Quem quiser ser salvo, antes de tudo, é necessário que mantenha
a fé católica... Da mesma forma o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo
é Deus. No entanto, eles não são três deuses, mas um Deus”[23]
Semelhantemente,
em 1302, o papa Bonifácio VIII declarou o seguinte na bula Unam Sanctam:
“Nós declaramos, definimos e pronunciamos que é absolutamente necessário para a salvação
de toda criatura humana que esteja sujeita ao Pontífice Romano”[24]
De
um lado, temos o papa Paulo VI, que ratificou o Vaticano II dizendo que os
muçulmanos podem ser salvos sem que estejam na Igreja Católica e sem seguir seu
ensino. Do outro lado, os papas Eugênio IV e Bonifácio VIII disseram que é
necessário ser católico e afirmar os ensinamentos da Igreja para ser salvo.
Esta é claramente a falibilidade papal, a forma de mostrar ao mundo que a
Igreja Católica não é a verdadeira Igreja de Cristo.
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[1] Frank K. Flinn, J. Gordon Melton, Encyclopedia of Catholicism, [Infobase
Publishing, 2007], p. 621.
[2] Johann Joseph Ignaz von Döllinger, The Pope and the Council, Second Edition,
[Rivingtons, 1869], p. 74.
[3] Quoted in Charles Joseph Hefele, A History of the Councils of the Church,
vol. 5 [Edinburgh: T. & T. Clark, 1896; AMS Reprint, 1972], p. 29.
[4] Vatican I, First Dogmatic
Constitution on the Church of Christ, Concerning the Infallible Teaching of the
Roman Pontiff, ed. Vincent McNabb, O.P. [Burns and Oates, 1907], p. 47.
[5] William Webster, Holy Scripture The Ground and Pillar of our
Faith, Volume II, [Christian Resources, 2001], p. 257.
[6] Patrick Madrid, Pope Fiction, [Basilica Press, 1999], p.
160.
[7] Warren Carroll, The History of Christendom, [Christendom
College Press, 1987], p. 254.
[8] J. N.D. Kelly, Oxford Dictionary of Popes, Second Edition, [Oxford University
Press, 2010], p. 77.
[9] e.g.
Lumen Gentium, Dei Verbum, Nostra Aetate, etc.
[10] Charles George Herbermann, Catholic Encyclopedia: An International Work
of Reference on the Constitution, Doctrine, Discipline, and History of the
Catholic Church, Vol. IV, [The Catholic Encyclopedia Inc., 1913], pp. 431,
433.
[11] Ludwig Ott, Fundamentals of Catholic Dogma, [Tan Books and Publishers, Inc,
1960], p. 300.
[12] Paul VI, Rome, at St. Peter’s,
December 7, 1965, Walter M. Abbott, ed., "Papal Brief Declaring the
Council Completed”, trans. Joseph Gallagher, in The Documents of Vatican II: With Notes and Comments by Catholic, Protestant,
and Orthodox Authorities, [Piscataway, NJ: Association Press, 1967], p. 696.
[13] Walter M. Abbott, ed., "Papal
Brief Declaring the Council Completed”, trans. Joseph Gallagher, in The Documents of Vatican II: With Notes and
Comments by Catholic, Protestant, and Orthodox Authorities, [Association
Press, 1967], p. 738.
[14] Karl Keating, What Catholics Really Believe-Setting the Record Straight: 52 Answers
to Common Misconceptions About the Catholic Faith, [Ignatius Press, 1995],
p. 15.
[15] Walter M. Abbott, The Documents of Vatican II: With Notes and
Comments by Catholic, Protestant, and Orthodox Authorities, Declaration on
the Relationship of the Church to Non-Christian Religions, Nostra Aetate 3,
trans. Joseph Gallagher, [Association Press, 1967], p. 663.
[16] Walter M. Abbott, Lumen Gentium 16,
The Documents of Vatican II: With Notes
and Comments by Catholic, Protestant, and Orthodox Authorities, Dogmatic
Constitution on the Church, trans. Joseph Gallagher, [Association Press,
1967], p. 35.
[17] John Paul II, Apostolic Constitution Fidei Depositum 3, Catechism of the Catholic
Church, Second Edition, [DoubleDay, 1994], p. 5.
[18] Pope Paul VI, Speech, Sept. 9, 1972, L’Osservatore Romano, Sept. 21, 1972, p. 2.
[19] Pope John Paul II, Addressing Young Muslims in Morocco,
August 19, 1985, www.vatican.va
[20] Pope Benedict XVI Amman, Jordan,
May 9, 2009, time.com/time/world/article/0,8599,1897119,00.html
[21] Theological Dictionary of the New
Testament, ed. Gerhard Kittel, trans. Geoffrey W. Bromily, Vol. 2, [Wm. B.
Eerdmans, 1964-1976], pp. 822-82.
[22] Walter M. Abbott, Lumen Gentium 16, The Documents of Vatican
II: With Notes and Comments by Catholic, Protestant, and Orthodox Authorities,
trans. Joseph Gallagher, [Association Press, 1967], p. 663.
[23] Pope Eugene IV, Council of Florence, Session 8, November
22, 1439.
[24] Pope
Boniface VIII, Unam Sanctam, November
18, 1302.
Olha só vocês que coisa extremamente terrível e assustadora. O dogma da infalibilidade papal foi definido em 1870. Dogma estabelecido por causa de pessoas que viveram antes do século I - estou falando dos dias que Jesus nasceu, viveu e morreu! Imaginem vocês como uma doutrina poderia estar em discussão quase dois mil anos depois? Basta dizer que 1870 lembra o Oeste americano, época que pode ser conhecida por FOTOS! Absurdo o tempo para se definir um dogma dos tempos de Vida de Pedro e Paulo. Mais absurdo ainda é saber que o dogma da assunção de Maria foi definido dogmaticamente pelo papa Pio XII em 1 de novembro de 1950. Vejam só, 1950!!! Cúmulo dos cúmulos! Doutrina bíblica dos tempos apostólicos definida poucos anos antes do homem ir a lua!!! Brincadeira, eu nasci 9 anos depois de terem definido um dogma dos tempos em que pessoas chamavam Abraão de Pai!!! Não tem Como levar a sério a Igreja Católica!
ResponderExcluirE o pior, Alon, é que não sabemos o que eles vão definir amanhã. O magistério católico é uma caixinha de surpresas, e seja lá o que for que eles inventarem no futuro, restará aos fieis papistas a maravilhosa e fenomenal missão de acatarem sem discussão qualquer coisa que o papa decretar, de forma tão passiva e acrítica quanto uma vaquinha de presépio. Que bênção.
ExcluirÉ por essas e outras que eu prefiro seguir a orientação do apóstolo Paulo quando ficou feliz em relação a atitude destes irmãos.
ResponderExcluirE logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.
Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.
Atos 17:10,11
Homens verdadeiramente inspirados pelo ESPÍRITO SANTO, Este sim INFALÍVEL. Consideravam os cristãos que examinavam as Escrituras, para ver se o que eles falavam era correto, NOBRES.
Agora, será que um papa aceita uma atitude dessas? Acho que não! Qualquer coisa contrária, mesmo que seja de acordo com a Sã Doutrina dos Apóstolos de Cristo Jesus, será uma afronta ao entendimento apostásico que eles tem da Sagrada Escritura. Recorreriam a essa tal, "infabilidade papal". Para terminar, qualquer um, com o mínimo de senso crítico, lendo as Escrituras, verá que: A grande maioria dos dogmas católicos, são extra-bíblicos!
Portanto, nunca foi tão forte o apelo de Apocalipse 18.4.
É exatamente por isso que eles se autoproclamam "infalíveis": para que ninguém tenha a audácia de fazer como os crentes de Bereia.
ExcluirLucas, você conhece alguma compilação de falas em ex cathedra? ou algum livro que mostre especificamente contradições nestas falas?
ResponderExcluirAlguns católicos não consideram o Concílio Vaticano II infalível, pois o Papa não se expressou em ex cathedra. O CV II é considerado apenas um concílio pastoral (em outras palavras, falível).
Aí que tá, não existe NENHUMA lista oficial do magistério católico expondo tudo o que foi dito pelos papas em ex cathedra e tudo o que não foi dito em ex cathedra. Até mesmo o próprio conceito de "ex cathedra" eles não podem precisar ao certo. É por isso que o Hugo disse que a infalibilidade papal é tão útil como um páraquedas em um submarino.
ExcluirMas que o papa da época confirmou a autoridade do Concílio Vaticano II e o considerou autêntico e infalível, isso fica muito claro quando ele proclama:
“Todas e cada uma das coisas apresentadas neste decreto tiveram a aprovação dos Padres Conciliares. E também Nós, pelo poder apostólico que nos foi outorgado por Cristo, juntamente com os veneráveis Padres, aprovamos, decretamos e estabelecemos estas coisas no Espírito Santo, e para glória de Deus mandamos promulgar o que o Concílio estabeleceu… Eu, Paulo, Bispo da Igreja Católica.”1 (Paulo VI, cláusula solene de Paulo VI em cada um dos documentos do Vaticano II)
Note que ele fala com a autoridade de todo o poder apostólico, ou seja, não tem como dizer que esses decretos não tinham valor ou que estão errados. É claro que os tradicionalistas irão arranjar desculpas e pretextos para poderem condenar o Vaticano II que eles tanto odeiam, mas a declaração de Paulo VI é suficientemente clara.
Os argumentos têm como base o que o próprio Paulo VI disse: "... dado o caráter pastoral do Concílio, evitou este proclamar em forma extraordinária dogmas dotados da nota de infalibilidade. Todavia, conferiu a seus ensinamentos a autoridade do supremo Magistério ordinário". (Paulo VI, discurso no encerramento do Concílio Vaticano II, 12 de janeiro de 1966)
ResponderExcluirDê uma olhada na definição de ex cathedra dada pelo prof. Orlando Fedeli:
http://www.montfort.org.br/bra/cartas/papa/20040817201903/
A Montfort é um site católico ferrenhamente tradicionalista que de nenhuma maneira reflete o pensamento de todos os católicos ou do magistério da Igreja. Eu poderia simplesmente rebater este artigo mostrando outros vários artigos de outros sites católicos que são a favor do Concílio Vaticano II, mas nem vale a pena. Tudo isso só mostra como os católicos são de fato divididos: nem mesmo se um concílio é válido ou não eles chegam a uma concordância.
ExcluirA frase que você passou do papa Paulo VI não diz em lugar nenhum que o Vaticano II não foi válido ou infalível, ou que não deva ser seguido pelos católicos atuais. Só diz que o Concílio não proclamou nenhum NOVO DOGMA, isso é óbvio, eu nunca disse que o Vaticano II criou algum dogma novo, muitos concílios católicos não criaram nenhum "dogma infalível" e mesmo assim são seguidos à risca pelos católicos que creem que os mesmos são infalíveis. Na citação que eu passei acima do mesmo Paulo VI, ele assina embaixo de cada um dos documentos do Vaticano II, e diz que fazia isso PELA AUTORIDADE DO PODER APOSTÓLICO, e com a aprovação de todos os padres conciliares. Se isso não significa que na visão dele todo o Vaticano II era válido e tinha que ser crido e seguido pelos católicos, eu não sei mais o que significa.
E também não deixa de ser engraçado que uma Igreja que diz ser assistida pelo Espírito Santo da mesma forma que a Igreja primitiva, que é governada por um papa infalível da mesma forma que Pedro, e que proclama um concílio ecumênico (universal) com mais de dois mil prelados de todo o planeta por um período de três anos, e tudo isso para que algumas décadas depois sites católicos tradicionalistas chamem esse mesmo concílio de herético, modernista e rejeitem um monte de coisa nele. Ou seja: fizeram o concílio pra que? Pra isso? Seria melhor o papa Paulo VI ter mandado os dois mil prelados pescarem.