Semelhanças e diferenças entre protestantes e ortodoxos


Perguntaram-me recentemente sobre a relação entre Igreja Ortodoxa e Protestantismo, embora este blog seja voltado à análise do catolicismo romano e não do ortodoxo. Como eu achei a pergunta muito boa, não poderia ter deixado apenas poucas linhas em uma caixa de comentários, e decidi escrever um artigo com base naquilo que eu entendo serem as qualidades e os defeitos da ortodoxia. Este artigo, obviamente, apresentará a Igreja Ortodoxa sob o viés protestante. Se o leitor entrar num site papista, verá a mesma analisada sob um prisma romanista, e se quiser ver o que os ortodoxos creem de si mesmos e dizem acerca de sua própria história, doutrina e visão de mundo pode conferir neste extenso artigo:


Explanarei aqui dez pontos que considero positivos, e dez pontos que considero negativos. Importante ressaltar: este artigo não vai refutar nem defender doutrina nenhuma. Cada um dos pontos que eu considero negativos já foram devidamente explanados em dezenas e dezenas de artigos no blog, especificamente sobre eles. O que eu farei aqui é apenas acentuar cada um, sob meu ponto de vista. Comecemos com os pontos positivos.


DEZ QUALIDADES DA IGREJA ORTODOXA


1º A Igreja Ortodoxa não tem um tirano ou ditador como líder supremo

Enquanto a Igreja Romana tem o papa, que é considerado infalível e a quem o Catecismo Católico arroga que possui “poder pleno, supremo e universal”[1] na Igreja, a Ortodoxa possui patriarcas para cada uma das 14 igrejas autocéfalas, aos quais não é dado qualquer título de infalibilidade “ex cathedra”, nem é dito ser um “vigário” (substituto) de Cristo, nem alegam ser eles os únicos representantes de Deus na terra. E seu bispo maior, o patriarca da igreja de Constantinopla, não é considerado um “bispo universal” com poderes ilimitados, mas apenas um primus inter pares, ou seja, “primeiro entre iguais”.


2º A Igreja Ortodoxa não tem imagens de escultura em seus templos

Seguindo a tradição da igreja primitiva, que não cultuava imagens, as igrejas ortodoxas não admitem imagens de escultura nos templos, mas apenas ícones, ou seja, figuras, pinturas, como também ocorre em algumas igrejas protestantes. Ela entende que as imagens de escultura católicas proporcionam “um passo para antropomorfizar a representação e deslizar para a idolatria” (veja aqui).


3º A Igreja Ortodoxa não tem uma mariologia tão forte como a Romana

Embora exista o culto aos santos (incluindo a Maria) na Igreja Ortodoxa, a mariologia não é tão “desenvolvida” quando é na Igreja Romana. Os ortodoxos não creem na imaculada conceição de Maria, por exemplo, a qual é considerada tão importante na Igreja Romana que a descrença no dogma tem pena de excomunhão. Você dificilmente vai ver um ortodoxo com slogans tão toscos e tacanhos como “pede à mãe que o filho atende”. Embora entendam Maria como intercessora no Céu, não chegaram ao ponto (ainda) de afirmar que ela é co-redentora, onipotência suplicante ou superior a todos os homens e anjos juntos. Se existe idolatria a Maria, é em um nível bem mais moderado do que a coisa exacerbada, descarada e totalmente fora de controle que há na Igreja Romana.


4º A Igreja Ortodoxa não tem uma doutrina formal de transubstanciação

Eles creem naquilo que chamam de “presença real” de Cristo na eucaristia, mas não criaram nenhum dogma formal como a transubstanciação, preferindo considerar um “mistério” a forma pela qual isto se dá. Os luteranos também creem na presença real de Cristo, mas em consubstanciação, em vez de transubstanciação. Os calvinistas também creem na presença real de Cristo, mas de forma espiritual, em vez de física. Só a visão pentecostal se distancia categoricamente da ortodoxa neste quesito, pois entende a eucaristia como mera lembrança ou simbolismo. Além disso, eles fazem a comunhão em ambas as espécies (pão e vinho), e não apenas com o pão (como em Roma).


5º A Igreja Ortodoxa nega a existência de limbo e purgatório

Não há muito o que expandir neste ponto. Nas vezes em que algum teólogo ortodoxo fala sobre um estado pós-morte que não é nem Céu e nem inferno, eles não estão falando do purgatório católico, mas de uma especulação ou hipótese teológica, nunca como um dogma formal (como ocorre na Igreja Romana em relação ao purgatório). E a maioria dos ortodoxos crê apenas em Céu e inferno, assim como os protestantes.


6º A Igreja Ortodoxa não possui celibato obrigatório

Assim como no protestantismo, a questão do celibato é opcional para o sacerdote ortodoxo, ou seja, o padre casa se quiser, e não casa se não quiser. Ninguém é obrigado a ser solteiro para ser sacerdote.


7º A Igreja Ortodoxa crê em apenas um juízo para cada indivíduo

Enquanto a Igreja Romana inventou a existência de um “juízo individual” que precede o “juízo geral”, a Igreja Ortodoxa mantém a crença em um único juízo para cada indivíduo.


8º A Igreja Ortodoxa crê em batismo por imersão

O título é auto-explicativo.


9º As doutrinas da Igreja Ortodoxa não estão “em andamento”

Assim como os evangélicos, os ortodoxos também não creem em “desenvolvimento da doutrina”, como os romanistas creem. Isso significa que a doutrina que eles creem hoje será a mesma que eles crerão daqui mil anos, sem mutação. No romanismo nada é seguro – basta ver que no século passado dogmatizaram a assunção de Maria, e no anterior fizeram o mesmo com a imaculada conceição e com a infalibilidade papal. O católico romano tem que estar sempre preparado para encarar qualquer novidade pela frente e de ser obrigado a aceitá-la mesmo se atestar contra sua consciência individual, e neste caso terá que optar entre abdicar à razão ou desobedecer ao papa. Felizmente, o ortodoxo e o protestante não correm este risco.


10º A Igreja Ortodoxa nunca se envolveu nos escândalos e sandices romanas

Exemplos: a Igreja Ortodoxa, diferentemente da Romana, nunca vendeu indulgências para o perdão dos pecados, nunca inventou um tribunal do Santo Ofício para exterminar quem não fosse ortodoxo, nunca vendeu relíquias “sagradas” (ex: dez toneladas de pedaços da cruz de Cristo) para enganar os trouxas, nunca fez uma Cruzada para saquear e matar romanos (enquanto os romanos saquearam Constantinopla na Quarta Cruzada), não tem um exército de padres pedófilos, etc. Se por um lado ela possui doutrinas errôneas, por outro lado é uma igreja decente, digna, que leva a fé com seriedade.

Vamos agora aos defeitos.


DEZ DEFEITOS DA IGREJA ORTODOXA

1º A Igreja Ortodoxa cultua os mortos

Ela crê em intercessão dos santos, e faz preces aos mortos para obter a intercessão deles no Céu. Ela também tem uma lista de “santos canonizados”, embora em muitos casos diferente da lista da Igreja Romana.


2º A Igreja Ortodoxa também restringe a consciência individual

Embora não tanto como na Igreja Romana, também há um certo grau de negação à consciência individual na Igreja Ortodoxa. Dificilmente alguém que não crê em imortalidade da alma (como eu) seria aceito na Igreja Ortodoxa, uma vez que isso é tido como dogma fundamental de fé (que dá base à sua crença no culto aos mortos). Embora em tese o patriarca não tenha todos os poderes que o papa tem, na prática torna-se muito difícil ser um ortodoxo discordando do patriarca, muito mais do que um evangélico que discorde de seu pastor.


3º A Igreja Ortodoxa batiza bebês

Ignore este ponto se você for presbiteriano :)


4º A Igreja Ortodoxa rejeita a Sola Fide

Semelhantemente aos romanos, os ortodoxos não creem na justificação pela fé, mas na justificação pela soma de fé + obras, onde as obras são vistas não como um produto da salvação, mas como parte dela.


5º A Igreja Ortodoxa rejeita a Sola Scriptura

O conceito de autoridade na Igreja Ortodoxa se distingue tanto do paradigma romano quanto do protestante. Eles não creem na Sola Scriptura, mas na soma de Escritura + Tradição. No entanto, não definem a tradição como sendo um conjunto de doutrinas ensinadas oralmente que não se encontram em parte nenhuma da Bíblia (tal como os romanos definem), mas sim de interpretações daquilo que está na Bíblia (o que se aproxima do conceito reformado sobre “tradição”). No entanto novamente, eles acabam usando essa tradição como uma forma de decidir o que a Bíblia diz e o que ela não diz, ao invés de usar a exegese da própria Bíblia.

No fim das contas, não é a Bíblia que serve de critério para a tradição, mas a tradição que serve de critério para validar algo da Bíblia. Assim sendo, em enquanto os protestantes creem em “Sola Scriptura” (tudo condicionado à Bíblia), na prática os romanistas creem em “Sola Eclesia” (tudo condicionado à interpretação do papa) e os ortodoxos em “Sola Tradição” (tudo condicionado à tradição do oriente). Este conceito ortodoxo sobre tradição e Escritura pode ser visto neste artigo do arcipreste George Florovsky.


6º A Igreja Ortodoxa não crê na atualidade de todos os dons

Embora neste quesito os ortodoxos estejam de acordo com os evangélicos mais tradicionais, é importante ressaltar que eles não creem no dom de línguas da forma como é manifesto nas igrejas evangélicas pentecostais, o que será um ponto negativo da perspectiva do pentecostal.


7º A Igreja Ortodoxa tem uma visão distorcida de “Igreja”

Não vou discorrer muito sobre isso porque já escrevi dezenas de artigos sobre o significado primordial de “Igreja”. Basicamente, basta dizer que o ortodoxo crê na Igreja no mesmo sentido institucional que o romano também crê. A diferença é que o ortodoxo crê que essa instituição é a ortodoxa, e o romano crê que é a dele (é claro). Isso conflita com o sentido primário e fundamental de “Igreja” à luz da Bíblia – a reunião de todos os crentes em Jesus Cristo, em qualquer parte do mundo.


8º A Igreja Ortodoxa crê em oração pelos mortos

E, além disso, creem que é possível ganhar ou perder a salvação depois da morte (mesmo pra quem foi ao inferno), o que pode ser bastante esquisito para quem tem uma mente ocidental, seja protestante ou papista.


9º A Igreja Ortodoxa crê em alguns dogmas marianos

Os ortodoxos não creem que os irmãos de Jesus tenham sido “primos” dele (como a crença romanista proveniente da tese de Jerônimo), mas acham que os irmãos de Jesus eram filhos de José de um casamento anterior, e por isso creem na virgindade perpétua de Maria. Eles tiraram isso principalmente de um livro apócrifo do século II, que ficou muito famoso nos primeiros séculos e que influenciou o pensamento de alguns Pais da Igreja. Eles também creem na assunção de Maria, embora de forma distinta dos romanos. A assunção é na verdade mais propriamente uma ressurreição, que teria ocorrido três dias após a morte dela, e essa crença não é tida como um dogma, como é na Igreja de Roma.


10º A Igreja Ortodoxa crê em sete sacramentos

Os sete sacramentos são os mesmos da Igreja Romana. As igrejas reformadas entendem que há apenas dois sacramentos: a Ceia e o batismo.


• Considerações Finais

A pergunta final que me foi feita foi: “Por que os Reformadores não se aproximaram da Igreja do Oriente?”. Na verdade, eles tentaram fazer isso. Melanchthon, pelo menos, escreveu uma carta ao patriarca Joasaph II, a qual nunca foi respondida. Atualmente, a Igreja Ortodoxa mantém distância das igrejas protestantes, com exceção à Igreja Anglicana, a qual possui mais ligações doutrinárias com a ortodoxa, e tem tido uma constante aproximação.

De qualquer forma, uma aproximação maior ao ponto de unir as duas em uma só seria impossível, visto que a Igreja Ortodoxa, embora conserve em grande parte o conteúdo da fé apostólica e seja muito melhor que a Romana, ainda assim defende doutrinas contrárias aos principais pilares da Reforma – em especial à Sola Fide e à Sola Scriptura. Se unir aos ortodoxos num sentido ecumênico do termo implicaria em abrir mão de dois pontos importantíssimos para os reformados, o que com certeza nenhum protestante estaria disposto.

Definir em que ponto se encontra a Igreja Ortodoxa não é tarefa tão simples. Embora possa parecer fácil dizer que ela é um intermediário entre o protestantismo e o romanismo, isso vai depender de qual igreja evangélica e de qual movimento católico que se tem como parâmetro. Uma igreja protestante como a anglicana possui muito mais proximidade com a ortodoxia do que a Igreja Romana, mas uma igreja neopentecostal possui certamente uma distância monumental. Da mesma forma, embora o papa tenha se mostrado bem disposto a assinar acordos ecumênicos (não apenas com os ortodoxos, mas também com os evangélicos), há uma legião de romanos tridentinos que consideram os ortodoxos tão “hereges” quanto os “protestantes satânicos”. Por isso essa tarefa não é nada fácil, mas depende de pontos de vista.

Em todo caso, e falando agora apenas por mim, não vejo qualquer razão consistente para deixar o protestantismo para se unir à Igreja Ortodoxa, por maior que seja nossa consideração para com os irmãos orientais. Há erros grosseiros em algumas igrejas protestantes? É claro que sim. Mas um erro não se resolve com outro erro, mas com um acerto. E eu não entendo que o acerto seja aderir à Igreja Ortodoxa – que também tem erros sérios – mas voltar ao Cristianismo primitivo puro e simples, ou ao mais próximo que possamos chegar dele.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (www.lucasbanzoli.com)


-Meus livros:

- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.

- Acesse o meu canal no YouTube clicando aqui.


-Não deixe de acessar meus outros sites:

LucasBanzoli.Com (Um compêndio de todos os meus artigos já escritos)
Apologia Cristã (Artigos de apologética cristã sobre doutrina e moral)
O Cristianismo em Foco (Artigos devocionais e estudos bíblicos)
Desvendando a Lenda (Refutando a imortalidade da alma)
Ateísmo Refutado (Evidências da existência de Deus e veracidade da Bíblia)
Estudando Escatologia (Estudos sobre o Apocalipse)
Fim da Fraude (Refutando as mentiras dos apologistas católicos)





[1] §882 do Catecismo Católico.

Comentários

  1. Obrigado pelo texto, muito informativo.

    Gostaria de pedir uma resposta maior sobre alguns pequenos pontos.

    9) Esse apócrifo sobre os filhos de José, foi excluído por ser herético ou por ser sem revelação divina? Não veria problema em serem filhos de José, se existir alguma "documentação histórica" do período sobre isso.

    4) Se a Fé se manifesta em Boas Obras, ou se ambas são requisitos para a salvação, qual a diferença na vida prática de um cristão? Me parece que de ambos os modos, ele deve ter Fé e Boas Obras.

    Quanto à Tradição x Sola Escriptura, será que realmente há uma diferença profunda? Se entendi corretamente, a tradição é a interpretação da bíblia que foi adotada pela igreja, baseada em algum concílio ecumênico. Ambos concordamos sobre os problemas de definir uma tradição baseado na opinião de um único bispo, mas e sobre um concílio ecumênico? Afinal são os bispos de todo o mundo cristão, será que Deus não está a favor de nenhum deles?

    Poderia também esclarecer mais os pontos 1 e 8 ?


    E, desculpe o desvio de foco, mas se possível comente um dia sobre os concílios da igreja primitiva, antes do Bispo de Roma assumir a postura arrogante, quando eramos todos irmãos em Cristo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não há nada de “herético” no livro apócrifo de Tiago, o problema é que este livro é extremamente tardio para ser inserido no cânon bíblico, datando do final do século II (todos os livros canônicos foram escritos por apóstolos ou por pessoas reconhecidas pelos apóstolos, até no máximo finais do século I). O fato é que o apócrifo de Tiago faz várias afirmações das quais não se pode mostrar nem uma única linha de evidência, ou seja, ele fala de coisas que supostamente teriam ocorrido duzentos anos antes, sem ser testemunha ocular de acontecimento nenhum, e sem conhecer ninguém que tivesse sido testemunha ocular.

      O livro ainda faz afirmações meio fantasiosas e difíceis de se acreditar, como por exemplo que Maria quando engravidou tinha 13 anos (se não me falha a memória) e que José já era bem velhinho. Eu não creio que Deus daria um homem velho e quase morrendo para ser marido de uma mulher de 13 anos(!), e muito menos que Maria tenha dado à luz com 14 anos, quando o corpo da mulher nem está suficientemente adequado para dar à luz a uma criança. Por essas e outras razões este livro não serve de base para fundamentar doutrina alguma (embora não seja “herético”, porque foi escrito por cristãos e não por gnósticos, tal como o livro de Tomé, Maria Madalena, Judas, etc).

      A tese de que os irmãos de Jesus eram filhos de José esbarra em três problemas sérios:

      1) A Bíblia não diz que José nunca teve relações sexuais com Maria, mas sim que não teve “ATÉ QUE” nascesse Jesus (Mt.1:25).

      2) A Bíblia não diz que Jesus foi o filho único de Maria, e sim o seu primogênito (Mt.1:25).

      3) A Bíblia não diz que os irmãos de Jesus eram filhos somente de José, porque se assim fosse eles não poderiam ser legitimamente considerados “irmãos” de Jesus, já que biologicamente falando Jesus era filho apenas de Maria, então para ter irmãos seria necessário que fosse de Maria e não apenas de José.

      Sobre as outras questões:

      - Sem dúvida a fé e as obras são necessárias, a discussão é qual a função que elas exercem. Os evangélicos creem que o homem é justificado pela fé, e que neste momento ele está salvo, sendo que as boas obras são o que demonstram que esta fé é genuína (salvífica). Os católicos, ao contrário, entendem que as obras salvam junto com a fé, ou seja, que as obras não são uma consequencia da salvação e sim uma das CAUSAS da salvação. E essa diferença é fundamental sim, ainda que pareça superficial a uma primeira vista.

      - A tradição da Igreja Ortodoxa não é a tradição de toda a Igreja, mas somente a tradição que se desenvolveu no oriente. Da mesma forma, a tradição da Igreja Romana não é a tradição de toda a Igreja, mas somente a tradição que se desenvolveu em Roma. Ou seja, nenhuma das duas pode legitimamente se apoiar na autoridade da “tradição” para usurpar a Bíblia. Os concílios ecumênicos não resolvem a questão, porque romanos, ortodoxos e protestantes reformados aceitam estes concílios, ou seja, se fosse só por isso não chegaríamos a lugar algum.

      - Os concílios não resolviam cada milímetro da doutrina cristã, mas apenas as questões mais centrais e importantes que estivessem sendo colocadas em xeque em uma determinada época (por exemplo, a trindade, divindade de Cristo, encarnação, crucificação, etc, coisas básicas). E mesmo assim esses concílios não devem ser tidos como infalíveis, e nem a Igreja da época os considerava infalíveis, Agostinho dizia que o conteúdo dos concílios tinha que se submeter à autoridade máxima das Escrituras. Muitas vezes o resultado de um concílio já estava decidido de antemão pelo imperador, e o que rolava ali era um mero “debate” de fachada. O concílio que condenou Nestório, por exemplo, o condenou antes que o próprio Nestório e seus seguidores estivessem presentes! Eles se atrasaram, e quando chegaram descobriram que já estavam “condenados”. Havia muita “politicagem” nestes concílios, da época em que o imperador já exercia grande influência nas decisões da Igreja.

      - Os pontos 1 e 8 que você quer que explique são dos pontos favoráveis ou contrários?

      Excluir
    2. Dos contrários, e muito obrigado pelas respostas até aqui.

      Excluir
    3. Sobre a questão da vida após a morte na ortodoxia, veja o que certo livro de um autor ortodoxo afirma sobre o assunto na visão deles:

      “Após a morte, o estado da alma só pode ser alterado por uma intervenção outra, da Igreja e de seus santos, por meio das orações e serviços litúrgicos (...)O fato é que a alma enfrentará o terrível obstáculo dos poderes tenebrosos após a morte, que buscarão impedir sua subida até os céus e mergulhá-la e escravizá-la no inferno” (http://panortodoxia.blogspot.com.br/2014/08/a-vida-apos-morte-segundo-tradicao_18.html)

      “Na ascensão da alma pelos ares rumo ao Paraíso ela é acompanhada por anjos, principalmente pelo anjo psicopompo, encarregado de guiá-la até o Trono de Deus. Mas assim como no momento da morte existem batalhões de demônios prontos a arrastar a alma, assim também em seu vôo para Deus ela enfrenta oposição e resistência dos poderes das trevas, que se postam no caminho até o Paraíso e a investigam, inquirem e ameaçam de acordo com as paixões que possua e os pecados que tenha cometido. Os demônios se estabelecem no caminho da alma em ''estações'' progressivas, cada uma delas ligada a uma paixão ou a determinados tipos de pecado. Ao passar por casa uma destas estações, a alma é atacada por estes poderes, que buscam tirá-la das mãos do anjo da guarda e do anjo psicopompo e levá-la para os abismos do Hades. Em cada uma destas 'estações', ou 'telônios', os príncipes da obscuridade investigam se a alma possui aquilo que pertence a eles, demônios, ou seja, más paixões. Uma vez que estas paixões correspondentes aos telônios sejam encontradas, a alma, para prosseguir, deve 'pagar' com elementos de si mesma, ou então com virtudes e bons atos que compensem os maus feitos e os vícios. Nesta batalha, os anjos ajudam a alma reunindo tudo de bom que ela tenha feito como também as orações da Igreja que são feitas ao seu favor. Caso a alma não os possua de modo suficiente a passar por aquela estação específica, é arrastada pelos demônios a ela associados e fica sob seu poder, acorrentada e torturada, até que a Misericórdia de Deus a liberte” (http://panortodoxia.blogspot.com.br/2014/08/a-vida-apos-morte-segundo-tradicao_21.html)

      “Outro ponto a ser notado, é que as ''toll houses'', ou ''telônios aéreos'', não devem ser confundidos com a doutrina católica-romana do ''purgatório'', que é condenada na Igreja Ortodoxa e que será tratada de maneira mais precisa em outra parte do livro. Não se deve também pensar que após a morte a alma está sob poder total dos demônios, e sim compreender que quem não se fez completamente livre das próprias paixões e pecados durante a vida terrena, tampouco se libertará facilmente deles após a morte” (http://panortodoxia.blogspot.com.br/2014/08/a-vida-apos-morte-segundo-tradicao_21.html)

      Excluir
    4. Em relação aos santos canonizados, grande parte dos santos da Ortodoxa são os mesmos da Romana, mas depois do Cisma (em 1054 d.C) cada um começou a canonizar seus próprios "santos" por si próprio, por isso existem muitas diferenças nas listas de cada um. E a Igreja Ortodoxa decidiu canonizar também mais outros "santos" do passado (que não constam na lista da Igreja Romana), inclusive alguns bastante contestáveis. Ela canonizou o imperador Constantino, que já depois de convertido assassinou sua esposa, seu cunhado e dois de seus próprios filhos. Foi batizado somente nos últimos dias da vida, e por padres arianos. E é um "santo" na Igreja Ortodoxa... e muito admirado na Igreja Romana.

      Excluir
  2. Pois é Lucas. Eu acabei de ler seu comentário acima que indica uma das muitas fontes quem andam afirmando que José era pai de Tiago, José, Simão e Judas, os conhecidos irmãos de Jesus em Mateus 13:55. Em sendo ele velho, dizem, então era viúvo quando casou com Maria, tendo levado para casa desta vários filhos do casamento anterior.

    Católico só apanha. Eles são lentos para raciocinar. Quer ver como se arrebenta com tudo? Como poderiam eles ser filhos de Jose se eram filhos de Alfeu?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Como seriam irmãos de Jesus se eram filhos de Alfeu? E Maria esposa de José?

      Não adianta querer justificar um "equivoco" com outro.

      Excluir
    2. Nenhum irmão de Jesus era filho de Alfeu. Essa mentira ultrapassada já foi refutada no artigo abaixo e em muitos outros:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/11/maria-de-clopas-tia-de-jesus.html

      Excluir
    3. Não estou dizendo que são. Mas a forma que o A Franco menciona o texto, passa a impressão que seja.

      Excluir
    4. Desatencioso, ϟ P®îmø ϟ, eu apenas construí uma pergunta em cima dos argumentos da apologética católica romana, que afirma desde muitos séculos que Tiago, José, Simão e Judas eram filhos de Maria de Cleofas, e que Cleofas e Alfeu são uma e a mesma pessoa. Entendeu?
      .
      Então vai a pergunta para voce outra vez: "Como poderiam eles ser filhos de Jose se eram filhos de Alfeu?"
      .
      Agora, tem um problema maior ainda: Alfeu era também pai de Mateus:
      .
      "E, passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na alfândega, e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu", Marcos 2:14.
      .
      Agora veja a lista dos supostos primos de Jesus, filhos de Alfeu/Cleofas, citada por Mateus:
      .
      "Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?", Mateus 13:55.
      .
      Onde está Mateus?
      .
      Quer mais uma? Cleofas e Alfeu jamais foram a mesma pessoa! E pior: É possível que o nome CLEOFAS tenha sido uma adulteração de CEFAS.
      .
      Veja a mágica: "CLEOFAS". Tira o L e o O que vai dar CEFAS!
      .
      Quer mais provas?

      Veja quem era filho de Pedro. Ele mesmo escreve: "A vossa co-eleita em Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos", 1 Pedro 5:13. Filho aqui foi a mesma palavra usada para aproximar João e Tiago de Zebedeu, que era pai dos dois.
      .
      Pedro era casado? Evidente que era ERA!
      .
      Agora veja para onde ele foi no meio da noite quando se viu livre de um aprisionamento feito por Herodes. Veja quem era a mãe de João Marcos:

      "E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam", Atos 12:12.
      .
      Agora veja o que acontece com a CRIADA que atende a porta com as batidas de PEDRO: " E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina ( a criada ) chamada Rode saiu a escutar; E, CONHECENDO A VOZ DE PEDRO, de gozo não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta", Atos 12:13.
      .
      Ela estava familiar com Pedro: RECONHECEU A VOZ DELE!
      .
      Algum católico já se perguntou por que? Aliás, qual é o primeiro lugar que um preso vai ao ser liberto da cadeia? SUA CASA!
      .
      Como é o nome da mãe de João Marcos? É Maria não é?
      .
      Agora veja isso: "E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, e MARIA mulher de CEFAS, e Maria Madalena", João 19:25.
      .
      Se aí for CEFAS ao invés de CLEOFAS?
      .
      Sabia que João foi o primeiro e unico evangelista a chamar Simão de CEFAS?
      .
      “E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)”, João 1:42.
      .
      Jã pensou se eu estiver certo?
      .
      Eu estou envolvido com um artigo sobre os irmãos de Jesus que vai dar muito o que falar. Aguarde que vem por aí problemas enormes pra vocês!

      Excluir
    5. E tem mais caros senhores católicos; nesse caso, o Cleofas de João 19:25 não tem ligação alguma com o Clopas de Lucas 24 no caminho de Emaús. Isso pode ter sido uma alteração católica romana apenas para desparecer com a esposa de Pedro no relato da crucificação. Esse Clopas do caminho de Emaús (ainda estou pesquisando) pode muito bem ser conectado ao Cefas de Paulo em 1 Corintios 15:5. Veja o que acontece antes de Jesus aparecer ressuscitado para aos discípulos pela primeira vez:
      .
      “..E eis que no mesmo dia (da ressurreição) iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús.
      .
      14 E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido.
      .
      15 E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles.
      .
      16 Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.
      .
      17 E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?
      .
      18 E, respondendo um, cujo nome era Cléopas...”, Lucas 24.
      .
      A maioria das traduções trás Clopas.
      .
      Agora veja o que Paulo diz sobre aqueles que viram Jesus ressuscitado:
      .
      “E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos”.
      .
      Esse Cefas não pode ser Pedro, pois Pedro não viu o Senhor a não ser quando ele aparece aos onze pela primeira vez, e isso ocorre depois que Jesus aparece a Clopas. Observe que Clopas - no caminho de Emaus, insisto - diz a Jesus sobre alguns que foram ao túmulo, e depois de citar as mulheres que ali estiveram, ele fala o que aconteceu com Pedro e João quando lá foram:
      .
      “E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele NÃO VIRAM”.
      .
      A mesma cena vista por Lucas:
      .
      “Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e, abaixando-se, VIU SÓ os lençóis ali postos; e retirou-se, admirando consigo aquele caso”, verso 12.
      .
      Agora vista por João 20:3-10
      .
      “...Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro.
      .
      4 E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
      .
      5 E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou.
      .
      6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis,
      .
      7 E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.
      .
      8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.
      .
      9 Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos.
      .
      10 Tornaram, pois, os discípulos para casa.
      .
      Não há registro nas Escrituras de que Jesus apareceu para Pedro antes de aparecer aos discípulos. O Cefas citado por Paulo não pode ser Pedro, mas pode ser Clopas!
      .
      Vejam este artigo onde afirma que houve um engano de tradução em Lucas 24:34 e referencias.
      .
      http://www.biblicaltheology.com/Research/RamsundarP02.pdf
      .
      Agora, tem um detalhe muitíssimo importante nesse texto de João, e ele está aqui nessas palavras: ELES VOLTARAM PARA CASA! Veja novamente no verso 10 o que acontece depois que Pedro e João deixam o túmulo:
      .
      “Tornaram, pois, os discípulos para casa”.
      .
      Essa casa onde Jesus lhes aparece pela primeira vez, trancados com medos dos judeus, é a mesma casa!
      .
      Essa casa ficava em Jerusalém, pois para correr e alcançar o túmulo tão rápido e voltar a residencia, eles não poderiam fazer de Cafarnaum até o sepulcro. Portanto, caros amigos católicos, Pedro ja havia se mudado para Jerusalém e, muito provavelmente, essa é a mesma casa em que ele foi após sair da prisão.

      Ainda não acabei. O artigo fica pronto em alguns meses...

      Excluir
    6. Apenas mais um detalhe, Banzoli. Veja isso:

      "Pedro vai em primeiro lugar para esta casa depois que ele sai da prisão, uma ação que sugere que sua família vivia nesta casa. Em Gal 1:18 Paulo escreve ter ficado quinze dias com Pedro em Jerusalém...
      .
      Nos tempos do Segundo Templo as filhas poderiam herdar de suas mães. A esposa de Pedro, ou a sua sogra, que possuiu a casa em Cafarnaum, poderia ter comprado a casa Jerusalém de sua herança, ou da venda de sua casa em Cafarnaum... quando a família mudou-se da Galiléia.
      .
      A sogra de Pedro provavelmente havia morrido por esta altura, deixando a casa a sua filha, mas sob a lei judaica Pedro teria o uso (usufruto) da casa de sua esposa e assim poderia acomodar os hóspedes, tais como Paulo. Todos estes elementos apontam para a conclusão de que Maria, mãe de João Marcos era a esposa de Pedro e João Marcos foi o filho de Pedro.
      .
      Citado em, "The Three Pillars: How Family Politics Shaped the Earliest Church and the Gospel of Mark" - Barbara J. Sivertsen, pag 58.

      Excluir
    7. Muito bom, Alon!

      Espero o seu artigo ansiosamente!

      Excluir
    8. Banzoli, o texto fala por si só. A casa era mesmo de Pedro e sua família. Pedro sabia que este seria o primeiro lugar que Herodes mandaria dar uma batida para procurá-lo e, por esse motivo, ele não ficou ali. A criada não abriu a porta para Pedro, mas ele continuou insistindo nas batidas...

      "... Mas Pedro perseverava em bater e, quando abriram, viram-no, e se espantaram.
      .
      E acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar.
      .
      E, sendo já dia, houve não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que seria feito de Pedro.
      .
      E, quando Herodes o procurou e o não achou, feita inquirição aos guardas, mandou-os justiçar. E, partindo da Judéia para Cesaréia, ficou ali", Atos 12:16-19

      A revelação da Palavra de Deus é muito interessante!



      Excluir
  3. Artigo interessante. Mas eu tenho menos simpatia que você, irmão Lucas pela ortodoxia oriental. Sou da opinião que este grupo cristão sofre de alguns defeitos que tornam quase impossível sua adesão aos ideais da reforma. Você ressaltou que a igreja anglicana (minha igreja) tem similaridades com a ortodoxia, mas todas as tentativas de conciliação falham pela teimosia em manter as praticas antibiblicas (veneração de santos, culto aos elementos eucarísticos e tradição separada da escritura). Além disso, ortodoxo não vê a salvação com os olhos que nós protestantes, já que eles negam a noção da depravação total do ser humano, influenciados pelo estoicismo. Também a o ódio de muitos ortodoxos tradicionalistas por tudo que é ocidental, e particularmente por S.Agostinho, viso como pai dos "erros do ocidente" (sério, eles usam esta expressão) e fingem que o aspecto forense não existe na justificação. Também há um lento, mais firme processo de entrada da teologia liberal entre eles, até li que um bispo chamou certos aspectos do missal de "superstição", coisa impossível há 50 anos atrás. E também há o fato que estes não tem sentido de progresso na doutrina, algumas apologias destes parecem baseadas em argumentos ad antiquitem. Claro esta denominação tem aspectos interessantes (enfase na santificação e nos sacramentos) mas até estes o protestantismo absorveu no esquema maior de doutrinas da graça, como a santificação wesleyana, a sacramentologia de Calvino, a união mistica de que falam luteranos e calvinistas e a incorporação da theosis no protestantismo por meio de teólogos anglicanos. Logo, acho que a ortodoxia apresenta bem mais problemas que soluções ao mundo teológico.
    Um abraço do seu irmão em Cristo, Gabriel.

    ResponderExcluir
  4. 1 Timóteo 4
    Ouvir
    1 Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;
    2 Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência;
    3 Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;
    4 Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.
    5 Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada.
    6 Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.
    Se vcs entenderem está passagem bíblica vai ver q fala sobre a santíssima eucaristia

    ResponderExcluir
  5. Gostei do seu artigo. E acresecento mais uma boa coisa que observei nas igrejas ortodoxas: o respeito e silêncio dos fiéis na hora da missa.
    As igrejas protestantes e mesmo católicas andam muito barulhentas !

    ResponderExcluir
  6. Caro Lucas Banzoli:

    Primeiramente quero parabenizar pela forma serena como vc abordou a questão das "Semelhanças e Diferenças Entre Protestantes e Ortodoxos", embora o artigo não mostre as diferenças e semelhanças, mas, os aspectos que pessoalmente lhe parecem positivos e negativos do ensino Ortodoxo. Entendo tb que é praticamente impossível falar de semelhanças e diferenças, uma vez que o Protestantismo não possui unidade teológica, o que faz com que num ponto em que uma Igreja Protestante seja semelhante à Ortodoxia, em outra Igreja protestante seja diferente, como vc bem demonstra na conclusão do artigo. Exemplo disto temos no ensino sobre os sacramentos e governo da Igreja (nos quais nenhum dos Reformadores concordam entre si).

    Curiosamente, existe um tema em que quase a totalidade dos herdeiros da Reforma hoje, sem o saberem, discordam dos Reformadores, que por incrível que pareça, é um dos poucos temas onde os Pais da Reforma têm unidade e estão em perfeita harmonia com o ensino Ortodoxo: que Maria é sempre Virgem é deve ser chamada de Mãe de Deus.

    Nasci em uma família Presbiteriana e durante 20 anos exerci o ministério pastoral (15 no Presbiterianismo e 5 no Anglicanismo). Fui professor dos Seminários Presbiterianos, Anglicano e Episcopal Carismático (todos na cidade do Recife), nos quais lecionei Teologia e História da Igreja. O aprofundamento nas reflexões sobre a teologia reformada e minhas experiências eclesiásticas, levaram-me a encontrar na Igreja Ortodoxa a resposta às minhas indagações e apaziguamento dos meus conflitos espirituais ao beber das autênticas fontes e raízes da Fé Cristã. Converti-me à Fé Ortodoxa e após sete anos do meu aprofundamento no ensino da Igreja, fui ordenado Padre em 2010. Estou à frente de uma Paróquia aqui no Recife, onde a maior parte dos Fiéis são advindos do Protestantismo.

    Em seu artigo, encontrei alguns equívocos de compreensão do ensino Ortodoxo, particularmente nos ítens 1, 2 e 5. Para alguns podem ser encontradas explicações em meu canal do Youtube (Padre Mateus https://www.youtube.com/channel/UCMEevrd1aQFCjEO5ksFe7GQ), em meu blog "Observatório Ortodoxo" (https://antonioeca.blogspot.com.br) ou em perfil no facebook (Arcipreste Mateus https://www.facebook.com/antonio.mateus.526) ou pode falar diretamente comigo, que terei o máximo prazer em responder.

    Quanto à questão do retorno ao Cristianismo primitivo, devo destacar que das Igrejas que compõem a Igreja Ortodoxa, não há uma sequer que tenha sido fundada por um dos Apóstolos; e que todas as Igrejas que estão nas Sagradas Escrituras e para as quais as Epístolas Apostólicas foram destinadas, existem até o dia de hoje e todas elas são Ortodoxas, exceto Roma que no início do segundo milênio, se apartou, e seguiu por um caminho próprio.

    Atenciosamente,

    Pe. Mateus

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Padre Mateus.

      Em princípio, achei necessário corrigir algumas coisas que o sr. afirmou. É claro que eu entendo muito pouco da Igreja Ortodoxa, e o Sr. com certeza sabe muita coisa sobre o protestantismo, já que veio do nosso meio. Mas o sr. errou em dois pontos. Bom, que os reformadores tinham uma compreensão acerca de Maria e fizeram uma ou outra menção que dá a entender que eles, pessoalmente, criam na virgindade perpétua, por exemplo, isso não negamos. Agora, nenhum deles desenvolveu uma mariologia. Eles podiam crer a priori que Maria era perpetuamente virgem por exemplo. Mas, não dedicaram mais do que poucas e rarissimas linhas a esse assunto. Por exemplo, outro dia eu rebati um romanista que afirmou que Calvino era um devoto de Maria. Calvino não faz mais do que uma breve menção ao fato dela não ter tido outros filhos, até onde sei. E onde sei de fato, seja pelos escritos de Calvino, Lutero e Zwingli, a mariologia sequer foi um tema relevante. Tanto é que desapareceu do protestantismo em pouco tempo.
      E quanto as discordâncias teológicas entre os reformadores, foram poucas - mas embora poucas, infelizmente, foram fortes o suficiente para impedir que se unissem, como no caso da discussão em torno da presença real de Cristo na ceia. Embora estivessem em pleno acordo em todos os demais pontos principais, como o credo nicênico, a justificação pela fé, o Sola Scriptura, etc.

      Que Deus lhe abençoe.

      Fabiano Dias

      Excluir

Postar um comentário

ATENÇÃO: novos comentários estão desativados para este blog, mas você pode postar seu comentário em qualquer artigo do meu novo blog: www.lucasbanzoli.com