"Se não fosse pelas cruzadas..."


Um pensamento popular muito comum no parecer dos católicos e de muitos evangélicos é que as cruzadas foram algo positivo, que foi de alguma forma providencial para impedir que os muçulmanos dominassem o mundo. É comum ouvirmos de católicos e protestantes a alegação de que devemos agradecer aos cruzados o fato de não nos chamarmos “Muhammad”, porque, de outra forma, estaríamos falando árabe hoje. Essa visão obscurantista, no entanto, não retrata em nada a realidade. Não apenas as cruzadas não “salvaram o mundo” dos muçulmanos, como também nos deixou um enorme legado negativo, que mostrarei resumidamente neste artigo.


• Jerusalém: Terra Santa?

As cruzadas tiveram um objetivo primordial: reconquistar a “terra santa” (Jerusalém) das mãos dos muçulmanos, que a haviam tomado em 637 d.C. No entanto, Jerusalém também é considerada “terra santa” por judeus e muçulmanos, e se alguém tinha um “direito legal” pela terra não eram os cristãos, mas os judeus, que eram donos da terra por um milênio, muito mais do que o tempo em que a terra passou nas mãos dos cristãos ou dos muçulmanos. E se a terra tivesse que ser considerada “cristã” pelo fato dos muçulmanos a terem ganhado à força no século VII, então pelo mesmo motivo teriam que considerá-la território judaico, uma vez que os judeus também perderam Jerusalém na base da espada.

Ou seja: juridicamente falando, não havia nenhuma razão para considerar Jerusalém território “cristão”. O único argumento cabível era o religioso, mas por este mesmo argumento judeus e muçulmanos também desejavam a terra. Além disso, o próprio Senhor Jesus revogou completamente a tese de que existe um lugar mais santo do que outro, pelo qual os cristãos tivessem que lutar para conquistar o território custe o que custar. Isso fica claro na discussão com a samaritana, registrada em João 4:

“’Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar’. Jesus declarou: ‘Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém’” (João 4:20-21)

A mulher samaritana achava que Samaria era a “cidade santa”, o local mais apropriado para a adoração a Deus, em contraste com os judeus, que identificavam Jerusalém como sendo este lugar santo. Mas Jesus, representando aquilo que deveria ser o posicionamento dos cristãos, afirma que não é nem Samaria e nem Jerusalém. Em vez de um território geográfico mais “santo” do que outro, o foco passaria a ser o coração do próprio adorador sincero:

“No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura (João 4:23)

Em vez de decidir por Jerusalém ou por Samaria, Jesus aponta para aquilo que é realmente importante: os próprios adoradores. A realidade não era mais de uma “terra” santa, mas de um “coração” santo. E onde quer que dois ou três estivessem reunidos em Seu nome, ali estaria aquele que é “santo, santo e santo” (Is.6:3), o próprio Senhor Jesus (Mt.18:20). Portanto, juridicamente falando, não havia base legal para considerar Jerusalém território cristão, e muito menos religiosamente. Não é de se espantar que algo que tenha começado mal terminasse mal.


• Assassinato de judeus

Como ficou claro através do tempo, o objetivo dos cruzados não era restabelecer Jerusalém aos judeus, nem tampouco aos cristãos que detinham na época em que era território cristão (i.e, aos ortodoxos), mas era para ficar com ela mesma, a Igreja Romana. Se algum judeu pensou em algum momento que a Igreja Romana estava do seu lado para ajudá-lo, se deu muito mal. Na primeira cruzada, convocada pelo papa Urbano II (em 1095), os cruzados aproveitaram a ocasião para queimar sinagogas judaicas por onde passavam, violentando as mulheres e assassinando as crianças. Ninguém era poupado. Os cruzados mal distinguiam judeus e árabes, optando por matar todos, de qualquer idade ou gênero, por onde quer que passassem.


• O saque de Constantinopla

Como o tempo mostrou, o propósito de salvar Constantinopla para os ortodoxos não era porque a Igreja Romana era boazinha e queria fazer o bem socorrendo amigavelmente os seus “irmãos” orientais, mas sim porque queria tomá-la para si, alargando ainda mais o seu poder e esmagando ainda mais o pouco que havia sobrado do catolicismo oriental após tantos abusos que já havia sofrido. Durante a quarta cruzada, o exército do papa decidiu mudar o rumo da viagem e dar uma passadinha por Constantinopla, a principal cidade dos ortodoxos, apenas para arruiná-la completamente. Um site ortodoxo comenta:

“Esta separação oficial, decidida pela Igreja Romana, teria sua confirmação em 1204, quando os cruzados, que se intitulavam cristãos, assaltaram Constantinopla, saquearam e pilharam, fizeram entrar as prostitutas que traziam consigo para dentro do santuário de Santa, sentaram uma delas no trono do Patriarca, destruíram a iconostase e o altar, que eram de prata. E o mesmo aconteceu em todas as igrejas de Constantinopla”[1]

Depois de saquear a principal cidade dos ortodoxos e arruinar por completo a relação já tensa entre as duas facções, os cruzados fundaram o “Império Latino de Constantinopla”, em 1204, e só em 1261 é que os gregos a reconquistaram. A Igreja Romana nunca pagou um único centavo à Igreja Ortodoxa daquilo que roubou.


• Assassinato de crianças e estupros de mulheres muçulmanas

Os cruzados também demonstraram uma desumanidade sem precedentes nas conquistas que tiveram durante a primeira cruzada. Por onde passavam e conquistavam, assassinavam todos: homens, mulheres, velhos, adultos, crianças, bebês, sem mencionar o estupro das moças. A brutalidade e selvageria com a qual os cruzados católicos agiam eram tamanha que impressionou os próprios muçulmanos, que também não eram boa gente. Prova disso é que quando Saladino reconquistou Jerusalém e teve a oportunidade em suas mãos de dar o troco e matar todo mundo, preferiu poupar os cristãos e a igreja do Santo Sepulcro, sem devolver as atrocidades. Ou seja: a ICAR conseguia ser pior do que os fanáticos jihadistas da época.


• Morte e escravidão de crianças

Um fato desconcertante ocorrido em 1212 foi a famosa “Cruzada das Crianças”, onde os católicos prometeram a salvação às crianças que fossem lutar contra os jihadistas árabes. Milhares de crianças deixaram suas casas e abandonaram as suas famílias para servir a este propósito. Resultado: centenas morreram durante o percurso, e as outras milhares que sobraram foram vendidas como escravas no norte da África. Se os católicos romanos não poupavam nem suas próprias crianças, não impressiona que tenham assassinado as judias e muçulmanas.


• O massacre dos pobres

Na primeira cruzada, cerca de 40 mil pessoas dentre as mais pobres da época se juntaram a Pedro, o Eremita. Elas foram atacar os muçulmanos sem armamento, sem escudo, sem flechas, sem lança, sem nada. Foram iludidas com a promessa do papa de que quem lutasse nas cruzadas estaria garantido no Céu, e sem precisar passar pelo purgatório. Quando os muçulmanos viram o exército de mendigos, atiraram flechas e mataram geral. Não teve nem guerra. Foi um massacre. Nem o papa e nem os nobres impediram essa cruzada fadada ao fracasso, visto que estes camponeses pobres eram um peso ao Estado católico, e morrerem em guerra não era nada mal.


• Fracasso atrás de fracasso

Em termos políticos, as cruzadas foram um fracasso total. Resumidamente, os cruzados católicos venceram a primeira, e perderam todas as outras oito. Estima-se que morreram em média 3 milhões de pessoas, boa parte deste contingente dos próprios católicos que levavam uma paulada atrás da outra dos muçulmanos, e dos peregrinos e imigrantes católicos que eram mortos quando os muçulmanos reconquistavam uma cidade que havia sido tomada pelos cruzados. Todas as cidades que foram temporariamente tomadas pelos cruzados foram posteriormente retomadas pelos muçulmanos, ou seja, os ataques não adiantaram nada. E mesmo tendo sido massacrado na guerra, torrado os recursos econômicos europeus, assassinado crianças e mulheres, perdido milhões de soldados e manchado a história do Cristianismo por séculos, ainda há idiotas úteis que glorificam essa insanidade.


• Se não fosse pelas cruzadas...

Diferente do que pensam os ingênuos, se não fosse pelas cruzadas...

• Você continuaria falando português (não se preocupe).

• Jerusalém continuaria no poder dos muçulmanos (e continuou mesmo depois das cruzadas, então não adiantou nada).

• A relação entre cristãos e muçulmanos seria menos tensa, pois estaria sem a mancha histórica de milhares de assassinatos de crianças e mulheres de forma covarde e completamente desnecessária, praticados pelos cruzados.

• A relação entre cristãos e judeus seria mais amena, pois os judeus não se lembrariam que queimaram suas sinagogas, estupraram suas mulheres e assassinaram seus filhos sem qualquer razão, e quando o alvo sequer eram eles.

• A relação entre católicos romanos e ortodoxos seria bem mais amena, pois todos os historiadores concordam que o saque de Constantinopla foi a gota d’água para a definitiva separação dos dois em termos políticos, consumando irreversivelmente a separação religiosa que já havia ocorrido dois séculos antes.

• Os ateus teriam muito menos argumentos para jogar na cara dos cristãos, e nós evangélicos não teríamos que justificar atrocidades cometidas por uma igreja apóstata que nem é a nossa e que não mantinha nem uma única gota de Cristianismo genuíno, mas poças inteiras de sangue nas mãos.

Adendo: Este artigo não é uma defesa do islamismo e muito menos de que os muçulmanos eram bonzinhos e estavam cobertos de razão em tudo o que faziam. Isso não é uma história em quadrinhos infantil que sempre tem um “lado do bem” lutando contra um “lado do mal”. Qualquer pessoa crescida que estude a história sabe perfeitamente bem que essa dicotomia existia em uma minoria de casos. Na maioria das vezes, como também aqui, os dois lados eram maus, estavam lutando por seu próprio poder, e para isso faziam o que fosse necessário. Não existe um “mocinho” nesta história. A única coisa que difere a máquina de terror católica da máquina de terror muçulmana é que a primeira foi domesticada com o tempo, e a segunda continua selvagem.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,


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Comentários

  1. A Igreja pode ter matado durante as cruzadas ? Sim. Mas hoje ela é a maior instituição de caridade do planeta. Já leu Tiago 1:27 ?

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    1. Sim, e você já leu Êxodo 20:13, 1 Pedro 4:15, João 8:44, Apocalipse 22:15 e 1 Timóteo 1:9?

      As únicas fontes que eu encontrei para a alegação de que a ICAR é "a maior instituição de caridade do planeta" são de blogs apologéticos católicos, ou seja, nenhuma fonte séria ou imparcial, com um mínimo de credibilidade. Mas dado o poder e riqueza da Igreja Católica somado ao fato dela possuir 1,2 bilhões de fieis no mundo, não duvido que ela seja a "maior instituição de caridade", da mesma forma que não duvido que ela seja a instituição com maior número de pedófilos, etc.

      Só me intriga o fato de que nestas listas oferecidas pelos blogs católicos constam como "caridade" as escolas católicas PAGAS, como por exemplo a PUC, cujo curso de Jornalismo aqui na minha cidade tinha uma mensalidade de "apenas" 1.200 reais por mês. Isso não é "caridade", é INVESTIMENTO. Caridade seria se abrissem escolas gratuitamente, e não criando faculdades caras e com mensalidade altíssima só para ricos. Caridade é quando a pessoa PERDE algo para o bem do próximo, e não quando ela LUCRA com algum tipo de empreendimento. Os caras criam uma faculdade paga para lucrar em cima disso, e ainda chamam de "caridade", chega a ser piada.

      O mesmo raciocínio se aplica à maioria dos demais empreendimentos das listas: quase todos eles pagos, que dão muito lucro à ICAR, e mesmo assim estão descaradamente incluídos nestas listas de "instituições de caridade" para fazer da Igreja Romana a "maior instituição de caridade do mundo". Ela cria escolas e hospitais pagos para lucrar em cima disso e ainda ajudar a limpar um pouco da história suja que possui. É uma estratégia esperta, confesso.

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    2. Curso de engenharia na PUC-Rio tem valor de 2.745,00
      Nossa!
      Que caridade!!!!

      Vou já estudar lá! Tá muito barato!!! rs

      Rodrigo.

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    3. Viu só que bonitinha a caridade da Igreja Católica? É por isso que ela é "a maior instituição de caridade do mundo"! rs

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    4. A maioria dos colégios particulares católicos são filantrópicos, ou seja, entre 23 e 25% do bruto da receita (embora a lei oriente que sejam 20%) deve ser revertido em bolsas 100% e/ou projetos educativos gratuitos conforme as normas da LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social. No caso dos salesianos do sul do Brasil além desse valor da Filantropia, uma parte bastante significativa é destinada a uma mantenedora que mantém 5 obras assistenciais de grande porte atendendo quase que o dobro de crianças e adolescentes dos colégios. Ou seja, a mensalidade que os “ricos” pagam é revertida em bolsas e mantem diversas obras sociais no sul do Brasil. Ainda que isso não seja suficiente para suprir a demanda.. pois ano após ano o governo federal vem sufocando não apenas as escolas católicas como também todas as obras assistenciais de identidade confessional…

      Eu tenho vários amigos que estudaram com bolsa na PUC-Rio. Eu mesma trabalhei em uma escola católica que mantinha um curso noturno gratuito para mil estudantes de baixa renda. E o mesmo acontece em diversas outras escolas e universidades católicas. Apesar disso, continua sendo verdade que a grande maioria dos alunos dessas escolas é rico? Sim! Mas a culpa é da Igreja e dessas escolas? Não! Vou explicar…

      Ensino de qualidade custa muito, muito caro. E, no Brasil, as universidades e escolas públicas são financiadas quase que exclusivamente com o dinheiro público. Ora, é IMPOSSÍVEL oferecer educação de qualidade gratuita para milhões e milhões de pessoas, somente com o dinheiro e a gestão do governo. E, como é o governo que paga tudo, ele se sente no direito de impor sua agenda ideológica ao conteúdo que é ensinado as crianças.

      Mas em muitos outros países não é assim. Nos Estados Unidos, o governo cobre somente 20 ou 40% do orçamento de universidades como Harvard ou Massachusetts; o resto da grana vem principalmente de doações de ex-alunos. Esse dinheiro financia pesquisas, manutenção do espaço físico, etc. e… muitas bolsas para estudantes de baixa renda!

      No Brasil, o máximo que o governo faz é conceder isenção fiscal para as escolas e universidades católicas que são reconhecidas como beneméritas. Mas ele não subsidia nada, não dá um centavo. O governo brasileiro, em vez de oferecer incentivo fiscal a doadores e subsídio a boas escolas particulares, prefere torrar o o triplo do que gastaria com isso em construir e manter escolas próprias. A maioria, como não poderia deixar de ser, é medíocre ou ruim, mas o governo fica satisfeito, pois estão todos os jovens e crianças aprendendo na sua cartilha.

      Soma-se isso à inexistência de uma cultura de doação às escolas, feitas por ex-alunos e empresários. Isso está começando agora a acontecer no Brasil, mas ainda é pouco significativo:
      http://www.estadao.com.br/noticias/geral,inspiradas-nos-eua-universidades-brasileiras-pedem-doacoes-a-ex-alunos-imp-,958614

      Eu já trabalhei nesse meio de escolas católicas, e sei do que estou falando: pelo excesso de generosidade com alunos de baixa renda, muitas estão à beira da falência. E outras que não estão falindo estão oferecendo um ensino de qualidade medíocre, pois não possuem orçamento suficiente para pagar professores mais gabaritados, investir em reformas mais caras, etc.

      Ou seja, no Brasil a situação é essa: as escolas católicas não podem fazer milagre e ir, em generosidade, além do que lhe permite a lei que protege a filantropia. As que vão além, e doam mais bolsas do que poderiam, acabam sendo obrigadas a baixar a qualidade do ensino.

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    5. Legal, mas por essa mesma lógica, qualquer colégio privado do Brasil é uma "instituição de caridade". A diferença é que os outros colégios privados são geralmente mais baratos do que os colégios católicos, e não tem isenção fiscal.

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  2. Lucas, cuidado com o macabeus!

    Ele se propôs a refutar até o irrefutável. Ele é o cara! Hehehehe

    Já reparou que tudo que ele lança como novidade vem do forno = inferno?
    = )

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    1. Hahahahahahahahahahaha

      Não consigo parar de rir!

      Acho que o próprio Macabeus saiu do "forno" (e vai voltar pra lá). HSUAHSUAHSUASH

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  3. Mais uma vez um ótimo artigo.Parece que o irmão leu minha mente rs.Eu ia pedir pra você falar sobre as cruzadas.Provavelmente você deve ter acompanhado católicos aproveitando o momento pra louvar as cruzadas esses dias no facebook.Eu me abstive de comentar porque não conheço muito a história das cruzadas,mais tinha certeza de que eles não foram heróis honrosos que os católicos estão tentando fazer parecer.

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    1. Os cruzados foram os mais covardes, sanguinários e desumanos da história antiga. Quanto mais eu estudo a história das cruzadas, mais assombrado eu fico. Estou estudando para fazer o meu TCC na pós de História sobre isso, e pretendo lançar um livro sobre o assunto. Quando eu terminar eu posto aqui no blog. Abs!

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  4. Francamente, eu achava que era só a inquisição, mas vejo agora que o exército do papa também matava, e muito!

    Espero que seu livro piore bastante as coisas para esses cruzados que tem fama de heróis.

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  5. Já comentei outras postagens aqui, sempre na condição de alguém que esteve assiduamente participando da igreja católica por mais de vinte anos, sempre alardeando com convicção que minha igreja era a maior instituição de caridade do mundo. Aos poucos foi caindo as escamas dos meus olhos e hoje percebo o que antes não tinha importância. Aqui na minha cidade ha um hospital católico que cobra procedimentos médicos como qualquer outro. Aqui também a ICAR constrói centros catequéticos geralmente em terrenos doados pela prefeitura e depois aluga toda estrutura para o município utilizá-los como sala de aula. Existem creches católicas aqui na região, todas bancadas com dinheiro do município mas quem leva a fama é a igreja. Cada vez mais a igreja se transforma em ONG. Esta é a verdade sobre a caridade que já foi minha bandeira no passado.

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  6. Eu queria a bibliografia que você usou sobre esse assunto, não conheço quase nenhum título decente e imparcial sobre isso. Só aquela coleção do Daniel Rops, que é católico.

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    1. Os fatos que eu apontei estão presentes em todos os livros sérios sobre cruzadas, inclusive nos escritos pelos católicos, a diferença é que os livros católicos passam de largo, em passos rápidos e tentando suavizar cada um destes acontecimentos, ou seja, não dão ênfase a isso, como se fosse um mero "detalhe". Mas se você quiser ler sobre as cruzadas na visão dos árabes, recomendo o livro "As cruzadas vistas pelos árabes" (de Amin Maalouf), e "O livro de Saladino" (de Tariq Ali).

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    2. ola amigo, e o q vc achou sobre as cruzadas, escritas pelo Daniel Rops? vi o titulo e queria saber sobre o q vc achou... obgd

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    3. Não li Daniel Rops ainda, trata-se de um autor controverso e contestado pelos próprios católicos. Até o Orlando Fedeli, um ferrenho apologista católico, afirmou que não se pode confiar em seus juízos históricos:

      http://www.montfort.org.br/old/perguntas/livro_historia_igreja.html

      Se quiser aprender sobre as Cruzadas, consulte a bibliografia abaixo:

      BAÇAN, L. P. As Cruzadas. Edição Eletrônica, 2010.

      BALLESTEROS, Manuel; ALBORG, Juan Luis. Historia Universal Hasta el Siglo XIII. 4ª ed. Madrid: Editorial Gredos, S. A., 1967.

      BASTOS, Plínio. História do Mundo - Da pré-história aos nossos dias. 3ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Império, 1983.

      BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do Cristianismo. São Paulo: Editora Fundamento, 2012.

      BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo. São Paulo: Fundamento Educacional, 2010.

      BRENTANO, F. Funk. Les Croisades.

      BROM, Juan. Esbozo de historia universal. 21ª ed. México: Grijalbo, 2004.

      BROOKE, Christopher. Europa en el centro de la Edad Media (962-1154). Madrid: Aguilar, 1973.

      CLIFF, Nigel. Guerra Santa. São Paulo: Editora Globo, 2012.

      COLLINS, Michael; PRICE, Matthew A. História do Cristianismo – Dois mil anos de fé. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

      DEVASTATIO CONSTANTINOPOLITANA. Contemporary Sources for the Fourth Crusade, tradução inglesa de A. J. Andrea, Leiden, 2000.

      DUCHÉ, Jean. Historia de la Humanidad II – El Fuego de Dios. Madrid: Ediciones Guadarrama, 1964.

      ECO, Umberto. Idade Média – Bárbaros, cristãos e muçulmanos. Portugal: Publicações Dom Quixote, 2010.

      FLEURY, Claude. Histoire Ecclésiastique. Volume V.

      FLORI, Jean. A Cavalaria: A origem dos nobres guerreiros da Idade Média. São Paulo: Madras, 2005.

      FLUCK, Marlon Ronald. História do Cristianismo: modelos, panoramas e teologia. Curitiba: Cia. de Escritores, 2009.

      FOURQUIN, Guy. Senhorio e Feudalidade na Idade Média. São Paulo: Edições 70, 1970.

      FRANCO, Hilário. As Cruzadas. São Paulo: Brasiliense, 1981.

      FRANCO, Hilário. Peregrinos, Monges e Guerreiros – Feudo-Clericalismo e Religiosidade em Castela Medieval. São Paulo: Editora Hucitec, 1990.

      FREI JOÃO DE JESUS CRISTO. Viagem de um peregrino a Jerusalém e visita que fez aos lugares santos em 1817. 2ª ed. Lisboa: Academia das Ciências, 1822.

      GESTA FRANCORUM, trad. De Rosalind Hill. Nelson’s Medieval Texts, 1962.

      GODOFREDO DE VILLEHARDOUIN. The Conquest of Constantinopla. Chronicles of the Crusades, tradução inglesa de M. R. B. Shaw, Londres, 1963, p. 58-59.

      GUNTHER DE PAIRIS. The Capture of Constantinople: The Hystoria Constantinopolitana, edição e tradução inglesa de A. J. Andrea, Filadélfia, 1997.

      HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. São Paulo: L&PM, 2015.

      HEERS, Jacques. História Medieval. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1974.

      JOHNSON, Paul. La historia de los judíos. Barcelona: Zeta, 2010.

      Excluir
    4. JOHNSON, Paul. La Historia Del Cristianismo. Barcelona: Zeta, 2010.

      LE GOFF, Jacques. A bolsa e a vida: economia e religião na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 2004.

      LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval – Volume I. Lisboa: Editorial Estampa, 1983.

      LE GOFF, Jacques. La Baja Edad Media. Madrid: Siglo XXI, 1971.

      LE GOFF, Jacques. Mercaderes y Banqueros en la Edad Media. 7ª ed. Buenos Aires: Editorial Universitaria de Beunos Aires, 1975.

      LENZENWEGER, Josef; STOCKMEIER, Peter; BAUER, Johannes B; AMON, Karl; ZINHOBLER, Rudolf. História da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

      LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944.

      LOYN, H. R. Dicionário da Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda, 1990.

      MAALOUF, Amin. As Cruzadas Vistas Pelos Árabes. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.

      MAGNOLI, Demétrio. História das Guerras. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2006.

      MALUCELLI, Laura; FO, Jacopo; TOMAT Sergio. O livro negro do cristianismo: dois mil anos de crimes em nome de Deus. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.

      MELO, Saulo de. História da Igreja e o Evangelismo Brasileiro. Maringá: Massoni, 2011.

      MICHAUD, Joseph François. História das Cruzadas – Volume Primeiro. São Paulo: Editora das Américas, 1956.

      MICHAUD, Joseph François. História das Cruzadas – Volume Quarto. São Paulo: Editora das Américas, 1956.

      MICHAUD, Joseph François. História das Cruzadas – Volume Segundo. São Paulo: Editora das Américas, 1956.

      MICHAUD, Joseph François. História das Cruzadas – Volume Terceiro. São Paulo: Editora das Américas, 1956.

      MONTEFIORE, Simon Sebag. Jerusalém: A Bibliografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

      MORRISSON, Cécile. Cruzadas. São Paulo: L&PM Pocket, 2009.

      NICETAS CHONIATES. O City of Bizantium: Annals of Niketas Choniates, tradução inglesa de H. J. Magoulias, DSetroit, 1984.

      NICHOLAS MESARITES. extracts translated in C.M. Brand, Byzantium Confronts the West, 1180–1204.

      PERNOUD, Régine. Os Templários. Portugal: Publicações Europa-América, 1974.

      PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzadas y El saco de Constantinopla. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005.

      PIRENNE, Henri. Historia económica y social de la Edad Media. México: Fondo de Cultura Económica, 1939.

      PIRENNE, Henri. Maomé e Carlos Magno. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1970.

      RANK, Michael. Cruzadas e os Soldados da Cruz: Os 10 Cruzados Mais Importantes. Digital Ediction, 2013.

      ROBERTO DE CLARY. The Conquest of Constantinople, tradução inglesa de E. H. McNeal, Nova York, 1936.

      ROPER, Hugh Trevor. A Formação da Europa Cristã. Lisboa: Editorial Verbo, 1975.

      RUNCIMAN, Steven. História das Cruzadas, Volume II: O Reino de Jerusalém e o Oriente Franco, 1100-1187. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2002.

      RUNCIMAN, Steven. Storia delle Crociate. Einaudi: Turim, 1966.

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    5. SAID, Edward W. Orientalismo – O Oriente como invenção do Ocidente. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

      SCHLUMBERGER, Gustave. Renaud de Châtillon, 1898.

      SOUTHERN, R. W. La Formacion de la Edad Media. Madrid: Revista de Occidente, 1955.

      SOUTHERN, R. W. Making of the Middle Ages. Londres, 1953.

      SPENCER, Robert. Guía políticamente incorrecta Del Islam (Y de las Cruzadas). Madrid: Ciudadela Libros, 2007.

      TORNELL, Ricardo Vera. Historia de la Civilización – Tomo I. Barcelona: Editorial Ramón Sopena, 1958.

      TORNELL, Ricardo Vera. Historia de la Civilización – Tomo II. Barcelona: Editorial Ramón Sopena, 1958.

      VALENTIN, Veit. História Universal – Tomo I. 6ª ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961.

      VALENTIN, Veit. História Universal – Tomo II. 6ª ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961.

      VARA, Julián Donado; ARSUAGA, Ana Echevarría. La Edad Media: Siglos V-XII. Madrid: Editorial universitaria Ramón Areces, 2010.

      VOYENNE, Bernard. Historia de la Idea Europea. Barcelona: Editorial Labor, S.A., 1979.

      WALKER, Wiliston. História da Igreja Cristã. 3ª ed. São Paulo: ASTE, 2006.

      WHITE, Matthew. O Grande Livro das Coisas Horríveis - a Crônica Definitiva da História das 100 Piores Atrocidades. São Paulo: Texto Editores, 2012.

      WOLFF, Philippe. O Despertar da Europa. Lisboa: Editora Ulisseia, 1973.

      Ou então leia o meu livro sobre o tema - "Cruzadas: O Terrorismo Católico", disponível na página dos livros:

      http://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html

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  7. Me lembro bem de um católico mal informado que debateu comigo uma vez falando que a igreja (ROMANA claro) foi a grande responsável pela preservação do cristianismo, pois os ortodoxos não puderam fazer nada.

    Minha resposta foi que Roma não teve NENHUMA preocupação com os muçulmanos por estar a milhares de quilômetros de distância, bem longe dos domínios de Saladino e CIA.

    Roma fez duas coisas muito estúpidas:

    1- Se meteu numa questão GEOPOLÍTICA que NÃO LHE DIZIA RESPEITO pagando caro por isso, e complicando ainda mais a situação dos cristãos que já não estava muito boa no Oriente Médio

    2- Matou, saqueou, pilhou, destruiu e assolou cidades inteiras, violentado mulheres judias e muçulmanas, além de - como o Lucas já ressaltou - Não devolver UM METRO DE TERRA BATIDA aos orientais / ortodoxos

    Isso só confirma o que eu já suspeitava:

    A ESTUPIDEZ DE ROMA NÃO É DE HOJE.

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  8. Olá Lucas.

    Queria saber o que você acha da obra do historiador Daniel Rops (ou é Hops, algo do tipo), que é um católico cuja obra muitos católicos jovens que têm a ambição de defender a fé almejam para si. Se é que você conhece a obra de Daniel. Agradeço desde já.

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    1. Vendo o tanto de católico que cita este autor como se fosse o supra-sumo da História (por ser teoricamente um dos únicos que supostamente defende as sandices que eles afirmam nos debates) eu também procurei comprar os livros dele sobre história da Igreja, mas são dez volumes que não encontrei por menos de 700 reais na internet, dinheiro este que não disponho no momento, ainda mais levando em conta que já tenho que comprar outros livros que são prioridades no momento.

      De todo modo, embora os católicos citem tanto Daniel Rops ao ponto de parecer que este é o maior historiador que o mundo já viu, quase nada se pode encontrar sobre ele pesquisando na internet, ou seja, é mais um autor que só é aclamado pelos católicos porque concorda com eles, e não porque realmente tenha algum prestígio ou reconhecimento na academia. Até o prof. católico fanático, Orlando Fedeli, disse a um leitor para NÃO PRESTAR CONFIANÇA EM SEUS JUÍZOS HISTÓRICOS:

      http://www.montfort.org.br/old/perguntas/livro_historia_igreja.html

      Se um católico ferrenho diz que este autor não é confiável, então ele não deve ser confiável mesmo...

      Para piorar, o Bruno Lima, há algumas semanas atrás, viu que na página em que o católico citava Rops em defesa da inquisição não havia nada do que ele estava argumentando. Ou seja, o católico estava inventando uma citação inexistente, e a atribuindo ao Rops. O que não surpreende em se tratando de apologética católica, por definição mentirosa.

      Abs.

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  9. Excelente trabalho, Lucas!!!

    Eu sempre soube que você seria uma pedra enorme no sapato deles. = )

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  10. Olá Lucas, tenho acompanhado seu Blog e gosto muito nesse embate contra os Católicos enraivecidos, a minha dúvida recai em não ter encontrado citações de sua parte, a estes historiadores a seguir: Jacques Le Goff , considerado um dos maiores historiadores do século passado, autor de vários livros sobre a idade média; Historiador Agostinho Borromeo, professor da Universidade de La Sapienza de Roma, juntamente com vários outros historiadores, analisaram milhares de documentos primários sobre a inquisição e produziram um livro sobre a inquisição chamado "L’Inquisione", estes e muitos outros historiadores sérios ''desmistificaram'' a inquisição e as cruzadas.
    Como lidar com isso? Uma vez que o Paul Jonhson merece créditos Imparciais, como lidar com esses supostos historiadores das galaxias?

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    1. Tenho um caminhão de citações do Jacques Le Goff, mas você não quer que eu cite tudo isso em um artigo sucinto e resumido como esse, quer? Nem no mundo da lua ele tem uma visão pró-cruzados e pró-inquisição. Mas eu estou juntando todos os historiadores sérios para escrever um livro sobre as cruzadas que vai ficar com umas 500 ou 600 páginas, porque já tenho quase metade disso só de citações. Não vale a pena ficar escrevendo um artigo para cada historiador em blog, compensa muito mais escrever um livro de uma vez.

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  11. "Meus Deus"!
    Por que achei este blog só agora?

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  12. Vc Acredita que Balian De Ibelin foi bom cruzado tipo,não cometeu atrocidades? e os outros guy de lusignan e Reynald?

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    1. Os dois primeiros que você mencionou não cometeram atrocidades, não porque eram bonzinhos, mas apenas porque não tiveram oportunidade. Foi entre a segunda e a terceira Cruzada, quando os muçulmanos reconquistaram Jerusalém e os católicos não puderam matar ninguém e nem tomar nenhuma terra nova. Já o terceiro citado é da segunda cruzada, e como todos os outros cruzados, cometeu atrocidades sim. Ivan Lins comenta sobre ele:

      "Entrando, quando príncipe de Antioquia, em luta com o velho patriarca desta cidade, fê-lo açoitar cruelmente, e, depois de untar-lhe com mel a cabeça inteiramente calva e as feridas produzidas pelos açoites, deixou-o, vários dias, completamente nu, exposto ao tremendo sol do sufocante verão da Síria, no alto da torre de seu castelo. O mel, com que fora untado o patriarca, tinha por fim atrair os insetos, que deviam atormentá-lo com suas picadas. Em 1155, Renaud de Châtillon atacou, de improviso, em plena paz, a ilha de Chipre, habitada, como se sabe, por cristãos gregos. Inarráveis atrocidades que, com seus sicários, aí praticou" (LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p. 356)

      Schlumberger narra essas atrocidades:

      "Cortavam as mãos, os pés, os narizes e as orelhas dos arcontes e magnatas insulares, sobretudo dos bispos, padres e monges. As mulheres foram violadas, as crianças degoladas, as populações expulsas em massa para o campo, as aldeias pilhadas e depois incendiadas, os conventos e igrejas depredados e saqueados, e até as árvores frutíferas serradas e queimadas" (SCHLUMBERGER, Renaud de Châtillon, p. 60-61)

      Recomendo a leitura do meu livro sobre o tema, disponível para download assim como os demais aqui:

      http://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html

      Abs.

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  13. Lucas, você poderia passar uma bibliografia sobre as cruzadas, inquisição e idade média?

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    1. BAÇAN, L. P. As Cruzadas. Edição Eletrônica, 2010.

      BAIGENT, Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001.

      BALLESTEROS, Manuel; ALBORG, Juan Luis. Historia Universal Hasta el Siglo XIII. 4ª ed. Madrid: Editorial Gredos, S. A., 1967.

      BASTOS, Plínio. História do Mundo - Da pré-história aos nossos dias. 3ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Império, 1983.

      BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do Cristianismo. São Paulo: Editora Fundamento, 2012.

      BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo. São Paulo: Fundamento Educacional, 2010.

      BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. 2ª ed. Lisboa: Edições 70, 1987.

      BROM, Juan. Esbozo de historia universal. 21ª ed. México: Grijalbo, 2004.

      BROOKE, Christopher. Europa en el centro de la Edad Media (962-1154). Madrid: Aguilar, 1973.

      DUCHÉ, Jean. Historia de la Humanidad II – El Fuego de Dios. Madrid: Ediciones Guadarrama, 1964.

      FLUCK, Marlon Ronald. História do Cristianismo: modelos, panoramas e teologia. Curitiba: Cia. de Escritores, 2009.

      FOURQUIN, Guy. Senhorio e Feudalidade na Idade Média. São Paulo: Edições 70, 1970.

      FRANCO, Hilário. As Cruzadas. São Paulo: Brasiliense, 1981.

      FRANCO, Hilário. Peregrinos, Monges e Guerreiros – Feudo-Clericalismo e Religiosidade em Castela Medieval. São Paulo: Editora Hucitec, 1990.

      HEERS, Jacques. História Medieval. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1974.

      JOHNSON, Paul. La Historia Del Cristianismo. Barcelona: Zeta, 2010.

      LE GOFF, Jacques. A bolsa e a vida: economia e religião na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 2004.

      LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval – Volume I. Lisboa: Editorial Estampa, 1983.

      LE GOFF, Jacques. La Baja Edad Media. Madrid: Siglo XXI, 1971.

      LE GOFF, Jacques. Mercaderes y Banqueros en la Edad Media. 7ª ed. Buenos Aires: Editorial Universitaria de Beunos Aires, 1975.

      LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944.

      MAALOUF, Amin. As Cruzadas Vistas Pelos Árabes. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.

      MELO, Saulo de. História da Igreja e o Evangelismo Brasileiro. Maringá: Massoni, 2011.

      MORRISSON, Cécile. Cruzadas. São Paulo: L&PM Pocket, 2009.

      NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005.

      PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzadas y El saco de Constantinopla. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005.

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    2. Sobre as Cruzadas, recomendo ainda o meu livro sobre o tema, disponível na lista de livros aqui:

      http://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html

      Sobre a Inquisição eu ainda estou escrevendo um, mas alguns capítulos já estão presentes nesta tag:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/search/label/Inquisição

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  14. Como historiador, embora na história não exista "se", pode-se afirmar que o movimento das cruzadas teve papel importante na manutenção da religião cristã. Estamos falando do ano 1100, o novo mundo não havia sido explorado, o nucleo cristão estava na europa fragilizada, os mouros dominavam a peninsula ibérica ( Espanha e portugal) e estavam no limite do reino da França. O movimento cruzado impulsionou no ocidente as guerras da reconquista e a fundação dos reinos de Portugal e dos diversos reinos cristãos que mais tarde se tornariam a Espanha.
    Geograficamente os califas apertavam o cerco contra constantinopla e tambem contra a França, sendo que a queda destes dois bastiões cristãos levaria a europa a dominação islamica e a posterior conversão.
    Mas na história não existe o "se" existe o que aconteceu, o o que aconteceu nos coloca na realidade atual.
    Na verdade poderiamos não falar português hoje, tendo em vista que Dom Afonso Henrique primeiro Rei de Portugal, o conquistador, conquistou portugal com ajuda de duas ordens surgidas no seio das cruzadas, os Templários e os Hospitalários.
    Bom, pra completar, é inegavél que foi um erro ds cristandade participar das cruzadas, não há contestação, isso é contra os principios doutrinários cristãos.
    Porém é ridicula a tese de que o mundo seria o mesmo. Não seria.

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    1. A conquista de Portugal foi uma realização subjacente, e não o foco das Cruzadas, cujo objetivo era conquistar a Terra Santa e as terras do Oriente. Tivesse o papa levantado uma cruzada apenas para a retomada de terras na Europa como Portugal e Espanha e eu não teria feito nenhuma objeção, mas o fato é que esse nem de longe era o objetivo do movimento e sim uma peregrinação a terras distantes que nunca foram territórios papais ou de qualquer um daqueles países europeus, e cujo resultado foi um fracasso militar em quase todas as expedições, isso sem falar nas atrocidades morais cometidas. Como eu disse: uma coisa é fazer a chamada “guerra defensiva” para se defender de um inimigo dentro dos seus domínios, outra coisa totalmente diferente é ir fazer guerra ofensiva na terra do inimigo que nunca foi sua, tentando tirar o que é dele (foi o que os cruzados fizeram).

      E não procede o argumento de que se Portugal não fosse reconquistado nós estaríamos falando árabe. Durante todo o período de dominação muçulmana continuaram falando português em Portugal; aliás, continuava havendo grande quantidade de cristãos por lá, assim como na Espanha, que em alguns territórios chegava a superar o próprio número de muçulmanos. E até hoje há países muçulmanos cujo idioma predominante não é o árabe. Eu tenho um amigo muçulmano do Iraque que não sabe nada de árabe. Ele fala em curdo, o idioma do Curdistão, assim como os turcos (que também são muçulmanos) falam em turco e não em árabe, e assim por diante. É fantasia pensar que só porque um país é muçulmano, então a língua predominante será o árabe.

      E eu nunca disse que “nada mudaria” se não fosse pelas Cruzadas, como você deixa a entender. Pelo contrário, no próprio artigo eu mostro como algumas coisas seriam diferentes, por exemplo:

      • A relação entre cristãos e muçulmanos seria menos tensa, pois estaria sem a mancha histórica de milhares de assassinatos de crianças e mulheres de forma covarde e completamente desnecessária, praticados pelos cruzados.

      • A relação entre cristãos e judeus seria mais amena, pois os judeus não se lembrariam que queimaram suas sinagogas, estupraram suas mulheres e assassinaram seus filhos sem qualquer razão, e quando o alvo sequer eram eles.

      • A relação entre católicos romanos e ortodoxos seria bem mais amena, pois todos os historiadores concordam que o saque de Constantinopla foi a gota d’água para a definitiva separação dos dois em termos políticos, consumando irreversivelmente a separação religiosa que já havia ocorrido dois séculos antes.

      • Os ateus teriam muito menos argumentos para jogar na cara dos cristãos, e nós evangélicos não teríamos que justificar atrocidades cometidas por uma igreja apóstata que nem é a nossa e que não mantinha nem uma única gota de Cristianismo genuíno, mas poças inteiras de sangue nas mãos.

      No meu livro eu mostro outros fatores, mas isso já é o bastante para mostrar que isso é um ataque a espantalho e não a algo que eu tenha defendido no artigo em questão.

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  15. Lucas, estava debatendo com um católico sobre a inquisição, e ele citou esse versículo bíblico de em Romanos 13,4 de Paulo afirmando que aparentemente defendia a pena de morte.
    "4 Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.

    Vc tem algum artigo sobre isso?
    Muito obrigado!

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    1. O verso não está falando de pessoas condenadas à morte por tribunais eclesiásticos, o que seria absurdo, visto que o próprio Paulo jamais ensinou que os cristãos devessem assassinar os "hereges", ele mesmo no máximo apenas "anatemizou", nunca puniu fisicamente pessoa alguma, e os cristãos da época nuca criaram qualquer tribunal eclesiástico para condenar "hereges" à fogueira ou a qualquer outro tipo de pena temporal. A Igreja primitiva e a Igreja antiga até o século XIII jamais tiveram algo do tipo, e a Igreja Ortodoxa e as protestantes também nunca tiveram, só a Igreja Romana que criou um tribunal eclesiástico para caçar e queimar os "hereges". Será que Jesus, os apóstolos e toda a Igreja primitiva estavam errados em tolerar e amar ao próximo e só os romanistas do século XIII em diante é que estavam certos em praticar a tirania e a perseguição? Creio que não. Este verso respalda a pena de morte como a conhecemos hoje por crimes hediondos de natureza civil, e não a criação de tribunais eclesiásticos que não existiam na cabeça de Paulo e que o deixariam abismado só de pensar no caso.

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