Como a Inquisição destruía as famílias


Vimos neste capítulo que a Inquisição possuía seu tradicional repertório de instrumentos de tortura, que o réu poderia ser torturado várias horas por dia durante quinze dias, que a Inquisição torturava com frequência e rotineiramente, que a tortura do Santo Ofício conseguia ser ainda pior do que a tortura do poder civil de sua época, e que muitos morriam enquanto eram torturados ou como consequência da tortura, sem falar de todos os outros que ficavam com ferimentos graves e sequelas para o resto da vida. Mas isso ainda não é o suficiente para resumir o horror das torturas da Inquisição.

Um dos aspectos mais terríveis ia além do sofrimento em si: tratava-se da obrigação de denunciar os outros, em especial seus próprios familiares. Como já vimos, os inquisidores não se davam por satisfeitos apenas extraindo a confissão pessoal de culpa pela boca da vítima – eles também queriam que ela delatasse todos os seus correligionários; afinal, nenhum membro de seita está sozinho. O problema é que na maioria das vezes a pessoa torturada “confessava” sua heresia apenas para escapar da tortura, e não porque realmente tivesse cometido heresia. Para não ter que voltar à tortura, ela se via na obrigação de delatar outras pessoas, nome por nome, as quais passariam pelo mesmo suplício e terror que o réu vivia.

Lina Gorenstein relata que eles “denunciavam todos que conheciam, começando pela própria família, marido, filhos, pais, depois tios e primos, a seguir os vizinhos e conhecidos; eram confissões repetitivas e metódicas; às vezes, denunciavam tantas pessoas, que o inquisidor interrompia o depoimento para continuar alguns dias mais tarde”[1]. A razão pela qual a destruição da família vinha sempre em primeiro lugar é porque na cabeça dos inquisidores era difícil aceitar a ideia de que um herege estivesse sendo herege em segredo, sem o conhecimento de seus próprios pais, por exemplo. Logo, os pais saberiam. Portanto, também eram hereges. Agora bastava confessar isso – e ele não sairia dali enquanto não confessasse.

E começava tudo de novo, até que o pobre coitado denunciasse toda a sua família, além de muitos outros. Em seu livro, Gorenstein relata alguns casos interessantes desta natureza. Um deles é o da brasileira Catarina da Silva Pereira, submetida à tortura em 1720, intimada a admitir sua própria culpa. Ela confessou. Então, de volta à tortura, começava o segundo tempo: agora era a vez de denunciar sua família. No potro, totalmente despida, gritando de dor e clamando por Jesus, ela pede audiência para denunciar seu pai e irmãos. Mas os inquisidores ainda não estavam satisfeitos. Mandaram ela de volta ao tormento, até que denunciasse mais gente.

De volta ao potro, ela é torturada vez após vez, até denunciar um tio e primos. Ainda não era o bastante. Mais tortura, e ela denuncia sua mãe. Os inquisidores se deram por vencidos? Não. Enviaram-na novamente à tortura, até que dissesse toda a “verdade”. Depois de mais outros 45 minutos de tortura em que ela resiste bravamente, os inquisidores dão o veredicto final: prisão perpétua[2]. Não bastou ser torturada inúmeras vezes e denunciar todo mundo que lhe veio à mente; ela ainda precisava ser “punida exemplarmente” pelo seu crime de judaizante.

Caso semelhante ocorreu com Elena do Vale, uma senhora de elevada idade. Ela foi presa no Rio de Janeiro, em 7 de outubro de 1710. Foi submetida à tortura, denunciando a inúmeras pessoas. Isso não bastou, porque ela não tinha denunciado exatamente as pessoas que a Inquisição queria que ela denunciasse. Em julho de 1711, a Mesa decretou:

Visto não dizer de sua mãe Izabel Gomes, já defunta, que lhe está dada por cúmplice por sua irmã Branca Henriques, por não dizer de sua sobrinha, Gracia Duarte, defunta, que lhe está dada por cúmplice pelo seu marido Antonio do Vale de Mesquita, nem dizer de sua sobrinha Brites Soares, dada por cúmplice por seu marido e por Miguel de Castro (...) Visto ser mulher velha, fez uma confissão larguíssima, em que falou de todos os seus parentes e de seus filhos que não foram presos (...) Mas, mesmo assim, que seja posta a tormento[3].

A idosa, por não ter denunciado quem a Inquisição queria, foi obrigada a voltar ao tormento, onde denunciou mais dezenas de pessoas, inclusive aquelas que precisava. Foi condenada a cárcere perpétuo[4]. É curioso notar que os inquisidores não diziam de uma vez quem eles queriam que fosse delatado, mas deixavam que a pessoa denunciasse todos os nomes que lhe viessem à mente até finalmente conseguir acertar. Era o réu que tinha que adivinhar os nomes que os inquisidores queriam, e até lá muita gente inocente era denunciada, para ser posteriormente processada e submetida ao mesmo processo pavoroso. Era um ciclo vicioso e perpétuo de tortura, delações e condenações.

Poderia passar o dia todo relatando casos semelhantes, mas, antes de dar por terminada esta parte do livro, mencionarei apenas o caso de Guimar de Paredes, mulher presa em outubro de 1712. Seu caso traz à tona outra armadilha da Inquisição: às vezes, alguém denunciava a pessoa específica que os inquisidores queriam, mas não falava o suficiente sobre ela. Nestes casos, o cidadão era submetido novamente à tortura, até que retratasse aquele sujeito como um demônio, exatamente da forma que a Inquisição queria. Guimar havia denunciado seu pai, mas, nas palavras do inquisidor, não bastantemente.

Além disso, ela não havia denunciado sua mãe, Brites de Lucena, dada por cúmplice por Leonor Nunes, nem seu tio, Luis de Paredes, nem suas tias, Brites Henriques e Maria de Barros, que foram dadas como cúmplices pela irmã Izabel de Paredes. Por isso, ela foi condenada novamente ao tormento “por não ter feito inteira e verdadeira confissão de suas culpas, não declarando todas as pessoas com quem as comunicou”[5]. Recomeçando a sessão de tortura, Guimar denunciou dois sobrinhos. Não era o bastante. Recomeça o tormento, e ela denuncia mais dez pessoas, mas não aquelas que os inquisidores queriam ouvir. Volta à tortura.

Finalmente, Guimar denuncia mais um monte de gente, incluindo seus pais e tios. Ufa. Guimar enfim havia satisfeito a vontade dos inquisidores e estava livre das torturas, e sua recompensa era “cárcere e hábito penitencial perpétuo”[6]. O fato de tantas pessoas terem sido injustamente denunciadas e terem que passar pelo mesmo processo de inquirição, tortura, delação de mais inocentes e condenação para o resto da vida não parece ser relevante para os apologistas católicos: o importante é que uma herege foi condenada e a fé venceu. Essa é a Igreja contra a qual as portas do inferno não prevaleceriam.  

Como Assis destaca, “pressionados pelo medo, muitos confessavam crimes que não haviam cometido, procurando evitar os flagelos”[7]. Toby Green faz uma importante constatação:

Confrontadas com a dor física inimaginável que os inquisidores podiam infligir, muitas pessoas inventavam provas. Diante da extraordinária coincidência de que aqueles submetidos à tortura subitamente começassem a confessar e a denunciar outras pessoas, os inquisidores não chegaram à conclusão de que frequentemente o terror levava suas vítimas a mentir e apresentar provas falsas e enganosas. Pelo contrário, eram vistas como pessoas que até aquele momento haviam ocultado a verdade – um conceito um tanto abrangente, que tinha uma estranha relação com as predileções do interrogador.[8]

A Inquisição conseguiu criar um sistema de delações em massa onde famílias inteiras eram destruídas de uma só vez, onde mães e pais que amavam seus filhos eram obrigados a denunciá-los para salvar suas vidas e acabar com o sofrimento, onde pessoas inocentes eram processadas e torturadas por causa do falso testemunho de outras pessoas que foram forçadas a isso, onde literalmente ninguém estava completamente a salvo de ser denunciado por outra pessoa e ter de prestar contas à Inquisição – mesmo se fosse um bom e fiel católico. Todos viviam aterrorizados com a possibilidade de também serem presos, e o mais assustador é saber que este era justamente um dos propósitos da Inquisição – “aterrorizar o povo”[9], explica Peña.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

- Extraído do meu livro: "A Lenda Branca da Inquisição".

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[1] GORENSTEIN, Lina. A Inquisição contra as mulheres: Rio de Janeiro, séculos XVII e XVIII. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 143.
[2] ibid, p. 147.
[3] IAN/TT, IL., Processo de Elena do Vale, cit., sentença de tormento, 11 de julho de 1711.
[4] GORENSTEIN, Lina. A Inquisição contra as mulheres: Rio de Janeiro, séculos XVII e XVIII. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 147-148.
[5] IAN/TT, IL., Processo de Guimar de Paredes, n. 9987, sentença de tormento, 19 de maio de 1713.
[6] GORENSTEIN, Lina. A Inquisição contra as mulheres: Rio de Janeiro, séculos XVII e XVIII. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 148-149.
[7] ASSIS, Angelo Adriano Faria de. Intolerância em nome da Fé. São Paulo: 2006, p. 21.
[8] GREEN, Toby. Inquisição: O Reinado do Medo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda, 2007.
[9] EYMERICH, Nicolau; PEÑA, Francisco. Manual dos Inquisidores. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, p. 122.

Comentários

  1. Irineu de Lião era contra a guarda do sábado e domingo. Mas olha esses pais da igreja aqui defendendo a guarda do domingo E agora ? :

    A Epístola de Barnabás (74 d.C.) um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse, dizia: “Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos” (Barnabás 15:6-8).

    Santo Inácio de Antioquia (†107), mártir no Coliseu de Roma, bispo, dizia: “Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte” (Carta aos Magnésios. 9,1).

    “Devido à Tradição Apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou Domingo” (SC 106). O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo “o primeiro dia da semana”, memorial do primeiro dia da criação, e o “oitavo dia”, em que Cristo, depois do seu “repouso” do grande Sábado, inaugura o dia “que o Senhor fez”, o “dia que não conhece ocaso”. (Cat. §1166)

    São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos“ (Apologia 1,67).
    São Jerônimo (†420), disse: “O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.” (CCL, 78,550,52)

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    1. As citações de Jerônimo, Justino e a do meio não falam sobre guardar o domingo, apenas sobre o domingo ser o "dia do Senhor", sobre ser o dia da ressurreição de Jesus, sobre os cristãos se reunirem para cultuar a Deus neste dia, sobre ser um "memorial", etc. As duas primeiras falam sobre guardar ou observar o domingo, mas é preciso ver se eles queriam dizer com isso exatamente o mesmo que os judeus e adventistas pensam a respeito de guardar ou observar o sábado. Ou seja, pode ser que para estes Pais o termo "guardar/observar" tivesse um significado ou aplicação distinto daquele que os judeus davam à tradicional guarda do sábado.

      Pode ser simplesmente que este era o dia eleito para o culto semanal a Deus, e por isso era "guardado" (e não no sentido de não poder trabalhar em nada neste dia). Até hoje não descobri citações patrísticas que digam claramente que no domingo todos os cristãos do mundo estavam proibidos de realizar qualquer tipo de trabalho. Pode até ser que essas citações existam, afinal de contas eu não li toda a patrologia e nem teria como ler tudo, mas só por essas duas citações não tem como ter certeza absoluta que essa observância do domingo era no mesmo sentido da antiga observância do sábado. E se era, significa apenas uma coisa: que eles erraram.

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  2. Lucas, tudo na paz?
    Me diga uma coisa, tenho pesquisado sobre esses autores que vc descreve e pouco conteúdo encontro sobre eles.
    Você leu todos esses livros, inclusive o do Toby Green?
    São historiadores confiáveis?
    Posso encontrar esses livros na Saraiva, por exemplo?
    Abraços.

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    1. Sim, li todos eles. Não sei quantos desses livros você pode encontrar na Saraiva, nunca pesquisei isso, mas o que você citou eu fiz questão de pesquisar e achei:

      http://www.saraiva.com.br/inquisicao-o-reinado-do-medo-3451293.html

      Um outro livro muito usado no meu eu encontrei também no Google Books:

      https://books.google.com.br/books?id=cXKypi1BUIkC&pg=PA5&hl=pt-BR&source=gbs_selected_pages&cad=3#v=onepage&q&f=false

      O "Manual dos Inquisidores", livro mais usado no meu livro, você pode comprar pela internet aqui:

      http://www.estantevirtual.com.br/b/nicolau-eymerich/manual-dos-inquisidores/1050420945

      Mas como eu peguei a grande maioria desses livros na biblioteca da UFPR, não sei quais deles tem pra vender ou ler online e quais que só tem em bibliotecas mesmo. O melhor seria procurar em bibliotecas de faculdade ou em biblioteca municipal, pode ser até que você encontre mais livros sobre o assunto do que os que eu encontrei aqui.

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    2. Esse cara Unknown do site Fiel Catolico pediu para Lucas se converter ao catolicismo e agora vem pedir ajuda. Vai pedir ajuda ao seu mestre Henrique Tião. Cara de pau. Um Abraço Lucas.

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  3. hippies Icarianos.
    https://www.youtube.com/watch?v=N3UCEFZjOrc&feature=youtu.be

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  4. Inclusive tinha um inquisidor terrível nessa época. Ele destruía as famílias mesmo. Era uma mulher mas usava o codinome de forasteiro

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  5. Lucas, depois que comecei a assistir o Caio Fábio, ele explicou sobre a masturbação - que não é pecado - consegui parar de me masturbar e de assistir pornografia. O canal dele no youtube é muito bom, estou participando também do grupo dele, Caminho da Graça. Afinal de contas, masturbação é pecado ou não?

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    1. Masturbação é pecado sim, veja esses vídeos:

      https://www.youtube.com/watch?v=tYUHi0US2_s

      https://www.youtube.com/watch?v=_QuQc0DKsM8

      https://www.youtube.com/watch?v=LaPYX2w1Ij8

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    2. Como é seu nome anônimo?

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    3. Anônimo, faz um favor pra você mesmo: saia imediatamente do meio dessa turma do Caio Fábio. O caminho da graça vai se tornar o caminho da desgraca se continuar do jeito que esta. Outro conselho: evite assistir vídeos do Caio.

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    4. Alon Franco, por que devo sair do meio da turma do Caio?
      Anônimo, meu nome é Fulano, mas se quiser pode também me chamar de Ciclano, Fulaninho, Cara, ou outro apelido que você pode escolher.

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    5. Interessante seu discurso. Me chama de Alon sem que apareça o primeiro nome, mas me chamou de anônimo mais abaixo.

      No mínimo você é velho(a) na área e me
      Conhece muito bem, mas só vem de Anônimo. Tem foto? Pode colocar algum nome qualquer e também uma foto SUA?

      Meu nome tá aí: A L Franco, com uma pequeníssima variação: um "a" no lugar do "o" . Agora, se vossa pessoa desejar eu posso colocar a foto da família, onde moro, onde trabalho e etc. Vai ser uma beleza. Quem sabe algum católico fanático me acha? E você, tem foto? Se você me conhece sabe que a foto é minha, e você, cadê a foto?

      Tem as iniciais do seu nome e uma foto?

      Eu não vou te chamar de
      cara não, mas de Cara de Pau Invejoso.

      CPI (a sigla do seu nome), poderia colocar uma foto sua aí?


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    6. Alon, na verdade eu estava respondendo o outro anônimo que me perguntou: Anônimo3 de agosto de 2016 06:03
      Como é seu nome anônimo?
      Como ele disse "anônimo", é óbvio que ele estava se referindo a mim. Sim, acompanho o blog do Lucas faz algum tempo, por isso sei que você usava o nome Alon aqui. Em nenhum momento quis te ofender, desculpe-me se o fiz, mas não entendi o porque o nervosismo. Você tá bem? Como vai a vida? :)

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    7. Ok, Alon. Então, por que devo sair da turma do Caio? :)

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  6. Se puder divulgar minha página. Fico agradecido.
    http://m.me/discipulosdecristojesus
    Obrigado
    Paz do Senhor

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  7. Gostaria de ver um debate entre você e o Marcos Granconato no Vejam Só sobre calvinismo x arminianismo. O que acha?

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    1. Com o Granconato não, ele mita demais.

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    2. Tá zoando, né?

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    3. Poxa Lucas, mas eu realmente queria MUITO ver um debate entre vocês. Não vai ficar com medo, né?

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    4. Não é medo, é que eu nunca apareci em televisão antes, nem quando eu estou sozinho com a minha câmera em casa eu me sinto à vontade. Deixa eu bater em uns pangarés primeiro, pra depois ir me acostumando, pegando o jeito, ficando mais à vontade e aí debato com o Granconato ou qualquer outro de alto nível.

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    5. Nossa, Lucas. Eu não pensei que você fosse publicamente admitir que não tem capacidade. Parabéns.

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    6. Cara, você escreveu um livro de quase 500 páginas sobre o tema. Não tem vergonha de dizer que não tem capacidade?
      VIRE HOMEM!

      Excluir
    7. Deixa de ser idiota, onde foi que você me viu dizer que “não tenho capacidade”? O que eu disse é que eu NÃO SEI aparecer em televisão, nunca apareci antes e NÃO ME DOU BEM falando em vídeo, nem quando estou filmando sozinho comigo mesmo eu me sinto totalmente à vontade, tenho problemas vocais e não sou bom sob pressão, algum problema? Você quer que um cara de 23 anos que não sabe falar bem em vídeo e que nunca apareceu em televisão na vida agora de repente já vá debater com um pastor de 50 e tantos anos, acostumado a falar em público há décadas e acostumado a aparecer frequentemente na TV sem nenhum problema?

      Se isso fosse um debate por escrito, como foi aquele entre o Silas Daniel e o Franklin Ferreira, eu debateria tranquilamente sem nenhum problema, pois já sou acostumado a escrever e escrevo bem, mas não sou obrigado a me sair bem em vídeo, em televisão e em público, essas coisas se aprendem com o tempo, não é de uma hora pra outra, POR ISSO que eu disse que se fosse para debater em televisão seria melhor começar com debatedores mais inexperientes em lidar com TV assim como eu, para só depois ir se acostumando com a coisa e aí já poder debater com gente que já é experiente nessa área.

      Se você ainda não conseguiu entender isso, ou se ainda acha que isso é “uma vergonha”, faça um favor pra mim e SUMA DO MEU BLOG, não volte nunca mais.

      *Obs: essa minha mensagem é para o sujeito que escreveu acima (por último), e não para o anterior.

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    8. Nossa Lucas, que imbecil, vc nem deveria ter aprovado o comentário desse idiota. Deve ser católico.
      Abraço!

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  8. Lucas, sou mórmon, mas quero te provar que a salvação é pela graça + OBRAS. Aceita um debate?

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    1. Máximo de 3 rodadas como é com todos os outros e depois disso o debate é encerrado porque eu não tenho tempo pra debater ad infinitum com alguém. E evite fazer argumentações muito longas, senão eu vou demorar pra liberar e responder o comentário.

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  9. Vendo o anônimo falando do domingo e os pais da igreja acabei me deparando com esse post que fala sobre os pais da igreja falando do sabado, poderia comentar a respeito, Lucas?
    http://forumevangelho.com.br/t4183-estudo-completo-de-um-membro-da-ccb-sobre-a-guarda-do-sabado
    Deus te abençoe!

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    1. Este estudo só tem citações do "estudioso fulano" e do "teólogo beltrano" (na esmagadora maioria dos casos, de outros adventistas que obviamente vão concordar com a tese deles), não traz citações de fontes primárias dos escritos dos Pais da Igreja, ou seja, infelizmente carece de credibilidade para um pesquisador sério. A única citação direta de um Pai da Igreja que eu vi ali foi uma de Gregório de Nissa, mas a referência é uma obra chamada "Opera", eu não achei ela em nenhum catálogo de obras deste Pai da Igreja, ou seja, a única citação primária que eles tem é uma de autenticidade altamente duvidosa. Abs!

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    2. Falando nisso, voce conhece o "adventismo em foco"? Ja deu uma lida nos posts?
      Abraços!

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    3. Eu conheço, mas a última vez que entrei neste site eu acho que foi em 2009, não faço a menor ideia de como ele está hoje...

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  10. Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.  Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros”, Hebreus 1:8,9.

    https://nascidodemulher.wordpress.com/2014/12/27/mas-do-filho-diz-o-deus/

    Parece mas não é!


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  11. Eu te amo, cara. Um dia vou no Paraná e vou te dar um grande abraço. Se você quiser, um beijo. Pode ser na boca. Na época de Jesus eles faziam isso, qual seu preconceito?

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    1. Na época de Jesus davam beijo NA BOCHECHA (o "ósculo santo", que Paulo falava...), não na boca...

      Se eu não me engano, na Argentina os homens ainda fazem isso, mas graças ao bom Deus EU NÃO SOU ARGENTINO.

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  12. Dá pra vc refutar isso com patristica, pois o padre paulo cita patristica
    https://www.youtube.com/watch?v=Ngy_RM_cJ78

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    Respostas
    1. Você me fez perder doze minutos preciosos da minha vida assistindo o Gargamel encher linguiça e enrolar por doze minutos sem citar UM ÚNICO texto patrístico e nem UMA ÚNICA citação patrística. Perdi meu tempo esperando que "no minuto seguinte" iriam vir as citações que eu nunca vi em parte nenhuma da patrística e nem mesmo em sites de apologética católica (simplesmente porque NÃO EXISTEM), e no final vejo que ele não citou NADA. Francamente, da próxima vez que quiser que eu veja alguma citação patrística em algum lugar, não me mande mais vídeos, copie e cole aqui as citações extraídas do vídeo e assim eu respondo.

      No artigo abaixo você pode ver textos bíblicos e patrísticos que ESMAGAM a tese do celibato obrigatório:

      http://heresiascatolicas.blogspot.in/2012/08/o-celibato-obrigatorio-dos-sacerdotes.html

      Abs.

      Excluir
  13. Lucas, não consigo mais acreditar em Deus. Minha fé sumiu. Por mais que eu queira acreditar que deus existe, no fundo sou ateu, e o meu ateísmo grita mais forte do que a minha vontade de acreditar. Como posso crer em Deus vendo que uma criança morre de fome a cada 15 segundos, de acordo com a BBC?

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    Respostas
    1. As crianças morrem de fome porque Deus quis isso? As crianças morrem de fome porque Deus decretou que elas morreriam de fome? As crianças morrem de fome por culpa de Deus? Ou o homem escolheu ser livre e como consequência o que acontece aqui é de responsabilidade nossa?

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    2. Não creio que Deus queria que as crianças morram de fome, Lucas. O "x" da questão é que Ele não faz nada. Qual pai amoroso e misericordioso - como o novo testamento apresenta - permite que seus filhos morram de fome? É uma dúvida sincera, espero que não fique chateado comigo.
      Abraço.

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    3. Quem disse que "Ele não faz nada"? Ele forneceu todas as condições necessárias para que as pessoas não morram de fome. Se você pesquisar em qualquer lugar verá que existe suprimento de alimentos para todas as pessoas do mundo todo se alimentarem, o problema é a desigualdade social que faz com que uns tenham muito e outros tenham nada ou quase nada. Se Deus tivesse colocado o homem em um lar em que ele não tem o que comer ou onde o que tem é insuficiente aí sim ele poderia ser responsabilizado, mas em se tratando do nosso planeta com um monte de suprimentos que O SER HUMANO não administra corretamente a culpa é dos homens, e não de Deus.

      Deus colocou o homem no "jardim" (Terra), e fez do homem administrador deste jardim. Como este "jardim" vai ficar depende do modo pelo qual o homem age aqui na terra, se para bem ou para mal. O que o homem semear, isso ele também colherá. Não teria sentido nenhum Deus colocar o homem como administrador da terra, o homem ter livre-arbítrio e escolher fazer tudo errado, e a humanidade não sofrer as consequencias de seus próprios erros.

      Abs.

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    4. Anônimo a um triz do ateísmo9 de agosto de 2016 às 10:47

      Vamos mudar um pouco a situação, Lucas.

      Você é um policial federal bem treinado. Carrega a sua arma para se defender. Até que um dia, você está passando de carro tarde da noite, e vê uma moça sofrendo uma tentativa de estupro. Você tem uma arma e sabe atirar bem (foi bem treinado na academia). O que você faz? Você interrompe a tentativa de estupro. Simples. E você faz isso, mesmo com a Escritura dizendo que você é mal (Mateus 7:11). A mesma escritura diz que Deus é Bom, Santo, rico em Amor e Misericórdia. Mas ele permite que estupros aconteçam. Você sabe que eles acontecem.

      Por favor, não se chateie comigo e não me leve a mal.

      Ass: anônimo a um triz do ateísmo.

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    5. Se Deus fosse agir (e reagir) à cada decisão errada tomada pelo homem - o que fere a lei moral neste caso - não teríamos capacidade de escolha, seríamos manipulados e pré determinados por Deus, ou seja, não iríamos crer nem seguir os mandamentos por amor, mas por medo dEle. E ainda, Mateus 7:11 diz que o homem é mau por natureza, exatamente por este motivo que estupros ocorrem, o que torna o homem bom é justamente a ação de Deus. Há um costume de creditar coisas ruins pela falta de ação de Deus, e as coisas boas por mérito do homem.

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    6. A analogia está incorreta. Deus não é um “policial federal bem treinado” passando por perto de uma mulher que está sendo estuprada. Deus é aquele que cria o ambiente e dá liberdade para o ser humano agir da forma que bem entender, seja para o bem ou para o mal. Pense em como seria a vida se Deus intervisse a todo momento fazendo este tipo de coisa que você propõe. Que sempre quando um estuprador fosse estuprar alguém, um raio caísse na cabeça dele, um leão surgisse do nada e o devorasse, ou todo mundo sofresse um ataque cardíaco fulminante antes de cometer o ato.

      Em primeiro lugar, isso tiraria o livre-arbítrio do homem em fazer o que quiser. Livre-arbítrio “somente para praticar o bem” não é livre-arbítrio. Só há livre-arbítrio se houver a opção de cometer o mal, e se Deus sempre impedisse que o mal ocorresse então a opção do mal estaria descartada. Logo, não haveria livre-arbítrio.

      Em segundo lugar, ninguém poderia ser julgado pelos seus próprios atos. Um estuprador que viola alguém pode ser justamente punido por Deus no dia do juízo, mas o que ocorreria se ele não tivesse estuprado ninguém porque Deus impediu isso? Se Deus impedisse a todo momento todo o mal que há no mundo, ninguém poderia ser julgado por seus atos bons ou maus, porque os atos maus seriam impedidos por Deus. Consequentemente, o ser humano não poderia ter ideia da consequência de seus próprios atos pecaminosos e de suas escolhas rebeldes contra a vontade de Deus.

      Em terceiro lugar, se Deus sempre impedisse o mal, a liberdade humana seria violada e as leis naturais não existiriam. Bruce Reichenbach discorre sobre uma pessoa se afogando em um lago – ocasião em que um ateu prontamente exigiria uma ação sobrenatural da parte de Deus. Ele pondera:

      “Se Deus consistentemente estivesse interrompendo as leis naturais, o mundo logo se tornaria um caos, no qual a ação moral humana seria impossível. Sem a regularidade e a ordem, não poderíamos planejar nem calcular racionalmente as ações que deveríamos executar, a fim de atingir nossos objetivos. Seria impossível predizer os resultados de nossas ações, e de outras pessoas. Suponhamos que estamos vendo uma pessoa num lago, gritando por socorro. Devemos agir? Se sim, de que maneira? Se não houvesse leis naturais, ou se tais leis fossem frequentemente violadas pela intervenção divina (e direta) não saberíamos se deveríamos ou não pular na água para tentar salvar a pessoa. Não saberíamos se a pessoa se afogaria ou não naquele lago, se ela seria capaz ou não de erguer-se e caminhar por sobre as águas, ou se ela flutuaria como uma rolha. Como deveríamos agir depende de como podemos agir, e como podemos agir depende de nosso conhecimento. Neste caso, depende de nosso conhecimento das propriedades naturais da água e como se relacionam com o corpo humano. Contudo, sem este tipo de conhecimento, nossa própria atividade moral se torna impossível. Embora isto não signifique que Deus não pode agir diretamente sobre a natureza, certamente significa que Deus não pode agir de maneira que redundaria na destruição da ordem natural e, consequentemente, em nossa própria incapacidade para agir de modo racional, prudente e moral”

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    7. Semelhantemente, C. S. Lewis discorre:

      “Imagine uma viga de madeira que se torna suave como a grama quando for usada como arma e o ar se recusasse a obedecer-me se eu tentasse criar nele ondas sonoras que carregam mentiras ou insultos. Mas tal mundo seria aquele em que ações erradas seriam impossíveis, e, portanto, o livre-arbítrio seria nulo. Se esse princípio fosse levado à sua conclusão lógica, até mesmo os maus pensamentos seriam impossíveis, e a matéria cerebral que usamos para pensar iria se recusar a realizar a tarefa quando tentássemos enquadrá-los”

      É por isso que as acusações ateístas são geralmente tão simplistas e infantis, porque desconsideram as consequências de suas argumentações, ou a impossibilidade de seus pedidos se concretizarem efetivamente em um mundo livre. Se Deus quisesse evitar todo o sofrimento, ele poderia, mas neste caso a liberdade e a autonomia dos homens acabariam juntamente com as leis naturais.

      Na próxima vez que você segurasse por engano um copo de água fervendo, a água congelaria sozinha. Na próxima vez que você cruzasse a rua e estivesse prestes a ser atropelado, sua perna seria puxada pra trás. Na próxima vez que você tentasse atirar em alguém, a bala desviaria o alvo misteriosamente, e se estivesse próximo demais ela nunca dispararia. Imagine tudo isso ocorrendo o tempo todo no mundo inteiro: isso é pedir o fim do livre-arbítrio. Em um mundo com liberdade, uma certa quantidade de mal decorrente das escolhas humanas não é apenas admissível, mas necessária. É a consequência lógica de um mundo livre onde os homens podem ter o “conhecimento do bem e do mal”, por ele mesmo requerido.

      Por fim, assim como o policial federal do exemplo que você passou, Deus age sim, mas não da forma que você quer que ele aja. Como já foi apontado, se Deus agisse como você quer, a liberdade humana e as leis naturais seriam reduzidas a nada. Por isso ele decide agir em um momento futuro, ou seja, no dia do juízo, quando as más pessoas serão condenadas e as boas serão recompensadas. E um galardão de uma vida eterna como recompensa é infinitamente superior ao que ela teria se Deus simplesmente tivesse evitado aquele estupro.

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  14. Lucas, tenho bastante dúvida sobre o tema da crase. Já que na minha opinião você escreve bem, tem algum material sobre esse assunto que possa me mandar?

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    1. Olha, pra ser bem sincero, essa questão da crase eu aprendi na prática mesmo, de tanto ler e escrever, mas em sentido técnico eu não sei explicar, não sou linguísta e nem professor de português, talvez se visse apenas a teoria eu jamais teria aprendido. Lembro-me até hoje que no primeiro dia de uma aula de redação na UFPR o professor dali foi perguntado sobre o assunto da crase e respondeu com sinceridade: "EU NÃO SEI". Isso mostra que isso é realmente mais difícil do que a gente imagina...

      Há sites que dão instruções sobre quando usar e quando não usar a crase, mas sinceramente, acho que pra aprender mesmo é só praticando.

      http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/crase.htm

      http://portugues.uol.com.br/gramatica/cinco-dicas-simples-sobre-uso-crase.html

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  15. Vi em uma certa Igreja ser dita que sexo por prazer e pecado e so serve pra procriação, O que voçe acha disso

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    1. Essa certa igreja só pode ser louca. A Bíblia não ensina isso em lugar nenhum. No texto abaixo Paulo deixa bem claro que na questão do sexo um não deve se recusar ao outro:

      "A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio" (1 Coríntios 7:4-5)

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  16. Lucas poderia me dizer quando foi criada a doutrina da trindade?

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  17. Cara, você chegou a ler L'inquisizione, de agostino Borromeo, que o Olavo sempre cita? Me parece ser um revisionista, mas era interessante saber o que ele diz.

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    1. Não encontrei este livro em lugar nenhum, mas o que esse autor afirma é exatamente o mesmo que é argumentado por outros autores católicos que escreveram depois, todos eles usando o "L'inquisizione" como referência, o que dá uma noção do quão ruim e mentiroso que é o livro.

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    2. Pode ser. O duro que esses caras de pau vão sempre alegar que esse livro é o certo, sendo que ele é apenas uma atualização feita pelo próprio vaticano para saber a dimensão da inquisição. Nisso eles podem ter sido totalmente tendenciosos e manipulado os dados. Mas eu ainda confio mais na história já contada do que nesse revisionismo.

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