As Bíblias protestantes “adulteraram” 1ª Coríntios 9:5 para dizer que os apóstolos eram casados?
Este artigo seria um compilado
de refutações à acusação difamatória de que as traduções protestantes são
“adulteradas” propositalmente para “atacar o catolicismo”, como se todos os
tradutores protestantes estivessem em um conluio conspiratório global
anticatólico para provarem que o catolicismo é antibíblico (e como se
precisassem disso...). Eu inclusive já tinha escrito uma introdução e escolhido
os textos a serem refutados, mas logo o primeiro deles acabou ficando tão
grande que eu preferi publicar em um artigo à parte e fazer o mesmo com os
outros textos. Portanto, neste aqui eu irei abordar exclusivamente o texto de
1ª Coríntios 9:5. Boa leitura.
Análise exegética,
lógica e contextual
“Não
sou livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Não são vocês
resultado do meu trabalho no Senhor? Ainda que eu não seja apóstolo para
outros, certamente o sou para vocês! Pois vocês são o selo do meu apostolado no
Senhor. Esta é minha defesa diante daqueles que me julgam. Não temos nós o
direito de comer e beber? Não temos nós
o direito de levar conosco uma esposa crente como fazem os outros apóstolos, os
irmãos do Senhor e Pedro? Ou será que apenas eu e Barnabé não temos o
direito de deixar de trabalhar para termos sustento?” (1ª Coríntios
9:1-6)
A polêmica gira em torno dessa expressão
“esposa crente”, que as versões católicas costumam traduzir por “mulher irmã”
para tirar o peso da frase. Ocorre que no grego não havia palavra para
distinguir “mulher” e “esposa”, era sempre a mesma palavra gune que
era utilizada, que de acordo com a Concordância de Strong significa:
1135 γυνη gune
provavelmente da raíz de 1096; TDNT -
1:776,134; n f
1) mulher de
qualquer idade, seja virgem, ou casada, ou viúva.
2) uma
esposa.
2a) de uma
noiva.
Ela é usada em todos os textos que
tratam indiscutivelmente de esposa, como, por exemplo, em 1ª Coríntios 7:3
– “o marido deve cumprir os seus deveres
conjugais para com a sua mulher (gune), e da mesma forma a mulher (gune)
para com o seu marido” e em 1ª Coríntios 7:11 – “e o marido não se divorcie da sua mulher (gune)”.
Até hoje, mesmo em um idioma no qual existe palavra específica para “esposa”,
ainda continuamos usando com frequência a palavra “mulher” no sentido de
“esposa”. Por exemplo, se eu dissesse que “vou à igreja com a minha mulher”,
ninguém ficaria na dúvida se eu iria com uma irmã ou uma amiga, todos saberiam
que se trata da esposa. Se é assim hoje em dia, quanto mais na época do grego
koiné, quando a única palavra para designar a esposa era gune, “mulher”.
Como então sabemos se os textos estão
falando apenas de uma mulher, ou realmente da esposa? É sempre o contexto que
esclarece isso. No caso de 1ª Coríntios 9:5, está perfeitamente claro que se
trata mesmo de uma esposa, e não de uma outra mulher, pois Paulo está
reivindicando para si e para Barnabé o direito de levar a esposa nas viagens
como faziam os outros apóstolos, direito este que ele abria mão.
A tese da apologética católica é de que
Paulo estava apenas abrindo mão de levar consigo em suas viagens uma
“colaboradora” (não uma esposa). Mas isso não faz sentido nenhum, pelas
seguintes razões:
(1)
O próprio Senhor Jesus era acompanhado por mulheres colaboradoras em seu
ministério (Lc 23:55). Por que Paulo abriria mão de algo que o próprio Senhor
Jesus, muito mais abnegado que ele, não abria?
(2)
Se Paulo abriu mão de um direito que nem o próprio Cristo abriu, por que
ele não citou Jesus como exemplo, uma vez que é ele o exemplo máximo para o
cristão? Ele cita apenas os apóstolos, os irmãos de Jesus e Pedro do lado
contrário, mas não cita o próprio Cristo, o que fortaleceria muito mais seu
argumento. Na tese protestante isso faz sentido, pois Jesus não era casado,
então Paulo só poderia usar como exemplo estes outros casos, de pessoas
casadas.
(3)
Por que levar uma mulher colaboradora em viagem seria algo tão
importante assim a ponto de ter que dizer que poderia reivindicar esse direito,
e ainda citar o exemplo dos apóstolos e dos irmãos de Jesus? O que há de tão
especial em andar acompanhando de mulheres comuns?
(4)
Paulo frequentemente andava acompanhado de colaboradores no ministério,
como João Marcos, Barnabé, Silas, Lucas, Timóteo e outros. Então o “problema”
era apenas o fato de ser mulher?
(5)
Note que Paulo faz questão de citar nominalmente Pedro no fim do verso,
que era casado (Mt 8:14) e não iria ficar andando em particular em todo lugar
por aí com uma outra mulher que não fosse a sua própria esposa, e era
certamente um exemplo bem conhecido. Para os papistas, inacreditavelmente,
Pedro havia “abandonado a sua mulher”(!), entrando no anátema de Paulo em 1ª
Timóteo 5:8, mas mesmo tendo abandonado a sua esposa fazia questão de andar
viajando com outra mulher! E o mais impressionante é que na moral católica
abandonar a esposa para “cumprir o ministério” e trocá-la por outra mulher que
o servisse de “colaboradora” não tem nada de anormal. Pedro abandona sua
própria esposa “por causa do ministério”, então percebe que precisa de uma mulher para ser
sua colaboradora no ministério, e, em vez de ter a brilhante ideia de escolher sua
própria esposa, prefere continuar deixando sua mulher no abandono e escolher
uma outra mulher para acompanhá-lo. É essa a aberração que se chega para se negar que,
de fato, Paulo estava falando de esposa, e
não de uma mera “colaboradora”...
(6)
Não faz absolutamente sentido algum dizer que neste texto a “mulher” é
uma mulher qualquer, como uma amiga, uma mulher da igreja ou coisa do tipo,
porque ninguém sai em particular com uma mulher específica levando-a para todos
os lugares que não seja a sua companheira (esposa). Note que o texto não fala
de “mulheres”, no plural, mas de uma
“mulher irmã” ou “esposa crente”, ou seja, uma mulher em específico, cada uma delas
acompanhando cada um deles, e não “colaboradoras”, como seria no caso de
ajudantes.
(7)
Não há sentido em se colocar o termo gune
no singular, se estava falando de meras colaboradoras. Isso porque quem
tinha colaboradores costumava ter mais de um, como era o caso de Cristo, e não
uma única pessoa, e ainda mais uma única mulher.
Mas Paulo não diz que poderia levar pessoas
para colaborar consigo no ministério, mas sim uma mulher ou esposa, que neste contexto é óbvio que se trata de
uma esposa mesmo. É por isso que os escribas pró-celibato costumavam adulterar
este versículo em suas cópias, geralmente trocando “mulher” por “mulheres”, que
viam como necessário para dar algum sentido à tese das “colaboradoras”.
(8) O xeque-mate à “tese das colaboradoras” das quais Paulo
supostamente teria aberto mão é o texto de Filipenses 4:2-3, onde o próprio Paulo diz ter colaboradoras!
“O
que eu rogo a Evódia e também a Síntique é que vivam em harmonia no Senhor. Sim,
e peço a você, leal companheiro de jugo, que as ajude; pois lutaram ao meu lado na causa do evangelho, com Clemente e meus
demais cooperadores. Os seus nomes estão no livro da vida”
(Filipenses 4:2-3)
Como vemos, essas mulheres –
Evódia e Síntique – foram cooperadoras com Paulo ao seu lado na causa do
evangelho, bem como Clemente e “demais cooperadores” (o que ainda mostra que
Paulo tinha mais gente ainda!), o que torna completamente sem sentido, e até
mesmo mentirosa, a afirmação dele aos coríntios de não levar consigo uma
“cooperadora” em suas viagens, se fosse uma “colaboradora” que estivesse em
jogo aqui. Os coríntios poderiam facilmente rebater essa afirmação mencionando
os casos em que o próprio Paulo admitia ter levado colaboradores e colaboradoras
que batalharam pelo evangelho ao seu lado. De duas, uma: ou Paulo era um
mentiroso que usou um argumento falso e inválido aqui, pois tinha colaboradores
tanto quanto os outros apóstolos também tinham, ou de fato Paulo estava falando
de outra coisa, ou seja, de uma esposa. (PS: créditos ao Mário
Santiago, que lembrou este texto importantíssimo na caixa de comentários do
artigo).
Está na cara que Paulo estava mesmo
falando de esposa, que os apóstolos e irmãos de Jesus tinham e levavam consigo
em seu ministério, mas ele e Barnabé abriam mão desse direito. No mínimo o
texto seria absurdamente estranho se estivesse falando de uma mulher qualquer
que não fosse uma esposa. O sentido do que Paulo estava dizendo é
simples: “Os apóstolos e irmãos de Jesus são
casados, levam suas companheiras consigo no ministério, eu e Barnabé também
poderíamos exercer esse direito caso quiséssemos, mas abrimos mão disso”.
É um texto simples pelo contexto, sendo preciso fazer um esforço monstruoso
para não entender.
Mas se o texto está falando de esposa e
não de uma outra mulher, como fica a continuação, que diz “irmã” e não
“crente”? Seria essa uma prova de que o texto está falando de irmãs de sangue,
e não da esposa? É óbvio que não. Pedro, por exemplo, só tinha André como irmão
e não tinha nenhuma irmã, e no entanto é citado no texto como tendo uma “mulher
irmã”. Portanto, o texto não está dizendo que todos os apóstolos tinham irmãs e
as levavam consigo em suas viagens, mesmo porque se este fosse o caso seria
bastante estranho que Paulo usasse o termo “mulher irmã” em vez de simplesmente
“irmã”. A “irmã”, aqui, é adelphe, que
significa neste contexto apenas uma irmã na fé, ou seja, uma crente, tal
como em textos como esses:
“Tiago, servo de Deus e do
Senhor Jesus Cristo, às doze tribos dispersas entre as nações: Saudações. Meus irmãos, considerem motivo de
grande alegria o fato de passarem por diversas provações” (Tiago
1:1-2)
“Quanto ao irmão Apolo, insisti que fosse visitar
vocês, juntamente com os irmãos. Ele
não quis de modo nenhum ir agora, mas irá quando tiver boa oportunidade” (1ª
Coríntios 16:12)
“Paulo, apóstolo de Cristo
Jesus pela vontade de Deus, e o irmão
Timóteo...” (Colossenses 1:1)
“Saúdem todos os irmãos com beijo santo” (1ª
Tessalonicenses 5:26)
É evidente, nestes textos e em tantos
outros, que “irmão” não está no sentido de irmão
de sangue, como outros textos como Marcos 6:3 e Gálatas 1:19 estão, mas sim
no sentido de irmão na fé, ou seja,
um crente. Portanto, a tradução das Bíblias protestantes está totalmente
correta. O texto fala de esposa, e diz que essa esposa é uma irmã na fé, ou
seja, uma “esposa crente”. A tradução católica é deliberadamente ambígua
justamente porque não quer admitir o óbvio: que o texto está provando que os
apóstolos e os irmãos de Jesus tinham esposa, e que o próprio Paulo e Barnabé,
embora não tivessem, tinham esse direito também. Ou para ser mais claro: é o golpe de morte no celibato obrigatório,
o qual eu já refutei neste artigo.
Traduções católicas que os católicos não
mostram
Embora a maioria das traduções católicas
prefira manter a ambiguidade de “mulher irmã” para não comprometer o celibato
obrigatório do clero, por incrível que pareça há traduções católicas mais
honestas e decentes que vertem por “esposa”, como fazem as versões
protestantes. O site da Bíblia
Católica Online traz algumas dessas traduções, entre elas:
“Do we not have the right
to take along a Christian wife, as
do the rest of the apostles, and the brothers of the Lord, and Kephas?" (The New
American Bible)
“Do we not have the right
to be accompanied by a wife, as the other apostles and
the brothers of the Lord and Cephas?" (Revised Standard Version)
“And every right to be
accompanied by a Christian wife,
like the other apostles, like the brothers of the Lord, and like Cephas?" (New
Jerusalem Bible)
Como todos sabem, “wife” em inglês é
“esposa”, enquanto mulher é “woman”. Há também a versão francesa da Bíblia de
Jerusalém, que embora traga o termo “femme”, que pode significar tanto mulher
como esposa (veja aqui), formula a
frase de uma forma que deixa subtendido se tratar da esposa mesmo:
“N`avons-nous pas le droit
de mener avec nous une soeur qui soit
notre femme, comme font les autres
apôtres, et les frères du Seigneur, et Céphas?" (Bíblia de
Jerusalem)
Traduzido ficaria: “Não temos o direito
de levar conosco uma irmã que é nossa esposa/mulher, assim como os outros
apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?”. “Uma irmã que é nossa mulher” só
poderia se tratar da esposa.
Há também outras versões católicas que,
embora traduzam gune por “mulher”,
vertem adelphe por “cristã” ou
“crente”, como fazem as versões protestantes contra as quais os papistas tanto
vociferam:
“Não temos o direito de
levar conosco, nas viagens, uma mulher cristã,
como os outros apóstolos e os irmãos do Senhor e Cefas?” (Bíblia de
Jerusalém)
“No tenemos derecho a
llevar con nosotros una mujer cristiana,
como los demás apóstoles y los hermanos del Señor y Cefas?" (La Bíblia
de Jerusalén)
“a viajar en compañía de
una mujer creyente, como lo hacen
los demás Apóstoles, los hermanos del Señor y el mismo Cefas?" (El Libro
del Pueblo de Diós)
“¿No tengo derecho a
llevar conmigo una mujer cristiana,
como los demás apóstoles, los hermanos del Señor, y hasta el mismo Pedro?" (La Santa
Bíblia)
“Non abbiamo il diritto di
portare con noi una donna credente,
come fanno anche gli altri apostoli e i fratelli del Signore e Cefa?" (La Sacra
Bibbia)
Em síntese, a acusação romanista de que
as versões protestantes “adulteraram” o verso é uma difamação tão medíocre que
chega a ser desmascarada pelas próprias versões católicas mais sérias. Fosse
isso um “complô protestante” para acabar com o catolicismo, e seria bizarro que
as próprias versões católicas traduzissem o versículo parcial ou completamente
como as versões protestantes fazem.
O que dizem os estudiosos
Por fim, referenciarei aqui o que dizem
os estudiosos do grego em seus Comentários Bíblicos, os quais não tem dúvidas
de que aqui em 1ª Coríntios 9:5 estamos de fato falando de uma “esposa crente”.
• Ellicott's
Commentary for English Readers
Este comentário bíblico faz menção,
entre outras coisas, ao fato de Paulo citar Pedro, apóstolo reconhecidamente
casado, o que elimina qualquer chance de Paulo estar falando de uma mulher que
não fosse a esposa:
“Levar uma irmã, uma
esposa – ou seja, levar conosco em nossas jornadas uma mulher cristã como
esposa. Os teólogos romanos interpretaram isso como se referindo ao ‘costume
das matronas cristãs atendendo como irmãs aos apóstolos’. Mas como o apóstolo
ilustra seu significado por uma referência a Pedro, que sabemos que teve uma
esposa, essa interpretação é inadmissível. São Paulo, neste versículo, traz sua
declaração de direito apostólico para apoiar um passo adiante. Não só tinha o
direito de se sustentar, mas o apoio dos apóstolos casados e suas esposas
pela Igreja implicava o mesmo direito por parte de todos. Uma prática que
surgiu de uma má compreensão do significado real dessa passagem levou ao
escândalo grave e foi finalmente condenada pelo primeiro Concílio de Niceia
(325 d.C)” (Fonte)
• Pulpit
Commentary
Este outro Comentário Bíblico destaca
como que os ascetas adulteravam este texto bíblico em suas cópias (como
fazem os católicos até hoje), porque eles que conheciam o grego sabiam que a
expressão “gune adelphe” neste contexto não poderia significar outra coisa
senão “esposa crente”. Então colocavam “mulheres”, no plural, para passar a
ideia de “colaboradoras” que o catolicismo tem, o que acabou gerando um enorme
problema na Igreja antiga, pois por causa da adulteração desse texto alguns
clérigos passaram a viajar e viver com uma mulher “colaboradora” com a qual não
eram casados, gerando tantos escândalos que a prática foi proibida no Concílio
de Niceia:
“Não há dúvida de que isso
representa a verdadeira leitura cujo significado é: ‘Temos direito de levar,
isto é, viajar com uma irmã cristã de quem somos casados, e que nos apoiam nas
despesas da Igreja’. Esse simples significado, no entanto, envolvendo a
afirmação de que os apóstolos e irmãos do Senhor eram homens casados, era tão desagradável
para o ascetismo mórbido que mantinha o celibato em uma espécie de reverência
maniqueísta, que os escribas do quarto e quinto século e de séculos posteriores
adulteraram livremente o texto, na tentativa felizmente infrutífera de se
livrar desse significado. Eles se esforçaram, colocando a palavra no plural ou
omitindo ‘esposa’, para sugerir que as mulheres com quem os apóstolos viajavam
eram ‘diaconisas’ (...) Tais subterfúgios comeram o coração da exegese honesta
de muitas passagens da Escritura, e originaram a noção de que os leitores
podiam torcer o texto como quisessem. Foi por causa de abusos vergonhosos e
falsas declarações que, finalmente, a prática de viajar com mulheres solteiras,
que eram chamadas de ‘irmãs’, ‘amadas’ ou ‘companheiras’, foi claramente
proibida pelo terceiro cânone do primeiro Conselho de Niceia. Simão Mago
poderia levar sem rodeios com ele uma mulher de Tiro chamada Helena, mas
apóstolos e verdadeiros cristãos nunca teriam sido culpados de qualquer conduta
que pudesse dar base para levantar suspeitas. Viajaram apenas com suas esposas” (Fonte)
• Gill's
Exposition of the Entire Bible
Gill ressalta que “αδελφην γυναικα”
entre os judeus era usado como um hebraísmo para se referir à esposa tal como
em Cantares 4:9, e também refuta a pretensão daqueles que tentam torcer e
perverter o texto a fim de passar o sentido de “colaboradora” em vez de
“esposa”, mostrando o quanto ilógico e tendencioso é esse entendimento diante
do contexto:
“Não temos direito de levar uma irmã, uma
esposa... A frase ‘uma irmã, uma esposa’, é um hebraísmo, e corresponde a
‘minha irmã, esposa’ (Ct 4:9). Os judeus chamavam suas esposas de irmãs, não
por causa da religião, que também não é o significado aqui, mas por causa da
relação comum que os homens e as mulheres, e toda a humanidade, mantêm um com o
outro, antecedentes de qualquer relação mais próxima, como a do homem e da
esposa (...) Esse sentido [papista] é diretamente contrário ao sujeito e ao
argumento sobre o qual o apóstolo está ligado, que é mostrar o direito que ele
e os outros tinham, de serem inteiramente mantidos pelas igrejas, considerando
que isso é uma forma de aliviar as igrejas de tal carga (...) Acrescente a isso
que, se os apóstolos levassem com eles, onde quer que fossem, mulheres, sejam
ricas ou pobres, que não fossem suas esposas, não seria de boa fama e poderia prejudicar
seu caráter e reputação” (Fonte)
• Jamieson-Fausset-Brown Bible Commentary
O autor também faz menção à
tradição mencionada por Clemente de Alexandria, que em vez de imitar os
apologistas católicos que “mataram” a esposa de Pedro para deixá-lo
precocemente viúvo como lhes é conveniente, afirma que Pedro continuou com sua
mulher até seu martírio:
“Paulo
sugere que ele não exerceu seu indubitável direito de se casar e ‘levar’ uma
crente, por causa da conveniência cristã, e também para livrar a igreja da
despesa de mantê-la... implicando que alguns dos apóstolos se aproveitaram do
direito que todos tinham, de se casar. Nós sabemos por Mt 8:14 que Cefas
(Pedro) era um homem casado... Clemente de Alexandria [Miscelânias, 7.63]
registra uma tradição de que Pedro encorajou sua esposa quando foi levada à
morte, dizendo: ‘Lembre-se, minha querida, do Senhor’” (Fonte)
• Matthew Henry Commentary
“Ele
tinha o direito de se casar, bem como os outros apóstolos, e reivindicar o que
era necessário para sua esposa e seus filhos, se ele tivesse algum, das
igrejas, sem trabalhar com as próprias mãos para obtê-lo... mas ele renunciou ao
seu direito” (Fonte)
• The Enduring Word Bible Commentary
“Paulo,
como todos os apóstolos, tinha o direito de levar uma esposa crente. Novamente,
os cristãos de Corinto não se importariam com uma esposa, desde que não
tivessem que apoiar o apóstolo e sua esposa. Mas Paulo está deixando claro que
ele tinha o direito de esperar apoio não só para ele, mas também para sua
família... Como os outros apóstolos.
Aparentemente, a maioria dos outros apóstolos se casou, e suas esposas viajaram
com eles no ministério. Isto é especialmente interessante em relação a Pedro
(Cefas), que era obviamente casado – ainda considerado pela Igreja Católica
Romana como o primeiro papa, em contradição com o princípio do celibato
obrigatório” (Fonte)
• Coffman's Commentaries on the Bible
“O
que está em vista, como observou Morris, não são os direitos dos apóstolos se
casarem, o que ninguém no primeiro século teria levantado qualquer dúvida. Em
vez disso, o que está em vista é o direito de levar uma esposa, mantendo ela
(junto com o marido) às custas da igreja... O
resto dos apóstolos e Cefas. Isso significa que todos os outros apóstolos,
e Cefas (Pedro) em particular, levaram suas esposas com eles em suas jornadas
missionárias, e Paulo como verdadeiro apóstolo teve o mesmo direito de fazê-lo.
Significativamente, Pedro aparece nesta passagem não como um celibatário, mas
como um homem de família. Recorde-se que sua sogra foi curada por Jesus (Mateus
8:14). Assim, é certo que Pedro não abandonou o estado de casado para cumprir
seu cargo apostólico” (Fonte)
• William Barclay's Daily Study Bible
“O
privilégio que Paulo poderia ter reivindicado era o apoio da igreja. Não só ele
poderia ter reivindicado esse apoio para si mesmo, mas também para uma esposa.
Na verdade, os outros apóstolos receberam esse apoio” (Fonte)
• Adam Clarke Commentary
O autor não apenas refuta a tese
papista, como mostra também uma citação de Clemente de Alexandria (150-215),
que prova que este Pai da Igreja entendia o versículo da maneira protestante:
“Quando
o apóstolo fala de levar uma irmã, uma esposa, significa primeiro que ele e todos
os outros apóstolos, e consequentemente todos os ministros do evangelho, tinham
o direito de se casar. Porque parece que os irmãos de nosso Senhor, Tiago e
Judas, se casaram; e temos provas infalíveis de que Pedro era um homem casado,
não apenas por este versículo, mas por Mateus 8:14, onde sua sogra é mencionada
como sendo curada por nosso Senhor de uma febre. E, em segundo lugar, consideramos
que suas esposas eram pessoas da mesma fé, o que está implícito na palavra
irmã. Esta é uma prova decisiva contra o celibato papista do clero, e quanto às
suas tentativas de evadir a força desse texto dizendo que os apóstolos tinham
mulheres santas que os acompanhavam e os ministraram em suas peregrinações, não
há provas disso; nem poderiam ter levado mulheres jovens ou outras mulheres
para acompanhá-las dessa maneira sem dar a ocasião mais palpável de escândalo.
E Clemente de Alexandria observou particularmente que os apóstolos levavam suas
esposas com eles, ‘não como esposas, mas como irmãs, para que ministrassem às
famílias... ele [Paulo] poderia comer, beber e se casar, tendo os apóstolos
como exemplo’ - εσθιει, και πινει, και γαμει - εικονας εχει τους Αποστολους (Vid. Clem. Alex. Strom., lib. vii., c. 12)” (Fonte)
• Thomas Coke Commentary on the Holy Bible
O autor mostra a incoerência do
argumento católico, destaca o importante fato de que os irmãos do Senhor são
citados à parte do grupo de apóstolos (o que prova que eles não eram “primos”
entre os próprios discípulos, como dizem os apologistas católicos) e ressalta o
exemplo de Pedro, que era casado:
“É
muito improvável que o apóstolo tenha pensado em levar com ele, nestas
peregrinações sagradas, uma mulher de quem ele não fosse casado; de modo que a
resposta que os papistas geralmente dão ao argumento muitas vezes trazido a
partir dessas palavras a favor de um clero casado, é absolutamente
inconclusivo. A disjunção entre os
apóstolos e os irmãos do Senhor é uma prova de que o bispo de Jerusalém e Judas,
irmãos do nosso Senhor, não eram do número dos apóstolos. A última frase deste
verso, e Pedro, é importante; declara
de fato que São Pedro continuou a viver com sua esposa depois de se tornar
apóstolo, e também que São Pedro não tinha direitos como apóstolo que não eram
comuns a São Paulo” (Fonte)
• Schaff's
Popular Commentary on the New Testament
Este grande erudito, exegeta e historiador patrístico usado até mesmo
por católicos até os dias de hoje, ressalta o fato de que a leitura de “mulher
irmã” é sem nexo no grego original, e acentua como os demais que os escribas
pró-celibato precisavam adulterar o verso para justificar sua crença,
justamente porque sabiam que no grego o texto é perfeitamente claro de se
tratar de uma esposa:
“Traduzir por ‘uma mulher’ aqui é absurdo. Por mais
absurdo que seja, os romanistas modernos são obrigados a refugiar-se nisso. De
fato, a grande variação nas leituras gregas deste verso – especialmente aquela estranha leitura ‘irmãs, mulheres’ – é uma prova (como foi bem observado) das mudanças desesperadas
às quais as pessoas foram levadas a obliterar o testemunho contra a
obrigatoriedade do celibato dos ministros de Cristo, que é o verdadeiro sentido
deste versículo” (Fonte)
• Comentário Bíblico Católico
O mais impressionante é que até
os Comentários Bíblicos católicos mais sérios costumam manter certo nível de
honestidade ao concordar que 1ª Coríntios 9:5 está mesmo falando de esposa, e
não de apenas uma “colaboradora”. Um desses comentários é o dos autores
católicos Dianne Bergant (que foi presidente da Catholic Biblical Association
of America) e Robert J. Karris, publicado pela Editora Loyola (também católica)
em 1999, que comenta o seguinte sobre esse texto:
(Fonte: BERGANT, Dianne; KARRIS,
Robert J. Comentário Bíblico. São
Paulo: Editora Loyola, 1999, p. 207)
• Comentário Bíblico São Jerônimo
Este é um Comentário Bíblico
católico muito famoso, dirigido e editado por ninguém menos que Raymond E.
Brown. Ele foi nomeado pelo papa Paulo VI à Pontifícia Comissão Bíblica Romana,
e com a aprovação da Igreja serviu durante muitos anos na Comissão de Fé e
Constituição do Conselho Mundial. A revista Time uma vez o descreveu como
"provavelmente o melhor estudioso católico da Escritura nos EUA”, sendo
ele a única pessoa a ter servido como presidente de todas estas três sociedades
distintas: Associação Bíblica Católica, Sociedade de Literatura Bíblica e a Sociedade
de Estudos do Novo Testamento. Segue o print:
(Fonte: BROWN, Raymond E;
FITZMYER, Joseph A; MURPHY, Roland E. Novo
Comentário Bíblico São Jerônimo: Novo Testamento e artigos sistemáticos.
São Paulo: Paulus, 2011, p. 469)
• João Crisóstomo
João Crisóstomo (347-407) foi um
Pai da Igreja que, entre outras obras, escreveu um Comentário à 1ª Coríntios,
em que ele também deixa claro que se trata mesmo de uma esposa, sem fazer
qualquer menção à tese mirabolante da “colaboradora”. O print é do site
católico "New Advent",
e a citação em questão pode ser conferida aqui.
Resumo e Conclusão
O caso aqui é muito sério. Os
apologistas católicos, que sabemos muito bem que nunca leram nada na vida além
de posts de facebook e que tem um verdadeiro horror a livros, não conhecem nem
os próprios teólogos católicos, que
desmascaram a acusação pífia de “adulteração” protestante em 1ª Coríntios 9:5.
Hoje, qualquer teólogo minimamente honesto, independentemente da corrente
religiosa que siga, reconhece que, de fato, Paulo falava de esposa no texto em
questão. É a única interpretação lógica da passagem, é a que faz mais sentido
diante do contexto, é a que melhor respeita as normas hermenêuticas e é a forma
traduzida até em algumas versões católicas da Bíblia – embora a maior parte
deixe numa ambiguidade deliberada, a fim de deixar “sombras” em um texto
perfeitamente claro como esse.
Paulo tinha o direito de levar
consigo uma esposa crente em seu ministério como faziam os outros apóstolos e
os irmãos de Jesus, mas ele abria mão desse direito. Mais tarde, quando o
ascetismo entrou na Igreja antiga, alguns escribas adulteraram deliberadamente
o texto em suas traduções, alguns inserindo “mulheres” em vez de “mulher” para
dar margem à tese das “colaboradoras”, enquanto outros simplesmente suprimiram
o termo gune-esposa do texto. Eles
faziam isso porque falavam e entendiam o grego e sabiam que esse texto era um
xeque-mate em suas pretensões. Portanto, ironicamente, foram os defensores do
celibato que realmente falsificaram alguma coisa aqui, e não os evangélicos. E
foi justamente esse engano que levou à prática dos clérigos da Igreja antiga de
levar consigo uma mulher solteira em seu ministério, gerando tantos escândalos
na Igreja que teve que ser condenada e proibida para sempre nos cânones de
Niceia.
Não poderíamos esperar outra
coisa: os papistas acusam-nos de fazer exatamente aquilo que eles fazem –
adulterar a Bíblia. Seguem à risca, usam e abusam da máxima de Lenin: “Xingue-os
do que você é, acuse-os do que você faz”.
Fim da farsa.
Paz a todos vocês que estão em
Cristo.
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"O celibato obrigatório do clero é
bíblico?"
Por Cristo e por Seu Reino,
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Carambra, Lucas! PERFEITO!
ResponderExcluirAlon
Vlw!
ExcluirExcelente artigo Lucas parabéns . já fui católico Romano antes nasci em família católica frequentava a igreja e ate tocava no coral da comunidade mais graças ao senhor Jesus Cristo consegui abrir os olhos e também graças ao senhor encontrei vc Lucas. Deus lhe abençoe
ResponderExcluirObrigado David, Deus lhe abençoe igualmente!
ExcluirOrtodoxos podem ser chamados de irmãos na fé?
ResponderExcluirEssa é uma questão polêmica, mas em minha opinião, não. Eles não creem em algumas doutrinas básicas, como a Sola Fide. Isso não quer dizer que ortodoxos não podem ser salvos, mas na minha concepção o termo "irmão" se aplica a alguém que compartilha com outra pessoa todas as doutrinas consideradas mais básicas e fundamentais em ambas as vertentes, o que não é o caso aqui (embora eles evidentemente cheguem muito mais perto que os católicos romanos).
ExcluirE vc vê algum problema em ir à uma Igreja Ortoxa e participar do culto como visitante? Na Romana eu msm não iria, não me sentiria bem, tanto por uma questão teológica como também me sentiria "cúmplice" do passado sujo.
ExcluirA única vez em que eu fui em uma Igreja Ortodoxa foi em um casamento, e eu não me senti mal naquele lugar (diferente das igrejas romanas em que eu sinto enjoo só de olhar pela tv). Pra mim, visitar não é um problema, é diferente de ser realmente um "participante" da coisa (como alguém que adora a hóstia, por exemplo).
ExcluirO que você acha da eutanásia nos casos de pacientes terminais (em estágios vegetativos)?
ResponderExcluirO cristão pode apoiar isso?
Se a pessoa não tem mais absolutamente nenhuma possibilidade de voltar à vida ativa como antes, e se só resta esperar em estado vegetativo até morrer, eu não vejo sentido em prolongar o sofrimento e adiar o inevitável. Eu mesmo se entrasse neste estado não iria querer que minha família sofresse comigo por décadas e décadas e gastasse um dinheirão sem poder fazer nada para mudar meu estado.
ExcluirLucas, eu acho que é consenso entre os cristãos que se deve esperar que alguém morra sem qualquer intervenção humana. O exemplo que eu tenho para ilustrar o que eu quero dizer é meu pai: ele passou os seus últimos meses de vida numa cama de um quarto, velho, com mal de Parksom, sem falar e sem se movimentar...Confesso que a eutanásia parecia ser a melhor resposta, mas me sentia confuso ..
ExcluirMas este caso aí do seu pai é diferente do seu exemplo anterior de uma pessoa em estado vegetativo. Neste caso que você passou agora eu também não sou a favor da eutanásia. Eu me refiro especificamente aos casos em que a pessoa já perdeu qualquer consciência e onde absolutamente nada mais pode ser feito. Ou seja, aos casos em que a pessoa na prática já está "morta".
ExcluirPenso ser necessário diferenciar a eutanásia passiva da ativa. Marco Antonio.
ExcluirVocê sempre foi evangélico (desde pequeno) ou se converteu durante a vida?
ResponderExcluirExistem igrejas que fazem diferença entre protestantes e evangélicos. É correta essa diferenciação?
"Evangélico" em sentido nominal sempre fui, mas no sentido real de levar a sério as coisas de Deus foi a partir de 2009. Sobre distinguir "protestantes" e "evangélicos", eu acho pura bobeira. É que alguns não gostam do termo "protestante" (que foi dado originalmente pelos católicos) e outros não gostam do termo "evangélico" (já vi gente que não curte essa nomenclatura porque não gosta de ser relacionada ao movimento neopentecostal moderno), mas essencialmente se trata da mesma coisa, e discutir nomenclatura não leva ninguém a lugar algum.
ExcluirAqui vai uma coisa que eu não entendo até hoje: os católicos realmente esperam que acreditemos que "tradições" que surgiram "do nada" até mesmo em plena Idade Média e que eram praticamente desconhecidas antes foram, na verdade, ensinadas pelos apóstolos e passadas oralmente de forma completamente pura?
ResponderExcluirPode parecer incrível, mas é justamente nisso que eles acreditam. Chega a ser surreal alguém ser tão ingênuo a ponto de acreditar nisso, mas pra um povo que já acreditou que tinha as relíquias da orelha de Malco, das asas do arcanjo Miguel, da barba de Noé e do leite da virgem Maria, isso é fichinha.
ExcluirMas o paradigma católico é esse confirmado pelo concílio de Trento - Sagrada Tradição (que contém a Bíblia), magistério infalível e a Igreja que Cristo deixou (que na concepção católica é a ICAR).
ExcluirÓtimo artigo. Mas gostaria de saber sua opinião fora do tema abordado. Lucas, você como estudiodo do passado, acredita que já existiu civilizações com tecnologia superior à nossa mas por algum motivo desapareceu? Você acredita que a história da humanidade se resume à pouco milhares de anos (terra jovem) ou a
ResponderExcluirmilhões como é ensinado nas escolas?
Não acredito em civilizações com TECNOLOGIA mais avançada, mas acredito em civilizações tão inteligentes quanto nós hoje, que mesmo com menos tecnologia conseguiram fazer coisas grandiosas para a época, e outras que possam ter aprendido as técnicas em contatos mais diretos com os demônios. Sobre a segunda questão, acredito na terra jovem.
ExcluirLucas, poderia explicar melhor o que você quis dizer com "... possam ter aprendido as técnicas em contato mais direto com os demônios." ?
ExcluirOs demônios lhes ensinarem as técnicas necessárias para construir algumas coisas que impressionam os seres humanos até hoje (como as pirâmides do Egito).
ExcluirTem previsão para o lançamento de seu livro novo?
ResponderExcluirEu achava que daria para o primeiro volume ficar pronto até o fim do mês passado ou começo deste mês, mas acabou que ficou com tantas citações para arrumar e agrupar que não deu para cumprir essa meta inicial (mais por conta do grande volume de conteúdo do que por incompetência minha, eu acho). Pra você ter uma ideia, tem mais de 700 páginas aqui de citações, só dos livros que li nos últimos meses, sem falar dos mais antigos. Mesmo dividindo o livro em três volumes, ainda é muita coisa. Se ficar pronto no começo do ano que vem, pra mim já seria um sucesso.
ExcluirLucas, a filosofia entende que a dúvida é uma excelente ferramenta contra as falácias, alguns cristãos entendem que é uma arma diabólica e você? Voce ja teve alguma crise de fé? Você já passou algum momento onde duvidou da validade/veracidade do cristianismo? Você já duvidou/titubeou se o seu esforço e dedicação à esse blog ou a própria fé vale a pena? Obrigado amigo.
ResponderExcluirDepende da filosofia, há filosofias que realmente fazem muito mais mal do que bem, mas nem toda a filosofia é assim. Embora, de uma forma geral, eu diria que a filosofia como um todo tem contribuído mais para o mal do que para o bem, em relação às questões teológicas. Por meio de filosofias, muitos acabam complicando e lançando complexidade desnecessária em muita coisa simples que seria facilmente assimilável por meio de leitura e exegese bíblica. Paulo teve problemas com a filosofia de seus dias, Lutero também, e não penso que hoje seja diferente. Muitas vezes a filosofia acaba virando apenas um mero pretexto para não admitir o óbvio, fazendo malabarismos e contorcionismos mentais para torcer um texto bíblico e manipulá-lo ao seu bel prazer.
ExcluirSobre se eu pessoalmente já passei por dúvidas, não quero parecer prepotente mas francamente considero que não. Quando eu era mais jovem até tinha uma "pontinha" de dúvida com coisas relacionadas a ateísmo, mas nunca algo que fosse minimamente relevante para colocar minha fé em xeque. Até hoje não tive uma "crise de fé" como vejo tanta gente dizendo por aí.
ExcluirEntendi Lucas. Alguns escritores/estudiosos, como Philipe Yancey entendem que alguns personagens bíblicos (Jonas, Elias, Salomão, Davi, Jeremias, Habacuque, entre outros) já se encontraram em momentos de crise existencial que, muito provavelmente te, tenha afetado a sua fé. Não que seja uma regra mas, o autor, acredita que seja algo bastante comum mesmo em cristãos com bastante conhecimento bíblico. Você concorda?
ExcluirSim, concordo. É normal ter crises existenciais, e muitos dos que ainda não passaram por isso podem passar um dia. O problema é quando a pessoa vive em crise existencial, quando isso é um estado constante e permanente do indivíduo, para isso não encontro referência bíblica e entendo ser um problema muito grave a ser resolvido, capaz de destruir a vida de alguém e obstruir seu relacionamento com Deus.
ExcluirLucas, no caso de Salomão, não parece que uma suposta crise existencial o levou a se afastar de Deus?
ExcluirO que o levou a se afastar de Deus não foi isso, mas a idolatria.
Excluirisso lhe lembra alguma coisa?
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=E4Sz8ARGAvI
“E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da PEDRA ESPIRITUAL QUE OS SEGUIA; e a pedra era Cristo.” (1 Coríntios 10:4)
Excelente artigo , quando penso neste texto, percebo a ignorância bíblica dos apologistas Católicos , Claro que Paulo não estava a reclamar da companhia de uma Irmã em suas missões, pois ele tinha, ele mesmo disse: Filipenses 4,1-3
ResponderExcluir[1]Portanto, meus muito amados e saudosos irmãos, alegria e coroa minha, continuai assim firmes no Senhor, caríssimos.
[2]Exorto a Evódia, exorto igualmente a Síntique que vivam em paz no Senhor.
[3]E a ti, fiel Sínzigo, também rogo que as ajudes, pois que trabalharam comigo no Evangelho, com Clemente e com os demais colaboradores meus, cujos nomes estão inscritos no livro da vida. Pois é Sintique e Evodía eram irmãs que andavam com Paulo, faziam parte dos cooperadores de Paulo, qual é pois a lógica de Paulo Reclamar neste sentido?
Muito bom mesmo ter lembrado dessa passagem, é um verdadeiro xeque-mate! Vou acrescentá-la aos argumentos do artigo, valeu mesmo!
ExcluirFeito, adicionei ao artigo como o ponto 8 da parte de análise exegética. Valeu!
ExcluirO exímio aqui es tu meu querido irmão, paz
ExcluirOlha Lucas, depois do ponto 8, agora o que me surpreende é o desconhecimento da Palavra de Deus por parte de uma apologética supostamente infalível!
ExcluirTambém acho. Se deparar com esse versículo e continuar acreditando que Paulo estava falando apenas que abria mão de ter "colaboradoras" que ele mesmo dizia que tinha, é o suprassumo da cegueira e ignorância espiritual. E tem gente aí insistindo em matar a esposa de Pedro por conveniência, mesmo com isso não tendo qualquer base bíblica séria, e mesmo com Clemente de Alexandria dizendo que era tradição na Igreja que ele continuou com sua mulher até o martírio. Sinceramente, esses católicos não tem jeito mesmo. Se não for Deus na causa, não tem chances.
ExcluirLucas você sabe me dizer o que tem levado o grande aumento de ateus e agnóstico na Europa ou no mundo como um todo?Já que os católicos afirmam que tudo isso é fruto do PROTESTANTISMO que rompeu com Roma destruindo a unidade cristã.O que tem de verdade sobre a secularização?
ResponderExcluirO problema da Europa é o problema de qualquer país rico, a tendência é sempre se afastar de Deus porque pensa que já tem tudo e não precisa de mais nada. E sabemos perfeitamente bem que muita gente só busca a Deus na intenção de suprir uma carência material ou emocional, e depois que já tem o que quer dá as costas a Ele. A história de Israel inteira foi assim. Eles recorriam a Deus quando precisavam de ajuda, e depois se olvidavam dele quando estavam na melhor. É o que acontece hoje. Não tem nada a ver com ser um país protestante ou católico, tem a ver apenas com a tendência natural do ser humano em se afastar de Deus quando tem tudo e sente que não precisa mais dele. É por isso que na Europa desenvolvida e rica isso acontece nos países de qualquer matriz religiosa. Quando a América latina e o resto do mundo se tornar desenvolvido, acontecerá aqui também, e já está acontecendo em menor escala. É claro que os apologistas católicos pilantras e oportunistas se aproveitam desse secularismo em países protestantes europeus (ignorando o mesmo secularismo nos países católicos europeus) para apontar que há algo de errado no protestantismo em si, o que é coisa de embusteiro e sem vergonha mesmo. Como se o protestantismo tivesse demorado mais de 450 anos para dar seus "frutos" de secularismo, uma vez que esse secularismo data de décadas atrás, e não de séculos como se fosse uma herança da Reforma...
ExcluirMais uma série de perguntas para o irmão Lucas me responder: (1) faz sentido certas pessoas do grupo Dollynho Puritano condenarem o ato de judaizar e, ao mesmo tempo, justificarem Cruzadas, Inquisição e caça aos infiéis com base nas guerras de destruição do Velho Testamento? (2) Voc~e acha que "ocidentalizar" demais a fé cristã é ruim ou prejudicial em obras missionárias muito longe do Ocidente (sinceramente, eu acho)? (3) Existe razão bíblica para crermos que não há problema em comer animais ritualmente impuros (ou mesmo tê-los como animais de estimação)?
ResponderExcluirDeus te Abençoe.
(1) Lógico que não faz sentido. Esse pessoal nem ao menos segue alguma exegese, a única "exegese" deles é o revisionismo virulento, para o qual vale tudo; (2) eu precisaria saber exatamente o que você define por "ocidentalizar" (com exemplos práticos, se possível); (3) há textos bíblicos que mostram isso, como por exemplo:
Excluir"...e proíbem o casamento e o consumo de alimentos que Deus criou para serem recebidos com ação de graças pelos que creem e conhecem a verdade. Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração" (1 Timóteo 4:3-5)
"Se algum descrente o convidar para uma refeição e você quiser ir, coma de tudo o que lhe for apresentado, sem nada perguntar por causa da consciência" (1 Coríntios 10:27)
Abs!
Lucas, por que certos alimentos eram proibidos no velho testamento? Eu já vi argumentos relacionados com a saúde, por exemplo, Deus proibiu a carne de porco porque era muito difícil conservá-la, deixando as pessoas frequentemente doentes. Pra vc faz sentido? Ou esses animais são de alguma maneira intrisicamente impuros?
ExcluirPor ocidentalizar eu me refiro ao que principalmente os jesuítas e creio que colonizadores britânicos também faziam quando contactavam um povo estrangeiro: eles pensavam que evangelizar fizesse parte de um processo de "civilizar" um povo selvagem (ou beirando o selvagem), impondo várias normas culturais do Ocidente como representando o auge da civilização e mesmo o padrão de Deus. Exemplo: impor idiomas europeus nas regiões conquistadas.
ExcluirAliás, também queria saber porque não faz sentido a lógica dos "dollynhos" sobre justificar massacres com base no AT.
ExcluirAh sim, esse tipo de ocidentalização eu sou contra, é o mesmo que judaizar só que ao contrário, e ainda pior, porque impõe uma cultura que nem "bíblica" é. Sobre os "massacres do AT", não foram massacres, foram guerras e não em qualquer situação aí, mas em uma circunstância específica relacionada à Terra prometida, tanto é que depois disso os israelitas só fizeram guerras quando outros povos iam batalhar contra eles, e não por conta própria indo tomar outros territórios. E cristão que é cristão não segue a ética de guerra do AT, mas sim da revelação completa trazida por Jesus, que é de não-resistência, de "guardar a espada", de "dar a outra face", de "andar a segunda milha", de "amar os inimigos e orar por eles", enfim, tudo o inverso da moral católica no que se refere às Cruzadas.
ExcluirLucas, por que certos alimentos eram proibidos no velho testamento? Eu já vi argumentos relacionados com a saúde, por exemplo, Deus proibiu a carne de porco porque era muito difícil conservá-la, deixando as pessoas frequentemente doentes. Pra vc faz sentido? Ou esses animais são de alguma maneira intrisicamente impuros?
ExcluirTem essa questão aí da saúde, mas ela não explica tudo. Havia algo de simbólico em torno da proibição desses alimentos, senão eles não seriam permitidos depois. Há um Pai da Igreja chamado Barnabé, de Alexandria, que no segundo século deu a seguinte explicação:
Excluir“Moisés disse: ‘Não comereis porco, nem águia, nem gavião, nem corvo, nem peixe algum que não tenha escamas’. Porque ele tinha em mente três ensinamentos. Por fim, ele diz a eles no Deuteronômio: ‘Exporei a esse povo as minhas decisões’. A proibição de comer não é, portanto, mandamento de Deus, pois Moisés falava simbolicamente. Eis o significado do que ele diz sobre o ‘porco’. Não te ligarás a esses homens que se assemelham aos porcos; isto é, que quando vivem na abundância, se esquecem do Senhor; mas na necessidade reconhecem o Senhor. Assim é o porco: enquanto está comendo, ele não conhece seu dono; mas quando está com fome, ele grunhe e, uma vez tendo comido, volta a se calar. Ele diz: ‘Também não comerás a águia, nem o gavião, nem o milhafre, nem o corvo’. Isto é: não te ligarás, imitando-os, a esses homens que não sabem ganhar o alimento por meio do trabalho e do suor, mas que, em sua injustiça, arrebatam o bem alheio. Andam com ar inocente, mas espionam e observam a quem vão despojar por ambição. Eles são como essas aves, as únicas que não providenciam o alimento por si próprias, mas se empoleiram ociosamente, procurando a ocasião de se alimentar da carne dos outros. São verdadeiros flagelos por sua crueldade. Ele continua: ‘Não comerás moreia, nem polvo, nem molusco’. Isto é: não te assemelharás, ligando-te a esses homens que são radicalmente ímpios e já estão condenados à morte. O mesmo acontece com esses peixes: são os únicos amaldiçoados, que nadam nas profundezas, sem subirem como os outros; permanecem no fundo da terra, habitando o abismo” (Epístola de Barnabé, 10)
É claro que não dá pra bater o martelo e dizer que as coisas são EXATAMENTE assim, mas pelo menos dá pra dar uma noção de que a proibição àqueles alimentos tinha algo de espiritual a mais por detrás da simples proibição, que em si mesma não faria muito sentido em alguns casos.
Achei interessante essa resposta. Nunca tinha pensado dessa maneira, mas faz sentido.
ExcluirE aí Banzolão. Beleza? Cadê o Fernando Nascimento? Não apareceu mais? Rsrs
ResponderExcluirDa última vez que tive notícias dele, ele estava sendo surrado pelo Elisson Freire e passando vergonha debatendo com os evangélicos em grupos de facebook. Ou seja, a rotina de sempre :)
ExcluirO cara é chato. Ele nunca mais veio cutucar você?
ExcluirDeve cutucar por aí, mas eu nem vejo mesmo.
ExcluirDescobriram uma foto dele. Já vi em alguns blogs. Você já viu também? O cara já é velho. Pensei que fosse jovem.
ExcluirÉ velho, feio e abjeto.
ExcluirQuem se suicida perde a salvação?
ResponderExcluirDepende do caso, há pessoas que tem depressão muito forte por motivos que ela não pode controlar, casos sérios, médicos, e há pessoas que se suicidam mais por "covardia" mesmo, por querer acabar com todos os problemas da forma mais "fácil" em vez de encarar as tempestades da vida de frente, ou seja, para dar fim a um sofrimento que muitas vezes é oriundo de más escolhas da própria pessoa. Então não sou eu quem vou julgar quem vai pro inferno e quem não vai por cometer suicídio, mas não vejo uma base bíblica forte para se sustentar que qualquer suicídio é pecado sem perdão e que já está automaticamente condenado ao inferno.
ExcluirOlá. Queria relatar uma história da minha família a fim de obter alguma resposta como ajuda. Na minha família por parte de mãe, existem muitos casamentos entre pessoas da própria família (ex: irmão com tio, primo com primo, etc), mas MUITO mesmo (vários deles tem problemas de visão, audição, etc). Eles moram no interior e por lá, infelizmente, muitas famílias têm esse costume de ter relações sexuais com parentes próximos. Bom, dessa combinação genética desregulada minha avó teve problemas de audição, e minha mãe acabou adquirindo também esse problema (porém, o casamento da minha avó com meu avô não foi consanguíneo, foi normal, eles não eram parentes de forma alguma). Como eu disse, minha mãe também acabou adquirindo esse problema genético e ela vem perdendo a audição aos poucos. Isso me deixa muito triste porque não acho justo a minha mãe (e nem a minha próxima geração, talvez) pagar o preço pelo pecado dos outros. Queria quebrar essa maldição pois tenho medo dos meus filhos virem a ter esse problema genético, já que, as vezes, os netos podem adquirir características dos avós (seja física, comportamental, etc). Como fazer para que eu não carregue as consequências dos pecados dos meus antepassados?
ResponderExcluirOlha, sendo bem sincero, na minha concepção o seu problema não tem nada a ver com "maldição", isso não é um problema de ordem espiritual, como se Deus estivesse lançando uma "maldição hereditária" pelos pecados dos seus antepassados, isso tem a ver com um problema de ordem biológica mesmo, porque cientificamente falando ocorrem problemas com quem se relaciona com parentes, e isso é com qualquer um, seja cristão, ateu ou o que for. Se alguém nasce com alguma síndrome ou problema mental, ou com problemas físicos de qualquer natureza, isso não é uma punição pelo pecado dos pais (se fosse assim acho que todo mundo nasceria com múltiplas deficiências, já que somos todos grandes pecadores natos...), mas um problema genético. Claro que esse problema genético se originou no pecado, mas não no seu pecado pessoal ou dos seus pais, e sim do de Adão. Então o que eu recomendo a você é que ore a Deus, não para que ele quebre uma "maldição" que não existe, mas sim para que impeça que você tenha os mesmos problemas de audição, e se isso acontecer, busque imediatamente tratamento médico, há aparelhos que ajudam muito quem tem esse tipo de problema, mas não fique aí pensando que você foi "amaldiçoado" por Deus, porque este não é o caso. Abs!
ExcluirQual igreja vc frequenta? e vc prega ou tem algum cargo na igreja?
ResponderExcluirÉ uma comunidade Vineyard da minha cidade, mas é uma igreja nova e bem pequena, basicamente não tem nenhum "cargo" além do pastor (que não sou eu, é claro).
ExcluirSou evangelico, mas reconheço que dentro do meio evangelico há várias divisoes doutrinarias: uns são calvinistas, outros arminianos, um pós tribulacionistas, outros pré e meso, uns preteristas, etc .. como conciliar essas divisões com a Bíblia e o sola scriptura sendo que a verdade é uma só. Deus da a possibilidade de sua igreja estar dividida em alguns pontos doutrinários. E como fazer uma unidade nisso tudo?
ResponderExcluirEsse tipo de discordância já havia na Igreja antiga, no meu livro "Em Defesa da Sola Scriptura" eu listo com citações uns 25 pontos doutrinários em que os Pais discutiam e divergiam entre si, muitos deles diziam respeito às mesmas coisas de hoje, e nem por isso aquela Igreja não era uma Igreja autêntica. Eles criam nas mesmas verdades FUNDAMENTAIS, resumidas no Credo Apostólico, mas não tinham o mesmo ponto de vista em relação a cada doutrina da fé, incluindo os pontos secundários. Se você procura uma Igreja que não tenha discordâncias internas em relação a nada então não encontrará nenhuma, pois até a Igreja Romana vive em pé de guerra com facções internas e movimentos que se odeiam, como os tradicionalistas, os modernistas, os sedevacantistas, os veterocatólicos e assim por diante. Há uma diferença monstruosa entre o católico que odeia o Concílio Vaticano II e que defende a Inquisição porque odeia ainda mais os protestantes, em relação a um católico da RCC que em muitos aspectos é um "plágio" do pentecostalismo, com retiros de cura interior e libertação, com freiras caindo pelo "poder do Espírito", com gente falando em línguas estranhas, com padres cantantes e em um clima ecumênico. Uma lista de contradições dos documentos da própria Igreja Romana é tão gigante que esse site católico sedevacantista fez esse compilado aqui, que parece não ter fim:
Excluirhttp://www.foradaigrejanaohasalvacao.com.br/2017/08/falsa-igreja-seis-anti-papas.html
Sobre a "divisão protestante" e o mito da "unidade católica", confira os artigos desta lista:
http://www.lucasbanzoli.com/2015/07/artigos-sobre-catolicismo.html
Mas diante disso como que eu lido com essas divergências no meio evangélico ? Afinal, cada pessoa é seu próprio magistério. Eu escolho ser calvinista e vc escolhe ser arminiano, entre outros assuntos. Como existe uma verdade só, ou eu ou vc estamos certos e um de nós errado. Então Deus permite essas divergências no seio da sua igreja. Isso não acaba sendo um maleficio para a igreja? Parece que Celso num dialogo acusa os cristão de divisão? vc ja ouviu falar disso?
ExcluirCatólico se passando por protestante para usar o bom e velho argumento da unidade. Não perca seu tempo. Um evangélico jamais diria "cada um é seu próprio magistério".
Excluir"Eu escolho ser calvinista e vc escolhe ser arminiano, entre outros assuntos". E o que você queria? Que OUTRA PESSOA escolhesse o que VOCÊ vai ser? Eu prefiro muito mais usar o meu próprio cérebro para pensar por mim mesmo e chegar às conclusões mais razoáveis do que ser vaquinha de presépio e papagaio de pirata e engolir por inteiro uma tese A ou B vinda de outro, contra a minha consciência pessoal do que é certo e errado, para depois torcer muito para que essa pessoa que "pensa no meu lugar" esteja certa, e não qualquer outra de outra religião. Isso me soa muito como Inácio de Loyola, que dizia: "Para não nos desviarmos da verdade, devemos sempre estar dispostos a crer que o que nos parece branco é negro, se a Igreja hierárquica assim o decidir". Ou seja, um fideísmo total, uma confiança cega em uma instituição religiosa mesmo contra toda a razão. É deixar que uma outra pessoa pense no seu lugar, por preguiça ou medo de usar suas próprias aptidões mentais. Mas assim também não se chega a lugar algum, pois se a nossa razão não é capaz de interpretar textos bíblicos e tomar posições teológicas, de modo que somos obrigados a apelar a "gurus", nunca iríamos saber se a "instituição certa" que apresenta toda a verdade é o catolicismo romano tradicionalista, ou o modernista, ou o sedevacantista, ou a Igreja Ortodoxa Grega, ou alguma protestante, ou vai ver nem é o Cristianismo que está certo, mas qualquer uma das outras milhares de religiões que tem por aí. Em síntese, abra mão da sua capacidade de discernimento, e restará apenas cruzar os dedos bem forte e torcer muito para ter tido a sorte de ser feito de marionete pelo cara certo.
ExcluirVocê ressaltou muito bem essa questão do diálogo de Celso e Orígenes. Celso acusou os cristãos de serem divididos, e Orígenes EM MOMENTO NENHUM NEGA QUE ISSO FOSSE VERDADE. E olha que estamos falando da Igreja do século II. Se em pleno século II a Igreja já era "dividida" assim, é completamente fantasioso pensar que tantos séculos depois ela seria perfeitamente "una" com um pensamento unificado em todos os aspectos, ou que para ser Igreja mesmo precise concordar todos com tudo (se fosse assim, nem a Igreja do século II seria autêntica). Eu penso assim: qualquer cristão honesto que ler a Bíblia por conta própria e de mente aberta para a verdade irá chegar facilmente às doutrinas primárias do Cristianismo, como por exemplo as "Cinco Solas" e tudo o que está no "Credo Apostólico". Isso porque são doutrinas bem explícitas e claras. Ele pode ficar em dúvida quanto a questões mais complexas como a do calvinismo vs arminianismo que você citou, mas como se trata de uma questão secundária isso não é fundamental para a sua salvação, ou seja, ele pode ser arminiano e ser salvo mesmo se o calvinismo for verdadeiro, e vice-versa. Era assim que os Pais da Igreja criam, que a Bíblia é perfeitamente clara nas doutrinas fundamentais, e se é obscura em alguma parte é em coisas que não comprometem a nossa salvação.
A editora vida nova lançou um livro sobre isso.
Excluirhttps://vidanova.com.br/884-autoridade-biblica-pos-reforma.html
No catolicismo por mais que eles estejam no erro, todos eles usam erradamente 1 corintios 3:15 para provar purgatorio. Os evangélicos em cima de uma passagem tem várias interpretações. Ou seja, cada cristão é seu magisterio. Nesse sentido que eu falo.
Então pelo que entendi, os evangelicos tem sim os pontos principais em comum, mas discordam em algumas coisas e isso varia de igreja pra igreja. A questão que fica no ar é que ninguem poderá dar a palavra final no assunto sobre algo, pois cada pessoa interpreta do seu jeito. Sinceramente, confesso que tem horas que nao sei como lidar com isso na escatologia, por exemplo, onde cada pastor diz algo diferente do outro. E no caso eu posso escolher o que acreditar. Ou seja, se existem 5 visões diferentes e uma certa, tem 5 evangelicos crendo no erro e 1 na verdade so que ninguem jamais saberá qual é a verdade. Fica um mistério jogado no ar, sendo que a verdade é uma só e eu nunca saberei qual é essa verdade. Acho, que tem coisas que fogem da nossa compreensão...
Vc poderia me citar essa passagem com citação e fonte de Celso e Origenes e se possivel fazer um artigo sobre isso...eu so ouvi falar dela...obrigado.
Sobre a diversidade de interpretações, é inevitável. A revelação é limitada. Dessa forma, é impossível responder a todas as perguntas. É natural que a diversidade aumente na medida em que nós procurando refinar ou adicionar mais detalhes a nossa teologia.
ExcluirPor exemplo, a Bíblia claramente ensina que a salvação é pela graça. No entanto, se formos refinar essa doutrina, vamos chegar ao ponto em que não há mais respostas, nos restaria apenas especular. Temos que ser humildes para reconhecer isso e não exigir dos demais o assentimento a algo que nem a Escritura exigiu.
Além do mais, o sistema protestante tem mais chances de chegar à verdade do que o católico romano. Se você tem um navio e vários barcos pequenos numa tempestade, a chance de alguns dos integrantes dos barcos pequeno se salvarem é maior.
Sobre Celso e Orígenes, veja aqui:
http://respostascristas.blogspot.com.br/2017/03/a-igreja-antiga-e-unidade-crista.html?m=1
Ele nos fornece um testemunho claro. A Igreja dos primeiros séculos tolerava um nível de divergência que o sistema católico romano diz não tolerar. Na prática, sabemos que é impossível ter o nível de unidade que os católicos reivindicam. Não por acaso, eles próprios não possível tal nível de unidade. Os argumentos católicos que apelam a unidade nos levaria a concluir que a Igreja cristã deixou de existir, pois nenhuma igreja atende a esse requisito.
Apenas acrescentando, se o problema mencionado é a escatologia, pois você "não sabe no que acreditar", então se tornando católico continuaria com O MESMO problema, pois a Igreja Romana não tem NENHUMA escatologia oficial. Inclusive se você for conferir o catecismo católico, nem sequer existe um verbete de "escatologia". E se for consultar a opinião de teólogos ou apologistas ou leigos católicos, cada um dirá uma coisa, desde o preterismo parcial até o futurismo, cada um deles se apoiando na Bíblia pelo seu modo de interpretar e até em "aparições marianas". Ou seja, se tornar católico romano na intenção de conseguir superar os dilemas interpretativos em escatologia seria simplesmente um desastre, um fracasso miserável e completo.
ExcluirEntão quais os pontos da Biblia que uma pessoa deve crer para ser considerada evangélica e quais são os pontos que ela pode ter divergência doutrinária ? Porque tem evangelicos calvinistas que se vc discordar deles na questão da soteriologia e do pentecostalismo ele já te chama de herege.
ExcluirVocê poderia me mostrar links de católicos futuristas e preteristas para eu ver? porque no final de tudo eles vão dizer que o catecismo ensina uma coisa só e que eles são unidos e não divergem em nada... estranho a igreja romana não ter se manifestado em nada na escatologia...
ExcluirSite católico futurista:
Excluirhttp://www.rainhamaria.com.br/Secao/7/Fim-dos-Tempos
Site católico preterista:
https://caiafarsa.wordpress.com/quem-e-a-besta-do-apocalpse/
Vou deixar o Bruno responder a outra pergunta direcionada a ele.
Caro Anônimo, não sei se você é evangélico ou católico se passando por um, mas as divisões protestantes nascem da nossa própria incapacidade de conhecer plenamente a Deus. Deus se manifestou apenas em parte para nós, uma parte compreensível, porém ele é muitíssimo maior, infinitamente maior do que a nossa compreensão pode supor, portanto, as discussões, do tipo arminianismo x calvinismo esbarram nisso aí, em uma suposição humana de como Deus age. Porém, Deus, em sua infinita sabedoria, relegou esses pontos a coisas secundárias, e deixou claro, isso é fato, até por ser simples, quais os pontos necessários para que sejamos salvos e tenhamos uma vida prática suficiente dentro de seus parâmetros. Resumindo, o que é essencial está claro na Bíblia, dentro da possibilidade de entendimento humano, e o que é secundário, ou o que é inescrutável, não, pela própria impossibilidade de pleno conhecimento de Deus por parte dos humanos.
ExcluirPara ser considerada protestante, sem dúvida a 5 Solas da Reforma. São ensinos claramente derivados das Escrituras sobre os quais não há sombra de dúvida. Obviamente as Solas são slogans, e outros ensinos derivados das solas também são necessários.
ExcluirA própria Escritura nos fornece exemplos de divergências aceitáveis e outras inaceitáveis. Paulo diz que se a ressurreição não aconteceu, nossa fé é vã. Logo, crer na ressurreição é obrigatório. Já quanto àqueles que fazem diferença de dias, ele deixou a cargo da liberdade cristã. Logo, santificar o dia A, B ou C não pode ser considerada uma crença obrigatória. O mesmo se aplicou a comida sacrificada aos ídolos.
Assim, a própria Escritura fornece exemplos em que a divergência é tolerável. Agora pergunte a um católico o que ele deve necessariamente acreditar? Ele simplesmente não pode responder essa pergunta satisfatoriamente apelando ao magistério, pois precisaria definir quais ensinamentos do magistério são infalíveis e quais podem ser reformados. Como o próprio magistério nunca definiu isso infalivelmente, ele tem apenas o seu julgamento privado para responder a questão. Assim, o catolicismo romano não oferece uma alternativa viável. No fim do dia, todos precisamos usar nosso julgamento privado para determinar o que deve ou não ser crido. No fim do dia, todos agimos como protestantes.
Com artigos como este é difícil entender como os católicos romanos ainda insistem em continuar no erro. Quando não se pesquisa sobre o assunto e deixa-se ser guiado cegamente por pessoas (o Papa, tradição, etc) é compreensível que se continue no erro,porém, quando se tem uma explicação histórica e Bíblica a respeito do assunto mas prefere-se manter no erro, chego a pensar que isso é algum tipo de incapacidade crítica, falta de raciocínio próprio... sei lá o que poder ser; só sei que isto não é normal!
ResponderExcluirMas é aquela lógica de Inácio de Loyola: se você vê algo branco e a Santa Igreja diz que é preto, você tem o dever de renunciar à razão e aderir ao conselho da Igreja. Ou seja, é preto e fim de papo. Se eles são treinados para renunciar à razão a este ponto, a fim de aceitar cegamente qualquer coisa por mais inadmissível e escandalosa da Igreja Romana, imagine em se tratando de questões bíblicas assim. Plantam qualquer bananeira e fazem qualquer malabarismo necessário para perverter a verdade e salvar a Igreja.
ExcluirVocê está errado Abraão. Eles persistem no erro porque não lêem o artigo.
Excluir... E muito menos a Palavra de Deus!
ExcluirO que significa Lucas Teologia da Cruz e Teologia da Glória?Abraço e fique com Deus!
ResponderExcluirNão sou a pessoa mais apta para dissertar a respeito desse assunto, na verdade sou até contra ficar criando novas fórmulas como "Teologia disso" e "Teologia daquilo", pra mim a teologia que deve existir é uma só, o evangelho. Mas se quiser ler algo sobre o assunto, há alguns artigos aí:
Excluirhttp://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/172/Martinho_Lutero_A_Teologia_da_Cruz_em_Contraste_com_a_Teologia_da_Gloria
http://pibnj.org/teologia-da-cruz-versus-teologia-da-gloria/
http://pastorgilsonsoares.blogspot.com.br/2017/03/teologia-da-gloria-e-teologia-da-cruz.html
Lucas é verdade que os dois Pais da Igreja como Clemente de Alexandria e Orígenes acreditavam no purgatório e que mais tarde foi oficializado pelo papa Gregório Magno?O que tem de verdade nessa história entre os pais da igreja e os papas ao longo dos séculos?Grande abraço!
ResponderExcluirNão. Eles não poderiam acreditar no purgatório pois "flertavam" com o universalismo.
ExcluirLeia em detalhes aqui:
http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/02/os-pais-da-igreja-e-o-purgatorio-parte-2.html?m=1
Eu acredito que nāo, mas nós protestantes, diferente dos católicos, nos orientamos pela Bíblia e não por esse ou aquele pai da Igreja, ou por alguma tradição inalterada e muito menos por um magistério supostamente infalível.
ExcluirÉ assumido até mesmo pelos historiadores leigos que o purgatório não é uma crença primitiva, que os primeiros Pais da Igreja o ignoravam completamente e criam apenas em céu e em inferno, não o mencionando nem mesmo quando teriam oportunidade propícia para tal. Jacques Le Goff, tido por muitos como o maior historiador do século passado, desenvolveu a maior pesquisa sobre o tema em seu livro “O nascimento do purgatório”, onde prova que o purgatório não era uma doutrina crida pela Igreja primitiva desde seus primórdios, e que mesmo Agostinho, o primeiro a especular sobre isso no início do século V, tratava isso como uma hipótese, e não como uma doutrina, muito menos como dogma. O Bruno tem excelentes artigos sobre isso, que você pode conferir aqui:
Excluirhttp://respostascristas.blogspot.com.br/2016/02/os-pais-da-igreja-e-o-purgatorio-inacio.html
http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/02/os-pais-da-igreja-e-o-purgatorio-parte-2.html
Há mais ou menos 1 ano atrás eu frequentava uma igreja em que havia muitos cultos de cura e libertação. Em vários desses cultos algumas pessoas endemoniadas se manifestavam. Porém, eu notava algo estranho nesses cultos. Quando essas entidades do mal se manifestavam nos corpos das pessoas (era real e uma vez eu orei e Deus confirmou no meu coração que era verdade) elas vomitavam. Os pastores sempre tinham baldes perto do palco e a maioria começava a vomitar. Existe alguma explicação pra isso?
ResponderExcluirEu não sei dizer de forma precisa, mas o diabo costuma fazer coisas assim com o corpo das pessoas, veja por exemplo o caso do menino que se jogava na água e no fogo quando ficava endemoniado, que Jesus libertou.
ExcluirComo refutar esse texto?
ResponderExcluirhttp://78.media.tumblr.com/e1cf4010e8e56de4879422efba589c0d/tumblr_no9vd79jjp1qeafm6o1_1280.png
É uma generalização descabida dizer que "os homens só querem devoção, servitude e sexo" por parte das mulheres. Talvez ele esteja falando do que ele pessoalmente pensa das mulheres, mas isso não é um retrato de todos os homens.
ExcluirLucas se um irmão foi batizado porém ele volta a Roma e em seguida pede perdão pelos pecados e volta o ao evagelho ele deve ser re batizado ?
ResponderExcluirNão, o primeiro batismo já é válido.
ExcluirE suponhamos que ele rebatize...seria isso um pecado ?
ExcluirNão seria pecado, só seria inútil.
ExcluirResumindo: não existe rebatismo.
ExcluirExato.
ExcluirBom dia Lucas , voce tem algum artigo relacionado com 2 Tessalonicenses 2:5,6e7
ResponderExcluir"Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco?
E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado
Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado"
Espirito Santos creio que não por causa mártires cristãos apocalipse, a Igreja apenas pré tribulacionismo. Na sua opinião o que detém mistério da injustiça?
Baixe o meu livro "A Igreja na Grande Tribulação" (disponível na página dos livros, link abaixo) que eu respondo isso na página 58.
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html
Lucas o HANGOUT sobre o magistério é só no próximo domingo?
ResponderExcluirSim.
ExcluirLucas um católico argumentou que o evagelho de lucas foi escrito após o ano 70 e se aceitarmos a data da morte de paulo foi em 66 não daria para ele tirar aquela citação de 1 ts de Lucas , isso procede ?
ResponderExcluirEssa é uma tese da escola liberal, me surpreende que um apologista católico a tenha citado. É consenso entre os teólogos conservadores, seja católicos ou evangélicos, que Lucas foi escrito antes de 70 d.C. Leia o livro de Erich Mauerhofer, "Uma introdução aos escritos do Novo Testamento", onde ele passa as datas de cada evangelho e se aprofunda na razão de cada uma delas, expondo e refutando os argumentos contrários. Basta resumir que a continuação do evangelho, Atos dos Apóstolos, foi escrita em 63 d.C, é por isso que termina abruptamente sem contar o final da história de Paulo, que seria imprescindível se ele tivesse escrito depois de 70 d.C. E se Atos foi escrito em 63 e Lucas é anterior a Atos pois Atos é uma continuação de Lucas, então Lucas só pode ter sido escrito antes disso. Não tem como escapar da citação de Paulo: ele cita um trecho que só existe nos evangelhos e cita aquilo COMO ESCRITURA, na mesma autoridade do Antigo Testamento.
ExcluirQual é a importância do dia de Pentecostes para a Igreja?
ResponderExcluirFoi o dia em que Deus derramou o dom de línguas pela primeira vez sobre os cristãos.
ExcluirEu acho que vc já escreveu um pouco sobre isso, mas poderia escrever novamente?
ExcluirComo vc fez hoje sobre aniquilacionismo...Poderia também comparar o pentecostalismo protestante com o que os católicos entendem - imitam- disso.
Agradeço a sugestão.
ExcluirLucas, parabéns pelo texto!
ResponderExcluirEstava lendo os comentários e vi que você citou acredita que os demônios ensinaram aos homens algumas coisas, a nível de inteligência e conhecimento, e citou como exemplo as pirâmides do Egito. Fiquei curioso, pois nunca tinha olhado por esse lado.
Tem algum texto seu sobre isso? De onde tirou isso? Tem alguma base?
Não é confrontamento, é curiosidade mesmo, rs.
Abraço
Olá, lhe sugiro essa série do ex-satanista Daniel Mastral que aborda este e outros assuntos similares:
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=ZJXhUNZd8A0
https://www.youtube.com/watch?v=xZvTE-IgF0g
https://www.youtube.com/watch?v=yMYMO5ty8tU&t=3767s
Abs!
Lucas,mas sobre a questão dos apóstolos serem casados,biblicamente, o único apóstolo que possui é Simão Pedro não é?Porque Paulo apesar de dizer ter colaboradas,não há nenhuma menção a uma esposa durante o seu ministério,a maior parte de historiadores e teólogos acredita que se ele foi casado,isso aconteceu antes de começar seu ministério,e sendo você um pesquisador do cristianismo primitivo,você já leu algum livro em que se menciona a família de algum outro apóstolo?A própria esposa de Pedro não é mencionada na Bíblia,só sabemos que ele era casado,pelo fato de sua sogra ser mencionada,e ele poderia muito bem ser viúvo,sequer podemos saber se ele estava casado durante o tempo em que seguiu a Jesus
ResponderExcluirIsso é refutado no próprio artigo e no anterior sobre o celibato obrigatório. Paulo citou os apóstolos e os irmãos de Jesus como sendo casados em 1 Coríntios 9:5, então nem de longe isso se aplicava somente a Pedro. Paulo realmente não era casado, e eu não vejo qualquer indício de que fosse viúvo; ao contrário, ele dizia que era solteiro por opção, mas não por coerção ou por compulsão, como se o celibato fosse uma condição obrigatória (não era). É inútil ficar procurando textos que dizem "tal pessoa era casada" ou "tal pessoa era solteira", porque isso era totalmente irrelevante para o evangelho, que consiste numa mensagem salvífica muito maior do que dizer se alguém era casado ou não.
ExcluirMesmo quando Paulo mencionou que os apóstolos e irmãos de Jesus eram casados, não foi em um texto que "caiu de paraquedas" nem tampouco a ênfase recaía nisso, mas sim num contexto específico com a única finalidade de fortalecer seu apostolado mediante os direitos que ele como apóstolo abria mão por amor às igrejas. E que a esposa de Pedro não morreu isso é comprovado pela Bíblia sim, no mesmo texto de 1Co 9:5, que mostra que Pedro levava sua esposa consigo em suas viagens no ministério, ele não coloca o tempo verbal no passado mas sim no presente, então Pedro não era viúvo, pelo menos não até a escrita de 1 Coríntios. E tanto neste como no outro artigo eu mostro a citação de Clemente de Alexandria, de que a Igreja da época tinha por tradição que a esposa de Pedro continuou com ele até o fim do ministério, sofrendo o martírio enquanto era encorajada por ele.
Lucas e na sua opinião por que os livros do Novo Testamento não mencionam a família de seus protagonistas,no caso os apóstolos?No Antigo Testamento,as famílias dos personagens dos livros eram sempre mencionadas,Abraão que casou com Sara,teve Isaque,que casou com Rebeca,teve Esaú e Jacó,e assim sucessivamente,depois no Êxodo,a esposa de Moisés e seus filhos também são mencionados,o mesmo ocorre com Davi,Salomão,e mesmo nos livros proféticos,é afirmado que o profeta Oséas era casado com uma mulher adúltera,e falando nisso,olha que o isso gerou https://www.youtube.com/watch?v=8fqDa8RPt0o,já viu essa reportagem?Um pastor malandro se aproveitou desse versículo para adulterar com a vizinha,e o pior que ele ainda era ignorante,leu vá e Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adultera,em vez de adúltera,não conhece as acentuações.Mas em relação a outros profetas,Daniel por exemplo,era eunuco,castrado não é?Mesmo que quisesse não poderia casar,e eu já vi um outro pastor querendo dizer que Daniel teria sido homossexual,que eunuco pode significar gay https://www.youtube.com/watch?v=IXyFXmI6vuU,o próprio Caio Fábio,que inclusive tem um filho que é gay,já disse isso,que quando Jesus afirmou que uns nascem eunucos significaria nascer com uma condição sexual diferente da tradicional https://www.caiofabio.net/conteudo_detalhe.php?codigo=00034 .Mas eu acho isso absurdo,na minha opinião,eunuco era o castrado,e não o homossexual,a Bíblia é clara em condenar essa prática,então não faz sentido dizer que alguém nasce assim
ResponderExcluirSão duas questões diferentes aqui. Sobre o NT não ficar mencionando a família dos personagens bíblicos eu já respondi no seu comentário anterior (você ainda não leu porque eu acabei de responder), isso se dá em função do fato de que o NT não é uma obra de teor histórico e narrativo tal como muitos dos livros do AT são. Ao contrário, consiste em sua maior parte em cartas apostólicas cuja única ênfase é a exposição da doutrina cristã e exortações de natureza moral com vista à salvação das almas. Ou seja, os autores não tinham como relevante ficar mencionando se os personagens eram casados ou solteiros, ou se eram viúvos ou se lá o que, porque isso não era o mais relevante, o relevante é a mensagem do evangelho da salvação em Jesus Cristo (algo que não existia ainda nos tempos do AT, antes de Jesus vir ao mundo). Então da mesma forma que você não costuma ver os autores do AT mencionando as famílias de personagens bíblicos em livros como Salmos ou Provérbios, também não costuma ver isso no NT, isso é decorrente da natureza e propósito dos livros e não da inexistência da família.
ExcluirSobre a questão dos eunucos, essa de que um eunuco era um homossexual é um devaneio completo. Procure qualquer léxico de grego e TODOS dirão que era um homem castrado, só isso. Ele podia não ter relações sexuais com uma mulher justamente por ser castrado, mas disso não decorre que fosse gay. Alguém não se torna gay por ser castrado, isso é uma condição interna do indivíduo, não há algo exterior que faça alguém necessariamente se tornar homossexual.
A própria invenção do eunuco já mostra que não é um homosexual. Este tem o desejo sexual, o que seria perigoso para cuidar de um harém, que é o motivo para que esta função foi criada. Por isso se castravam homens homosexuais ou não para não terem desejo nenhum de ter relações sexuais com as mulheres que eles cuidavam.
ExcluirMuito bem colocado, Gustavo!
ExcluirLUCAS EU QUERO FAZER UM ESTUDO DETALHADO SOBRE A DOUTRINA DA REGENERAÇAO VOCE PODE ME INDICAR BONS LIVROS QUE FALAM A RESPEITO E TAMBEM BONS TEOLOGOS. OBRIGADO!
ResponderExcluirNão conheço muito material desenvolvido sobre isso em livros. Pesquisando encontrei esse aqui, talvez lhe seja útil:
Excluirhttps://go.hotmart.com/R6897966H