2ª Timóteo 3:14-17 e a Sola Scriptura
Uma das passagens mais fortes em favor do princípio cristão bíblico da Sola Scriptura se encontra em 2ª Timóteo 3:14-17, onde Paulo diz:
“Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. Porque desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.14-17)
Aqui Paulo atesta e confirma a completa suficiência das Escrituras, pois ele diz que as Sagradas Letras:
“...são capazes [dunamai] de torná-lo sábio para a salvação” (v.15)
Paulo aqui emprega a palavra grega “dunamai”, que denota poder. Ele está dizendo que a Escritura é suficientemente poderosa para fazer com que o homem seja sábio para a salvação. “Sábio” aqui é a tradução da palavra grega “sophizo”, que significa:
4679 σοφιζω sophizo
de 4680; TDNT - 7:527,1056; v
1) tornar sábio, ensinar.
2) tornar-se sábio, ter entendimento.
Em outras palavras, a Sagrada Escritura é poderosa {dunamai} para fazer o homem sábio, entendido {sophizo} para que seja salvo {soteria}. Se as Escrituras não fossem suficientes para a salvação, Paulo não teria dito que elas eram poderosas para fazer com que o homem seja sábio para a salvação. Elas seriam incompletas, insuficientes, sem a tradição oral. Portanto, não seriam suficientemente poderosas, ou no máximo faria o homem de Deus sábio para muitas coisas, mas nao para a salvação, no caso de que as Escrituras fossem insuficientes para a salvação, como pregam os católicos.
Em, seguida, Paulo diz:
“...toda a Escritura é divinamente inspirada [theopneustos]” (v.16)
“Divinamente inspirada” é a tradução de “theopneustos”, que significa:
2315 θεοπνευστος theopneustos
de 2316 e um suposto derivado de 4154; TDNT - 6:453,876; adj
1) inspirado por Deus.
1a) o conteúdo das escrituras.
Portanto, Paulo aponta a Escritura como sendo divinamente inspirada (theopneustos) por Deus, e não uma tradição oral extra-bíblica. E ele continua:
“...e proveitosa para ensinar [didaskalia]” (v.16)
“Ensinar” aqui é a tradução do termo grego “didaskalia”, que significa:
1319 διδασκαλια didaskalia
de 1320; TDNT - 2:160,161; n f
1) ensino, instrução.
2) ensino.
2a) aquilo que é ensinado, doutrina.
2b)ensinamentos, preceitos.
Paulo está apontando a suficiência das Escrituras em vista ao doutrinamento do homem para a salvação. Ele havia acabado de apontar o ponto da sabedoria proveninente das Escrituras para a salvação (v.15), e agora aponta que essas mesmas Escrituras são o que constituem o doutrinamento do cristão (v.16), o ensino, a instrução, os preceitos da fé genuína. Novamente, a tradição oral é deixada de forma e somente as Escrituras são apontadas como sendo o centro do doutrinamento humano com vista à salvação.
E Paulo prossegue, dizendo:
“...para a repreensão [elegchos]” (v.16)
“Repreensão” (ou “redarguir”) é o correspondente ao grego “elegchos”, que significa:
1650 ελεγχος elegchos
de 1651; TDNT - 2:476,221; n m
1)verificação, pela qual algo é provado ou testado.
2)convicção.
Em outras palavras, Paulo aponta as Escrituras como sendo o material pelo qual algo é testado e verificado como sendo verdadeiro ou falso. A verificação da plauseabilidade de qualquer doutrina deve passar pela peneira das Escrituras, que Paulo aponta como sendo o “elegchos” da fé cristã, isto é, o meio pelo qual verificamos (testamos, provamos) se a doutrina ensinada por alguém procede ou não procede.
Os católicos não podem dizer a mesma coisa, pois eles pouco ou nada se importam se determinada doutrina é bíblica ou não-bíblica, tendo em vista que o bode expiatório deles (também conhecido como tradição oral) serve como base para todos os ensinamentos não-bíblicos da parte deles. E Paulo continua:
“...para a correção [epanorthosis]” (v.16)
“Correção” aqui provém da palavra grega “epanorthosis”, que significa:
1882 επανορθωσις epanorthosis
de um composto de 1909 e 461; TDNT - 5:450,727; n f
1) restauração a um estado correto.
2) correção, aperfeiçoamento de vida ou caráter.
Sendo assim, o aperfeiçoamento do nosso caráter em nossa vida cristã, com vistas à restauração a um estado correto, provém das Escrituras Sagradas, e não de qualquer outro escrito ou tradição. São as Escrituras que tem o poder de restaurar o homem à imagem e semelhança de Deus.
E Paulo vai além e diz:
“...para a instrução na justiça” (v.16)
“Instrução na justiça” é, no grego, “paideia ho em dikaiosune”. A primeira palavra significa uma “instrução que aponta para o crescimento em virtude” (Concordãncia de Strong, 3809), e a segunda significa:
1343 δικαιοσυνη dikaiosune
de 1342; TDNT - 2:192,168; n f
1) num sentido amplo: estado daquele que é como deve ser, justiça, condição aceitável para Deus.
1a) doutrina que trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado aprovado por Deus.
1b) integridade; virtude; pureza de vida; justiça; pensamento, sentimento e ação corretos.
2) num sentido restrito, justiça ou virtude que dá a cada um o que lhe é devido.
Fica muito claro, portanto, que o padrão de justiça (em termos doutrinários e morais, tais como integridade, virtude, pureza, pensamentos e ações) é alcançado através das instruções que recebemos na Escritura Sagrada. Seria muito estranho que Paulo apontasse as Escrituras como sendo tudo isso, se elas fossem meramente aquilo que os católicos dizem a respeito dela: insuficientes!
Mas a bomba maior vem no verso 17, que diz:
“...para que o homem de Deus seja perfeito [artios]” (v.17)
“Perfeito” aqui vem da palavra grega “artios”, que significa:
739 αρτιος artios
de 737; TDNT - 1:475,80; adj
1) provido, suprido.
2) completo, perfeito.
Portanto, Paulo aqui atesta e confirma que as Escrituras fazem o homem “completo, perfeito, provido, suprido” (significados de artios) para a salvação (v.15), ensino (v.16), correção (v.16), repreensão (v.16) e instrução na justiça (v.16)! Se as Escrituras fossem insuficientes, então a Bíblia não faria o homem de Deus “completo”, mas incompleto; não faria com que ele fosse “suprido”, mas carente de uma tradição oral; e não o tornaria “perfeito”, mas imperfeito, visto que o homem só seria completo e perfeito para a salvação se fosse complementado com a tradição oral.
Portanto, vemos que a linguagem de Paulo, do início ao fim, atesta a superioridade e completa suficiência das Escrituras para o andar cristão.
E o apóstolo completa dizendo:
“...e plenamente preparado [agathos] para toda boa obra” (v.17)
A Escritura é poderosa para fazer com que o homem se torne “plenamente preparado”, o que no grego é “agathos”, que quer dizer:
18 αγαθος agathos
uma palavra primitiva; TDNT 1:10,3; adj
1) de boa constituição ou natureza.
2) útil, saudável.
3) bom, agradável, amável, alegre, feliz.
4) excelente, distinto.
5) honesto, honrado.
Ou seja: plenamente honesto, honrado, excelente, distinto, útil, saudável, bom, agradável, amável, alegre, feliz! É difícil vermos os limites dos benefícios de agathos na vida do cristão. E Paulo diz que a Escritura faz o homem “plenamente agathos”, isto é, completamente tudo isso que são os significados de agathos!
Portanto, torna-se ingênuo e descabido inferir que a Escritura não é suficiente na vida do cristão, se Paulo diz que ela faz o homem perfeito e plenamente preparado. Ela torna o homem tudo aquilo que vemos acima em sua plenitude; portanto, jamais, nunca e em circunstância alguma podemos dizer que ela seja insuficiente na vida do cristão!
E Paulo também diz que ela faz com que o homem seja plenamente habilitado para “toda a boa obra”, o que no grego é “exartizo”, que significa:
1822 εξαρτιζω exartizo
de 1537 e um derivado de739; TDNT - 1:475,80; v
1) completar, terminar.
1a) suprir com perfeição.
Ou seja, as Escrituras, suprem com perfeição as nossas necessidades espirituais, em todos os sentidos vistos nos versos anteriores. Diante de tudo isso, é incoerente e até absurdo dizer que a Escritura é insuficiente e carente de uma tradição oral para que o homem seja suficientemente doutrinado para a salvação. Paulo nem sequer cita a tradição oral aqui, e atesta a completa suficiência das Escrituras de diversas formas possíveis.
Alegar que as citações dizem respeito somente ao Antigo Testamento é uma objeção fraca e superficial, visto que Paulo estava se referindo à natureza das Escrituras, e não de uma lista de livros. Portanto, sendo uma referência à essência ou natureza das Escrituras Sagradas, ela abrange “toda a Escritura”, isto é, todos os escritos divinamente inspirados que seriam reconhecidos como sendo igualmente Escrituras Sagradas.
Na verdade, temos fortes indícios de que os próprios apóstolos já consideravam o Novo Testamento divinamente inspirado tanto quanto o Antigo, pois Pedro afirma que os escritos de Paulo fazem parte das Escrituras (2Pe.3:16), e Paulo cita em 1ª Timóteo 5:18 um trecho do evangelho de Lucas (10:7), chamando-o de “Escritura” (1Tm.5:18), junto às citações do Antigo Testamento.
Portanto, a referência de Paulo em 2ª Timóteo 3:14-17 diz respeito à natureza das Escrituras que abrange todos os livros que reconhecemos como sendo “divinamente inspirados” por Deus, o que evidentemente não inclui somente o Antigo Testamento, mas também o Novo.
Recomendo também a leitura deste artigo, em que eu esclareço tal passagem com muito mais amplitude e profundidade.
E mais uma vez caem por terra as pretensões católicas contra a Sola Scriptura.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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MARAVILHA, lUCAS!
ResponderExcluirTem mais sola scriptura aqui
Flp 3:1 - RESTA, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós.
Ou pior,
“... escrever-vos ... é segurança para vós...”
Observe Isaías,
8:20 À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra jamais verão a luz.
Aqui tem mais,
Quer falar pode falar católico, mas tem que ser segundo a Palavra de Deus. examinem os versículos anteriores a este de Isaías e saibam porque ele disse isso.
Jesus diz que só é possível crer nEle segundo a Bíblia
Joa 7:38 - Quem crê em mim, COMO DIZ A ESCRITURA, rios de água viva correrão do seu ventre.
O próprio João confirma Jesus acima, quando diz por que se deve escrever,
Joa 20:31 - Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
“...foram escritos para que creiais...”
Em outra passagem ele afirma a mesma coisa
1Jo 5:13
Estas coisas vos escrevi a vós... PARA QUE SAIBAIS que tendes a vida eterna, e PARA QUE CREIAIS no nome do Filho de Deus
Fala Pedro
2Pe 3:1
AMADOS, escrevo-vos agora esta segunda carta, em AMBAS AS QUAIS DESPERTO com exortação o vosso ânimo sincero
Paulo outra vez testifica da Sola Scriptura, que era um princípio no Velho Pacto e é um princípio para sempre,
Rom 15:4 - Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que PELA PACIÊNCIA E CONSOLAÇÃO DAS ESCRITURAS TENHAMOS esperança.
Jamais pude entender porque os católicos afirmam não encontrar versículos na Bíblia que confirmam a Sola Scriptura!
By Alon
Abraços
Perfeito, Alon! A Sola Scriptura aparece na Bíblia inteira!
ExcluirFique com Deus!
Lucas,
ResponderExcluirAcho que você conhece a mais famosa objeção dos apologistas romanistas é a de que esse texto de Paulo a Timóteo "se referia ao Antigo Testamento",portanto,"cai a farsa" o princípio da sola scrpitura.Bom!Como o post e o blog é seu eu deixo para você refutar tamanha besteira repetida a exaustão afim de esclarecer os nossos irmãos na fé.
Olá. Eu já refutei essas objeções católicas no meu artigo mais amplo sobre este tema em meu outro site, como eu me referi neste próprio artigo. O artigo mais amplo que eu me refiro é esse aqui:
Excluirhttp://apologiacrista.com/index.php?pagina=1084794748
Fique com Deus.
Os católicos confirmam a sola scriptura e não sabem.
ResponderExcluirJá foi refutado aqui:
ResponderExcluirhttp://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/protestantismo/477-2-timoteo-316-17-a-1-corintios-4-6-e-a-sola-scriptura
Existem aqui cinco considerações que enfraquecem a interpretação protestante desta passagem:
1-A palavra grega ophelimus utilizado no v.16 significa útil e não suficiente. Um exemplo desta diferença seria dizer que a água é útil para nossa existência – mesmo necessária – mas não é suficiente; isto é, ela não é o único componente que nos manteria vivos. Também precisamos de alimentos, medicamentos, etc. Da mesma forma, a Escritura é útil na vida do cristão, mas isto nunca quis dizer que ela é a única fonte de ensino cristão e a única coisa que cada o necessita.
2-A palavra grega pasa, que geralmente é traduzida como toda, na realidade significa qualquer, e seu sentido se refere a cada uma ou qualquer uma das classes denotadas pelo substantivo a que está conectado. Em outras palavras, a forma grega indica que toda e qualquer Escritura é útil. Se a doutrina da Sola Scriptura fosse verdadeira, baseada no verso grego 16, todo e qualquer livro da Bíblia poderia, isoladamente, ser considerado a única regra de fé, uma posição que é obviamente absurda.
3-A Escritura a que Paulo se refere é o Antigo Testamento, um fato que é claramente referido pelo fato de as Escrituras serem conhecidas desde a tenra infância (v.15) por Timóteo. O Novo Testamento como conhecemos ainda nem mesmo existia, ou na melhor das hipóteses estava incompleto, então não poderia estar incluído no que Paulo quis dizer com o termo Escritura. Se aceitarmos as palavras de Paulo sem analisarmos o que realmente significam, a Sola Scriptura, então, significaria que a única regra de fé do cristão é o Antigo Testamento. Esta é uma conclusão que todos os cristãos rejeitariam. Os protestantes responderiam a este argumento dizendo que Paulo não está tratando do cânon da Bíblia (os livros inspirados que constituem a Bíblia), mas sim da natureza da Escritura. Ainda que haja alguma validade nesta afirmação, a questão do cânon também é relevante aqui, pelas seguintes razões: antes que falemos da natureza das Escrituras como sendo theopneustos, ou seja, inspirados (literalmente “soprados por Deus”), é imperativo que identifiquemos com segurança os livros que queremos listar como Escritura; de outra forma, livros errados poderia ser chamados de inspirados. Obviamente, as palavras de São Paulo aqui tomaram uma nova dimensão quando o Novo Testamento foi completado, e os cristãos eventualmente as consideravam, também, como sendo Escritura. Deve ser dito, então, que o cânon bíblico também entra na questão, pois Paulo – escrevendo sob a inspiração do Espírito Santo – enfatiza o fato de que toda (e não somente alguma) Escritura é inspirada. A questão que deve ser discutida, entretanto, é esta: como podemos ter a certeza de que temos todos os livros corretos? Obviamente, somente poderemos conhecer a resposta se soubermos qual é o cânon da Bíblia. Tal questão guarda um problema para os protestantes, mas não para os católicos, pois estes possuem uma autoridade infalível que pode responder"
Esse artigo pobre dele, que na verdade é um plágio descarado do texto original em inglês feito por Joel Peters, que você pode ver aqui (http://www.veritatis.com.br/apologetica/protestantismo/8581-nao-e-ensinada-em-parte-alguma-da-biblia), mas que ele mente dizendo que é dele para levar os créditos, já foi refutado por mim aqui:
Excluirhttp://apologiacrista.com/index.php?pagina=1079227153
Apenas alguns acréscimos que eu poderia fazer em relação ao que foi escrito naquele meu artigo mais amplo:
1) Ele parte do princípio de que este "ministro" é um ministro católico e observa a tradição católica. Nada mais longe da verdade, pois já foi provado que a verdadeira tradição apostólica conhecida pelos Pais não servia em nada para acrescentar doutrinas extra-bíblicas:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/search/label/Tradi%C3%A7%C3%A3o%20Apost%C3%B3lica
2) Além disso, a analogia "dele" é tosca. Na verdade, prova exatamente o contrário do que "ele" pretende, pois "ele" mistura alhos com bugalhos. Trabalhando em cima da própria analogia "dele", o Tratado de Medicina Interna de Harrison é suficiente para dar TODO O CONHECIMENTO TEÓRICO AOS MÉDICOS. Da mesma forma, a Sagrada Escritura é suficiente para dar TODO O CONHECIMENTO TEÓRICO AOS CRISTÃOS. Ou seja: doutrina. O resto que ele cita são objetos físicos, materiais, que os médicos usam. Não é um acréscimo de conhecimento teórico, como seria a "tradição" católica! A Bíblia é sim suficiente para fazer o homem perfeito em conhecimento teórico, mas se ele não ler, se não pregar aos outros, se não levar esse evangelho de nada adiantará. Da mesma forma, o Tratado de Medicina Interna de Harrison é suficiente para fazer um médico perfeito em conhecimento teórico, mas se ele não tiver os equipamentos básicos para colocar isso a efeito de nada adiantará. Ou seja: não se trata de acréscimo de teoria que esteja fora do livro de Harrison (ou acréscimo de doutrinas que estejam fora das Escrituras), mas de MEIOS para levar esse evangelho (ou a medicina) na prática. Essa analogia "dele" é um tiro no pé.
3) Sobre o texto de Tiago, eu não sei em que mundo "ele" viu que a paciência sozinha é suficiente para fazer o homem perfeito:
"Pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma" (Tiago 1:3-4)
Em primeiro lugar, Tiago não está falando só da paciência: ele também fala da fé e da perseverança. E ele diz que essa perseverança DEVE ter ação completa de nossa parte, ou seja, que não devemos "perseverar um pouco", mas até o fim, para que sejamos maduros e íntegros, e só depois disso "sem lhes faltar coisa alguma". Obviamente ele está falando de aperfeiçoamento de CARÁTER aqui, e não de aperfeiçoamento DOUTRINÁRIO. Em outras palavras, o que torna o homem perfeito em doutrina é a BÍBLIA, e o que torna o homem perfeito em moral é a fé que gera perseverança contínua e até o fim. Nada disso nega a Sola Scriptura, apenas a apoia.
Lucas,eles afirmam que este texto não pode provar a sola scriptura, porque a Bíblia ainda não tinha sido toda escrita. Paulo referia somente ao velho testamento.
ResponderExcluirRefutei este argumento aqui:
Excluirhttp://apologiacrista.com/a-sola-scriptura-p3
Você provou que as sagradas escrituras são infalíveis usando esse versículo, uma fé em comum entre católicos e protestantes, mas onde que diz que SÓ as escrituras são infalíveis? Paulo afirma que toda a escritura é inspirada, mas não que só ela é.
ResponderExcluirPrimeiro, nenhuma parte desse artigo visa provar que "só a Bíblia é infalível". De onde foi que você tirou isso? Me mostre onde eu escrevo a palavra "infalível" no artigo, me fazendo um favor (atacante de espantalhos).
ExcluirSegundo, nem sequer teria sentido dizer que "só a Bíblia é infalível", afinal Jesus também é infalível, Deus Pai também é infalível, o Espírito Santo também é infalível. Qual confissão de fé protestante diz que só a Bíblia é infalível e nada mais o é?
Terceiro, o que vocês precisam provar é que a tradição oral que vocês consideram infalível e transmitida incorruptivelmente ao longo dos séculos é mesmo tudo isso, o que NUNCA na história algum de vocês foi capaz de provar pelo simples fato de que as tradições de vocês são uma pura piada. Tradições que entram em choque com outras tradições, que são contestadas por bispos antigos, que são desconhecidas pelos Pais da Igreja, que são contraditas pela Igreja oriental (Ortodoxa), enfim, que são simplesmente ridículas. Você quer realmente comparar essas tradições com a ESCRITURA SAGRADA? Só pode estar brincando.
E por fim, o propósito deste artigo é mostrar que a Escritura já é suficiente para fazer o homem de Deus PERFEITO e PLENAMENTE PREPARADO para TODA boa obra, o que não deixa espaços para a lenda papista de que precisamos desesperadamente do auxílio da tradição romana para sermos tudo isso.
Volte sempre.
O fato da sua interpretação da bíblia não bater com a tradição oral sustentada pela Igreja Católica não pode ser usado como argumento para bque ela seja anti bíblica. E como assim essa tradição é negada pelos Pais da Igreja? Porque você não interpreta assim? Se de fato fosse algo tão claro que a Tradição oral da Igreja vai contra o que os Pais da Igreja pregavam, os teólogos protestantes seriam unânimes em afirmar que a Igreja Primitiva defendia doutrinas protestantes, mas o que ocorre é que muitos se dividem e enquanto uns usam versos isolados de suas cartas (como fazem com a Bíblia) para fazer com que eles aparentem defender doutrinas protestantes, outros se ocupam em provar que na verdade eles eram hereges. O fato é que o estudo da história da Igreja já levou muitos teólogos protestantes a se converterem ao catolicismo, posso citar aqui os exemplos de John Henry Newman e Scott Hahn.
Excluir"O fato da sua interpretação da bíblia não bater com a tradição oral sustentada pela Igreja Católica não pode ser usado como argumento para bque ela seja anti bíblica"
ExcluirEu não disse que a tradição oral é antibíblica "porque a minha interpretação é diferente". Onde foi que eu disse isso? Vocês são mestres em atacar espantalhos e em colocar palavras apócrifas na boca dos outros, chega a ser impressionante. Mesmo porque eu não preciso dizer o que a própria ENCICLOPÉDIA CATÓLICA reconhece:
“Não existe qualquer traço da Ave Maria como uma fórmula devocional aceita antes de em torno de 1050” (The Catholic Enciclopédia, Vol. 7, p. 111, art. Hail Mary)
"Nenhuma prova direta, ou categórica e estrita do dogma pode ser encontrada nas Escrituras: 'É indicado, antes, que estas ideias foram um desenvolvimento gradual dentro da igreja’” (A Enciclopédia Católica, vol. 7, p. 675 art. "Immaculate concepção)
“Não lemos nada de estátuas de homens no legítimo culto do Antigo Testamento” ("Veneration of Images." The Catholic Encyclopedia. Vol. 7. New York: Robert Appleton Company, 1910. 6 Jul. 2017)
"Diferente da admissão de imagens é a questão do modo em que eram tratadas. Que sinal de reverência davam os primeiros cristãos às imagens de suas catacumbas se é que davam algum? Para o primeiro período não temos informação. Há tão poucas referências às imagens na literatura cristã primitiva que dificilmente suspeitaríamos de sua ubíqua presença se não estivessem realmente ali nas catacumbas como o argumento mais presente. Mas estas pinturas das catacumbas não podem nos dizer como eram tratadas. Podemos dar por certo, por um lado, que os primeiros cristãos entendiam perfeitamente que as pinturas não tinham parte alguma na adoração a Deus. O seu monoteísmo, a sua insistência no fato de que serviam somente ao todo-Poderoso e invisível Deus, o seu horror perante a idolatria de seus vizinhos, a tortura e morte que sofriam os mártires em vez de derramar um grão de incenso diante da estátua do númen do imperador é suficiente para convencer-nos de que não estavam construindo filas de ídolos próprios. Por outro lado, o lugar de honra que dão aos seus símbolos e pinturas, o cuidado com o que decoram,indica que tratavam as representações de suas crenças mais sagradas com pelo menos uma decente reverência. É a partir desta reverência que toda a tradição de venerar as imagens sagradas se desenvolveu gradual e naturalmente” (s.v. Images, Veneration of. Em The Catholic Encyclopedia, Volume VII, 1910)
"Tornou-se fácil TRANSFERIR PARA OS MÁRTIRES CRISTÃOS as concepções que os antigos conservaram concernente aos seus heróis. Esta transferência foi promovida pelos numerosos casos nos quais os santos cristãos tornaram-se os SUCESSORES DAS DIVINDADES LOCAIS, e o culto cristão SUPLANTOU O ANTIGO CULTO LOCAL. Isto explica o grande número de semelhanças ENTRE DEUSES E SANTOS” (Enciclopédia Católica [Em inglês], Volume 9, páginas 130 e 131, art. “Legends”)
Portanto, não é a “minha interpretação” que atesta contra o mito de que as doutrinas católicas particulares são fraudes que não tem qualquer respaldo em supostas “tradições orais” provenientes dos apóstolos. É a própria Enciclopédia de vocês. E eu poderia acrescentar o registro de centenas de teólogos e historiadores católicos também, o que só não farei para não fazer dessa breve resposta um livro.
“E como assim essa tradição é negada pelos Pais da Igreja?”
ExcluirPor causa disso:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/11/os-pais-da-igreja-eram-catolicos-romanos.html
“Porque você não interpreta assim?”
Não é “interpretação”. É o que está nos textos, tão claros quanto 1+1=2.
“Se de fato fosse algo tão claro que a Tradição oral da Igreja vai contra o que os Pais da Igreja pregavam, os teólogos protestantes seriam unânimes em afirmar que a Igreja Primitiva defendia doutrinas protestantes, mas o que ocorre é que muitos se dividem”
Primeiro: quais teólogos? Segundo: a respeito de quais Pais? Terceiro: quais doutrinas? Quarto: nenhum protestante prega mesmo que todos os Pais da Igreja defendiam todas as doutrinas protestantes sem exceção, porque isso seria tanta desonestidade quanto os apologistas católicos ao fazer o mesmo em relação ao catolicismo. Os Pais da Igreja tinham opiniões diferentes entre si, muitas vezes divergentes, outras tantas contraditórias, e às vezes até mudavam uma opinião ao longo da vida. Colocar todos em um mesmo “saco” reducionista de “católicos” ou “protestantes” é coisa de amador.
“O fato é que o estudo da história da Igreja já levou muitos teólogos protestantes a se converterem ao catolicismo, posso citar aqui os exemplos de John Henry Newman e Scott Hahn”
Interessante. Se vocês têm DOIS protestantes que se tornaram católicos pelos Pais da Igreja significa que comprovadamente os Pais da Igreja defendiam o catolicismo, mas quando temos MILHÕES E MILHÕES de pessoas (sacerdotes ou leigas) se convertendo ao protestantismo por meio da Bíblia, aí a lógica católica muda e isso de modo algum significa que a Bíblia favorece o protestantismo!
Me explica essa lógica?
“Se de fato fosse algo tão claro que a Tradição oral da Igreja vai contra o que os Pais da Igreja pregavam, os teólogos protestantes seriam unânimes em afirmar que a Igreja Primitiva defendia doutrinas protestantes, mas o que ocorre é que muitos se dividem”
ExcluirÉ engraçado como os católicos acham que nós, protestantes, pensamos igual a eles. Meu caro, nós, por não buscarmos esse orgulho institucional de vocês, humildemente falamos que as nossas doutrinas são semelhantes a da igreja primitiva, e de nenhuma forma seriamos petulantes a ponto de considerar que a doutrina deles é a protestante. A protestante é a mais próxima deles, e a deles é o nosso modelo, e não iremos nunca tachá-las de protestantes.
É bastante fantasioso achar que uma fonte autêntica da Igreja Católica iria negar o que a própria Igreja prega, me pergunto se você usa esse argumento por realmente acreditar nisso ou simplesmente para confundir católicos menos informados. Nunca cheguei a ler algum volume da Enciclopédia Católica por completo (e suspeito que você também não), mas o que pude perceber é que a maioria desses trechos por você citado simplesmente citam o desenvolvimento gradual da doutrina católica, o que de forma alguma pode ser usado como argumento de que se tratam de inovações relativas à revelação deixada por Jesus Cristo. Compreendemos que objetivamente falando a Igreja segue a mesma doutrina desde o primeiro século, porém a compreensão subjetiva dessa revelação se deu de forma gradual. Um bom exemplo disso é o dogma da Santíssima Trindade, muitos dos Pais da Igreja já tinham mostrado sua fé em um Deus Trino, porém isso só foi formalizado como dogma no ano 325 durante o concílio de niceia. Quanto ao último trecho citado, de forma alguma deve ser entendido como se defendesse a ideia protestante de que o culto aos mártires é fruto de um sincretismo religioso entre o cristianismo e o paganismo. O que é interessante observar é que a natureza desses argumentos não só acusam a Igreja Católica mas também o cristianismo como um todo e os ateus fazem isso bastante ao acusarem a Bíblia de ser apenas uma releitura de mitos pagãos. Os cristão primitivos acreditavam na intercessão dos santos e para exemplificar posso citar os grafites metafísicos presentes na Catacumba de São Sebastião onde está escrito "Pedro e Paulo ora por Victor" entre vários outros que pedem a intercessão de pessoas que já tinham partido.
Excluir"Interessante. Se vocês têm DOIS protestantes que se tornaram católicos pelos Pais da Igreja significa que comprovadamente os Pais da Igreja defendiam o catolicismo, mas quando temos MILHÕES E MILHÕES de pessoas (sacerdotes ou leigas) se convertendo ao protestantismo por meio da Bíblia, aí a lógica católica muda e isso de modo algum significa que a Bíblia favorece o protestantismo!"
Aqui me limitei em citar apenas dois, porém posso citar vários outros como Bill Bales, Steve Wood, Marcus Grodi, Paul Thigpen e Bop Sungenis. Mas o motivo de estar citando esses nomes não é para comparar numericamente com os católicos que aderem ao protestantismo e sim observar o fato dessas conversões terem acontecido através de um estudo profundo do cristianismo como um todo, o que envolveu não só a Bíblia. Você tem que admitir que conversões de teólogos protestantes com fortes convicções anti católicas e um profundo conhecimento bíblico chama muito mais atenção do que a conversão de vários católicos que mal sabem defender a própria fé direito e que se tornam protestantes após lerem a Bíblia pela primeira vez esperando encontrar lá todas as respostas para suas dúvidas (já abraçando o Sola Scriptura antes mesmo de formalizarem sua conversão ao protestantismo).
Quanta desfaçatez, não sei até que ponto que isso é apenas ignorância, ou se é desonestidade mesmo. Dizer que apenas “leigos desinformados” se convertem ao protestantismo é de uma grosseria mentirosa sem cabimento. E o pior é que, a não ser que você seja desinformado demais, você SABE disso. Tanto é que numerosos padres se convertem ao protestantismo, posso citar aqui alguns nomes como o Aníbal Pereira dos Reis e o Alberto Rivera. Há um livro chamado “Por que estes padres deixaram a batina?”, com o testemunho de dezenas de ex-padres que abandonaram a seita romana e se converteram a Cristo. Estes padres estudaram por anos, alguns até por décadas, em seminários católicos, estudaram filosofia e teologia, tinham todo o conhecimento do catecismo e dos concílios, eram estudiosos dos Pais da Igreja, e justamente por isso saíram da Babilônia. Inclusive no mês passado eu terminei de ler um livro chamado “Roma, sempre a mesma”, do ex-padre Hippólyto de Oliveira Campos, que simplesmente FULMINA os dogmas católicos à luz da Bíblia e da patrística.
ExcluirAqui há o relato de outros ex-padres:
http://www.cacp.org.br/ex-padres-contam-porque-deixaram-a-batina/
Já na época da Reforma a maioria das universidades da época, com as mentes mais brilhantes do mundo, aderiram aos ideais da Reforma, e muitos sacerdotes doutos se tornaram protestantes, inclusive um legado do papa que conheceu Lutero, e pessoas da mais alta hierarquia da Igreja. A extensão só não foi maior porque a Igreja e as autoridades civis católicas puniam com o fogo e com a espada quem apoiasse o protestantismo, e porque em países dominados pela Inquisição (como Espanha, Portugal e Itália) as ideias protestantes não podiam nem entrar nas universidades, mesmo porque os livros protestantes eram proibidos no Index, e é óbvio que alguém que não tem acesso ao que os outros pensam e que só é doutrinado de uma maneira, irá crer desta forma como sendo a “verdade”. Portanto abandone essa mentira descarada de que apenas leigos sem estudo é que se tornam protestantes. Infelizmente enfiaram isso na cabeça de vocês por meio de lavagem cerebral católica, e fizeram vocês acreditarem nessa baboseira.
Quanto a esses supostos “ex-protestantes” que você e outros papistas fanáticos citam, basta dizer que a maior parte já era católica antes, passando algum tempo no protestantismo antes de regressar à antiga fé, o que significa apenas que eles nunca se firmaram de fato (e tal é o caso de quase todos esses testemunhos de “ex-protestantes”, que na verdade nunca foram protestantes de fato). Outros que você cita nem católicos são, como esse tal Steve Wood, que é atualmente bispo da Igreja Anglicana, então ou você mente, ou está desinformado, pois ele já voltou ao protestantismo. E eu nem preciso mencionar aqui as velhas estratégias sujas dos jesuítas, que inclui falsas “conversões” armadas justamente com o propósito de se declarar católico mais tarde e ser usado como produto de marketing católico, enganando trouxas e ingênuos.
Isso sem falar que grande parte dos maiores estudiosos de patrística do mundo em toda a história, como J.N.D. Kelly, Philip Schaff e Hans von Campenhausen, foram protestantes por toda a vida e jamais pensaram em se se converter à seita romana, mesmo estudando patrística mais do que ninguém.
ExcluirQuanto às suas outras acusações e falácias, seu ataque à Enciclopédia Católica e a tentativa infame de inserir a intercessão dos santos na era primitiva, eu nem precisaria comentar nada já que tudo já é refutado exaustivamente em vários artigos deste blog, então me limito a dizer que a sua analogia com a trindade é totalmente espúria, já que você mesmo confessa que os Pais anteriores a Niceia já eram trinitarianos, não obstante os Pais nunca tenham defendido a imaculada conceição, antes dela se tornar um dogma. Estes artigos devem ser o suficiente a qualquer pessoa com um mínimo de honestidade intelectual para reconhecer isso:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/05/a-igreja-primitiva-nao-cria-na.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/os-pais-da-igreja-contra-imaculada.html
http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/05/papas-e-teologos-medievais-contra.html
http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/05/os-pais-da-igreja-e-imaculada-conceicao.html
Ou seja: enquanto a trindade já era uma doutrina CRIDA, mas não definida dogmaticamente antes de Niceia, a imaculada conceição era uma doutrina NÃO CRIDA, rejeitada pelos Pais da Igreja. Portanto sua analogia é totalmente espúria e denuncia contra o seu próprio argumento. E sobre a intercessão dos santos me poupe, os primeiros Pais não criam nem em imortalidade da alma, muito menos em intercessão de gente morta. Sobre isso já tenho um livro inteiro a este respeito, o que me poupa o trabalho de ficar explicando:
http://apologiacrista.com/os-pais-da-igreja-contra-a-imortalidade-da-alma
Quero deixar bem claro que eu respeito qualquer católico que postar um comentário divergindo das ideias apresentadas no meu blog de forma respeitosa, mas o que não admito de jeito nenhum é esse nível de mentira, falsidade e dissimulação como dizer que apenas leigos sem estudo é que se tornam protestantes, que é uma clássica difamação papista usada para enganar os leigos, mas totalmente inútil em um debate inteligente, onde não tem nenhum bobo.