Debate sobre o Preterismo [Lucas Banzoli x Paulo Tiago] - Parte 2
Introdução
Este artigo é a continuação do debate com o preterista Paulo Tiago, dono dos sites Estudando Profecias e Profetas e Profecias. Ficou decidido que a primeira parte do debate seria o meu artigo-resposta: “Jesus já voltou? E como ficam os preteristas?”, e a segunda parte foi a refutação dele ao meu texto que o leitor pode encontrar neste link. Ficou decidido que o debate acaba depois de 9 postagens e eu deixei a palavra final com ele.
Se o leitor verificar diálogos antigos em meu outro site, em especial a sessão das cartas respondidas, irá notar que por muito tempo abordei as mensagens parágrafo por parágrafo, mas aboli este método e atualmente raramente o uso, pois uma discussão pequena aumenta exponencialmente até se tornar inviável. Quanto maior o texto maior a resposta, sucessivamente, até que alguém desista. Hoje prefiro usar uma abordagem mais sintética, captando a essência do que o interlocutor expôs e abordá-la diretamente, sem se perder nos detalhes semânticos.
Portanto, embora o meu “tipo” de refutação seja diferente da forma que ele refutou o meu texto (repetindo os parágrafos do meu texto e contra-argumentando na sequencia), isso é meramente questão de gosto ou preferência pessoal. No fim das contas, o leitor poderá ler ambas as argumentações e decidir se o texto dele foi mesmo refutado ou não. Caso alguma coisa de importante tenha “sobrado”, eu peço ao próprio Paulo Tiago que me corrija na próxima refutação para que não fique faltando nada a ser refutado. Em resumo, o que será refutado será o ponto-chave desta discussão, sob o qual todos os demais aspectos estão dependentes, que é precisamente se Jesus voltou ou não em 70 d.C.
Toda a minha argumentação terá por base a resposta a essa pergunta de acordo com uma análise bíblica do que as Escrituras atestam que é verdadeiro. As demais conclusões são apenas uma consequência da resposta a essa questão. Antes de concluir essa parte introdutória, é necessário reconhecer que o meu interlocutor neste debate, o preterista Paulo Tiago, reconhecidamente possui mais conhecimento do que eu especificamente no que tange ao preterismo. Eu reconheço isso, até porque escatologia, embora seja do meu gosto, não é a minha área principal de estudo e especialização, este próprio blog possui aproximadamente 130 temas diferentes até o presente momento, apenas alguns artigos que aqui estão é que abordam este tema.
Por outro lado, há muitos preteristas que dedicam todo o seu tempo estudando apenas isso a vida inteira, e não creio que isso não seja uma coisa boa, mas dá mais vantagens a quem debate sempre sobre um tema mais específico no qual entende mais do que alguém que debate sobre diversos temas diferentes (em meu outro site, por exemplo, eu tenho que refutar ateus, católicos, testemunhas de Jeová, islâmicos, espíritas, agnósticos, evolucionistas, padres, freis, apologistas, blogueiros, e tudo quanto é gente que defende tudo quanto é teoria, e me sobra pouco tempo para estudar mais sobre o preterismo). Existem apologistas mais preparados do que eu e que estudam mais a fundo este tema, como é o caso do Alon, dono do excelente site “A Grande Cidade”, que refuta o preterismo com grande maestria.
Por isso, decidi dedicar a Segunda-Feira inteira relendo todo o Novo Testamento pela 40ª vez visando mais especialmente dar um foco maior àquilo que a Bíblia diz a respeito dos eventos escatológicos e da segunda vinda de Cristo, repetindo um antigo costume que eu tinha de ler o NT inteiro uma vez por semana, que infelizmente eu abandonei de uns tempos pra cá e estou tentando retomar. O que será exposto, portanto, quero deixar claro que não é fruto de “anos de estudo” sobre o tema, alguns argumentos podem ser simples conclusões bíblicas objetivas de textos que, para mim, não deixam dúvidas de que a volta de Jesus (e os acontecimentos que envolvem este retorno de Cristo, tais como a ressurreição e o arrebatamento) ainda estão por acontecer. Sendo assim, embora o texto dele esteja repleto de citações de livros escritos por outros preteristas e estudiosos do assunto, a minha refutação será simplesmente com Bíblia, Bíblia e Bíblia, do início ao fim.
Finalmente, uma última coisa que eu gostaria de abordar antes de partir diretamente à refutação é de que, embora eu respeite grandemente o irmão Paulo Tiago e creia que ele honestamente acredita que o preterismo é a posição bíblica, o preterismo completo em si é uma heresia muito perigosa, pois consegue derrubar todos os principais pilares que sempre existiram na ortodoxia cristã, tais como a crença em uma ressurreição corporal gloriosa dos mortos no último dia, o arrebatamento ou transladação dos crentes por ocasião da segunda vinda, o novo céu e a nova terra, a vida eterna, a esperança dos cristãos, dentre vários outros aspectos que veremos mais adiante, não apenas nesta presente refutação (que será insuficiente para passar todos os textos), mas também nas minhas próximas argumentações. Sem mais delongas, vamos à refutação.
PARTE 1 – O EVANGELHO FOI PREGADO EM TODO O MUNDO EM 90 DC?
1.1 – As diferenças entre preterismo parcial, preterismo completo e futurismo. Primeiro, é importante mencionar que Paulo Tiago concorda comigo no que tange à seguinte questão exposta por mim a partir de deduções bíblicas: “Ou a tribulação ainda não aconteceu e Jesus ainda não voltou, ou a tribulação já aconteceu e Jesus já veio” (clique aqui para ver o argumento completo), o que é uma inferência lógica a partir da constatação bíblica de que em Mateus 24:29 Jesus liga o término da tribulação com a Sua iminente volta ao aplicar advérbio grego “eutheos”, que significa: “diretamente, imediatamente, em seguida” (Concordância de Strong, 2112) e o evangelista Marcos emprega para a mesma situação o advérbio grego “tote”, que significa: “então; naquele tempo” (Concordância de Strong, 5119), em Marcos 13:26.
Portanto, fica claro que, para qualquer debatedor honesto, se a tribulação já ocorreu em 70 d.C, então Jesus já voltou em 70 d.C, pois a Sua volta, segundo os evangelistas, seria “naquele mesmo tempo”, seria “logo depois”, seria “imediatamente em seguida”, o que é unanimidade entre os três evangelistas que narraram o discurso de Jesus sobre o fim dos tempos. O preterismo parcial é em suma desonesto consigo mesmo, pois nega essa clareza das Escrituras e afirma que a tribulação ocorreu em 70 d.C mas a volta de Jesus ainda é um evento futuro, o que o faz cair em total descrédito por negar tamanha obviedade do texto bíblico em pauta.
Já o preterismo completo, que é crido pelo Paulo Tiago, é pelo menos mais honesto consigo mesmo, pois ensina que tudo já aconteceu, mas isso aumenta significativamente as contradições, como veremos mais adiante. A minha posição futurista é de que tanto a tribulação como também a própria volta de Jesus são eventos futuros. Tendo explicado isso no que se refere às distinções entre preterismo parcial, preterismo completo e futurismo, vamos ao argumento do Paulo Tiago: a Bíblia declara que o evangelho seria pregado em todo o mundo, e então (tote) viria o fim (Mt.24:14).
Este ”então”(tote) nós dois concordamos que seja uma referência a “naquele momento; naquela hora”. Ou seja, se o evangelho foi pregado ao mundo inteiro em 70 d.C, então Jesus voltou em 70 d.C. Mas, se o evangelho não foi pregado ao mundo inteiro em 70 d.C, então Jesus não voltou em 70 d.C. É simples assim. Tentando sustentar a posição dele, portanto, ele citou o texto de Romanos 10:18, dizendo que Paulo afirmou que a palavra de Deus havia chegado até os confins do mundo (a carta aos romanos é datada em aproximadamente 55-57 d.C), e, sendo assim, Jesus já voltou nessa época. Os problemas com essa interpretação do Paulo Tiago são insuperáveis, por duas razões principais, as quais aludiremos na sequencia.
1.2 – Jesus não voltou entre 55-57 d.C. Em primeiro lugar, como já constatamos, Jesus disse em Mateus 24:14 que “este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então (tote) virá o fim”. Este “então”significa naquele momento, de acordo com o significado de tote no grego. Não significa quinze anos depois! Ora, sabemos que Paulo escreveu aos romanos entre 55-57 d.C, e alguns propõem uma data ainda mais antiga, entre 51-52 d.C. Seja como for, isso é muito antes de 70 d.C!
Se Paulo estava mesmo dizendo que o evangelho já havia sido pregado ao mundo inteiro naquela época, então devemos presumir que quando Paulo escreveu a carta aos romanos, ainda na década de 50 d.C, Jesus já havia voltado. Isso complica exponencialmente a vida do Paulo Tiago, pois nem ele, nem os demais preteristas, acreditam que Jesus voltou na década de 50 d.C (eles creem que Jesus voltou no término da tribulação, em 70 d.C, não antes disso). Além disso, Jesus declarou categoricamente que a Sua Volta se daria depois, e não antes do término das tribulações:
“Imediatamente após a tribulação daqueles dias ‘o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu, e os poderes celestes serão abalados’. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (Mateus 24:29-30)
Notem: o texto diz “imediatamente após”, e não “antes”. Sendo assim, se a tribulação ocorreu mesmo em 70 d.C (como ele crê), então Jesus voltou imediatamente depois disso, não antes de 70 d.C. Mas se o evangelho foi mesmo pregado ao mundo inteiro já na década de 50 d.C, e Jesus disse que iria voltar no mesmo momento em que o evangelho acabasse de ser pregado em todas as nações, então Cristo teria voltado em 55-57 d.C, e não depois de 70 d.C. Ou seja, ainda que a tentativa dele tenha sido louvável, na verdade ele se encontra em apuros quando tenta resolver o dilema:
1º Ou Jesus voltou na década de 50 d.C (ou até mesmo antes, pois Paulo empregou o tempo passado em Romanos 10:18!) e desta forma Jesus mentiu em dizer que voltaria depoisda tribulação (e não antes) e o próprio preterismo erra ao afirmar que Jesus voltou em 70 d.C.
2º Ou então ele volta atrás no significa de “tote”, que significa “então”, e implica em “naquele mesmo momento”, e não em intervalos grandes de décadas mais tarde, e neste caso também o próprio argumento dele em cima de Mateus 24:14 é completamente fracassado, visto que “tote” poderia tranquilamente implicar em intervalo de tempos maiores, o que tanto ele como eu discordamos.
3º Ou então ele admite que o evangelho não havia sido pregado no mundo inteiro quando Paulo escreveu aos romanos, admitindo assim a fragilidade do argumento dele e que Paulo fez uso de uma hipérbole em Romanos 10:18, tal como em outras ocasiões, o que é a alternativa mais plausível diante dos fatos (hipérbole é uma figura retórica no qual o significado da expressão é exagerado).
De qualquer forma, o argumento do Paulo Tiago volta-se muito mais contra ele mesmo quando analisado com mais atenção.
1.3 – Os discípulos não percorreram todas as cidades de Israel. Agora, a prova mais irrefutável e incontestável de todas, que prova decididamente que o evangelho não havia sido pregado em todo o mundo até 70 d.C, vem do fato de que o próprio Cristo afirmou:
“Quando forem perseguidos num lugar, fujam para outro. Eu lhes garanto que vocês não terão percorrido todas as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem”(Mateus 10:23)
Jesus disse claramente, sem rodeios, que os Seus seguidores não teriam terminado de pregar o evangelho em todas as cidades de Israel, antes que viesse o Filho do homem. Isso simplesmente detona com a pretensão dos preteristas, que afirmam que o evangelho já havia sido pregado no mundo todo antes de 70 d.C. Convenhamos: se Jesus profetizou que eles não teriam chegado nem mesmo em todas as cidades de Israel, como é que eles iriam chegar ao mundo todo???
Ainda mais sabendo que o próprio Cristo disse para pregar primeiro em Israel e nas proximidades, e só depois avançar até os confins do mundo, a posição preterista fica ainda mais insustentável:
“Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; e, indo, pregai, dizendo: é chegado o reino dos céus“(Mateus 10:5-7)
Notem que a prioridade era aos israelitas. Primeiro, isto é, “antes”, eles deveriam pregar em Israel, e somente depois aos gentios:
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8)
“E lhes disse: Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém” (Lucas 24:46-47)
Ou seja: primeiro eles começariam pregando o evangelho em Jerusalém. Depois que “acabassem o trabalho”, eles levariam o evangelho para toda a Judeia e Samaria, e, depois, até os confins da terra. Agora é só raciocinar: se Jesus disse que eles não iriam terminar o trabalho de evangelização em Israel antes 70 d.C (que era o seu papel principal e primário), como é que eles iriam conseguir ter pregado ao mundo todo? Os preteristas aqui querem nos convencer de algo realmente hilário e sem precedentes: que os discípulos foram capazes de evangelizar todo o mundo conhecido antes de 70 d.C, mas que não foram capazes de evangelizar as cidades em seu próprio “quintal” neste mesmo período!
Como é possível alguém acreditar numa coisa dessas? O evangelho foi pregado ao mundo inteiro até 70 d.C e ao mesmo tempo os discípulos não conseguiram percorrer todas as cidades de Israel? Ora, se o evangelho tivesse sido realmente pregado a “toda criatura” antes de 70 d.C, cumprindo a palavra de Cristo que disse que o evangelho seria pregado no mundo todo antes que Ele venha, então os discípulos teriam certamente pregado em todas as cidades de Israel neste período, ou senão elas ficaram sem testemunho do evangelho, e, consequentemente, este não teria sido pregado a todo mundo nem tampouco a toda criatura! Portanto, é óbvio diante das Escrituras que:
-O evangelho não foi pregado no mundo todo nem a toda criatura antes de 70 d.C; ele na verdade não tinha sido pregado nem mesmo a todos os israelitas!
E isso simplesmente destrói com as pretensões preteristas. Por quê? Porque Jesus disse que, antes da Sua Volta gloriosa, o evangelho seria pregado no mundo todo, como testemunho a todas as nações, para toda criatura:
“E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:14)
Isso é totalmente compatível com aquilo que o Senhor afirmou também em Marcos:
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15)
O evangelho foi pregado a toda criatura antes de 70 d.C? Não! O evangelho foi pregado no mundo todo antes de 70 d.C? Não! Se tivesse sido pregado no mundo todo e a toda criatura antes de 70 d.C, então Jesus estaria mentindo ao dizer que os discípulos não teriam levado o evangelho a todas as cidades de Israel, ou então essas cidades seriam insignificantes e os seus habitantes não seriam considerados nem mesmo “criaturas”! Qual é o mais provável? O provável é óbvio é que o preterismo se engana em pensar que o evangelho já tinha alcançado abrangência global e sido levado a todas as pessoas. E, portanto, como Jesus afirmou que antes de chegar o “fim” (que o Paulo Tiago crê que ocorreu em 70 d.C) o evangelho seria pregando no mundo todo, e não foi, então fica claro que a tribulação não ocorreu em 70 d.C.
Em 70 d.C ocorreu uma “vinda” de Cristo em juízo sobre os judeus, mas não foi a sua segunda vinda gloriosa. Infelizmente os preteristas completos não conseguem diferenciar ambas as coisas, que até mesmo os preteristas parciais conseguem. Estes fazem distinção entre a vinda em juízo (sobre os judeus em 70 d.C) e a segunda vinda gloriosa, em poder, majestade e glória, junto com os Seus santos, trazendo junto consigo a ressurreição dos mortos e o arrebatamento dos salvos, o que obviamente não aconteceu ainda e é um evento futuro. Entender essa distinção é o começo do fim do preterismo completo.
PARTE 2 – AS PARÁBOLAS DE JESUS E A SUA VOLTA “EM BREVE”
2.1 – As parábolas de Mateus 21:33-46 e 22:1-14. Paulo Tiago argumentou na sequencia de seu texto que as duas parábolas acima seriam uma prova de que Cristo retornou em 70 d.C, e argumentou bastante tempo que o contexto aponta que essa “volta” que descreve essas parábolas já tenha acontecido. Basicamente não há muito o que “refutar” nestes textos, porque eu concordo com ele que uma leitura honesta e imparcial dos textos nos demonstra que essa “volta” de que essas parábolas tratam já tenha ocorrido. O erro dele, portanto, não é de achar que essas parábolas mostrem uma vinda que já aconteceu, mas é pressupor que essa tenha sido a vinda gloriosa, em poder, como já foi demonstrado acima. O Paulo Tiago, por mais inteligente que seja, não sabe fazer a distinção entre a vinda em juízo e a vinda gloriosa.
A vinda em juízo (de que essas parábolas tratam) já aconteceu, ao passo que a vinda em glória e majestade, quando todo olho o verá, ainda está por acontecer, no fim dos tempos. Como já disse, até mesmo os preteristas parciais entendem essa distinção, mas os preteristas completos insistem em distorcer a Bíblia e negar a realidade dessa diferença, alegando que se trata tudo da mesma coisa. Nada mais falso que isso! Em primeiro lugar, cabe dizer aqui que essa vinda em juízo não ocorreu ao término da tribulação, nem ocorreu em algum momento específico na história, mas se trata de um julgamento que perdurou durante décadas, culminando na destruição dos judeus em 70 d.C. Prova disso são as próprias parábolas que o Paulo Tiago passou, e que deveria relê-las:
“E, por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança. E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram. Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores? Dizem-lhe eles: Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe deem os frutos” (Mateus 21:37-40)
A vinha pertencia a Israel, mas passou a ser a Igreja a partir de quando os judeus rejeitaram o Messias:
“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (João 1:11-12)
Paulo também disse:
“Se alguns dos ramos foram cortados, e se tu, oliveira selvagem, foste enxertada em seu lugar e agora recebes seiva da raiz da oliveira, não te envaideças nem menosprezes os ramos. Pois, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, talvez: Os ramos foram cortados para que eu fosse enxertada. Está certo. Eles, porém, foram cortados devido à incredulidade, e você permanece pela fé. Não se orgulhe, mas tema. Pois se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, bondade para contigo, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado” (Romanos 11:17-22)
Na parábola de Cristo em Mateus 21:37-40, vemos que quando Jesus viesse ele arrendaria a vinha a outros lavradores. A pergunta que não quer calar é: quando é que a vinha foi “transferida” dos israelitas para a Igreja? Só depois de 70 d.C? É óbvio que não. Desde quando Jesus morreu e ressuscitou, os judeus que rejeitaram e crucificaram o Messias deixaram de serem os “donos da vinha”, que passou a ser a Igreja, ou seja, aqueles que aceitam o Messias em qualquer parte do mundo, judeus ou não judeus, pois Deus quebrou o muro de inimizade que os dividia antes de Cristo:
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade" (Efésios 2:14)
Jesus veio para os seus (judeus), mas os seus não o receberam. Então, a vinha passou dos judeus para pertencer a “todos quantos o receberem” (Igreja), que crerem em Seu nome. Isso aconteceu logo após a rejeição dos judeus ao Cristo. Não aconteceu depois de 70 d.C! Se tivesse sido somente depois de 70 d.C, então o Antigo Pacto estaria em vigência até esta época, e a Nova Aliança só entraria em vigência depois disso. Se fosse assim, Paulo não teria repreendido os gálatas por guardarem a Lei, pois todos os apóstolos seriam judeus e guardariam os preceitos da lei judaica até chegar 70 d.C e começar a “era da Igreja”. É claro que isso é uma heresia facilmente refutada.
O fato que demonstramos aqui é que a vinha deixou de ser de Israel para se tornar da Igreja logo após a rejeição dos judeus ao Messias, lá para o ano de 30 d.C, quando Jesus morreu e ressuscitou. Mas a parábola de Cristo em Mateus 21 diz claramente que a vinha seria dada a outros lavadores “quando vier o senhor da vinha” (v.40). Isso significa que essa volta de Cristo em juízo não aconteceu numa data e hora marcada para o dia X do mês Y do ano 70 d.C, mas foi um processo que se iniciou muito antes, desde o momento da rejeição dos israelitas a Cristo, perdurando até 70 d.C. Foi por isso que Paulo disse que a ira “já veio” sobre os judeus, e não que “virá” (lembre-se que Paulo escreveu sua primeira epístola aos tessalonicenses em cerca de 50 d.C, bem antes de 70 d.C!):
“Esforçando-se para nos impedir que falemos aos gentios, e estes sejam salvos. Dessa forma, vão sempre completando a medida dos seus pecados. Sobre eles, finalmente, veio a ira” (1ª Tessalonicenses 2:16)
Ou seja: podemos dizer que a “vinda” de Cristo em juízo sobre os judeus foi um processo que ocorreu de 30 d.C até 70 d.C, enquanto a volta gloriosa de Cristo se difere totalmente desta, pois é um evento e não um processo, é algo visível a olho nu, “todo olho o verá” (Ap.1:7), “todas as nações o verão e se lamentarão” (Mt.24:30). Há uma enorme e gigantesca diferença entre a vinda em juízo e a volta gloriosa, só não vê quem não quer!
Além disso, Jesus disse que a Sua volta gloriosa ocorreria somente após o fim da tribulação, como já vimos anteriormente (Mt.24:29). Os preteristas completos não fazem distinção entre vinda em juízo e volta gloriosa, para eles é tudo a mesma coisa. Então eles deveriam nos explicar o porquê que Cristo disse que voltaria somente após a tribulação, se, como vimos, essa vinda em juízo sobre os judeus foi um processo que percorreu décadas antes de culminar na guerra entre Jerusalém e Roma em 70 d.C.
Por tudo isso, vemos que o preterismo se mete em grandes apuros quando não consegue fazer a devida distinção óbvia entre a vinda em juízo e a volta gloriosa. Uma é um processo que durou mais de quatro décadas, a outra é um evento que ocorrerá em um “dia”, dia este que ninguém sabe qual é, nem o Filho, somente o Pai (Mt.24:36). Uma ocorre antes que o evangelho tivesse sido levado a todas as cidades de Israel (Mt.10:23), a outra ocorre depois que o evangelho já é anunciado a toda criatura como testemunho a todas as nações (Mt.24:14; Mc.16:15).
Uma ocorre em dimensões locais, resumindo-se a Roma e a Jerusalém (Mt.24:16), enquanto a outra “está para vir sobre todo o mundo, para pôr à prova os que habitam na terra” (Ap.3:10), a “todas as nações” (Mt.24:30), a “todo o olho” (Ap.1:7), pois “todas as naçõesda terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória”(Mt.24:30), não apenas a nação judaica! Iremos analisar mais a frente muitas outras contradições decorrentes do fato de não saber fazer uma correta diferenciação entre ambas as vindas, que são marcantemente distintas.
2.2 – Jesus voltaria em breve. É claro que Jesus voltaria em breve. Mas a questão aqui é: “quando é este breve”? Ora, “breve” é um tanto quanto relativo. Se eu digo: “em breve o São Paulo voltará a ser campeão da Libertadores”, isso evidentemente remete a anos depois, e mesmo assim ninguém contestaria o tempo do “breve”. Mas se eu digo que “em breve eu irei tomar banho”, isso não passa a ideia de daqui alguns anos, mas daqui alguns minutos ou algumas horas. Veja como o “breve” é totalmente relativo e dependente do contexto em que ele está inserido. Mas parece que os preteristas não conseguem entender isso muito bem e absolutizam o “breve” como se houvesse um consenso universal da duração do “breve” para qualquer caso ou circunstância!
Tome por exemplo o próprio caso que estamos tratando. Os apóstolos escreviam suas epístolas na década de 40 a 60 d.C, e diziam que Jesus voltaria “em breve”. Vamos supor que eles estivessem se referindo mesmo a 70 d.C. Eu não poderia dizer que este espaço de tempo de 20 ou 30 anos é muito tempo para ser considerado “breve”? É lógico que sim. Agora, se o “breve” pode ser interpretado como sendo algo relativo, algo que não implica em “naquele momento”, nem em algumas horas mais tarde, nem em alguns dias mais tarde, nem em semanas, nem em meses, nem em anos, mas em décadas (duas ou três!), então por que não poderia ser séculos?
Notem que os preteristas são muito espertos nessa manobra deles: eles relativizam e relativizam o tempo do “breve” até puxar para décadas, mas se nós também relativizamos e puxamos um pouco mais a frente, aí já não pode, aí o “breve” se torna um parâmetro absoluto e não relativo! Isso que eu chamo de hipocrisia na formulação dos argumentos, e eu não estou me referindo ao Paulo Tiago especificamente, mas a todo o preterismo em geral, que leva adiante um argumento realmente falido.
Se pensarmos que a terra possui seis bilhões de anos de existência, como a ciência diz ter e como alguns apologistas evangélicos de destaque também alegam, o que significa dois mil anos diante de seis bilhões que já foram? Eu respondo: absolutamente nada! Ou para ficar mais fácil: algo “breve”! Portanto, tudo depende de um referencial, o “breve” é algo relativo, se o nosso planeta está aí há seis bilhões de anos e Jesus promete voltar em apenas dois ou três mil anos, sim, isso é “breve”, e muito por sinal! Finalmente, a prova mais clara de que este “breve” é algo relativo e pode perfeitamente implicar em milhares de anos vem do próprio Pedro, que disse:
“Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão: ‘O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação’. Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela palavra de Deus, existiam céus e terra, esta formada da água e pela água. E pela água o mundo daquele tempo foi submerso e destruído. Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios. Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada. Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor. Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça. Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis”(2ª Pedro 3:3-14)
Várias constatações eu faço do texto acima:
1º O apóstolo diz que nos últimos dias “surgirão” escarnecedores, o que demonstra que o próprio Pedro sabia que não estava nos últimos dias, ou seja, que os “últimos dias” são um tanto quanto relativo. Se ele cresse que já estava nos últimos dias, teria dito que “nestes últimos dias estão surgindo...”, e não que “nos últimos dias surgirão...”, lançando a sentença para um tempo futuro. Só isso já derruba completamente o preterismo! O fato de outros escritores bíblicos dizerem estar nos últimos dias apenas reflete aquilo que já foi dito: que a definição de "breve", "últimos dias" e "últimos tempos" é relativo e depende da interpretação de cada escritor bíblico.
2º Ele refuta aqueles que zombavam do fato de que Jesus voltaria em breve sendo que ainda não tinha voltado, dizendo que para Deus um dia é como mil anos! Ou seja: que este “em breve” pode implicar, para Deus, perfeitamente em um espaço de tempo muito maior em relação àquilo que a mente humana pode imaginar! Note que ele não disse que essas pessoas estavam erradas porque deveriam esperar mais alguns poucos anos até 70 d.C; ao contrário, ele abre claramente a possibilidade de que tal fato (da volta de Jesus) ocorresse daqui milhares de anos!
3º Ele diz claramente que “os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada” (v.10). Isso tudo ocorreu mesmo em 70 d.C? É óbvio que não! Portanto, o “dia do Senhor” não chegou ainda, a não ser que Pedro estivesse mentindo ou brincando com coisa séria ao dizer que os céus desapareceriam, que os elementos seriam desfeitos e que a terra e tudo o que nela há seria desnudada. Que mentira mais cabeluda ele estaria dizendo caso cresse que a volta de Jesus foi em 70 d.C! A terra não foi desnudada e continua da mesma forma que antes, os céus estão aí, os elementos também.
A interpretação de que Pedro estaria alegorizando tudo é puramente mentirosa, ainda mais sendo que Pedro estava refutando um grupo que zombava da volta de Jesus, e ele não daria margens para más interpretações de uma obviedade de algo que ele estava escrevendo naquele mesmo momento, seria dar mais munição para aqueles hereges a quem ele refutava em sua carta. Além disso, note que aqueles próprios zombadores sabiam que essas coisas realmente aconteceriam, por isso diziam:
“O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação’” (v.4)
Se fosse para continuar mesmo tudo igual como de fato a terra continuou depois de 70 d.C, então aqueles zombadores estariam certos em sua zombaria, pois nada teria que mudar mesmo! Pedro teria dito que não iria mudar nada na terra de fato, ao invés de ter reiterado mais uma vez que os elementos seriam desfeitos, que os céus desapareceriam e que a terra seria desnudada, coisas que evidentemente os apóstolos esperavam que acontecessem com a volta de Cristo e que não ocorreram de forma alguma em 70 d.C!
4º Pedro diz: “vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda” (vs.11-12). Segundo a “lógica” preterista, devemos interpretar este texto da seguinte maneira: “vivam de maneira justa e piedosa, esperando a destruição de Jerusalém e apressando a vinda dos exércitos romanos”! Sério?
5º Pedro diz: “naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor” (v.12). Veja que novamente Pedro trata essa volta de Jesus como um dia, um evento específico, e não um processo que perdura por décadas, como foi com a “vinda” de Cristo em juízo sobre os judeus. Além disso, como já vimos, ele diz que os elementos seriam desfeitos, coisa que não aconteceu, e, como constatamos, é praticamente impossível forçar o texto ao ponto de se tratar de uma péssima figura de linguagem em uma carta caracteristicamente não-simbólica, além de dizer que Pedro usou uma figura de linguagem parecendo real para refutar os hereges, podendo apenas complicar as coisas, visto que para não-cristãos o mais natural seria aplicar linguagem natural e não hiperbólica, o que iria apenas confundi-los mais ainda e reforçar a tese deles de que a promessa dos cristãos não aconteceria.
6º Além disso, por que Pedro deixou absolutamente de citar os eventos que os preteristas afirmam ter ocorrido com a suposta “volta de Jesus em 70 d.C”? Se ele estava se referindo a uma volta de Jesus em 70 d.C com a guerra entre Jerusalém e Roma, então ele certamente mencionaria a destruição do templo, a invasão dos exércitos romanos, a fome e a peste que assolaram a cidade, a morte de milhões de judeus, enfim, teria obviamente feito menção aos acontecimentos que os preteristas dizem que precederiam a volta de Jesus que Pedro se referia, como sendo a de 70 d.C. Mas Pedro não menciona absolutamente nada disso!
Ao contrário: ele faz menção dos elementos se desfazendo, de novos céus e nova terra sendo formados, desta presente terra sendo totalmente desnudada, dos céus desaparecendo, dentre diversas outras coisas que de forma alguma aconteceram realmente em 70 d.C. Dito em termos simples, os preteristas querem nos convencer que Pedro se esqueceu completamente de fazer menção dos acontecimentos que teriam acontecido junto com a volta de Jesus pela ótica preterista, mas se lembrou completamente de fazer diversas menções a uma série de acontecimentos que de forma nenhuma se encaixam nos acontecimentos que realmente aconteceram por volta de 70 d.C! Dá pra acreditar?!
7º Pedro diz: ”todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (v.13). Cadê os novos céus e a nova terra? São de mentirinha também?
8º Pedro diz: ”portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis” (v.14). Por que eles deveriam esperar aquelas coisas acontecerem, se para os preteristas praticamente tudo aquilo que Pedro acabou de dizer foi tudo um monte de figura de linguagem e quase nada real? Neste caso eles não deveriam esperar nada disso acontecer realmente, pois seria tudo meramente simbólico!
Finalmente, para fechar essa parte da argumentação, penso ser útil passar também o fato de que nem sempre a volta de Jesus é retratada como sendo “em breve”. Como já demonstrei, o “breve” é uma quantia relativa; pode ser de apenas algumas horas ou alguns minutos, como também pode ser de anos, décadas, séculos ou milênios, pois para Deus um dia é como mil anos, e mil anos como um dia – ou seja: é relativo! E isso explica o porquê que nem sempre na Bíblia a volta de Jesus é relatada como sendo “em breve”. Em pelo menos dois casos é notável que Jesus prometia voltar depois de muito tempo, como podemos constatar a seguir:
“O Reino dos céus, pois, será semelhante a dez virgens que pegaram suas candeias e saíram para encontrar-se com o noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco eram prudentes. As insensatas pegaram suas candeias, mas não levaram óleo consigo. As prudentes, porém, levaram óleo em vasilhas juntamente com suas candeias. O noivo demorou a chegar, e todas ficaram com sono e adormeceram” (Mateus 25:1-5)
“E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de viagem. O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco. Também o que tinha dois talentos ganhou mais dois. Mas o que tinha recebido um talento saiu, cavou um buraco no chão e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo o senhor daqueles servos voltou e acertou contas com eles” (Mateus 25:14-19)
Veja: no primeiro caso, o Noivo (que incontestavelmente é uma figura de Jesus) demorou a chegar, ou seja, não foi uma volta iminente. E, no segundo caso, é dito que “depois de muito tempo” que o senhor daqueles servos voltou para acertar as contas. Agora me diga: se para você o “em breve” implica que Jesus obrigatoriamente deve ter voltado em 70 d.C, então o “demorou a chegar” e voltou “depois de muito tempo” o faz pensar que Jesus voltou quando?
Ora, a questão aqui é muito simples para os preteristas que amam absolutizar os termos relativos do “em breve”: se por “breve” implica em “algumas poucas décadas” ou “nesta geração” (como dizem os preteristas), então obviamente o “demorar” e o “muito tempo” devem implicar em um tempo bem mais distante, lançando, portanto, para bem além daquele tempo e além daquela geração!
-Portanto, os preteristas que se decidam: ou Jesus voltou mais de uma vez depois de 70 d.C, uma em breve e outra demorada depois de muito tempo, ou então abandonam o falido e fracassado argumento do “breve”!
PARTE 3 – SOBRE A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS E O ARREBATAMENTO DOS SANTOS
3.1 – A ressurreição aconteceu naquela geração apostólica. De todas as consequências nocivas decorrentes da crença em um preterismo completo, a que eu considero pior é, sem sombra de dúvida, o fato de que ela mutila e aleija a ressurreição dos mortos, que é totalmente esquecida por eles, abandonada, e não poucas vezes rejeitada. Prova disso é que ele mesmo disse que nunca se preocupou em estudar melhor sobre a ressurreição para tomar um partido sobre isso, se é corpórea ou meramente espiritual. Eu penso que isso é tão somente a demonstração clara de que no preterismo a ressurreição realmente não tem um papel muito importante, senão certamente seria grandemente ressaltada, pois é a maior esperança dos cristãos na Bíblia Sagrada:
“Não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos” (Romanos 8:23-24)
“Agora, estou sendo julgado por causa da minha esperança no que Deus prometeu aos nossos antepassados. Esta é a promessa que as nossas doze tribos esperam que se cumpra, cultuando a Deus com fervor, dia e noite. É por causa desta esperança, ó rei, que estou sendo acusado pelos judeus. Por que os senhores acham impossível que Deus ressuscite os mortos?”(Atos 26:6-8)
“E tenho em Deus a mesma esperança desses homens: de que haverá ressurreição tanto de justos como de injustos” (Atos 24:15)
“Irmãos, sou fariseu, filho de fariseu. Estou sendo julgado por causa da minha esperança na ressurreição dos mortos!” (Atos 23:6)
Fica muito claro, pela Bíblia Sagrada, que a maior esperança dos primeiros cristãos era a ressurreição dos mortos. E essa crença foi totalmente suprimida atualmente, primeiro por causa da tese pagã e antibíblica da “imortalidade da alma”, que reduziu a ressurreição a um mero “detalhe desnecessário”, e depois por culpa do preterismo completo, que coloca a ressurreição como sendo um evento passado, ou seja, acabou com a esperança para uma ressurreição futura para a glória!
Quero deixar claro uma coisa: não acho problema o Paulo Tiago não ter uma posição definida sobre um determinado assunto, não é isso o que eu estou dizendo. O que eu estou dizendo é que o fato de não colocar ênfase na ressurreição da mesma forma que os apóstolos colocavam provém do fato de que o preterismo, a exemplo da imortalidade da alma, anulam a crença na ressurreição, reduzindo-a a nada. Por isso, nem importa muito ter uma “posição definida” sobre isso, pois seria de menor importância, um detalhe apenas, algo irrelevante. Importante mesmo seria o preterismo, é claro!
Fica evidente aqui uma completa inversão de valores: eles priorizam o preterismo e colocam a ressurreição como mero plano de fundo, quando na verdade a ressurreição deveria ser o foco principal e a escatologia uma mera consequencia da crença na ressurreição, como era na era apostólica. Os preteristas estão invertendo as coisas, estão trocando valores e derrubando princípios ortodoxos do Cristianismo para poderem empurrar abaixo uma tese não provada e pouco provável (além de pouco importante, ainda que fosse verdadeira) como é o preterismo. Basta lembrar que a palavra “esperança” aparece nove vezes no livro de Atos, sendo que em seis delas é para se referir a esperança de ressuscitar dentre os mortos (2/3 das ocasiões).
Quando Paulo foi levar o evangelho à Grécia pregando no Areópago, em Atenas, ele só pregou duas coisas: Jesus e a ressurreição!
“Alguns filósofos epicureus e estoicos começaram a discutir com ele. Alguns perguntavam: ‘O que está tentando dizer esse tagarela?’ Outros diziam: ‘Parece que ele está anunciando deuses estrangeiros’, pois Paulo estava pregando as boas novas a respeito de Jesus e da ressurreição” (Atos 17:19)
Fica muito claro nestes versos que as duas coisas mais importantes dentro do Cristianismo são: 1º Jesus; 2º a ressurreição! Se não fossem as duas coisas mais importantes, não seriam as únicas duas que Paulo teria escolhido para pregar aos gentios! Note que Paulo não pregou a eles nada de escatologia, o texto não diz que ele pregou sobre preterismo, sobre imortalidade da alma, ou sobre qualquer ensino não-bíblico ou irrelevante. Paulo priorizava antes de tudo a crença na ressurreição dos mortos, só estando abaixo de Jesus. Sugiro, para maior aprofundamento sobre isso, a leitura do meu artigo: “A esperança da ressurreição dos mortos”.
Então, eu confesso que me incomodo muito quando vem alguém que inverte completamente os valores, que dá prioridade à crença no preterismo e não está muito preocupado com a ressurreição, que diz que ressurreição é coisa do Velho Testamento, que diz que a ressurreição já é passada, que anula o valor, a importância e o lugar de primazia da ressurreição dentro do Cristianismo. Paulo disse que aqueles que criam que a ressurreição já aconteceu estão pervertendo a fé, estão ensinando doutrinas heréticas que se alastram como um câncer para corromper a Igreja de Deus:
“O ensino deles alastra como câncer; entre eles estão Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu, e assim a alguns pervertem a fé” (2ª Timóteo 2:17-18)
A mesma coisa acontece aqui hoje: Paulo Tiago, que não liga muito para a ressurreição e a coloca como mero plano de fundo no qual ele não se preocupou até hoje em estudar mais a fundo, afirma que a ressurreição dos mortos já aconteceu, o que, por mais que eu o respeite, tenho que confessar que, como disse Paulo, este ensino é herético e está pervertendo a fé de alguns! Para derrubar ainda mais definitivamente a crença de que a ressurreição já aconteceu, vamos aos fatos:
1º A Ressurreição é Corporal:
A Bíblia nos deixa muito claro que a ressurreição não é meramente espiritual, mas é física, é real, é corporal, é para ressuscitar um corpo glorificado. Foi por isso que Paulo disse:
“A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso” (Filipenses 3:20-21)
Paulo cria que Deus transformaria os nossos corpos humilhados em corpos gloriosos. Portanto, Paulo cria numa ressurreição corporal em corpo glorioso! Abraão também cria em uma ressurreição física, senão ele não creria que Deus poderia ressuscitar fisicamente Isaque caso este morresse:
“Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe tivesse dito: ‘Por meio de Isaque a sua descendência será considerada’. Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos”(Hebreus 11:17-19)
Paulo disse também que o nosso corpo atualmente perecível se transformará em um corpo ressurreto imperecível, que este corpo atualmente em desonra se transformará em um corpo glorioso, que este corpo atualmente em fraqueza se transformará em um corpo em poder, tudo isso por ocasião da ressurreição:
“Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder”(1ª Coríntios 15:42-43)
Se Paulo não cresse em ressurreição física, ele não teria entrado em confronto com os gregos de sua época, pois os gregos também não criam em ressurreição do corpo físico. Mas o que aconteceu foi algo bem diferente disso. Vejamos:
“Alguns filósofos epicureus e estoicos começaram a discutir com ele. Alguns perguntavam: ‘O que está tentando dizer esse tagarela?’ Outros diziam: ‘Parece que ele está anunciando deuses estrangeiros’, pois Paulo estava pregando as boas novas a respeito de Jesus e da ressurreição. Então o levaram a uma reunião do Areópago, onde lhe perguntaram: ‘Podemos saber que novo ensino é esse que você está anunciando? Você está nos apresentando algumas ideias estranhas, e queremos saber o que elas significam’ (...) Quando ouviram sobre a ressurreição dos mortos, alguns deles zombaram, e outros disseram: ‘A esse respeito nós o ouviremos outra vez’” (Atos 17:18-20,32)
Portanto, Paulo cria em ressurreição do corpo físico, e isso é um fato incontestável. E aqui o preterismo completo encontra o seu primeiro grande choque com a Bíblia: porque a grande maioria dos preteristas completos não crê na ressurreição física dos mortos. A coisa é tão complicada e chegou a um ponto tão crítico que eu já li até livros de preteristas parciais atacando ferozmente os preteristas completos, por causa da negação destes à ressurreição dos mortos (clique aqui para ler um destes livros). O fato do Paulo Tiago não se decidir se a ressurreição é física ou não, não muda o fato de que a grande maioria dos seus irmãos preteristas nega a ressurreição. Mas por que eles não creem na ressurreição? Vocês vão entender o que está por trás dessa manobra logo a seguir.
2º A Ressurreição é na Segunda Vinda de Cristo:
Tão certo quanto o fato de que a ressurreição é corporal, é também o fato de que ela ocorre na segunda vinda de Cristo. Paulo deixou isso muito bem claro ao dizer aos coríntios:
“Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem” (1ª Coríntios 15:22-23)
E também aos tessalonicenses:
“Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem. Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre” (1ª Tessalonicenses 4:15-17)
O momento da ressurreição dos mortos está diretamente ligado ao momento da segunda vinda de Cristo, por uma sucessão natural dos acontecimentos. Jesus volta, os mortos são ressuscitados, e depois os vivos são arrebatados, tudo isso em um mesmo e único evento, que marca a volta gloriosa de Cristo. Agora notem: os preteristas afirmam que Jesus já voltou em 70 d.C. Logo... eles são forçados a crerem (querendo ou não, gostando ou não, estando ou não na Bíblia) que a ressurreição física já aconteceu, ou então que neguem totalmente a ressurreição! Mas a primeira alternativa praticamente nenhum preterista completo defende, visto que:
1º Se os mortos tivessem sido fisicamente ressurretos em 70 d.C, então todos os corpos em todas as tumbas e sepulturas de todos os seres humanos que já pisaram neste planeta desde a fundação do mundo até 70 d.C teriam simplesmente desaparecido de seus túmulos, pois teriam sido ressuscitados para a glória (ou para um outro lugar muito, muito ruim...). Mas até os dias de hoje são encontrados aos montões corpos de pessoas que viveram muito antes da época de Cristo, provando que não houve ressurreição corporal alguma em 70 d.C!
2º Além disso, se a ressurreição corporal estivesse marcada para a volta de Jesus que supostamente teria acontecido em 70 d.C, então os que morreram até esta época podem ter sido muito bem ressuscitados, mas nós de época posterior teríamos perdido a ressurreição para sempre do mesmo jeito! Portanto, de um jeito ou de outro, o fato é que nós (e quando aplico o “nós” me refiro a todas as pessoas que morreram desde 70 d.C até os dias atuais) teríamos perdido a vaga, ficado sem ressurreição, então se cumpriria em nós a palavra que Paulo disse:
“Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos" (1ª Coríntios 15:32)
Ou seja: se não há a ressurreição física dos mortos para a glória eterna (da qual Paulo trata em todo o capítulo 15 de 1ª Coríntios), então não há sentido na vida, nem valeria a pena viver, vamos todos levar uma vida hedionda, igual aos pagãos, vamos todos comer, beber, e amanhã morrer, pois não existiria nada depois da morte! Se a ressurreição ocorreu no passado (como o Paulo Tiago diz), então para nós não sobrou ressurreição alguma, então deveríamos fazer exatamente como Paulo sugeriu que fizéssemos caso a ressurreição corporal não existisse: vamos comer e beber e amanhã morrer!
É assim que você gostaria que todos os cristãos vivessem, Paulo Tiago? Tenho certeza de que não, mas é exatamente nisso que a crença antibíblica do preterismo sugere: que a ressurreição já aconteceu, então deveríamos fazer como Paulo disse caso não existisse ressurreição! Viram por que eu sempre aviso que o preterismo mutila e atropela as doutrinas mais cruciais e de fundamental importância no Cristianismo? Porque ele simplesmente destrói com as bases da fé cristã, anula a ressurreição dos mortos, e eles não podem fazer nada contra isso, pois a crença deles no preterismo os obriga a crerem que a ressurreição já é passada, então não tem jeito mesmo: ou negam a ressurreição, ou negam o preterismo!
E como para eles o preterismo é muito, mas muito mais importante que a ressurreição (como já falei anteriormente), então que vá para o lixo a crença na ressurreição, o que importa é que vamos salvar o preterismo! Agora eu entendo melhor por que Paulo disse que “...estes se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu, e assim perverteram a fé de alguns” (2Tm.2:17-18). As consequências do preterismo são uma completa perversão abominável à fé cristã!
PARTE 4 – REFUTANDO OBJEÇÕES FINAIS
4.1 – Sobre “nós” ficarmos vivos até a vinda do Senhor. É muito comum os preteristas como Paulo Tiago fazerem uso de duas passagens muito mal interpretadas por eles, como se Paulo estivesse dizendo que ele próprio ou alguns de sua geração estariam vivos quando Jesus voltasse. Nada mais falso do que isso. Mas para tentar sustentar essa tese, eles citam dois versículos, sendo eles:
“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados”(1ª Coríntios 15:51)
Nesta passagem eles dizem que Paulo ensinava que nem todos de sua geração dormiriam (i.e, morreriam), então alguns ficariam vivos até a volta de Jesus. A mesma coisa eles inferem com relação a essa outra passagem:
“Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”(1ª Tessalonicenses 4:15-17)
Aqui eles dizem que Paulo cria que ele e os demais estariam vivos até a volta de Jesus. Pois bem. Pela semelhança destas duas passagens, ambas podem ser refutadas da mesma forma. Em ambas as passagens, Paulo faz uso do pronome “nós”. Ele diz que “nem todos [nós] dormiremos”, e que “nós, os que ficarmos vivos”. Se, portanto, demonstrarmos que este “nós” não implica necessariamente que se refira ao próprio Paulo e aos demais de sua época, todo o argumento dos preteristas desmorona.
O fato é que a palavra “nós” também pode ser de uso genérico, ou seja, não que nós vamos estar vivos até o dia da volta de Jesus, mas é uma forma de nos colocarmos entre aqueles que poderão estar vivos neste evento. É exatamente isto que Paulo fez. Para citar um exemplo, é comum vermos cientistas dizendo que daqui a trezentos anos nós vamos olhar para trás e achar que o mundo atual é um tanto primitivo. Ao dizer isto, eles estão se referindo à humanidade, os seres humanos que estarão vivos daqui a trezentos anos. Não que esse cientista creia que viverá tanto tempo, pelo contrário, é o uso genérico da palavra “nós”. Só isso já desmorona com o castelo de areia criado pelos preteristas em cima destes dois textos, mas, como se não bastasse, ainda temos provas de que o próprio Paulo cria que iria estar entre os mortos, e não entre os vivos:
“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” (Atos 20:28-30)
Em 2ª Timóteo, ele diz:
“Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado” (2ª Timóteo 4:6)
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”(2ª Timóteo 4:7-8)
Pedro também disse o mesmo:
“Considero importante, enquanto estiver no tabernáculo deste corpo, despertar a memória de vocês, porque sei que em breve deixarei este tabernáculo, como o nosso Senhor Jesus Cristo já me revelou” (2ª Pedro 1:13-14)
Ou seja, por diversas vezes vemos tanto Paulo como os demais apóstolos se colocando no grupo daqueles que estariam possivelmente mortos antes da volta de Cristo, o que aniquila com o argumento de que Paulo “sabia” que ele e os demais estariam vivos quando Jesus voltasse. O fato é que os apóstolos não sabiam quando Jesus iria voltar, como nós também não sabemos. Por isso, eles empregavam o “nós” como sendo uma possibilidade, e não uma certeza. Eu também faço o mesmo em meus artigos. Como defendo a linha escatológica pós-tribulacionista, é muito comum eu escrever o seguinte:
“Nós seremos arrebatados somente depois da grande tribulação chegar ao fim, e não antes”
Com isso, eu estou basicamente dizendo o mesmo que o apóstolo Paulo, e aplicando o “nós” também. Mas isso de modo algum implica em dizer que “eu sei que não vou morrer” ou que “tenho certeza que estarei entre os vivos que serão arrebatados e não mortos”. Qualquer um que ler o texto acima deixando-o fluir naturalmente verá que essa não é a minha intenção, como também não era de Paulo. Este “nós” é generalizado, e se trata de possibilidade, não de certeza. Sinceramente, mas eu ainda não sei por que grande parte dos preteristas ainda insiste com estes argumentos baseados nestes dois textos, se eles são tão facilmente explicados e refutados (talvez seja pela falta de argumentos mais satisfatórios).
4.2 - A ressurreição era um elemento da lei e dos profetas. Foi também argumentado que “a ressurreição era um elemento da lei e dos profetas, portanto, se a ressurreição não passou a lei e os profetas não passaram”. Eu sinceramente nunca vi este argumento na minha vida, mas não, a ressurreição não é um elemento exclusivo do Antigo Pacto, a ressurreição é um elemento importante e fundamental também na Nova Aliança, pois foi diversas vezes mencionada pelos apóstolos e pelo próprio Jesus, as passagens são inúmeras e muitas delas já foram inclusive passadas aqui.
Elementos da Lei e dos Profetas diz respeito a coisas que existiam na Antiga Aliança mas não foram renovados na Nova, tal como é o caso da circuncisão, dos ritos cerimoniais da lei judaica, da observância de festas dos judeus, da guarda obrigatória do Sábado, do sacrifício de cordeiros para limpar os pecados, dentre outros ritos. Mas não se aplica a elementos que foram renovados no Novo Pacto, como é o caso de preceitos fundamentais, tais como amor a Deus acima de todas as coisas, não ter outro Deus além do Senhor, não fazer imagens de escultura, não praticar incesto, honrar pai e mãe, não adulterar, não falar o nome de Deus em vão, não roubar, não assassinar, dentre muitos outros preceitos.
Notem que eles não chegaram ao fim, pois foram renovados na Nova Aliança. Alguns dos quais são citados somente no Antigo Pacto e mesmo assim sabemos que continuam valendo (pois não dizem respeito a ritos cerimoniais da lei judaica), tais como a proibição do incesto (não há nenhuma passagem do NT que proíba o incesto especificamente, e mesmo assim todos os cristãos concordam que ele continua sendo proibido até hoje!), e o mesmo podemos dizer sobre não falar o nome de Deus em vão (mandamento não repetido no NT da forma que existe no AT).
Você tem que entender que quando Cristo ou algum apóstolo falava do fim da lei, eles não estavam falando que temos que jogar fora para a lata do lixo todo o Antigo Testamento (o que seria um absurdo), mas sim que a Lei Cerimonial, isto é, que os preceitos cerimoniais da lei judaica chegariam ao fim, pois eram meras “sombras” de bens vindouros que surgiriam na Nova Aliança (eu abordo isso mais extensivamente neste artigo, confira). Portanto, nem a ressurreição é parte da Lei Cerimonial que foi abolida, nem ela faz parte somente do Antigo Pacto que não tenha sido renovada no Novo.
Por isso o seu argumento está errado por completo. Se fôssemos seguir a sua lógica ao pé da letra tomando como critério o mesmo que você expôs, então poderíamos dizer que a proibição do incesto “era um elemento da lei e dos profetas, portanto, se essa proibição não passou a lei e os profetas não passaram”. Como é que você poderá me convencer do contrário? Pela sua lógica, não pode. A não ser que você atropele o argumento que você mesmo expôs ou admita que ele é totalmente frágil e inconsistente, facilmente refutado por uma lógica simples e dedutiva.
4.3. Sobre Jesus voltar naquela geração. Este é um tema tão profundo e complexo que eu precisaria de mais uns 100 mil caracteres somente para abordar essa passagem mais especificamente, com uma extensa e profunda argumentação em cima dela. Como eu já passei há muito tempo do limite de caracteres toleráveis para uma refutação que não seja grande demais, então penso que não seja a hora mais adequada para refutar tudo isso agora, irei deixar a refutação a este argumento e a exposição de vários outros argumentos meus que eu estou guardando para uma próxima oportunidade, em uma outra réplica. Mas já aviso que minha refutação irá pela mesma base dos argumentos expostos pelo Alon em seu site, com algumas argumentações adicionais, já recomendo que leia o que ele escreveu sobre isso com uma clareza incontestável e que dificilmente poderá ser refutado por algum preterista:
Se você puder refutar os argumentos do Alon poderá refutar os meus depois.
PARTE 5 – CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Primeiro, quero deixar claro que sou extremamente agradecido por poder dialogar com um preterista bem educado e conhecedor do assunto, muito diferente de outros vários que são desbocados e que apenas pensam que sabem alguma coisa. Quero dizer também que as minhas refutações aqui não são ao Paulo Tiago como pessoa, são refutações ao preterismo completo de forma geral. Agradeço muito por poder levar um debate em alto nível com alguém que merece o meu respeito.
Segundo, quero também deixar claro que ainda haveria muito mais a ser dito. Para ser sincero, eu marquei depois da lida na Segunda-Feira exatas setenta passagens que simplesmente derrubam complemente as teses preteristas, muitas das quais é possível de fazer múltiplas argumentações e refutações em cima de uma única passagem, como foi com aquela de Pedro. Porém, para não me alongar demasiadamente e não deixar este debate virar um “livro” de tão grande que já está, eu me reservei a passar apenas uma pequena minoria de passagens aqui, basicamente me limitei apenas a refutar os argumentos dele, pra falar a verdade eu nem comecei a passar os meus próprios argumentos, mas isso irá acontecer em breve.
Para concluir e resumir o que penso sobre o preterismo completo, é que o problema e o perigo desta doutrina não se encontram somente em si mesma. Sim, eu considero muito perigoso alguém crer que a tribulação já aconteceu quando ela ainda é futura, uma vez sendo que isso traria um grande despreparo para a futura geração que passará pela grande tribulação. Como já escrevi neste artigo, o inimigo encontrou uma boa forma de fazer com que futuramente todos aceitem numa boa a marca da besta: basta convencer a todos que o Apocalipse já aconteceu, e ninguém acreditará que o chip, ou seja lá o que for que o anticristo queira implantar, tenha qualquer relação com a revelação dada ao apóstolo João!
Desta forma, ele conseguirá facilmente ter o próprio mundo cristão ao seu domínio, pois apenas uma pequena minoria estaria atenta às profecias e estaria em precaução contra todo e qualquer ataque de um futuro anticristo que se levante. Desta forma, Satanás nem precisa fazer sumir todas as Bíblias da face da terra: basta convencer todas as pessoas de que tudo já aconteceu. Mas o pior do preterismo não é somente o mal do despreparo que ele traz em si mesmo, mas também o mal que ele conduz às pessoas, pois crer no preterismo implica em sacudir todos os principais pilares da ortodoxia cristã. Como já vimos, podemos constatar que:
1º A crença de que a tribulação já aconteceu implica na crença de que Jesus já voltou.
2º A crença de que Jesus já voltou implica na crença de que a ressurreição já aconteceu.
3º A crença de que a ressurreição já aconteceu implica na descrença em uma ressurreição física.
4º A descrença em uma ressurreição física implica necessariamente na crença na imortalidade da alma (pois não haveria outra forma de ir para o Céu, se a ressurreição não existe).
Só aqui já vemos quatro grandes heresias que o preterismo completo traz consigo como consequências inevitáveis de se crer que tudo já ocorreu em 70 d.C: a crença de que Jesus já voltou, a crença de que a ressurreição física não existe (heresia repudiável que foi duramente rejeitada por todos os Pais da Igreja, por todos os Concílios cristãos, por todos os Credos e Confissões de Fé católicos e protestantes, e que só era crida por gnósticos e pseudo-cristãos hereges que foram refutados pelo próprio apóstolo Paulo), a crença de que a ressurreição já aconteceu (e que perverte a fé cristã), e, finalmente, a crença numa alma imortal, ignorando centenas de evidências bíblicas que nos dizem o contrário e o fato de que os primeiros Pais da Igreja negavam explicitamente a imortalidade da alma.
Dito em termos simples: o preterismo é uma heresia perigosa que traz consigo uma série de outras heresias ainda mais destrutivas e nocivas à fé cristã – e olhe que eu citei algumas poucas aqui. Se formos nos aprofundar mais, veríamos que eles deveriam negar até mesmo os próprios dons espirituais, pois Paulo disse que quando chegasse o perfeito (Cristo) o imperfeito desapareceria, e ele cita os dons espirituais como um exemplo daquilo que desapareceria quando Cristo voltasse:
“O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá” (1ª Coríntios 13:8-10)
Ou seja: se você é preterista, então crê que Jesus já voltou. E, se você crê que Jesus já voltou, então você nega a existência atual dos dons espirituais, visto que Paulo disse que quando Jesus voltasse as profecias, o dom de línguas e o próprio conhecimento desapareceriam. Perceberam como que o preterismo manda você de um abismo para outro abismo? Agora, por dedução o preterista também é obrigado a negar até mesmo os próprios dons espirituais, que devem ter servido somente até 70 d.C, depois sumiram!
Pior do que isso, é que eles também são obrigados a crer que depois de 70 d.C todos os cristãos veem a Deus face a face:
“Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido”(1ª Coríntios 13:12)
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é” (1ª João 3:2)
Então, se Jesus já voltou, nós não apenas já estamos vendo a Deus face a face (diferentemente dos apóstolos que morreram antes de 70 d.C e não foram tão privilegiados quanto os preteristas atuais!), como também já somos “semelhantes a ele” e já o “conhecemos plenamente”!
Viram, pessoal? O preterismo te obriga a deturpar todo o Cristianismo, e jogar na lata do lixo tudo aquilo que os cristãos sempre creram, a negar a ressurreição dos mortos, a negar os dons espirituais, e também a crer em algumas aberrações sem sentido, tais como que atualmente nós já estamos vendo a Deus face a face e já o conhecemos plenamente mais do que o próprio apóstolo Paulo que declarou conhecer parcialmente (1Co.13:12). Somos melhores que os apóstolos, estamos em posição mais privilegiada do que eles! Eles, que viveram antes de 70 d.C, não viam a Deus face a face, mas como Jesus já voltou em 70 d.C e quando Jesus voltasse nós passaríamos a vê-lo face a face, então nós já vemos Deus! Maravilha! Show de bola!
Enfim... acho que já deu para ficar claro como que o preterismo é como um veneno com uma série de contra-indicações, onde está escrito: “Creia nisso e abandone toda a visão cristã de todos os pontos mais fundamentais da fé”. Eles abdicam a todo o Cristianismo para crer no preterismo. E eu realmente não sei até onde isso vai chegar. Mas uma coisa eu sei: ainda há tempo de voltar atrás. Ainda há tempo para crer na ressurreição dos mortos, a esperança dos cristãos. Ainda há tempo para crer e desfrutar de todos os dons espirituais que o Espírito Santo ainda distribui pela Sua grandiosa graça no Amado. Ainda há tempo de voltar a crer em um Cristianismo ortodoxo e coerente através dos séculos.
Mas para isso tudo será necessário apenas uma coisa: abandonar a visão distorcida de um preterismo completo, onde não há espaço para a ressurreição, onde há negação dos dons espirituais, onde os israelitas ficaram abandonados no plano de salvação, onde já estamos em um novo céu e uma nova terra, onde Deus já enxugou toda lágrima e mesmo assim nada muda no mundo, onde Jesus já voltou e... como ficam os preteristas?
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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- Estudando Escatologia (Estudos sobre o Apocalipse)
- Desvendando a Lenda (Refutando a Imortalidade da Alma)
Lucas,
ResponderExcluirSimplesmente obrigado, para mim sinceramente o debate já estaria resolvido aqui mesmo. Obrigado pelo seu trabalho desempenhado. "Conheci" o Paulo Tiago no facebook e ele também a mim pareceu muito sério, e a minha preocupação em relação ao preterismo é justamente o que vem implicito nele... principalmente o Completo.
Mais uma vez obrigado. Continue firme com seu trabalho maravilhoso.
Gostaria de saber se tem mais algum artigo neste site ou no apologiacrista.com sobre trindade alem desse:
http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1079757988
Fica na paz amado.
Joabe Rodrigues
Olá, Joabe. A paz de Cristo!
ExcluirHá mais um artigo além desse que fala sobre a trindade, é um de refutação às Testemunhas de Jeová, e se encontra neste link:
http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1085029303
Mas ainda pretendo escrever algo mais extenso além destes dois artigos, comentar sobre mais passagens bíblicas, fazer uma exegese mais aprofundada de cada uma delas, etc. Estes dois artigos eu escrevi há muito tempo, relativamente no início da criação do site, na época eu não tinha muito conhecimento, hoje poderia escrever algo mais aprofundado do que estes dois artigos, que eu admito que estão um pouco superficiais, poderiam estar melhor.
Sobre o debate, eu também vejo sinceridade e seriedade no Paulo Tiago, é por isso que eu aceitei debater com ele. Ele tem bons argumentos, mas creio que uma análise bíblica mais profunda é capaz de desmentir todos os enganos do preterismo, especialmente o completo.
Obrigado pelas suas palavras e que Deus lhe abençoe!
Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; Os quais
ResponderExcluirse desviaram da verdade,
dizendo que a ressurreição era já feita,
e perverteram a fé de alguns.
2 Timóteo 2:16-18
Sr. Lucas Banzoli, vc citou "Para citar um exemplo, é comum vermos cientistas dizendo que daqui a trezentos anos nós vamos olhar para..."
ResponderExcluirVê se da próxima vez vc cite a fonte,pois conheço muito este texto e vc sabe de onde o tirou...
OUTRA COISA, as frases usadas tais como:
ResponderExcluir"O fato é que a palavra “nós” também pode ser de uso genérico..."
Toda essa escrita pode ser encontrada no ebook "Refutando o Preterismo Completo" e no texto "O Novo Testamento Ensina Sobre Dois Tipos de "vindas" de Cristo?" de César Francisco Raymundo da Revista Cristã Última Chamada.
DA PRÓXIMA VEZ CITE A FONTE.
Para isto tira a sua credibilidade!!!
Isto é plágio!!!
César Francisco Raymundo
www.revistacrista.org
Caríssimo Cesar, me impressiona a sua envergadura em me enviar 500 mil mensagens poluindo a minha caixa de e-mails e a daqui do blog repetindo a mesma mensagem sobre o mesmo assunto milhares de vezes, em primeiro lugar pela falta de informação, pois antes de me acusar de plágio você deveria consultar onde é que está inserida a lei sobre o plágio, que está na Lei de número 9.610 que diz que é possível cópias em PEQUENOS TRECHOS (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1gio), se você pelo menos se desse ao trabalho de se informar sobre o que no Brasil é considerado "plágio" me pouparia de dar explicações sobre UMA FRASE que você tanto corneta.
ExcluirEm segundo lugar, eu citei SIM aquele livro, mas não na parte final do texto, neste artigo eu fiz diferente e coloquei as citações no meio do texto com links que redirecionam para a página em questão, porque não estava a escrever um livro ou alguma obra acadêmica, caso você não saiba isso aqui é um BLOG e eu posso muito bem colocar as referências com um simples "CLIQUE AQUI", como fiz no vigésimo terceiro parágrafo da parte 3 deste artigo, onde eu indico um livro com um "clique aqui", que para a sua informação se trata EXATAMENTE DESSE LIVRO você faz tanta questão que eu coloque a referência, mas infelizmente você tem preguiça de clicar nos links, prefere poluir caixas de mensagens alheias vomitando todo o seu ódio e birra por causa de uma frase.
Em terceiro lugar, se alguém aqui é plagiador, esse alguém é você, que neste artigo do seu site [http://www.revistacrista.org/Morte%20e%20Eternidade_o%20Estado%20Intermediario%20dos%20Mortos%20na%20HIstoria%20da%20Igreja.htm#.UgDBVJIqbEw], com autoria como sendo sua, você copia descaradamente tudo aquilo que foi exposto por mim originalmente neste artigo [http://www.apologiacrista.com/index.php?pagina=1086782293], colocou uma única citação do meu site no parágrafo 13 quando na verdade TODO ele foi escrito por mim, você apenas alterou as palavras, alguns exemplos de parágrafos onde você não colocou fonte nenhuma e copiou o que eu escrevi:
"VOCÊ" ESCREVEU:
"Podemos notar que os pais da igreja criam que primeiro acontece a ressurreição dos mortos – que é a esperança dos cristãos - para, depois, a vida do século futuro que é a vida eterna"
AGORA O QUE EU ESCREVI ORIGINALMENTE:
"Como vimos, primeiro acontece a ressurreição dos mortos – que é expressa como aquilo que os cristãos esperam – para, depois, a vida do século futuro (vida eterna)"
"VOCÊ" ESCREVEU:
"Os primeiros pais da igreja criam que era na ressurreição que se encontrariam com amigos, discípulos e irmãos de todas as eras. Pelo visto não era a idéia de se encontrarem como almas desencarnadas no estado intermediário, mas, sim, uma firme convicção de que é por meio da ressurreição que nós ganhamos vida novamente para revermos uns aos outros"
AGORA O QUE EU ESCREVI ORIGINALMENTE:
"Era na ressurreição que eles se veriam novamente, que um amigo iria encontrar o outro, que um discípulo iria rever seu mestre. Não era uma crença em uma alma se desligando do corpo e vendo seus velhos amigos no estado intermediário, mas, sim, uma firme convicção de que é por meio da ressurreição que nós ganhamos vida novamente para revermos uns aos outros"
Como vemos, o verdadeiro plagiador aqui é você, que deveria ter vergonha na cara e tirar o seu nome como "autor" do artigo em questão quando 90% do que está ali foi escrito por mim. Ou vai falar que todas aquelas citações ali de Melitão, Inácio, Clemente e companhia foram tiradas por você? Você nunca leu nada, apenas tirou as citações do meu artigo e colocou no seu, com as mesmas explicações mudando-se uma ou outra palavra. A nossa diferença é que eu não fico brigando, choramingando e perturbando a vida dos outros por causa de uma frase, um parágrafo ou mesmo um texto todo sem citação. Simplesmente tenho coisas mais importantes a fazer.
ExcluirQualquer um que entre na internet verá INÚMERAS pessoas que copiam meus artigos no site delas, ou em redes sociais, facebook, sites e blogs com meus artigos, muitas vezes sem qualquer citação do site, sem link nenhum e sem o meu nome como autoria do artigo, e sabe o que eu faço, Cesar? Diferentemente de você, eu NUNCA perdi meu tempo perturbando a vida alheia chorando por me promover e implorando que eu e meus sites sejamos citados, ameaçando os demais e mandando mensagens no e-mail de cada um, até porque eu ficaria o dia todo fazendo isso se fosse assim.
Tudo o que eu faço quando vejo alguém publicando meus textos sem a minha autoria é dar graças a Deus por alguém estar levando a mensagem do evangelho para edificar outras vidas, mesmo que o nome "Lucas Banzoli" seja completamente omitido, mesmo que os meus sites sejam totalmente ocultados, o que importa não é meu nome, não é minha honra, não é minha reputação, mas é o avanço do Reino, a edificação de vidas, a salvação de almas, a pregação do evangelho. Em momento algum me importo se eu sou citado pelo meu artigo ou não, se fazem questão de dizer quem escreveu ou se simplesmente jogam um texto meu ali, pois se foi o Lucas Banzoli ou qualquer outro que escreveu não vai fazer diferença nenhuma pra ninguém, mas a mensagem em si é o que vai trazer vida ao coração das pessoas que lêem.
Por isso, sempre quando me escrevem pedindo permissão para postar qualquer coisa dos meus sites em qualquer lugar, eu sempre respondo dizendo que nem precisa perguntar isso pra mim, que pode postar sem qualquer problema, que o que importa é o avanço do Reino de Deus. E Ele é o meu Juiz e sabe que eu NUNCA coloquei nenhuma condição de citar meu nome ou o link do meu site, pois não busco promoção pessoal nem a glória dos homens, mas a Cristo e a Seu Reino.
E é nestes momentos, quando alguém me acusa de plágio por causa de UMA FRASE tirada de um lugar que inclusive já havia sido citado por mim no próprio artigo em questão, e que perturba com dezenas de mensagens em tudo quanto é lugar reivindicando a própria autoria, que eu vejo a diferença entre aqueles que buscam o avanço do Reino com sinceridade de coração, e aqueles que buscam apenas engrandecer o seu próprio nome, a sua própria reputação, para a sua própria glória.
Graça e Paz, apologista Lucas.
ExcluirAmado irmão, você pretende elaborar alguma refutação aos TJs ( Russelitas)?
Eles possuem um site de apologética que parece bem articulado. Veja: http://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/
Abraços.
No Apologia Cristã tenho dois artigos tratando das testemunhas de Jeová:
Excluirhttp://lucasbanzoli.no.comunidades.net/index.php?pagina=1085029303
http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1079757988
Um site mais completo do que o meu sobre as doutrinas das TJS e que trata exclusivamente sobre o tema com mais abrangência é o do Marcelo Berti, que é bem completo sobre o assunto:
http://testemunhadecristo.wordpress.com/blog/
Eu pretendo sim escrever um livro que refuta os erros das TJS, mas ainda não agora, pois tenho dois outros livros em andamento que são prioridades no momento.
Um abraço e que Deus lhe abençoe!
Paz Irmão Lucas,
ResponderExcluirTenho muitas dúvidas sobre escatologia. Uma delas é o significado da seguinte passagem:
"Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino". Mateus 16:28
Jesus está dizendo literalmente que alguns dos que ali estavam, ou seja, presentes ao seu discurso, estariam ainda vivos para ver a sua segunda vinda?
Parece que alguns irmãos daquela época criam nisto pois João 21:23 afirma isto a respeito de João.
Conto com sua costumeira erudição em tratar destes assuntos.
Obrigado desde já.
Jacob Lima
Oi, Jacob.
ExcluirSim, isso se cumpriu em João, que de fato VIU (em uma visão na ilha de Patmos) Jesus voltando em Seu Reino, ants de escrever o Apocalipse retratando essa visão.
João 21:23 foi um erro de interpretação de Pedro. Veja:
"Foi por isso que se espalhou entre os irmãos o rumor de que aquele discípulo não iria morrer. MAS JESUS NÃO DISSE QUE ELE NÃO IRIA MORRER; apenas disse: 'Se eu quiser que ele permaneça vivo até que eu volte, o que lhe importa?'" (João 21:23)
Ele não estava se referindo a Mateus 16:28, mas sim aos versos anteriores de João 21, onde Jesus diz:
"Se eu quiser que ele permaneça vivo até que eu volte, o que lhe importa? Siga-me você" (João 21:22)
Abraços!
Obrigado irmão Lucas. Realmente João viu antecipadamente a volta de Jesus no apocalipse. Neste sentido, não somente João, mas outros também veriam, pois o texto de Mateus fala de "alguns". Confesso que não conheço o grego para saber se a palavra estar no plural, mas peço que o irmão ajude a estender um pouco mais a aplicação daquelas palavras de Jesus. Estêvão, poderia ser mais um destes que viu Jesus em pé ao lado do Pai? Se o irmão tiver algum estudo sobre esta ou outras passagens relacionadas ao texto acima, por favor me indique.
ExcluirQuanto ao argumento da ressurreição dada pelo irmão acima refutando o preterismo para mim é conclusivo e perfeito: A ressurreição dos mortos ainda não ocorreu e esta é logo após a volta do Senhor, e este evento é o principal evento da escatologia, a saber a redenção do nosso corpo para vivermos para sempre com o mesmo senhor ressurreto. Também creio que a ressurreição dos mortos na segunda vida do Senhor não pode ser interpretada senão de maneira literal e que isto é uma questão de fé fundamental, pois do contrário, ainda estamos em pecado mortal. Este mesmo argumento da ressurreição também é perfeito contra a crença na imortalidade da alma, pois para que a necessidade de ressuscitarmos se já alcançamos a imortalidade com Deus ao morrermos? Para mim é cheque-mate!
Parabéns! Fica na paz.
Oi, Jacob.
ExcluirA palavra utilizada ali em Mateus para "alguns" é "tis" no grego, que de acordo com a Concordância de Strong também pode significar "alguém":
5100 τις tis
pronome indefinido enclítico; pron
1) alguém, uma certa pessoa.
2) algo, algum, certo tempo.
Portanto não necessariamente Jesus estava falando de mais de uma pessoa. Você pode ver algo parecido quando Mateus diz que "os seus discípulos" (Mt.26:8) disseram que o unguento poderia ser vendido por um alto preço e o dinheiro dado aos pobres, mas João explica que foi somente Judas quem disse isso (Jo.12:4). Então às vezes o "alguns" (tis) não significa mais de uma pessoa. É o que ocorre no texto em questão, que, ao meu ver, se aplica somente a João (a não ser que outro discípulo também tenha tido uma visão da volta de Jesus e nós não sabemos).
Abraços.
Obrigado irmão.
ExcluirAbraços.
Aproveitando a discussao sobre traduçao e termos gregos, o que voce acha sobre as afirmaçoes, teoricamente, contraditorias sobre a zombaria dos ladroes na cruz (Mateus 27:44; Marcos 15:32 e Lucas 23:39-43)?
ResponderExcluirOs dois zombavam ou somente um zombava de Jesus?
Havia mais de dois ladrões crucificados com Cristo. A teoria de que só haviam dois é lenda oriunda da tradição. Neste artigo o Pipe Desertor explica tudo isso com clareza:
Excluirhttp://www.dc.golgota.org/estudos/crucificados.html
Abraços.
Lucas, eu não entendi essa afirmação do Pipe de que havia mais de dois salteadores crucificados com Jesus:
ResponderExcluir"E foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda", Mateus 27:38
O original grego não diz "um à direita e outro à esquerda", mas sim "dois salteadores à direita e à esquerda", ou seja, dois de cada lado.
ExcluirE os soldados romanos quebraram as pernas de quantos?
ExcluirOs judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.
Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado, João 19:31,32
Este mesmo texto que você citou prova claramente que havia mais de dois criminosos crucificados com Jesus. O soldado romano havia cortado as pernas do primeiro, depois chegou no que estava do lado e cortou a perna dele também, e só depois é que chegou em Jesus. Se haviam dois de um lado, e a Bíblia diz que também havia mais do outro (Jo.19:18), então no mínimo haviam três crucificados com Jesus.
ExcluirTem certeza que ele leu direito Lucas 23:32-43?
ResponderExcluirO fato de dois criminosos terem sido ressaltados naquela ocasião não significa que haviam SOMENTE dois criminosos, da mesma forma que o fato de haver um cego mencionado em Marcos 10:46 não significa que havia somente um cego (Mateus 20:29-34 diz que eram dois), e que o fato de Mateus 28:5 ter mencionado um anjo não significa que havia somente um anjo (João 20:12 diz que eram dois). Em todos estes casos, os que são mencionados são os que tiveram PARTICIPAÇÃO ATIVA no evento, e não necessariamente os únicos PRESENTES no evento. Releia o texto que diz que os ladrões (NO PLURAL) zombavam de Jesus, e me diz onde é que a Bíblia diz que um deles "se arrependeu" depois e passou a elogiá-lo do nada. Isso não é Bíblia, mas pura tradição, para se adaptar à crendice popular de que havia apenas dois crucificados com Cristo.
ExcluirLucas, de boa, olha só. Eu achei interessante a coisa, mas me parece que eram dois:
ResponderExcluirLucas 23:32 E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.
33 E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
34 E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.
35 E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus.
36 E também os soldados o escarneciam, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre.
37 E dizendo: Se tu és o Rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo.
38 E também por cima dele, estava um título, escrito em letras gregas, romanas, e hebraicas: ESTE É O REI DOS JUDEUS.
39 E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.
40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
41 E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
Olha que o versículo 39 fala que " um dos malfeitores" blasfemava de Jesus. Apareceu o outro para defender Jesus. Parece que só tinha os dois, pois o texto sugere que ele se dirige a um apenas:
"Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação....". Apenas um blasfemava, aquele que ele se dirige chamando de TU. Não há outros blasfemando.
e no verso 41 ele faz referência a ele mesmo e ao outro:
"E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez".
Eu posso estar errado, mas o Pipe vai ter que se esforçar mais.
Abraços
Então Mateus mente quando diz que "igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido crucificados com ele" (Mt.27:44). Se haviam somente dois, e se só um deles é que blasfemava, então por que Mateus emprega o plural?
ExcluirReleia minha mensagem anterior. Na Bíblia, quando é mencionado que "uma pessoa" fez isso ou aquilo, NÃO significa necessariamente que não havia mais ninguém. Veja os exemplos que eu passei, dos dois cegos (que outro evangelho só menciona um) e dos dois anjos (que outro evangelho só menciona um). Lucas selecionou dois para transmitir a mensagem, não significa que havia SOMENTE dois.
Leia por inteiro o artigo do Pipe, não tem como refutar. A ordem que o soldado romano ataca Jesus é o que mata a charada. Ele chega ao primeiro, depois ao que estava ao lado, e só depois é que chega em Jesus. Isso significa que tinha pelo menos dois crucificados EM UM LADO de Cristo, e como a Bíblia diz que havia mais do outro lado então tinha pelo menos três.
Vou ler o texto todo do Pipe quando chegar em casa e depois retorno aqui. Estou no trabalho.
ResponderExcluirAté mais tarde
Ok, até mais.
Excluir