Os Pais da Igreja contra a imaculada conceição de Maria
Em 8 de Dezembro de 1854, o papa Pio IX emitiu uma bula na qual definiu “a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria foi preservada imune de toda a mancha da culpa original no primeiro instante da sua concepção por singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em atenção aos méritos de Cristo Jesus Salvador do género humano, está revelada por Deus e deve portanto ser firme e constantemente crida por todos os fiéis" (Pio IX, Bula Ineffabilis Deus, 8 de Dezembro de 1854).
A coisa é tão séria que é levada até as últimas consequencias. O Terceiro Catecismo Católico afirma que quem não quiser crer nisso, será herege:
"É de fé que a santíssima foi concebida sem pecado original, porque esta verdade foi solenemente definida pelo Sumo Pontífice Pio IX em 8 de dezembro de 1854 e quem não quiser crer, será herege"(Terceiro Catecismo, Editora Vozes, pág.190)
Ainda assim, a própria Enciclopédia Católica admite que não há “nenhuma prova direta, ou categórica e estrita do dogma que possa ser encontrada nas Escrituras” (The Catholic Encyclopedia, Volume 7, 1913, pág.675). Se os próprios católicos admitem que não há nenhuma prova Escriturística a este respeito, o nosso próximo passo será conferirmos se, pelo menos, os Pais da Igreja criam neste dogma mariano. Porém, quando analisamos as páginas dos mais importantes Pais, constatamos exatamente o contrário.
Orígenes (185 – 253), por exemplo, disse:
"Maria pertence ao número daqueles de quem Cristo profetizou que haviam de se escandalizar nEle, como os apóstolos, ela também ficou perturbada com a catástrofe da cruz; e era necessário que pecasse assim em certa medida, para que também ela fosse remida por Cristo" (Orígenes de Alexandria, Homília 17, sobre Lucas)
Como vemos, Orígenes cria que Maria pecou e que, por isso, teve que ser remida por Cristo. A mesma coisa podemos encontrar nos escritos de outro famoso autor cristão do século II, Tertuliano (160 – 220), que disse:
"Porque somente Deus é sem pecado, e o único homem sem pecado é Cristo, desde que Cristo é também Deus” (Tertuliano, “De Anima”, XI)
Para este grande teólogo do século II, somente Deus é sem pecado, e, consequentemente, Cristo, pois Jesus é Deus. A não ser que ele também considerasse Maria como sendo uma deusa, fica óbvio que ela também cometeu pecado, pois Deus é o único sem pecado. João Crisóstomo (349 – 407) foi além e disse:
"Nas bodas de Caná, Maria foi molesta e ambiciosa" (João Crisóstomo, Homília sobre Mt 12:48)
Desde que consideramos a moléstia e a ambição como pecados, fica evidente que João Crisóstomo era outro que cria que Maria pecou. E essa não foi a única vez em que ele escreveu sobre isso. Em outra homília, ele disse que Jesus se preocupava com a salvação da alma de sua mãe:
"Porque embora Ele tivesse cuidado em honrar a sua mãe, muito mais Ele se preocupava com a salvação da alma dela" (João Crisóstomo, Homília Sobre João 2:4)
"Porque embora Ele tivesse cuidado em honrar a sua mãe, muito mais Ele se preocupava com a salvação da alma dela" (João Crisóstomo, Homília Sobre João 2:4)
Se Maria fosse imaculada e sem pecado, não haveria razões em se preocupar com a salvação dela, pois um ser sem pecado não pode tropeçar na fé. Porém, o que Crisóstomo nos diz evidencia mais uma vez a sua crença de que Maria era humana e pecadora como todos nós, e por isso necessitava de salvação e de um Salvador.
Ambrósio de Milão (340 – 397) foi outro que declarou que Cristo foi o único que jamais experimentou o pecado:
"De todos os homens nascidos de mulher, o Santíssimo Senhor Jesus foi o único que não experimentou o contato terrestre por causa da novidade de seu nascimento imaculado"(Ambrósio de Milão, “Do Pecado”)
Mais do que isso, na citação de Ambrósio fica clara a afirmação de que o nascimento imaculado de Cristo era uma “novidade”. Ora, se Maria também tivesse nascido imaculada antes de Cristo, tal coisa não seria algo novo, pois já teria acontecido antes (com Maria). Este é outro fator importante que demonstra mais uma vez que os Pais da Igreja não tinham em mente a imaculada conceição de Maria.
Cirilo de Jerusalém (315 – 386), que foi um famoso e importante bispo do século IV, afirmou:
"Nós dizemos algo do que se encontra escrito; mas não sabemos quanto perdoou aos anjos, pois a eles também perdoou, já que somente um está livre de pecado, Jesus, que nos limpou dos nossos pecados" (Catechetical Lectures, Lecture 2, Section 10)
Para ele, é somente um que está livre do pecado, e este "um" não é Maria, é Jesus! Portanto, se somente aquele que nos limpou de nossos pecados é que está livre de pecado, e este alguém é Jesus, segue-se que Maria não estava livre de pecado. A exceção é somente Cristo, não Maria. Quem é imaculado é somente um, e não dois!
Para a surpresa de muitos, não são apenas os Pais da Igreja que em sua maioria rejeitavam este dogma, mas até mesmo doutores da Igreja, como é o caso de Bernardo de Claravaux (1090 – 1153), que disse:
"Excetuando Cristo, todos os descendentes de Adão devem dizer: 'fui concebido em iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe'" (Bernardo de Claravaux, Epístola 174, versos 7,8)
Ele não diz “excetuando Cristo e Maria”, mas apenas Cristo. Portanto, Maria, como uma descendente de Adão, também foi concebida em pecado, de acordo com a opinião deste doutor da Igreja. Outro famoso santo e doutor da Igreja, Anselmo (1033 – 1109), foi mais um a declarar que Cristo foi o único que nasceu sem pecado:
“Pois assim como a natureza humana, estando incluída na pessoa de nosso primeiros pais, foi neles totalmente vencida pelo pecado (com a única exceção do homem a quem Deus, sendo capaz de criar de uma virgem, foi igualmente capaz de salvar do pecado de Adão), assim também, se toda ela não tivesse pecado, a natureza humana teria sido totalmente conquistada” (Cur Deus Homo, livro I, cap. XVIII)
A única exceção à humanidade vencida pelo pecado foi Cristo, ninguém mais. Em sua própria obra sobre o pecado original, Anselmo novamente faz questão de dizer que todos os filhos de Adão são pecadores, com a única exceção de Cristo:
"Em seus escritos (Paulo) declara que todos os filhos de Adão, exceto Cristo, são pecadores e filhos da cólera" (Anselmo, “Da Concepção Virginal e Do Pecado Original”, XXII)
Anselmo nos diz claramente que a única exceção ao pecado de Adão foi Cristo, o que é uma clara negação da imaculada conceição de Maria. Mas não para por aqui. O próprio Tomás de Aquino (1225 – 1274), considerado por muitos o maior doutor da Igreja Católica na Idade Média, foi outro que se posicionou ferrenhamente contra a imaculada conceição. Ele disse claramente:
"A bem aventurada virgem contraiu o pecado original" (Tomás de Aquino, “Suma Teológica”, Parte III, Questão XXVII, Artigo II)
E diz também que, se Maria nunca houvesse sido contagiada pelo pecado original, isso iria derrotar a dignidade de Cristo!
“Respondemos que a santificação da bem-aventurada Virgem não pode entender-se antes de receber a vida... se a bem-aventurada Virgem houvesse sido santificada de qualquer modo antes de receber a vida, nunca teria incorrido na mancha do pecado original; e, portanto, não teria necessitado da redenção e da salvação, que é por Cristo, de quem se diz: ...porque ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mat. 1.21). Mas é inconveniente que Cristo não seja o salvador de Todos os homens como se diz (I Tm. 4.10). Logo, segue-se que se a santificação da bem-aventurada Virgem nunca houvesse sido contagiada do pecado original, isto derrocaria a dignidade de Cristo, que não necessitou ser salvo, como salvador universal, pois a maior pureza seria a da bem-aventurada Virgem” (Tomás de Aquino, Suma Teológica, art. II, parte III, pergunta XXVII)
Portanto, fica claro que nem o próprio Tomás de Aquino concordava com este falso ensino da Igreja de Roma, criado no século XIX. E, para terminar, pasme: nem sequer os próprios papas criam nessa aberração doutrinária! Isso mesmo: papas como Leão I e Gelásio I negaram explicitamente a imaculada conceição de Maria. Leão I (400 – 461), por exemplo, disse:
"Assim como nosso Senhor não encontrou a ninguém isento do pecado, assim veio para o resgate de todos" (Leão I, Bispo de Roma, +461, Sermão 24, “In Nativitati Domini”)
“Apenas o Senhor Jesus Cristo, entre os filhos dos homens, nasceu imaculado, porque apenas Ele foi concebido sem a associação e a concupiscência da carne" (Papa Leão I, Sermão 25)
Apenas o Senhor Jesus Cristo, ninguém mais! Se o Senhor tivesse encontrado Maria isenta do pecado, então ele não teria escrito que Ele não achou ninguém isento do pecado!
Outro bispo de Roma, Gelásio I (410 – 496), declarou:
"Nada do que estes nossos primeiros pais produziram por sua semente foi isento do contágio deste mal, que ele contraíram pela prevaricação” (Gelásio I, Bispo de Roma, Epistola Ad Episcopos Per Lucaniam Brities Et Siciliam Constitutos)
O papa Gregório Magno (540 – 604), bispo de Roma entre 590-604 d.C, foi outro a afirmar que somente Cristo nasceu santo. E este único santo foi quem salvou toda a humanidade corrupta:
"Apenas ele [Cristo] nasceu santo, para que Ele pudesse superar a condição da natureza corrupta, não sendo concebido segundo a maneira dos homens" (Papa Gregório I, Homília “In Nativitati”)
"Apenas ele [Cristo] nasceu santo, para que Ele pudesse superar a condição da natureza corrupta, não sendo concebido segundo a maneira dos homens" (Papa Gregório I, Homília “In Nativitati”)
Tendo em vista tudo isso, vemos que, de acordo com a regra expressa no Terceiro Catecismo Católico, podemos considerar como “hereges” não somente os protestantes, mas também:
-Os Pais da Igreja: Orígenes, Tertuliano, João Crisóstomo, Ambrósio de Milão, Cirilo de Jerusalém, entre outros.
-Os doutores da Igreja: Pedro Lombardo, Alexandre de Hales, Boaventura, Alberto Magno, Bernardo de Claravaux, Tomás de Aquino, etc.
-Os papas: Leão I, Gelásio I, Gregório I, Inocêncio III e muitos outros.
Vale ressaltar que estes são apenas alguns dos inúmeros Pais da Igreja, doutores da Igreja e papas que ao longo da história confirmaram documentalmente a sua descrença naquilo que hoje é o dogma da imaculada conceição de Maria. Portanto, são todos hereges. E lugar de herege é no inferno, segundo este mesmo catecismo católico.
Gyordano Montenegro resumiu bem este quadro, em seu blog “Cristianismo Puro”, ao fazer menção da descrença de Anselmo neste dogma:
“A Igreja Romana sustenta que sua doutrina não muda. Ela afirma retirar sua doutrina da Sagrada Tradição, e baseada nessa Tradição (bem como nas Escrituras e no Magistério) ela define o que é dogma e o que é heresia. Ora, segue-se que Anselmo, mil anos atrás, mesmo sendo bispo e doutor da Igreja, não conhecia coisa alguma dessa “Tradição” de que Maria fora “concebida sem pecado”. Repito: Hoje, todo e qualquer bispo sabe sobre a Imaculada Conceição de Maria. Anselmo não. É claro que ser “bispo e doutor da Igreja” não garante que o que ele escreve seja infalível. Mas isso não desfaz a acusação de “heresia”. Ário só se tornou herege após o Concílio de Niceia? Negar a Imaculada Conceição só se tornou heresia após 1854? O que antes a Tradição e o Magistério permitiam hoje é proibido? Então, temos uma situação bastante interessante: se um católico romano hoje conscientemente negar a Imaculada Conceição, é declarado herético. Mas a citação de Anselmo claramente nega a Imaculada Conceição, e ele é reconhecido como santo e doutor da Igreja. Quanta coerência!” (1)
Sim, encontrar incoerências no catolicismo é tão difícil quanto encontrar água no Oceano Pacífico.
Paz a todos vocês que estão em Cristo, o nosso único Cordeiro imaculado.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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OI Lucas tdb?
ResponderExcluirVocê poderia me explicar essas passagens aqui de alguns pais da Igreja que defendiam que Maria era imaculada. Leia até o final e a ultima coisa que te escrevi no ultimo parágrafo.
*** Agostinho de Hipona, Bispo já no século V: “Nem se deve tocar na palavra “pecado” em se tratando de Maria; e isso por respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça”
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*** Santo Hipólito de Roma (170 — 236):"...corpo de Maria toda santa, sempre virgem, por uma concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem." (As obras e fragmentos. Fragmento VII)
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*** São Gregório de Neucaesarea (213 — 270): "Para a santa Virgem guardado cuidadosamente a tocha da virgindade, e deu ouvidos diligentemente que não deveria ser extinto ou contaminado." (The Second Homily. On the Annunciation to the Holy Virgin Mary)
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***Santo Atanásio de Alexandria (295 — 373) -"Portanto, que aqueles que negam que o Filho do Pai, por natureza, e é adequado a esta essência, negam também que Ele tomou verdadeiro humano da Sempre Virgem Maria..." (Contra Arianos, cap 21)
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***Hilário de Poitiers (300 — 368): "Se eles [os irmãos do Senhor] foram filhos de Maria e não tomados de casamento anterior de José, ele nunca teria sido entregue no momento da paixão [crucificação] para o apóstolo João, sua mãe, o Senhor dizendo: a cada um, 'Mulher, eis aí teu filho', e João, "Eis a tua mãe '[João 19:26-27), como ele legou o amor filial a um discípulo como um consolo para a desolação" (Comentário sobre Mateus 1 : 4 )
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***Santo Epifânio (310 — 403): "De onde vem esta perversidade? De onde é que irrompeu tamanha audácia? Porventura o próprio nome não é suficiente atestado? Quem jamais houve, em tempo algum, que ousasse proferir o nome de Maria e espontaneamente não lhe acrescentasse a palavra virgem? O nome de Virgem foi dado a Santa Maria, nem se mudará nunca, ela sempre permaneceu ilibada (Panarion, Contra os hereges).
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***Dídimo, o cego (313 — 398): "Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento do seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada". (A Trindade 3,4)
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***São Cirilo de Jerusalém (315 — 386): "o Unigênito do Único, Jesus Cristo, nosso Senhor, a produção, de acordo a carne, do ventre de São Maria, Virgem perpétua, em cuja santa casa somos eu reunidos neste dia para comemorar o dia de sua morte. " (Homilias sobre a Dormição)
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***São Basílio de Cesareia (329 — 379): "Os amigos de Cristo não toleram ouvir que a Mãe de Deus deixou de ser virgem num determinado momento" (Homilia Em Sanctum Christigenerationem, 5)
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***São Cirilo de Alexandria (375 — 444): "Salve, vaso puríssimo da temperança, a ti virgem, confiou, na cruz, nosso Senhor Jesus Cristo a Mãe de Deus, sempre virgem!" (Discurso em Concílio de Éfeso)
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------ Aqui segue um blog onde o católico diz que as passagens que os evangélicos usam dos pais da igreja sobre a imaculada Conceição são forjadas. Veja o blog e dessa até o fim da página.
http://mentiras-evanglicas-e-outras.blogspot.com.br/2011/06/maria-imaculada-concicao-rejeitada-por.html
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((((( Matheus ))))
Olá, Matheus.
ExcluirVou responder uma por uma com calma.
A primeira citação, de Agostinho de Hipona, aparece SEM FONTE, algo que já era de se esperar de citações falsas. O mínimo que se faz quem se preza à credibilidade é citar as fontes.
A segunda citação, de Hipólito de Roma, simplesmente não existe na fonte relatada (os fragmentos de Hipólito). Nos fragmentos de Hipólito, Maria aparece duas vezes. Uma delas é no contexto do nascimento de Jesus, e a outra segue este mesmo caminho, sobre ela ter concebido o Verbo de Deus. Portanto, nada de "imaculada conceição" aqui.
A terceira citação é a mais bizarra, pois foi supostamente dita por um sujeito que provavelmente nunca existiu. Nem no Google esse tal de Gregório de Neucaesarea aparece, somente nos sites católicos desprestigiosos e sempre somente no contexto desta suposta citação. Ele não aparece no ccel, não aparece no Church Fathers, não aparece nem sequer na Wikipédia, e ainda dizem que foi um "santo" do século III! Os católicos devem estar confundindo com Gregório de Nissa ou Gregório Nazianzeno, mas nenhum dos dois são do século III (ambos são do século IV). Portanto, mais uma citação falsa.
A quarta citação, que seria supostamente de Atanásio, em sua obra "Contra Arianos", não existe o "capítulo 21", pois a obra só vai até o capítulo 6. Caso ele esteja se referindo aos sub-capítulos, sinto-lhe informar que o de número 21 nem sequer contém o nome de "Maria", quanto menos a imaculada conceição!
A quinta citação, de Hilário, não tem nada a ver com imaculada conceição, mas com a virgindade. Nem vou perder meu tempo conferindo se é uma citação verdadeira ou não. Creio que você é sábio o suficiente para entender a diferença entre uma coisa e outra.
A sexta citação, de Epifânio, segue este mesmo caminho. Não está falando nada sobre a imaculada conceição, mas sobre a virgindade perpétua. E, sim, Epifânio cria na virgindade perpétua, assim como Jerônimo. Só faltou mostrar também que Tertuliano de Cartago, Eusébio de Cesareia, Helvídio e muitos outros autores dos primeiros séculos não criam nesta doutrina, e que Clemente de Alexandria afirmava que em sua época a maioria cria que Maria teve outros filhos. É estranho os católicos contarem somente uma parte da História, ao invés de usarem de honestidade intelectual na formulação de seus argumentos.
A sétima, oitava, nona e décima citação seguem esta mesma linha. Nada falam sobre a imaculada conceição. A primeira delas, por sinal, é de um autor duvidoso, que também não aparece na lista dos Pais da Igreja, para mostrar o nível de credibilidade que eles tem. Quanto ao site indicado, eu acompanhei aquilo que eles escreveram sobre o tema e verifiquei as citações "adulteradas" que eles disseram, por isso retirei aquelas que eram duvidosas e mantive apenas aquelas que eram documentalmente verdadeiras. Portanto, isso também não muda nada.
Fique com Deus.
Não colocaram os textos litúrgicos do século I? A liturgia copta e etíope possuem diversas passagens que falam especificamente sobre o tema.
ExcluirCaríssimo JurisCode, prove que estes textos litúrgicos são de fato provenientes dos apóstolos e mostre os textos inteiros e não partes isoladas deles (se possível com um link onde possa ser visto seu conteúdo integral) que eu posto aqui.
ExcluirA citação de Hipólito de Roma está um pouco ilegível na minha Patrologia Grega e por conta disso vou citar apenas o título que ele dá a Virgem Maria que por si só é esclarecedor:
ResponderExcluir«της Παναγία Αειπάρθενο Μαρία, κατα συλληφιν Άχραντον.»
«Sanctissima Semper virgine Maria per conceptione Inviolabilem»
- Patrologiæ Græcæ: S. Hippolytus, Tomus 10, Contra Beronem et Heliconom, Fragmenta VIII, Col. 839-840.
Já o trecho de Gregório Taumaturgo no original grego é:
«Ἐπιμελῶς γὰρ ἡ ἁγία Παρθένος τὴν λαμπάδα τῆς παρθενίας φυλάττουσα, καὶ
πολλὴν τοῦ μὴ σβεσθῆναι, ἢ σπιλωθῆναι, πρόνοιαν εἶχε.»
«Studiose quippe Sanctissima Virgo lampadem virginatis conservabatis, et ne exstingueretur aut commacularetur, provide deligenter curabat.»
- Patrologiæ Græcæ: S. Gregorius Neocæsariensis, Tomus 10, Homilia in Annnunciatione Sanctæ Virginis Mariæ, Col. 1157-1158.
Foquei apenas nas citações mais antigas, deixo o resto com vocês. Quanto aos dois primeiros textos, ambos estão corretíssimos.
Achei interessante o tradutor da versão latina de Hipólito usar inviolabilem para traduzir Άχραντον que significa "sem mancha" ou "Imaculada".
Engraçado Banzoli, o senhor esqueceu de citar Lutero, onde o mesmo acreditava na imaculada conceição mesmo antes de ser proclamado o dogma de fé.
ExcluirVc poderia acrescentar em sua matéria as frases de Lutero, Agostinho, São Tiago, Santo André entre outros?
No mais, não vi nenhum padre da igreja ir contra a imaculada conceição, eles apenas deram ênfase a santidade de Cristo, apenas Santo Tomas em uma tradução bem intencionada e fora de seu contexto.
”É uma doce e piedosa crença esta que diz que a alma de Maria não possuía pecado original; esta de que, quando ela recebeu sua alma, ela também foi purificada do pecado original e adornada com os dons de Deus, recebendo de Deus uma alma pura. Assim, desde o primeiro momento de sua vida, ela estava livre de todo pecado" (Lutero, Sermão sobre o Dia da Conceição da Mãe de Deus de 1527)
“É uma opinião doce e piedosa que a infusão da alma de Maria ocorreu sem o pecado original; de modo que, ao infundir a sua alma imune ao pecado original, foi adornada com presentes de Deus, recebendo uma alma pura, infusa por Deus; assim, desde o primeiro momento em que começou a viver ela esteve livre de todo o pecado.” (Sermão: “No dia da concepção da Mãe de Deus,” Dezembro [?] 1527, de Hartmann Grisar, S.J. Luther, da tradução da versão do alemão para o inglês por E.M. Lamond, editado por Luiggi Coppadelta, Londres: Kegan Paul, trincheira, Trubner, primeira edição, 1915, Vol. IV [ de 6 ], p. 238; revisado por Werke alemão, Erlangen, 1826-1868, editado por J.G. Plochmann e J.A. Irmischer, editado por L. Enders, Francoforte, 1862 ff., 67 volumes; citação 15 2 , p. 58)
“É cheia de graça, proclamada para ser inteiramente sem pecado, algo tremendamente grande. Para que fosse cheia pela graça de Deus com tudo de bom e para fazê-la vitoriosa sobre o diabo.” (Martinho Lutero, Livro Pessoal de Oração, 1522)
Olá, Macabeus. Vou respondê-lo agora a essa sua mensagem, mas peço que as próximas você me envie por e-mail (lucas_banzoli@yahoo.com.br), pois você sabe que é muito mais fácil e melhor de se debater do que por comentários aqui no blog.
ExcluirVocê disse que "eu me esqueci de citar Lutero", mas será que não é porque o título do tópico é OS PAIS DA IGREJA e a imaculada conceição de Maria? Por acaso Lutero é um pai da Igreja?
Ademais, nós evangélicos não tomamos Lutero como um papa infalível, nós não cremos que Lutero é um substituto de Deus na terra, não temos a mesma visão de Lutero que vocês tem dos seus papas. Por isso, não sei porque a marra católica de se amarrar somente em um homem, sendo que para nós Lutero foi só mais um importante homem que Deus levantou junto com muitos outros, tais como Calvino, Zwinglio, John Wesley, Spurgeon, Finney, e muitos outros, estendendo-se até os mais recentes, como John Piper, David Wilkerson e Paul Washer. Será que reconhecer estes homens como sendo usados por Deus lhes dá algum privilégio de "infalibilidade ex cathedra"? É claro que não.
Além disso, você afirmou que "eles apenas deram ênfase a santidade de Cristo", quando na verdade eles fizeram muito mais do que isso. Se eles tivessem dito somente: "Cristo é santo", isso qualquer um concordaria que não implicaria que qualquer um não fosse santo também. Mas quando vemos eles dizendo que "SOMENTE Cristo foi sem pecado", então o "SOMENTE" exclui os demais. Isso nada mais é senão uma gramática simples e básica, sem malabarismos.
Ademais, você citou Tiago e André como supostos "defensores da imaculada conceição", mas não provou com citações documentais. E desculpe lhe dizer, mas o que mais tem de citações apostólicas FORJADAS supostamente ditas pelos apóstolos, vem aos montões! Ora, se adulteraram vergonhosamente os próprios escritos de Cipriano, o que não fariam com os apóstolos?
E mais: se tais citações tivessem mesmo sido conservadas, elas teriam sido citadas pelos Pais da Igreja, em especial por Eusébio, em sua História Eclesiástica. Mas você que já leu este livro pode comprovar junto comigo que ele simplesmente NUNCA citou tais supostos escritos não-bíblicos destes apóstolos. Ou seja, não foram nem conservados como Escritura Sagrada, nem como não-canônicos, nem mesmo citados eram. E você ainda precisa de mais provas de que eles eram forjados?
Para terminar, como eu expliquei ao Áureo, não basta apenas mostrar uma citação de alguma pessoa que disse que Maria é imaculada, pois existem vários sentidos distintos, que diferem do dogma católico. Muitos ortodoxos, por exemplo, creem que Maria só se tornou imaculada com 3 anos de idade. Tomás de Aquino cria que Maria foi santificada desde o ventre de sua mãe, porém não desde o mesmo instante da sua concepção, mas mais tarde. Portanto, não basta apenas pegar trechos isolados de um ou outro que em algum lugar disse "imaculada" à Maria. Tem que ver em que CONTEXTO exatamente disse isso.
Por fim, o artigo só será refutado no dia em que:
1) Alguém provar que todas as citações patrísticas, e de doutores e papas da Igreja Católica são totalmente forjadas e falsificadas.
2) Que o "SOMENTE" não exclui os demais (se não excluísse, o "somente" perderia o sentido e seria totalmente desnecessário no texto).
3) Que era um consenso unânime dos Pais a crença na imaculada conceição de Maria.
4) Que todo mundo que se referia à imaculada com relação a Maria, o fazia exatamente no sentido católico atual do termo.
5) Que a Igreja SEMPRE SUSTENTOU este ensino, como disse o papa Pio IX.
Enquanto ninguém fizer nada disso, este artigo estará muito longe de sequer passar por algum tipo de objeção séria.
Um abraço e que Deus lhe abençoe.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli.
Eu estou com dificuldade para verificar se as fontes realmente existem. Por exemplo a fonte "Tomás de Aquino, Suma Teológica, art. II, parte III, pergunta XXVII" Eu não encontrei em lugar nenhum essa frase ? poderia postar a referencia ? no google books tem todas as obras de tomas de aquino
ResponderExcluirOlá, Rodrigo.
ExcluirSobre Tomás de Aquino e a imaculada conceição de Maria, confira algumas citações (em espanhol) em seu livro, que você pode conferir neste site católico:
http://www.obrascatolicas.com/livros/Teologia/SumadeTeologia.pdf
Confira o tema:
"ARTICULO 3
¿Contrajo Cristo los defectos corporales?"
Logo em seguida você verá Tomás dizendo:
"El cuerpo de la Virgen fue concebido en pecado originald, y por eso contrajo estos defectos"
A nota textual feita pelos próprios católicos admitiu isso, dizendo:
"Se niega expresamente la inmaculada concepción de María"
E depois você verá Tomás de Aquino dizendo:
Resposta à objecção 1. O Senhor diz que "conheceu" Jeremias antes que fosse formado no ventre, isto é, por conhecimento de predestinação; mas diz que o "santificou" não antes da sua formação, mas antes que "saísse do ventre", etc. Em relação ao que diz Ambrósio, ou seja que em João o Baptista não estava o espírito de vida quando já estava o Espírito de graça, por espírito de vida não devemos entender a alma que dá vida, mas o ar que respiramos. Ou pode dizer-se que nele não estava o espírito de vida, isto é a alma, enquanto suas operações manifestas e completas.
Resposta à objecção 2. Se a alma da Bendita Virgem nunca tivesse incorrido na mancha do pecado original, isso seria lesivo da dignidade de Cristo, por causa de ele ser o universal Salvador de todos. Consequentemente depois de Cristo, que, como Salvador universal de todos, não necessitava ser salvo, a pureza da Bendita Virgem ocupa o lugar mais elevado. Pois Cristo não contraiu o pecado original de absolutamente nenhuma maneira, mas foi santo desde a sua mesmíssima concepção, segundo Lucas 1:35: "O santo Ser que nascerá de ti será chamado o Filho de Deus". Porém, a Bendita Virgem certamente contraiu o pecado original, mas foi limpa dele antes do seu nascimento desde o ventre. Isto é o que significa (Job 3:9) onde está escrito da noite do pecado original "que espere a luz", ou seja, Cristo, "e não a veja" (porque "nada imundo vem a ela", como está escrito, Sap 7:25), "que também não veja o raiar da aurora", isto é da Bendita Virgem, que em seu nascimento era imune ao pecado original.
Resposta à objecção 3. Apesar de a Igreja de Roma não celebrar a Concepção da Bendita Virgem, sim tolera o costume de certas igrejas que sim guardam aquela festa, pelo que ela não deve ser inteiramente reprovada. De qualquer forma, a celebração desta festa não nos dá a entender que ela era santa em sua concepção. Mas já que não se sabe quando foi santificada, a festa da sua Santificação, mais que a festa da sua concepção, se celebra no dia da sua concepção.
Resposta à objecção 4. A santificação é dupla. Uma é a de toda a natureza: na medida em que toda a natureza humana é liberta de toda a corrupção de pecado e castigo. Isto há-de ocorrer na ressurreição. A outra é a santificação pessoal. Esta não se transmite aos filhos gerados da carne; porque não considera a carne, mas a mente. Consequentemente, ainda que os pais da Bendita Virgem tenham sido limpos do pecado original, todavia ela contraiu o pecado original, já que foi concebida por via da concupiscência da carne e da relação entre varão e mulher; pois diz Agostinho (De Nup. et Concup. i): "Toda carne nascida de relação carnal é pecaminosa."
Isso está na "QUESTÃO 27", é só ir conferir no tópico: "Sobre la santificación de la Santísima Virgen". Não é difícil de localizar.
Fique com Deus.
Ola, vc esta lendo minhas palavras para que eu piossa saber para que eu possa tirar uma duvida contigo?
ResponderExcluirabraços
Olá, é mais fácil você me contactar por e-mail: lucas_banzoli@yahoo.com.br (lá eu sou mais organizado...rs).
ExcluirAdmiro vocês apologistas. Estão fazendo as pessoas pensarem,isso é um passo importantíssimo para a fé genuína. Que nossos fervorosos católicos possam analizar suas afirmações e chegarem por si mesmos ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo se é que não tenham com sérias reservas.
ResponderExcluirPaz a todos vcs.
Obrigado, Wesllens, Deus te abençoe.
ExcluirÉ interessante como Lutero deixa de ser considerado filho do diabo quando é para defender a virgindade perpétua de Maria,isso é incoerência argumentativa.
ResponderExcluirLutero é como uma carta-curinga deles, eles o amam como se fosse um santo quando parece defender algumas doutrinas deles, mas o odeiam como um verdadeiro diabo quando fulmina com as suas próprias heresias :)
ExcluirUma questão:
ResponderExcluirPais de que Igreja mesmo?
Da Igreja Cristã.
Excluir“Não é próprio de ninguém, a não ser do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ser substancialmente imaculado, mas em toda a criatura a santidade é algo acidental, que, por isso, pode acontecer e pode deixar de ser; esses poderes contrários alguma vez foram imaculados, e conviveram com aqueles que ainda permanecem imaculados; isso mostra que NINGUÉM É IMACULADO SUBSTANCIALMENTE ou por NATUREZA, nem é substancialmente impuro. Segue-se que depende de NÓS E DE NOSSAS AÇÕES SER SANTOS E BEM AVENTURADOS, ou cair na malignidade e na perdição por desatenção e negligência; de tal modo que um progresso por assim dizer excessivo no MAL, se alguém se descuidou a esse ponto, o faça chegar a tal estado que se torne naquilo que foi dito do poder adversário” (ORÍGENES, Tratado sobre os Princípios, 2012, Paulus, Coleção Patrística/30, p. 107).
ResponderExcluirSei que ele, posteriormente foi condeno pelos seus rivais, mas fica bastante claro que no terceiro século do cristianismo não existia ainda essa crença de Maria sem pecado original. Orígenes foi condenado, mas ficou bastante claro, que ele foi um importantissimo DOUTOR DA IGREJA em Alexandria, e toda sua doutrina, ou corpo de doutrina estão corretos na minha opinião, ele não diz nenhuma heresia em relação há vários aspectos da doutrina cristã. Ele diz claramente essas verdades: Que só o Pai, o Filho e o E.S, SÃO SUBSTANCIALMENTE IMACULADOS, essa era a crença da época, não acredito que ele disse alguma BESTEIRA OU, heresia nesses termos! Sem falar de IRENEU, JUSTINO, entre outros, onde não aparece também nada referente a essa crença!
Não estaria havendo aqui uma confusão em relação ao Magistério da Igreja, e a definição de infalibilidade?
ResponderExcluirSantos, mesmo que sejam os grandes padres, não são infalíveis. Nem mesmo o papa é infalível.
A infalibilidade só acontece mediante o Magistério da Igreja, e mediante pronunciações ex-cathedra.
Ou estou equivocado nisto?
Caso meu pensamento esteja certo, então o dogma da Imaculada Conceição só poderia ser inválido caso a ICAR possuísse definições de fé contrárias ao dogma pregadas pelo Magistério ou em algum pronunciamento ex-cathedra. O que, até onde eu conheço, não aconteceu.
O propósito deste artigo não foi provar que "o magistério da Igreja Romana é contra o dogma da imaculada conceição", é LÓGICO que ele é a favor, afinal foi ele que inventou isso. O propósito deste artigo foi simplesmente mostrar que os Pais da Igreja (boa parte deles) não criam que Maria nasceu sem pecado ou que nunca pecou, e que esse pensamento também predominou em muitos da Idade Média dentro do próprio catolicismo, antes de se tornar oficial pelo papa Pio IX em pleno século XIX.
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ResponderExcluirMaria: Virgem Perpétua
O Catecismo registra que Maria permaneceu virgem através de sua vida inteira:
"Maria permaneceu virgem concebendo seu Filho, virgem ao dá-lo à luz, virgem ao carregá-lo, virgem ao alimentá-lo do seu seio, virgem sempre." P. 143, #510 Catecismo da Igreja Católica (1994)
"A Liturgia da Igreja celebra Maria como a Aeiparthenos, 'sempre virgem' " P. 141, #499 Catecismo da Igreja Católica (1994)
Ou Maria permaneceu virgem ou não. A posição que você vai tomar dependerá daquilo em que você crê... Nas tradições de homens ou na Palavra de Deus.
A Bíblia declara que após dar à luz Jesus, Maria teve outros filhos:
"Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?" Mateus 13:55
"Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizaram-se nele."
Marcos 6:3
O apóstolo Paulo escreveu:
"E não vi outro dos apóstolos, senão a Tiago, o irmão do Senhor." Gálatas 1:19
Porque estes versos contradizem tão claramente a doutrina Católica, o Catecismo dá esta explicação:
"A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria; com efeito, Tiago e José, 'irmãos de Jesus', (Mt 13:55) são os filhos de uma Maria, discípula de Cristo…." P. 141, #500 Catecismo da Igreja Católica (1994)
Outra Maria? Por que torcer a Escritura? Estes versos se referem claramente a Maria, a mãe de Jesus. Então por que a Igreja Católica deliberadamente engana seus membros?
Será que é para propagar uma imagem de Maria como uma criatura divina, que não podia ter um casamento com relações matrimoniais normais com seu marido José?
Será que é para tornar Maria mais parecida com os atuais padres e freiras, que têm uma vida de celibato?
Estas são perguntas que você deve responder sozinho.
A conexão pagã
Por que elevar Maria a este estado de "sempre virgem"? Existe uma espantosa semelhança entre a Maria do Catolicismo Romano e as divindades pagãs que eram adoradas nos tempos do Velho Testamento. Seria desconcertante para todos os Católicos que a Maria da sua religião lembrasse mais uma divindade pagã do que a verdadeira Maria da Bíblia.
Conclusão
Maria foi a "sempre virgem" ou não foi? Você terá de escolher novamente. Aceitar as tradições de homens e rejeitar a Palavra de Deus. Ou crer na Palavra de Deus, como está escrito:
"As tuas palavras são em tudo verdade, desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre." Salmo 119:160
Autor:
Rick Jones
Livro:
Por Amor aos Católicos Romanos
Fonte:
chick.com/reading/books/0221/0221_17.asp
Lucas, Deus te Abençoe! Continue com esse belo trabalho!
ResponderExcluirObrigado, Deus lhe abençoe também!
ExcluirPaz seja contigo irmão! Há um tempo atrás iniciei estudos sobre história da igreja e o teu blog tem me ajudado muito a conhecer sobre a formação do cânon, patrística e refutar algumas "supostas tradições apostólicas", um católico que não gostou de um de meus comentários disse-me que a doutrina da virgindade eterna de Maria é crida desde o séc. II. Pode por gentileza me informar a fonte em que Clemente de Alexandria afirmava que em sua época a maioria cria que Maria teve outros filhos, muito obrigado! Henrique Souza
ResponderExcluirOlá, a paz!
ExcluirA fonte é o livro "Stromata", volume 7, capítulo 16:
http://www.newadvent.org/fathers/02107.htm
Clemente diz que ele acreditava na virgindade pós-parto de Maria, mas afirma que A MAIORIA dos cristãos de seu tempo pensavam o contrário, ou seja, que a Igreja em sua maior parte não cria na virgindade perpétua de Maria, o que significa que muito menos a tinha como dogma da fé.
O Hugo escreveu um artigo sobre isso no blog dele, confira:
http://conhecereis-a-verdade.blogspot.com.br/2011/10/clemente-de-alexandria-testemunhou-o.html
Abraços!
Mateus quando escreveu a sua epístola por volta dos anos 50 conhecia a intimidade do casal e escreveu que José não teve relação sexual com ela até que ela deu a luz a seu filho. Se Mateus quisesse dar a entender que ela permaneceu virgem após o nascimento de Jesus ele escreveria de outra forma para sustentar a crença de uma mãe sempre virgem perpétua. Não acham?
ResponderExcluirO Pensamento de São Tomás se divide em 3 estágios:
ResponderExcluirFase inicial (antes de 1254 - Comentário sobre Sentenças): São Tomás afirmou a Imaculada Conceição de Maria
Fase intermediária (1254-1272 - Summa Theologiae): São Tomás negou a Imaculada Conceição de Maria
Fase final (após 1272): São Tomás voltou para a sua fé na Imaculada Conceição de Maria.
Fica claro que a negação no meio de sua vida da Imaculada conceição de Maria veio por certos motivos teológicos, que podem ser explicados a medida que formos lendo a Suma teológica. Porém é certo que ele morreu crendo na Imaculada conceição da virgem Maria, o que é atestado em seus escritos mais tardios, o que derruba toda a teoria protestante de que um doutor católico tenha negado um dogma católico.
Pura mentira, o Bruno Lima já destruiu essa falsidade em um debate com o apologista católico mentiroso que saiu propagando essa tese esdrúxula aqui no Brasil. Segue os links onde o apologista católico é detonado:
Excluirhttp://respostascristas.blogspot.in/2016/05/tomas-de-aquino-morreu-acreditando-na.html
http://respostascristas.blogspot.in/2016/06/tomas-de-aquino-e-imaculada-conceicao.html
http://respostascristas.blogspot.in/2016/06/tomas-de-aquino-e-tentativa-de-salvar-o.html
Ele está esperando até agora a "refutação" do farsante, que obviamente nunca vai vir pois o mesmo sabe que está mentindo. Para se ter uma ideia do quão grande é o embuste, Tomás de Aquino rejeita EXPLICITAMENTE a imaculada conceição na mesma obra que os apologistas católicos usam para dizer que ele "mudou de ideia". É rir pra não chorar...
Muito bom, muito bem documentado.
ResponderExcluirOlá irmão Lucas! Paz! Caí de paraquedas na questão das doutrinas dos pais da igreja, hora parecem favorecer a igreja católica, hora parecem ir contra ela, vi que tem muitas citações falsas, então estou meio perdido, não sei como filtrar tanta informação. Você poderia me fornecer as fontes que usa em seus posts aqui no site?
ResponderExcluirAs fontes estão logo após cada citação, entre os parêntesis. Nos artigos mais recentes (de um ano pra cá), elas estão como nota de rodapé (ou seja, ao final de cada artigo).
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