Desconstruindo a utopia da monarquia católica no Brasil


Tem tanta gente louca sobrando neste país que toda hora surge uma loucura nova. A mais nova moda agora é apoiar a volta da monarquia, isso mesmo que você ouviu, eles querem acabar com a república a voltar a colocar um rei (Dom Pedro III?) no Brasil. Era só o que faltava. Como não podia ser diferente, a maioria esmagadora dos que apoiam esse “projeto” para o país consiste em fanáticos católicos sustentando que o Brasil monárquico católico (que tinha a religião católica como oficial e proibia outras formas de culto público) era melhor do que o Brasil republicano do Estado laico (esse mesmo que permite os protestantes malvados influenciarem a sociedade outrora católica).

O argumento é simples: quando o Estado era uma monarquia católica, do jeito que os papistas fanáticos totalitários adoram, era tudo uma maravilha, o Brasil era uma superpotência e tudo corria bem, e então foi só o Estado laico republicano malvadão entrar em cena que tudo se arruinou completamente. É um conto de fadas bem típico e apropriado para quem tem uma verdadeira preguiça de pensar, e um prato cheio para a apologética católica brasileira.

Eu diria que esses monarquistas modernos usam argumentos juvenis de quinta série, mas na verdade creio que dificilmente alguém da quinta série usaria argumentos tão infantis. Aqui não cabe refutar um a um, o que levaria muito mais tempo e tornaria esse artigo gigante, por isso selecionei uma imagem conhecida que circula as redes sociais onde monarquistas resumem alguns de seus principais “argumentos”, e no final abordarei um último que é o mais usado por eles, mas que não consta na imagem abaixo:


Comentarei brevemente cada um deles.


Bandeira mais bonita

Concordo, mas é irrelevante.


O imperador falava 23 línguas

Não há nenhuma fonte independente que prove essa afirmação, apenas as fontes oficiais (ou seja, o próprio governo). De forma geral, embora Dom Pedro II fosse muito superior a outros monarcas (como seu antecessor, Dom Pedro I), ele é muito sobrestimado. Ele era um homem honesto e pacífico, mas não era todo esse intelectual que os monarquistas pintam por aí. A historiadora Mary del Piore escreveu um livro chamado “O Castelo de Papel”, onde entre outras coisas conta um pouco sobre este aspecto não tão sublime do imperador do Brasil. Um resumo pode ser visto aqui, e abaixo segue alguns tópicos ali abordados:

• De acordo com a correspondência pertencente ao IHGB (Instituto Histórico e Geográfico), na qual a Condessa de Barral descreve em detalhes a primeira viagem do imperador à Europa, fica-se informado sobre sua falta de modos à mesa, sua insistência em falar um péssimo inglês, suas unhas sujas, entre outros comportamentos que contrariavam as regras de civilidade entre a aristocracia europeia. A preocupação da Condessa ao lhe escrever sobre tais questões era de poupar-lhe críticas e, segundo ela, até “a risada dos criados”.

• Sua correspondência com intelectuais da época é diminuta – contrariamente, por exemplo, a uma sua contemporânea, a Rainha Maria Amélia de Bourbon, que escrevia mil cartas por mês, recolhidas aos Arquivos Reais da Bélgica.

• Em sua biblioteca não constavam os grandes nomes da literatura europeia do período.

• Ele não participou dos debates em curso na Inglaterra e França sobre formas de governo, republicanismo, saneamento urbano e higienização das cidades, enfim, ignorou a lista de assuntos que apaixonava as classes letradas.

• Seu genro Gastão de Orléans o desenha como alguém profundamente egoísta, cioso de manter o casal de futuros regentes afastado da política, e autor de gestos obscuros e serpentinos. Nenhuma referência à sua propalada “sabedoria”.

• Seu ministro e amigo Cotegipe dizia que o imperador não tinha mais que uma cultura superficial e suficiente para impressionar seus interlocutores, com perguntas. Nunca, respostas.

Em suma, Dom Pedro II é sobrestimado pelos defensores da monarquia – e estamos falando de alguém imensamente superior a um devasso como Dom Pedro I (veja aqui), ou um assassino louco (veja vários deles neste livro). Para ser honesto, o que mais tinha eram reis tirânicos, imorais e assassinos, basta um curso básico de história para notar isso. Reis que entravam em guerras insanas e totalmente desnecessárias, reis que assassinavam qualquer um que se colocasse no seu caminho, reis que tinham um “harém” de prostitutas ao seu dispor (além de mulheres casadas), reis que não precisavam praticar corrupção porque já tinham toda a fortuna que quisessem, na hora que quisessem.

Esse é um dos males da monarquia tradicional: nunca se sabe se um rei será um homem culto e bom gestor, ou se será um crápula maquiavélico cheio de ideias nocivas para o país. Os monarquistas, por infantilidade ou ingenuidade, pensam que um novo monarca só poderia ser necessariamente um gênio brilhante, quando nada garante isso. Alguém como Dilma pode ser deposto(a) na república por meio de um impeachment, mas na monarquia iria reinar de modo absoluto até morrer ou até que alguém matasse – o que geralmente se tentava fazer com os mais maus, mas nem sempre funcionava. Ou seja: era imensuravelmente mais difícil tirar um crápula do poder, restando suportá-lo por décadas e décadas até a morte e torcer (torcer muito) para que seu sucessor seja diferente – e você não podia votar em nenhum deles, é claro.


O Reino Unido pediu desculpas para evitar uma guerra

Em tese é verdade, mas quando um defensor da monarquia alega isso ele o faz na intenção de dizer muito mais do que isso. O que ele realmente quer dizer é que o Reino Unido tinha medo do Brasil porque o Brasil era superior, é isso o que os fanáticos têm em mente quando dizem isso. Neste sentido, a tese não apenas é falsa, mas também é ridícula. Basta notar que por volta daquela mesma época ocorreu a Guerra do Paraguai (entre 1864 e 1870, sendo que essa “quase guerra” com o Reino Unido se deu no início dos anos 1860), ocasião na qual o Paraguai sozinho encarou Brasil, Argentina e Uruguai juntos. Quer dizer: o Paraguai não tinha medo de lutar sozinho contra o Brasil e mais dois, mas o Reino Unido, “apenas” o Reino Unido, morria de medo do Brasil sozinho! É rir pra não chorar. Os monarquistas conseguiram inventar o imprevisível: uma superpotência que consegue tocar o terror no Reino Unido, mas não consegue amedrontar o Paraguai...

E por mais que se alegue que o Brasil venceu a guerra, qualquer estudioso da Guerra do Paraguai consegue facilmente notar que o Brasil não era essa coisa toda que os monarquistas pintam. Primeiro que se fosse, não precisaria da ajuda de outros dois países, porque em tese já seria muito superior ao Paraguai. Segundo que, mesmo com uma Tríplice Aliança, ainda assim foram necessárias várias expedições e muitos anos para finalmente derrotar o Paraguai. Mesmo no 3x1 a disputa foi acirrada, não havia essa superioridade toda. E terceiro que no mesmo século o Brasil perdeu a Guerra da Cisplatina, ocasião na qual o Uruguai conseguiu se tornar independente do Brasil. Quer dizer: perde pro Uruguai e precisa de mais dois pra ganhar do Paraguai (depois de muito tempo), e ainda querem dizer que tocou o terror no Reino Unido? Sério?

A razão pela qual o Reino Unido se recusou a lutar com o Brasil é simples: ele não ganharia NADA com isso. Não estava em jogo conquistas territoriais, rivalidades históricas, razões morais, luta pelo ouro ou por posses terrenas preciosas, nem tampouco fatores econômicos diversos. Nada disso. Tudo não passava de um ridículo problema diplomático por causa de dois incidentes insignificantes que levaram o cônsul britânico idiota a arrumar confusão de graça. É óbvio que o Reino Unido, que já tinha tanta coisa pra se preocupar – inclusive guerras mais sérias – não iria se envolver em mais essa, sem nada a ganhar. O “pedido de desculpas” foi uma decisão puramente estratégica, e não “medo” de um suposto império todo-poderoso do Brasil (que só existiu na cabeça dos monarquistas).


O Estado era católico

Essa aí já mostra o quanto a defesa da monarquia está eivada de fanatismo católico: o próprio fato de o Estado ser católico já é tomado a priori como um “fator positivo”, claro, porque quem fez essa tirinha foi um zumbi tridentino que acha que o cenário ideal de mundo era aquele onde ninguém tinha liberdade real para escolher que religião seguir, mas todos eram obrigados a serem católicos, querendo ou não. O mundo do sonho dos tridentinos é aquele onde a Inquisição perseguia, inquiria, prendia, torturava, confiscava os bens, açoitava, escravizava e queimava vivo aqueles que ousavam ter outra religião em território católico; é aquele onde cruzados católicos estupravam mulheres bizantinas e muçulmanas por igual, assassinavam recém-nascidos e crianças de colo, praticavam canibalismo e matavam judeus mesmo depois de prometer-lhes salvo-conduto.

É aquele onde os papas expressamente se pronunciavam contra a liberdade de pensamento, como mostrei neste artigo. Esse é o mundo perfeito na cabeça de um zumbi tridentino. Um mundo que, como consequência, gerou atraso por onde passou, porque “coincidentemente”, dos sete países com maior IDH do planeta, sete são de tradição protestante (veja aqui) – aqueles mesmos rebelados malditos que ousaram se posicionar contra todas essas atrocidades.

Vale acrescentar, para quem ainda não sabe: na monarquia católica de Dom Pedro I e de Dom Pedro II, o catolicismo era a religião oficial do país, o que resultava que os evangélicos e membros de outras religiões eram proibidos de prestar culto público (tinham que se reunir discretamente em casas, tal como os primeiros cristãos nos tempos bíblicos). Os negros de religiões africanas tiveram que mascarar suas crenças tradicionais com o catolicismo, e daí resultou o que conhecemos hoje como umbanda e candomblé (uma mistura dessas religiões afro com o catolicismo brasileiro, já que a lei proibia aquelas religiões). E apenas o casamento realizado por um padre numa igreja católica era considerado válido, o que significava que os não-católicos não eram considerados “casados”, apenas “ajuntados”.

Assombroso? Não, apenas o mundo ideal na cabeça dos zumbis tridentinos que sonham com a volta desses tempos imemoriais (mas que detestam quando 1% disso é empregado contra eles em algum outro lugar).


Durante todo o Império, a inflação não passou de 1%

Essa é a mais cômica de todas: os caras querem realmente comparar uma época em que a mão-de-obra era fundamentalmente agrícola e escravista, com uma época industrializada e com mão-de-obra livre tal como nos séculos XX e XXI! Impressionante! Com milhões e milhões de escravos (mão-de-obra gratuita) fica fácil controlar qualquer inflação, mas a custa de que? Do sofrimento de pessoas humanas, com sentimentos e personalidade própria, criados à imagem e semelhança de Deus. Vale ressaltar que todo o período monárquico foi uma era escravocrata. O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão, só foi abolir muito mais tarde depois que todo mundo já havia abolido. Isso ocorreu em 1888, e logo no ano seguinte foi a proclamação da república. Ou seja, durante praticamente todo o período, escravidão e monarquia estiveram de mãos dadas.

Até o final do século XIX, estima-se que 12 a 20 milhões de escravos africanos foram obrigados a embarcar em navios e chegaram ao Novo Mundo, dos quais 4,5 milhões foram para o Brasil[1]. Mas o número estimado de escravos que morreram nestes navios é bem maior, rondando os 100 milhões[2]. Apenas nos vinte anos entre 1835 e 1855, considerados o ápice do tráfico transatlântico de escravos, 500 mil africanos foram contrabandeados para o Brasil, no que é considerada a “maior emigração forçada da história”[3]. Antes mesmo disso, em 1820, a população escrava no Brasil girava em torno de dois milhões, o que correspondia a dois terços da população total do país, superando em larga escala a antiga e cruel escravidão romana[4].

Essa também é uma das razões pelas quais a China socialista cresce tanto, apesar de historicamente o socialismo esteja sempre atrelado a atraso econômico inigualável. Com centenas de milhões de escravos chineses trabalhando até 16h por dia em regime de semiescravidão para conseguir sobreviver, consegue-se gerar “progresso” onde quiser. Isso não significa que o progresso seja real, pois não há verdadeiro progresso onde a moralidade é jogada no lixo e o bem-estar humano é desprezado em prol do lucro de uma minoria.

A maravilhosa monarquia adorada pelos fanáticos papistas deixou este país dependente da escravidão para continuar crescendo, e essa é a razão pela qual fomos os últimos a aboli-la no mundo de então. O Império só a aboliu depois de muita pressão e quando já não tinha mais jeito. Mas isso não veio sem deixar um impacto na economia, antes tão dependente dos escravos e agora sem mais nenhum escravo – era óbvio que um rombo seria deixado no lugar. Rombo este causado pela monarquia escravista, e não pelos republicanos, que apenas herdaram o pepino. Tão ou mais ridículo do que culpar o Temer pela crise deixada antes dele pelo PT, é culpar a república por uma crise econômica decorrente da péssima administração da monarquia, obsoleta ao ponto de favorecer o escravismo em detrimento da industrialização, e consequentemente deixar uma “herança maldita” para os que vieram depois do fim da escravidão, que neste país coincidiu com o início da república.

Até o Paraguai (de antes da guerra) era industrializado, mas o Brasil não. Industrialização mesmo só viemos a ter ao longo do século XX, quando a Revolução Industrial é do século XVIII. Esse foi o legado da maldita monarquia católica no Brasil. Compare com os Estados Unidos, que já tinha um norte industrializado muito antes, em contraste com um sul escravista parecido com o Brasil. Quando o norte ganhou a Guerra de Secessão, todo o país foi obrigado a adotar a cultura do norte – uma cultura de liberdade, industrialização e progresso. Mas no Brasil nem mesmo havia um “norte” para se opor: o Brasil inteiro era e continuou sendo ao longo de todo o período monárquico uma terra agrícola baseada na escravidão.

É por isso que a inflação era tão baixa: com uma indústria tão incipiente e com tanta mão-de-obra escrava, era só o que podíamos esperar. Ou alguém realmente acredita que no mundo civilizado, industrializado e globalizado do século XXI, onde os governos mundiais dos países mais desenvolvidos encontram problemas enormes e profundamente complexos para resolver a questão da inflação, bastaria colocar um reizinho de “sangue puro” com uma coroa na cabeça e pronto – problema resolvido? Ridículo.


Era o país mais rico da América, competindo de igual com os EUA

Totalmente mito. Na verdade, o século XIX é considerado um “século perdido” para a economia brasileira, e em momento nenhum o Brasil chegou perto ou ultrapassou os Estados Unidos em termos de grandeza, riqueza, desenvolvimento, industrialização, expectativa de vida ou qualquer outro critério que se queira utilizar. Eu não preciso dissertar muito sobre isso porque já foram desenvolvidos excelentes trabalhos a este respeito, especialmente este artigo para download que aprofunda a questão (de forma mais resumida, um outro pode ser visto aqui). Os Estados Unidos já era rico e industrializado muito antes do Brasil começar a engatinhar nessa área.

Basta usar como exemplo os indicativos de expectativa de vida, que era uma forma global de avaliar a qualidade de vida das pessoas de cada época. Em geral, quanto mais tempo médio se vive, significa que há mais renda, acesso a serviços de saúde e saneamento, menos violência e criminalidade, e mais cultura e educação do que nos países em que a média é menor. É por isso que este critério é ainda hoje um dos mais importantes no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Pois bem: em 1920, ou seja, apenas trinta anos depois da monarquia, a média de vida do brasileiro beirava os 32 anos (veja aqui). Muito antes disso, em 1900, os Estados Unidos já tinham uma marca muito melhor: 49 anos.

Pegando a tão sonhada época da monarquia brasileira, em 1879, a média de idade de um escravo era de 19 anos, e de um homem livre era de apenas 27 anos. Muito antes disso, ainda em 1850, os Estados Unidos já tinham uma marca muito melhor: 35 anos para os escravos, e mais de 40 anos para a população livre (veja aqui). Ou seja: o escravo americano (o que estava mais exposto às piores condições de vida) tinha bem mais expectativa de vida do que o brasileiro livre na mesma época! Isso mostra claramente que essa disparidade atual entre Estados Unidos e Brasil no que se refere ao IDH não é um fenômeno moderno: ela vem desde a época em que EUA era sinônimo de protestantismo e Brasil era sinônimo de catolicismo.

Não adianta chorar: os países católicos sempre foram sinônimo de atraso EM QUALQUER QUESITO que seja, quando em comparado com os países protestantes. A monarquia católica no Brasil não fica por menos. E não se admire se um sofista usar algum dado sem fonte, do tipo: “O Brasil na época da monarquia era a 4ª maior economia do mundo!!!”, quando há bem pouco tempo atrás (em 2012, mais de 120 anos depois do fim da monarquia) o Brasil ainda era o sexto colocado (veja aqui) e tem previsão para virar a quinta maior economia até 2023 (veja aqui– e ainda continua tendo a maior economia da América à exceção dos EUA. Isso significa que o Brasil é rico, próspero, desenvolvido e de primeiro mundo? É claro que não. Como também não significava nada na época da monarquia. Esses dados precisam ser contrastados com os aspectos negativos, como por exemplo a desigualdade social, pobreza, criminalidade, má condições de saúde, educação, moradia, etc. Não é citando dados que caem de paraquedas como se estivesse ganhando final de campeonato.


Mas afinal: a monarquia seria melhor hoje? Por que tantos países monárquicos são tão desenvolvidos?

Chegamos ao final dessa análise refutando os mitos católicos em torno da monarquia brasileira do século XIX, mas ainda resta uma dúvida cruel: será que a monarquia não seria melhor se fosse reimplantada no nosso país em pleno século XXI? Os proponentes desta tese defendem isso com o argumento da quinta série que eu me referi no início: trazem uma lista de países altamente desenvolvidos que são monárquicos (ex: Reino Unido, Japão, Suécia, etc), e então batem no peito e concluem: Monarquia >>> República!

Só tem um probleminha tão básico que faz parecer que os defensores da tese são desonestos ou simplesmente ignorantes demais, para não dizer burros: nesses países monárquicos desenvolvidos da atualidade, o monarca é meramente uma figura, ele não manda de fato em porcaria nenhuma. Veja por exemplo o caso da Rainha Elizabeth: ela faz exatamente o que? Nada. Ela tem relações diplomáticas amigáveis com esse ou aquele embaixador, toma chá pela manhã e joga vídeo-game com o príncipe William. E acabou. Até os ingleses sabem disso, mas apoiam mesmo assim, apenas para manter uma tradição histórica da qual eles tem muito orgulho, e também porque lucram com o turismo em torno da família real (veja aqui).

Ou seja, esses países mantém uma “monarquia”, não por pensarem que precisam disso para serem prósperos, mas porque a monarquia constitui um elemento primordial na cultura dos mesmos. É por um aspecto simbólico, não por algo de efeito real que possa mudar para melhor a situação deste ou daquele país. Nem mesmo esses países, por mais apegados que sejam às suas tradições, foram loucos o suficiente para continuarem dando poder ao monarca como ele detinha nos tempos antigos, por isso limitaram ao máximo a amplitude desse poder e quem “manda” de fato é o primeiro ministro. Se a monarquia do tipo onde o rei manda e desmanda é uma maravilha, então por que esses países não mantiveram os amplos poderes que o monarca detinha antes? A resposta é óbvia: porque até eles mesmos sabem que um sistema onde só um governa hereditariamente com poderes quase absolutos é algo obsoleto, ultrapassado e falido.

No Brasil a monarquia era do tipo parlamentarista, mas apenas em tese, porque o imperador possuía o poder moderador, que na prática lhe dava quase os mesmos poderes totalitários que os reis de monarquias absolutistas possuíam. Você não vai encontrar um único monarca de país desenvolvido exercendo tamanho poder nos dias de hoje. Mas vai sim encontrar países onde ainda há um rei que não é um mero fantoche, mas manda mesmo no pedaço tal como nos tempos antigos. Quer saber quais países maravilhosos e altamente desenvolvidos são esses? Aqui vai uma lista:

Antígua
Arábia Saudita
Bahrain
Barbados
Brunei
Butão
Catar
Camboja
Dominica
Emirados Árabes
Jordânia
Lesoto
Omã
Suazilândia
Tailândia
Tonga

Todos países de 5º mundo, verdadeiras maravilhas do mundo moderno, o sonho de consumo de todo fanático tradicionalista católico.

Monarquia? Não, obrigado.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,

-Meus livros:

- Veja uma lista de livros meus clicando aqui.

- Confira minha página no facebook clicando aqui.

- Acesse meu canal no YouTube clicando aqui.


-Não deixe de acessar meus outros blogs:

LucasBanzoli.Com (Um compêndio de todos os artigos já escritos por mim)
Apologia Cristã (Artigos de apologética cristã sobre doutrina e moral)
O Cristianismo em Foco (Artigos devocionais e estudos bíblicos)
Desvendando a Lenda (Refutando a imortalidade da alma)
Ateísmo Refutado (Evidências da existência de Deus e veracidade da Bíblia)
Fim da Fraude (Refutando as mentiras dos apologistas católicos)




[1] HORNE, Gerald. O sul mais distante: Os Estados Unidos, o Brasil e o tráfico de escravos africanos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 4.
[2] ibid.
[3] ibid.
[4] ibid.

Comentários

  1. Kathleen Maltzahn queria tornar ilegal a prostituição na Australia. Você é contra ou a favor?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A favor. Isso nunca deveria ter começado, para início de conversa.

      Excluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "Por que nossa mãe em Cristo tinha que morrer vírgem!NÃO FAZ SENTIDO!Mesmo que Jesus fosse o filho único não faria sentido nem um, não diminui nada dela"

      Concordo.

      "Por que você nunca refuta oque eu pesso?"

      O que eu não refutei? Eu respondo a todos os seus comentários, inclusive aos argumentos católicos sobre algum assunto, só não permito links católicos porque são expressamente contra as regras dos comentários (veja abaixo de cada artigo), mas se quiser é só elencar o tema ou expor resumidamente a questão que eu respondo sem problemas (seja com links de artigos já desenvolvidos a respeito do tema ou com uma resposta na própria caixa de comentários).

      "Me dá o link de artigos sobre "inquisição protestante"

      Veja aqui:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/12/a-terrivel-monstruosa-e-abominavel.html

      http://resistenciaapologetica.blogspot.com.br/2015/02/inquisicao-protestante.html

      Eu ainda vou escrever algo bem mais aprofundado a este respeito, que vai ser um apêndice no meu livro sobre a Inquisição, mas pra isso precisaria primeiro terminar de escrever o livro, o que não vai ser rápido.

      "Qua volta a série dos zumbís tridentinos?"

      Olha, neste momento eu já tenho guardados aqui no meu computador exatas 215 pérolas católicas (e olha que eu tinha perdido mais umas 200 do meu outro computador que quebrou no ano passado), daria pra escrever mais uns 20 artigos da série, só que como é basicamente uma série de humor e não algo teológico ou histórico, eu estou dando preferência para esses artigos mais sérios primeiro, de assuntos que precisavam ser abordados até antes. Mas em breve vai sair um artigo novo da série sim, talvez já na próxima semana.

      Excluir
    2. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    3. Porque não é justo que sites católicos sejam divulgados aqui quando eles nunca divulgam os nossos ("divulgar" aqui eu estou usando não no sentido de apoiar favoravelmente, mas sim de dar ibope, de propagar). Eu permiti isso por 5 anos neste blog, até que percebi que isso não tinha sentido nenhum e é totalmente injusto enquanto for unilateral. No dia em que eles passarem postar links dos nossos sites e a permitirem que seus leitores façam o mesmo, eu também permitirei isso aqui. Enquanto isso, eles só serão citados de forma velada e indireta, da mesma forma que fazem conosco.

      Excluir
    4. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    5. Diante das invasões árabes, eles se acovardaram e acharam melhor se refugiar em seus castelos por questões de segurança. Os muçulmanos também dominavam as principais rotas comerciais da época, e a Igreja tinha uma concepção bastante negativa do lucro, que por vezes se estendia ao próprio comércio em si, o que ajudou a perpetrar este atraso. Jacques Le Goff fala bastante sobre isso em um dos livros dele sobre a Idade Média: "A bolsa e a vida: economia e religião na Idade Média".

      Excluir
    6. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    7. Se você se refere ao feudalismo não, porque a Guerra dos Trinta Anos é de depois do feudalismo. Mas se se refere a atraso econômico de uma forma geral, é claro que sim, qualquer guerra gera atraso econômico, porque deixam de investir em setores da economia e para investir na guerra (isso sem falar na perda de territórios, patrimônios destruídos, vidas perdidas, trabalhadores recrutados que deixam de trabalhar para guerrear, etc).

      Excluir
  3. Deus não é a causa ultima de todas as coisas?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Deus é a Causa primeira no sentido de ter sido o Criador de todo o Universo, mas não entendo que ele seja a causa última de cada acontecimento que ocorre no planeta, como se fosse o causador dos estupros, assassinatos, tortura, injustiças e mazelas que existem no mundo. Estes atos são autocausados, isto é, causados pelo próprio indivíduo, e não coercitivo por forças externas a ele (como Deus). Isso tudo é muito complexo e por isso eu recomendaria a leitura do meu livro sobre o tema, onde eu abordo a questão sob um panorama bíblico e filosófico. O capítulo referente a essa matéria eu transcrevi para o meu outro site, que você pode conferir aqui:

      http://apologiacrista.com/determinismo-calvinista

      Excluir
  4. Acho que seria injustiça com o movimento monarquista reduzi-lo a interesses "tridentinos". Mesmo que a Casa Imperial seja bastante católica romana, ainda vejo mais vantagem no modelo monarquista parlamentarista que o republicano presidencialista no Brasil. A figura do imperador seria interessante para se apoderar do peso da representatividade do País e carisma que o presidente hoje tem que ter, assim o primeiro-ministro, junto com todo o Congresso, conseguiria ser mais funcional. O imperador também poderia servir como moderador de crises institucionais, convocando novas eleições parlamentares. Isso sem considerar um resgate cultural que poderia ser benéfico ao Brasil, deixando de ser "só mais um país latino americano". Não sou ingênuo, claro, de não prever que a Casa Imperial fará um tênue lobby conservador e puxará sardinha para sua religião. Porém, quem teria realmente que se preocupar é a esquerda, porque a realeza teria mais razões em temer os protestantes que os protestantes em temer eles.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Se o problema é o presidencialismo, então a solução seria uma república parlamentarista e não uma monarquia. Embora eu pessoalmente prefira o presidencialismo, mas este é um outro debate que eu não pretendo entrar. Os argumentos que você passou não me parecem bons, embora eu respeite o seu ponto de vista. É possível que um imperador resgate a imagem do Brasil para o exterior? Acho difícil, porque o mercado não está preocupado se esse ou aquele país tem um monarca ou não, mas sim com outros fatores de ordem econômica. E mesmo que este fosse o caso, o tiro poderia sair pela culatra. Se o monarca em questão se envolvesse em escândalos, essa “imagem boa” seria transformada em uma imagem negativa que afetaria todo o país. É um tiro no escuro.

      O Brasil já não é “só mais um país latino-americano” por diversas razões (economia muito mais forte, potencial de crescimento enorme, etc), não acho que precise de um rei para trazer essa concepção ao mercado externo. E o governo dos países monarquistas gastam muito com a família real, tome como exemplo o Reino Unido onde se gasta 125 milhões por ano com a realeza, e às vezes estoura esse limite. Em um país em que o Estado já é grande demais e já possui inúmeros gastos desnecessários (especialmente com políticos), esse seria mais um para a conta. Ao menos no Reino Unido há o retorno com o turismo, mas quem realmente pensa que pessoas de outros países iriam vir ao Brasil só para ver a família real, os palácios, etc, em um país sul-americano que já perdeu a cultura monarquista há muito tempo? O prejuízo seria muito maior que o lucro.

      E quanto a reduzir a defesa da monarquia a interesses tridentinos, eu já sabia que há muitos protestantes de direita e de extrema-direita que apoiam essa ideia, e já sabia que seria duramente criticado se escrevesse a este respeito, mas isso não muda em nada o fato de que, ao meu ver, essa história de monarquia é só mais uma isca lançada pela apologética católica para os protestantes fisgarem. Não é à toa que hoje quase todo evangélico que se torna católico é por razões políticas, sem um pingo de teologia no meio (a teologia é uma consequência da mudança de mentalidade política, e nunca as causas das conversões). E os protestantes estão sendo ingênuos demais e aceitando todas essas ideias novas que partem de uma mente católica com uma ideologia católica para favorecer o catolicismo.

      O simples fato de termos um imperador católico novamente já seria um retrocesso, ainda que o Estado permanecesse laico em tese. Mas a artimanha é muito maior que isso, pois consiste em tornar o “século católico” em algo ideal, maravilhoso, fantasioso e utópico que de forma alguma condiz com a realidade dos fatos históricos. Ou seja: por meio de um revisionismo histórico descarado, eles querem pintar as eras em que o catolicismo dominava toda a cultura como sendo tempos incríveis que precisam ser restaurados, quando foram na verdade épocas para se esquecer, excetuando um ou outro aspecto pontual. A estratégia consiste em tornar a cultura católica superior à cultura protestante, fazer com que até os protestantes que se envolvem com assuntos políticos aceitem essa ladainha, e então com a “mente católica” falta só um empurrãozinho para caírem de cabeça no lado de lá. Pode discordar se quiser, mas há um caminhão de provas e testemunhos que pintam exatamente este cenário.

      Abs.

      Excluir
    2. Entendo seu ponto. De qualquer forma, uma restauração monárquica está tão distanciada da realidade, que qualquer debate no assunto vai envolver muita especulação e wishful thinking. O que para mim é inquestionável é que a república no Brasil foi e é um desastre desde o início, com a excessão de algumas reformas pontuais.

      Conheço bem essa estratégia romanista, eles apelam à cultura e a estética para converter os outros, via dissonância cognitiva. Porém não adianta emular um sistema político protestante (dos EUA) num país de cultura católica, assim que surgiram as repúblicas das bananas pela América Católica. A ideia de que a democracia deve ser universal e para tudo e todos não tem fundamento, é apenas um mito da modernidade, e só serviu no Brasil para abrir caminho a populistas, coronéis e interesseiros psicopatas.

      Excluir
    3. A razão pela qual a república passou (passa) por maus momentos não é porque a república em si mesma seja algo ruim (se fosse, daria errado também nos EUA e em países desenvolvidos da Europa que adotam essa estrutura política). O problema é que no Brasil, em função da cultura católica, convencionou-se eleger pela maior parte do tempo políticos esquerdistas pilantras ou aceitar ditadores autoritários, todos eles com uma visão grande de Estado. Assim não tem como dar "certo" mesmo, mas mesmo assim os índices econômicos da república são imensamente superiores aos da monarquia, na proporção de seis contra um, como mostro em meu artigo recente:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/04/o-brasil-era-mais-rico-e-desenvolvido.html

      Só isso pra mim já seria o suficiente para dizer que a república, mesmo em um país católico e atrasado como o Brasil, foi menos ruim que a monarquia. Mas entendo o seu ponto de vista e o considero muito superior ao dos monarquistas típicos para os quais me dirijo no artigo, os quais pensam que bastaria voltar a monarquia no Brasil e todos os problemas seriam resolvidos como em um passe de mágica, porque tem uma noção em grande parte fantasiosa do que foi o Brasil do século XIX.

      Abs.

      Excluir
  5. Diga-se de passagem, alguns católicos, como o Olavo, ainda têm mágoa da monarquia devido aos atritos entre a Coroa e o Vaticano, envolvendo o padroado e o beneplácito com a questão da maçonaria

    ResponderExcluir
  6. Muito bom o artigo Lucas, mas gostaria de fazer uma pergunta um pouco fora do tema: Qual sua opinião sobre a Bíblia católica Ave Maria? Ela é fiel aos originais? Eu particularmente achei a leitura bem agradável, principalmente do Antigo Testamento. E você? Obrigado amigo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu não li a Bíblia inteira na versão Ave Maria, li textos aqui ou ali, especialmente os mais importantes em questões teológicas. Então eu não posso ser hipócrita aqui e criticar toda a tradução em si, ela até pode ser boa talvez, mas nos textos específicos que envolvem diretamente uma doutrina católica sendo colocada em xeque ela ADULTERA DESCARADAMENTE. Veja por exemplo o caso de Mateus 1:25, o famoso texto que diz que Maria não teve relações com José ATÉ QUE desse a luz a Jesus. A Ave Maria tira essa parte do "até que" descaradamente, sem mais nem menos, só porque contraria o dogma católico. É adulteração pura, nem as outras versões católicas que conheço chegaram a tanto.

      Excluir
  7. Olha...Não pude deixar de notar seu artigo, e comentar aqui para você saber o quanto esta enganado em relação ao pessimismo a monarquia.

    Também apoio a volta da monarquia, em primeiro lugar porque o Brasil realmente era um país muito rico e poderoso na época, com uma marinha que se igualava ao da Inglaterra, Sobre ser mais rico e poderoso que os EUA, concordo, ao contrario de você que discorda, pois qualquer um sabe que na época os Estados Unidos eram pobres e fracos e só virarão um país rico de primeiro mundo depois das guerras mundiais, já que forneciam armamento para praticamente meio mundo.

    Sobre isso de ser católico, é verdade, mais a religião oficial era católica porque quase 99% da população era católica, mais as leis davam o direito de escolha de religião e aviam protestantes, judeus, espiritas entre outros também.

    E na lista de países monárquicos atuais você esqueceu de colocar os países de primeiro mundo como:
    Reino Unido, Japão, Suécia, Dinamarca, Noruega, Canada entre outros ricos e desenvolvidos.

    E não é um D.pedro III, quem no caso seria Imperador é D.Luiz. E não sou católico sou protestante, mais prefiro ter um imperador do que estes presidentes ladroes e corruptos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. “Também apoio a volta da monarquia, em primeiro lugar porque o Brasil realmente era um país muito rico e poderoso na época, com uma marinha que se igualava ao da Inglaterra”

      De onde você tirou isso? Me passe aqui o livro, com a página e a citação, ou um artigo sério escrito a este respeito, dizendo que a marinha do Brasil era tão poderosa quanto a da Inglaterra. A realidade é que durante todo o governo de Dom Pedro I e no período regencial a marinha brasileira era incipiente e arcaica. Rodrigues Torres, escrevendo em 1833, afirmava que a Armada nacional só podia contar “infelizmente com alguns poucos e pequenos vasos desarmados” (Relatório do Exmº Sr. Joaquim José Rodrigues Torres, Ministro da Marinha, apresentado à Assembleia Geral em 8 de maio de 1833. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1876). A situação veio a melhorar durante o reinado de Dom Pedro II, mas mesmo assim nunca chegou a superar as potências marítimas que já dispunham de navios modernos para a época desde muito antes, como a Inglaterra, a França e os Estados Unidos.

      Leia este artigo sobre o tema se quiser aprender um pouco sobre a questão:

      http://www.uel.br/eventos/sepech/sepech08/arqtxt/resumos-anais/GilbertoSGuizelin_2.pdf

      E se não quiser acreditar no que ele diz (citando fontes do início ao fim), faça o seguinte: entre no site do Senado e faça o download deste livro:

      http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/4/browse?value=Marinha+de+guerra%2C+Brasil%2C+Século+XIX&type=subject

      É um livro escrito por Arthur Dias ainda no século XIX, bem pouco depois da monarquia e afirma que a Marinha tinha supremacia apenas continental (ou seja, em comparação com os países da América do Sul), não mundial, e que já naquela época se encontrava em DECADÊNCIA com uma série de problemas, problemas que vinham desde os tempos monárquicos. Portanto recomendo que estude melhor essas questões antes de tomá-las como fato após ver algum youtuber ou artigo de blogueiros católicos escrevendo a respeito sem citar fontes nem nada.

      “Sobre ser mais rico e poderoso que os EUA, concordo, ao contrario de você que discorda, pois qualquer um sabe que na época os Estados Unidos eram pobres e fracos e só virarão um país rico de primeiro mundo depois das guerras mundiais, já que forneciam armamento para praticamente meio mundo”

      Falso de novo. Engraçado que você não tem fontes, e todo mundo que não tem fontes para o que diz tem sempre uma carta na manga: alegar que “qualquer um sabe que...” (quando na realidade praticamente TODOS os historiadores decentes afirmam exatamente o contrário). Assim se pode ganhar facilmente qualquer argumento em qualquer discussão, basta dizer que “qualquer um sabe disso” e não precisar provar nada. Isso para não admitir que tirou essa informação de uma fonte nada confiável como um youtuber ou post de facebook. Minha recomendação é: leia livros de história e consulte fontes. Me cite dados para provar os seus pontos, eu não estou aqui para bater o martelo sobre nada, se alguém me provar que eu estou errado eu estou 100% disposto a admitir isso como já fiz com um tantão de coisas até hoje. Mas não dá pra levar a sério quando alguém não tem dado e nem fonte nenhuma e simplesmente apela a um suposto e fantasioso “conhecimento universal” rechaçado pela totalidade de historiadores sérios.

      Excluir
    2. Confira os dados que eu passei no artigo, pelo menos: o ESCRAVO americano tinha mais expectativa de vida do que o CIDADÃO LIVRE no Brasil, no século XIX. Se isso não é escandaloso pra você, eu não sei o que pode ser. Nenhum país rico e próspero tem dados tão ruins de expectativa de vida. O Brasil já era tão inferior aos EUA naquela época quanto o Paraguai é inferior ao Brasil hoje. Negar isso é negar os dados, é rejeitar a realidade em função de um discurso de blogueiro ou youtuber que você ouviu de algum lugar e tomou como verdade a priori sem consultar as fontes.

      E essa de que os EUA só se tornaram ricos depois das guerras mundiais é outro mito tosco. Os EUA já eram ricos antes disso (para os padrões da época), só não eram uma SUPERPOTÊNCIA, porque havia a concorrência de diversos países muito ricos da Europa. Uma vez que estes países ricos europeus torraram todos os seus recursos nas duas guerras e tiveram amplo prejuízo financeiro e terras devastadas para reconstruir, sobrou os EUA como a única superpotência (junto com a União Soviética, após a Segunda Guerra). E após a Guerra Fria e a consequente autodestruição da URSS, ficou sozinho como superpotência. Ou você acha que os EUA era um país pobre e que do nada repentinamente se tornou rico do dia pra noite só por causa da guerra? Por que você acha que eram os EUA que forneciam armamento ao mundo todo, se teoricamente eles eram pobres e o Brasil era muito mais rico e poderia fazer isso muito melhor com muito mais recursos? É sério: estude.

      “Sobre isso de ser católico, é verdade, mais a religião oficial era católica porque quase 99% da população era católica”

      E daí? Quando veio a república (em 1889) a população AINDA ERA 99% católica, e mesmo assim eles deram liberdade de culto e tornaram o Estado laico. Portanto o argumento não se justifica. Não é porque 99% é uma coisa, que essa coisa tem que ser oficial e os direitos dos outros tem que ser reprimido.

      “...mais as leis davam o direito de escolha de religião e aviam protestantes, judeus, espiritas entre outros também”

      Primeiro: não “aviam” protestantes. “Haviam”, com h. Segundo: esses protestantes eram PROIBIDOS de construir igrejas ou pregar publicamente, o que é isso senão censura e repressão da liberdade de expressão e de culto? Isso sem falar que seu casamento não era válido. Isso é a mesma coisa que eu dizer a você: “Olha, você tem total direito de escolha, escolha o que quiser, MAAAAAASSSSS se você escolher o catolicismo não pode fazer igrejas, não pode pregar em público, tem que ficar bem discreto e escondidinho na sua casa sem poder evangelizar ninguém, não pode criticar a religião oficial e nem pode se casar”. Você acha mesmo que isso é verdadeira liberdade?

      “E na lista de países monárquicos atuais você esqueceu de colocar os países de primeiro mundo como: Reino Unido, Japão, Suécia, Dinamarca, Noruega, Canada entre outros ricos e desenvolvidos”

      Eu me esqueci ou você não leu o texto? Releia (embora ache que você nem chegou a ler uma vez, então seria “leia” em vez de “releia”) o último tópico, onde eu trato JUSTAMENTE sobre isso e mostro esses países monárquicos desenvolvidos da atualidade, e cito exemplos como Reino Unido, Japão e Suécia. E o que eu respondo mais abaixo é que nesses países o monarca não exerce poder real, quem manda é o primeiro ministro. Nos países onde REALMENTE há uma monarquia nos moldes do Brasil Imperial (ou seja, onde o rei exerce poder de fato), é aquela maravilha da lista de países de 5º mundo que eu passei no final. Ou seja: usar como parâmetro a monarquia brasileira do século XIX para querer a volta da monarquia no século XXI é completamente inconsistente, e apoiar isso com base em monarquias meramente figurativas como as dos países que você citou é mais inconsistente ainda.

      Excluir
    3. “E não é um D.pedro III, quem no caso seria Imperador é D.Luiz”

      Foi uma ironia minha, caso você não tenha notado. Acho que tenho que maneirar nas ironias, porque ironizo tanto nos meus textos que as vezes algumas pessoas não captam a ironia. É falha minha.

      “E não sou católico sou protestante, mais prefiro ter um imperador do que estes presidentes ladroes e corruptos”

      E estudando a história e vendo o tanto de reis que foram assassinados, tiranos, déspotas, genocidas, imorais e ordinários (em comparação com uma proporção muito menor de presidentes do tipo), eu posso dizer o contrário sem medo de errar. Embora tenha havido muito mais monarcas ao longo da história do que presidentes, a esmagadora maioria das mazelas e dos crimes horrendos que já existiram foram causados por monarcas ou por pessoas que, mesmo não sendo oficialmente “reis”, exerciam um poder absolutista e totalitário tal como um rei. E a razão pela qual “não havia reis corruptos” já foi explicado no texto. Você não precisa roubar quando já tem toda a fortuna que quer. E ninguém ousaria denunciar um rei, como pode hoje denunciar um presidente sem medo de ter a cabeça cortada. Estude história.

      Mas agradeço que o seu comentário ao menos foi educado e com conteúdo (argumentos e contra-argumentos), enquanto o de outros aqui foi puro xingamento e escárnio sem nenhum conteúdo, o que apenas denuncia o fanatismo e a loucura que eu aleguei no artigo.

      Abs.

      Excluir
  8. Mas uma monarquia parlamentarista seria necessariamente ruim?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Seria tão inútil quanto o papel do rei nas monarquias modernas de países desenvolvidos, como eu explico no texto. E um gasto extra desnecessário do governo com mais políticos. Se é preciso adotar o parlamentarismo (que não é meu ponto de vista pessoal, mas é uma opção política a se pensar), então a república parlamentarista faria muito mais sentido que a monarquia parlamentarista.

      E de todo modo esse artigo não visa abordar se uma monarquia parlamentarista é boa ou não, mas sim se o MODELO DE GOVERNO implantado no Brasil no século XIX, se trazido novamente para os dias de hoje, seria bom ou não. E nesse modelo o rei não era um fantoche como nos moldes dessas democracias monárquicas parlamentaristas (onde quem manda é o primeiro ministro), mas exercia muito mais poder, era quem comandava de fato. E neste quesito, onde o rei manda, os únicos países que mantém esse sistema em pleno século XXI são os países atrasados, obsoletos e de quinto mundo (que eu cito no final do artigo), provando que uma monarquia nos moldes antigos é simplesmente um retrocesso para a nossa era.

      Excluir
    2. Mas não é ruim, por exemplo, manter a família real por razões de tradição (por exemplo a própria Inglaterra), eu mesmo não consigo imaginar um país como o Japão sem o seu imperador (embora os shogun, os samurais, etc. fazem falta também [só que não kkkk], ainda que tenham havido mudanças, como o fato de ele não ser mais tratado como um deus como acontecia antigamente.

      Excluir
    3. Sim, por questões de tradição sim, como eu explico no tópico final do artigo. Mas nem por isso o Brasil teria razões de voltar atrás, já que a república já prevalece há tanto tempo que é ilusão dizer que a monarquia faz parte da "tradição" do país mais do que o colonato, por exemplo (e nem por isso vamos entregar o Brasil de novo a Portugal!). É totalmente diferente de casos como o Reino Unido e o Japão que sempre tiveram uma monarquia como parte essencial da cultura do país.

      Mas o que você disse é de fundamental importância: o Japão mantém a figura simbólica do imperador, mas não o considera mais um "deus". O imperador já não exerce mais os poderes que tinha antigamente e não é mais adorado por ninguém. Ou seja: por mais que a monarquia em si não tenha sido abolida, o CONCEITO em torno da mesma foi totalmente alterado. Da mesma forma que não tem sentido um homem ser um deus em pleno século XXI, também não tem sentido um imperador deter tantos poderes em nossa época. Por isso o Japão manteve a monarquia pra manter a tradição, mas ressignificando tudo aquilo que eles entendiam antes como sendo parte integrante da figura do imperador. Os monarquistas brasileiros modernos não percebem isso. Usam como modelo um tipo de monarquia totalmente obsoleto e falido (a monarquia brasileira do século XIX), usando como parâmetro monarquias modernas que já abandonaram há muito tempo esse modelo antigo.

      Excluir
    4. Ainda assim, cá entre nós: a cultura japonesa ainda é muito superior e mais próspera que a de países católicos.

      Excluir
    5. O rei é um símbolo, mais tamém é imparcial. Nũa república parlamentarista, o presidente estaria inclinado cara òs intereses do seu partido. Nũa monarquia parlamentária, o rei teria de ser "oficialmente" neutral e imparcial; exercendo um papel de moderador antre as forças políticas.
      Saudações dende a Galiza, Espanha

      Excluir
  9. É claro que um cristão deve se opor à prostituição, mas por que vc defende que seja proibida por lei?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Porque trata as mulheres como uma mercadoria sexual nas mãos de cafetões explorando o mercado do sexo. Isso deveria ser proibido por lei em qualquer lugar, se já não é. Agora, impedir que uma mulher queira transar com alguém a dinheiro, na sua casa por exemplo, isso é óbvio que não tem como ser proibido e seria uma forma de violação da liberdade alheia, mas impedir o comércio organizado do sexo como existe hoje e oferecer mais dignidade a essas mulheres que tiveram que optar por essa vida na maior parte das vezes por "falta de escolha", é possível sim.

      Excluir
  10. Olá Lucas, gostaria que você comentasse a respeito disso:

    “Heresia era um crime contra o Estado. O direito romano no Código de Justiniano tornou-a uma ofensa capital. Governantes, cuja autoridade se acreditava vir de Deus, não tinham paciência para os hereges. Nem as pessoas comuns, que os viam como foras-da-lei perigosos que trariam a ira divina. Quando alguém era acusado de heresia no início da Idade Média, eram trazidos ao senhor local para julgamento (…). O resultado é que milhares de pessoas ​​em toda a Europa foram executadas por autoridades seculares, sem julgamentos justos ou uma avaliação competente da validade da acusação.

    “A resposta da Igreja Católica para este problema foi a Inquisição, instituída primeiramente pelo papa Lúcio III em 1184. Ela nasceu da necessidade de fornecer julgamentos justos para os hereges acusados, ​​usando as leis de provas, e presididos por juízes capacitados. Do ponto de vista das autoridades seculares, os hereges eram traidores de Deus e do rei e, portanto, mereciam a morte. Do ponto de vista da Igreja, no entanto, os hereges eram ovelhas perdidas que se afastaram do rebanho. Como pastores, o papa e os bispos tinham o dever de levá-los de volta ao redil, assim como o Bom Pastor lhes havia ordenado. Assim, enquanto líderes medievais seculares estavam tentando salvaguardar seus reinos, a Igreja estava tentando salvar almas. A Inquisição providenciou um meio para os hereges escaparem da morte e retornarem para a comunidade.”



    Como nenhum empreendimento humano é perfeito, houve certamente maus inquisidores, que praticaram abusos e injustiças. Porém, as evidências históricas testemunham a favor da Inquisição, apresentando-a como uma instituição que “salvou milhares de incontáveis ​​inocentes (…), pessoas que de outra forma teria sido torradas por senhores seculares” (Thomas F. Madden).



    Leia mais: http://www.franciscocatolico.com.br/voc%C3%AA-e-daqueles-que-acha-que-a-igreja-matou-milh%C3%B5es-na-fogueira-na-idade-media-/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Esse discursinho revisionista fajuto da apologética católica sobre a Inquisição já foi completamente refutado e desmascarado nos inúmeros artigos sobre o tema aqui neste blog, se quiser é só acompanhar os artigos pela tag:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/search/label/Inquisição

      Eu não vou me prolongar em uma resposta aqui porque tudo já foi abordado exaustivamente nesses outros artigos, por isso me limito a passar o que OS PRÓPRIOS INQUISIDORES ADMITIAM ABERTAMENTE COM TODA A CLAREZA POSSÍVEL, sobre se eles realmente tinham a Inquisição para “salvar a alma” dos “hereges” ou “evitar o mal” do Estado, ou se eles faziam isso para impor a fé católica e aterrorizar o povo. Eis o que o famoso inquisidor Francisco Peña escreveu:

      “Mas é preciso lembrar que a finalidade mais importante do processo e da condenação à morte NÃO É SALVAR A ALMA DO ACUSADO, MAS BUSCAR O BEM COMUM E ATERRORIZAR O POVO” (EYMERICH, Nicolau; PEÑA, Francisco. Manual dos Inquisidores. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, p. 122)

      E a lógica empregada pela Igreja Católica era exatamente a CONTRÁRIA da que esse autor revisionista católico expôs aí. Ao invés de o Estado ser malvadão e querer matar os hereges a todo custo e a Igreja “protegê-los” com um “julgamento justo”, era exatamente o oposto: a Igreja OBRIGAVA O ESTADO A PERSEGUIR E A MATAR, mesmo quando os magistrados não estavam dispostos a isso. Isso fica perfeitamente claro em textos como esse:

      “Considerando que todo católico deve cumprir e promover, com todo o empenho, essas santas leis, nós, frei N., dominicano, da província N., delegado especial da Santa Sé Apostólica, em nome da autoridade apostólica de que somos investidos e que exercemos neste local, e, em virtude da nossa própria função, EXIGIMOS que todos vós, veneráveis jurados, magistrados, conselheiros, etc, do lugar tal, particularmente, os que nomeamos através dessa carta, jureis, publicamente, sobre o divino Evangelho obedecer às leis do imperador Frederico e aos estatutos pontíficos promulgados que digam respeito à salvaguarda da fé, segundo a forma e a maneira que estão estabelecidas nas leis eclesiásticas. SE NÃO LEVARDES ISTO A SÉRIO OU SE RECUSARDES OBEDIÊNCIA ÀS ORDENS DA IGREJA E ÀS NOSSAS ORDENS, SEREIS PUNIDOS COM O ANÁTEMA, DESTITUÍDOS E PRIVADOS DE VOSSOS CARGOS PÚBLICOS, DE ACORDO COM AS LEIS CANÔNICAS E APOSTÓLICAS. DADO EM TAL LOCAL, ETC” (EYMERICH, Nicolau; PEÑA, Francisco. Manual dos Inquisidores. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, p. 90)

      Ou seja, os magistrados tinham que cumprir as determinações da Igreja em perseguir os hereges a todo e a qualquer custo, e se se recusassem a fazer isso (ou seja, se protegessem os hereges e não quisessem persegui-los) eram punidos pela Igreja de diversas formas, porque quem tinha interesse em matar os não-católicos com uma sede insaciável de sangue não era o Estado, mas a Igreja.

      Excluir
  11. Os republicanos eram contra a abolição da escravidão, a Proclamação da República foi um golpe. Se o país viesse a ser republicano teria que ser por meio lícito e não ilicito, pela vontade do povo. Prometeram fazer um referendo para que o povo escolhece entre repúplica e monarquia, mas o que fizeram foi colocar uma clausula pétrea na constituição que impedia movimento monarquista.

    Prefiro uma monarquia parlamentarista do que esse sistema republicano onde tudo gira em torno de partidos políticos, onde partidos políticos não representam a população. Executivo, Legislativo e Judiciário tem partido politico por trás. O poder moderador seria bom, pois não teria filiação partidária.


    Ruy Barbosa

    "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

    Essa foi a obra da República nos últimos anos. No outro regime, o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais."

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Seu comentário é em grande parte semelhante ao do Anônimo mais abaixo, então a minha resposta também será parcialmente a mesma que eu dei a ele:

      “Os republicanos eram contra a abolição da escravidão”

      Cadê as provas? O Brasil foi o ÚLTIMO país das Américas e da Europa a abolir a escravidão, só veio a aboli-la em pleno ano de 1888 depois de outros países já a terem abolido há várias décadas, ela existiu e continuou existindo durante praticamente TODO o período monárquico, e só foi acabar apenas um ano antes do fim da monarquia, e você ainda insinua que a abolição era uma bandeira da monarquia e que os republicanos eram contra? Se os monarquistas eram contra a escravidão, por que a permitiram por praticamente SETE DÉCADAS debaixo do nariz do imperador, sem nenhum uso do poder moderador do rei para acabar com ela, nem mesmo depois que os outros países já haviam acabado? E se os republicanos eram contra, então por que eles não voltaram com a escravidão depois que conquistaram o poder, o que seria relativamente fácil desde que isso havia ocorrido apenas um ano após a Lei Áurea? Sinceramente, os ÚLTIMOS que tem alguma moral para abrir a boca sobre o tema da escravidão são os monarquistas.

      “...a Proclamação da República foi um golpe”

      Golpe é um termo anacrônico para aquela época, mas stricto sensu, golpe é a subversão da ordem institucional, e neste sentido a própria Independência foi um golpe (contra Portugal), assim como a Dissolução da Assembleia ocorrida logo no ano seguinte por Dom Pedro I (1823) e a Maioridade (1840) após a abdicação de Dom Pedro I, expressamente anticonstitucional. E no entanto, esses “golpes” foram feitos no período monárquico e apoiados pelos monarquistas, que em grande parte também apoiam outro golpe (o de 1964), então esse argumento do “golpe” não procede.

      “Se o país viesse a ser republicano teria que ser por meio lícito e não ilicito, pela vontade do povo”

      O povo não sabia nem o que era república, estava completamente alienado da realidade do mundo da época, poucos eram os mais instruídos que estavam por dentro do que acontecia na política internacional, se fosse esperar até o povo como um todo apoiar a república iríamos amargar mais décadas e décadas no atraso econômico e social. Por outro lado, isso NÃO SIGNIFICA QUE ERAM A FAVOR DA MONARQUIA, tanto é que você não vê qualquer protesto, levante, rebelião ou reação popular contra a república, quando viram que o imperador e a monarquia foram pro brejo. Então parece que não amavam a monarquia tanto assim, não é mesmo?

      “Prometeram fazer um referendo para que o povo escolhece entre repúplica e monarquia, mas o que fizeram foi colocar uma clausula pétrea na constituição que impedia movimento monarquista”

      E mudaria alguma coisa? Fizeram um plebiscito sobre essa questão na década de 90, a república ganhou de forma esmagadora e nem por isso vocês desistiram, não é?

      “Prefiro uma monarquia parlamentarista do que esse sistema republicano onde tudo gira em torno de partidos políticos”

      Na monarquia também há partidos políticos.

      Excluir
    2. “...onde partidos políticos não representam a população”

      Engraçado um monarquista dizer isso, bem vocês que não aceitam nem que o povo eleja o seu maior representante, e ainda querem dizer que os partidos políticos não representam a população? Pelo menos no sistema republicano você pode unir o povo em prol de um novo partido político caso não se satisfaça com os já existentes (como fizeram recentemente com a criação do Partido NOVO), e na monarquia como faria pra tirar o rei dali caso ele não representasse mais a vontade do povo???

      “Executivo, Legislativo e Judiciário tem partido politico por trás”

      Se eles ficam acanhados em um sistema republicano, IMAGINA NUMA MONARQUIA, onde o rei tem muito mais poder do que o presidente.

      “O poder moderador seria bom, pois não teria filiação partidária”

      Mas seria arbitrário, uma carta branca para que o imperador agisse da forma que bem entendesse, ou seja, se tomasse alguma medida insana e ruim para a nação, estaríamos fod****. Um “poder moderador” colocando um poder absurdamente grande nas mãos de uma única pessoa em pleno século XXI é um completo atraso.

      Excluir
  12. Pq algumas igrejas tratam sexo como se fosse um tabu?
    Vejo muitas pessoas que não são da igreja falando que muitas igrejas reprimem
    a relação sexual e condenam as outras pessoas, de fora da igreja, que falam
    sobre o assunto...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso é algo histórico. Vem desde os tempos de Jerônimo e Agostinho, quando o sexo era considerado algo sacrossanto e envolto em um manto de castidade e purismo, de modo que a própria relaxão sexual em si era considerada imoral ou pecaminosa se fosse praticada apenas para o prazer do casal e não com a única finalidade de gerar filhos. O sexo era visto somente como um "meio", e não um "fim". Era um "mal necessário", na melhor das hipóteses, do tipo: "é uma coisa suja, mas fazer o que, se não fizer isso não tem como gerar filhos, então...".

      A Igreja Romana adotou essa visão por toda a Idade Média e não é muito diferente nos dias de hoje, embora evite tocar no assunto. As igrejas evangélicas mostram uma evolução em relação à Romana, pelo menos até hoje eu nunca vi um pastor dizendo que só pode fazer sexo se for pra procriação, mas mesmo assim ainda são muito retraídos e tímidos em lidar com essa temática. Por isso eu admiro pastores como o Claudio Duarte que abordam com coragem esse e outros assuntos relacionados à vida conjugal sem frescuras e divagações, da forma direta e clara que o povo quer e precisa ouvir.

      Excluir
    2. E eu nunca vi um padre falar que é só para procriar, sinceramente lendo os seus textos acho que você só está preso no seu mundinho protestante...mas é uma pessoa muito inteligente consegue estudar muito pena que não aprendeu muito...

      Excluir
    3. Por que você acha que a sua igreja proíbe a camisinha mesmo dentro do casamento, amiguinho?

      Excluir
  13. Minha opinião sobre o assunto, é de que a monarquia seria a solução para o país.

    Essa republica claramente não esta dando certo, alias ela nunca deu certo, alem de ter começado com um golpe militar sem apoio da população, tudo isso para tirar uma família do poder, que preferiu perder o trono a deixar que Seres Humanos continuassem a serem escravizados e tratados iguais a animais, quando que um presidente pensaria mais no povo do que nele mesmo NUNCA.

    Nossa republica é incapaz de dar condições de vida descente para nosso povo, e fora quase todo mundo odeia com fervor o governo e a classe politica. Como vamos continuar com um sistema que todos detestam?

    E ter um imperador tem a vantagem que ele agrega mais cultura para o país e atrai mais turistas. Na Inglaterra o turismo por causa da monarquia enche os bolsos do governo e nas demais monarquias não é diferente.

    A volta da monarquia traria um novo governo, novas leis, uma nova bandeira e hino e um novo recomeço para um país arruinado como o Brasil.

    O duro é que os monarcas iriam ser católicos, coisa que não sou ;) . Mais ninguém deve se preocupar pois nunca que eles oficializariam isso. já que uma enorme parcela atual do povo é de outras religiões. E eles respeitariam as outras religiões, e também devemos respeitar a deles.

    Ao contrario dos outros que se baseiam em coisas do passado, pra mim pouco importa se o Brasil era mais rico ou pobre do que país x na época do império ou tudo mais o que aconteceu, pra mim o que importa é o futuro, um futuro com um novo governo e recomeço para nosso país atualmente sem jeito. ☺

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. “Essa republica claramente não esta dando certo, alias ela nunca deu certo”

      Isso presume que algo anteriormente a isso deu certo, ou seja, a monarquia. Então a pergunta que deve ser feita é: quando foi que a monarquia deu certo?

      “...alem de ter começado com um golpe militar sem apoio da população”

      Golpe é um termo anacrônico para aquela época, mas stricto sensu, golpe é a subversão da ordem institucional, e neste sentido a própria Independência foi um golpe (contra Portugal), assim como a Dissolução da Assembleia ocorrida logo no ano seguinte por Dom Pedro I (1823) e a Maioridade (1840) após a abdicação de Dom Pedro I, expressamente anticonstitucional. E no entanto, esses “golpes” foram feitos no período monárquico e apoiados pelos monarquistas, que em grande parte também apoiam outro golpe (o de 1964), então esse argumento do “golpe” não procede.

      “...tudo isso para tirar uma família do poder, que preferiu perder o trono a deixar que Seres Humanos continuassem a serem escravizados e tratados iguais a animais, quando que um presidente pensaria mais no povo do que nele mesmo NUNCA”

      Hãm? O Brasil foi o ÚLTIMO país das Américas e da Europa a abolir a escravidão, só veio a aboli-la em pleno ano de 1888 depois de outros países já a terem abolido há várias décadas, ela existiu e continuou existindo durante praticamente TODO o período monárquico, e só foi acabar apenas um ano antes do fim da monarquia, e você ainda diz que a abolição era uma bandeira da monarquia e insinua que os republicanos eram contra? Se os monarquistas eram contra a escravidão, por que a permitiram por praticamente SETE DÉCADAS debaixo do nariz do imperador, sem nenhum uso do poder moderador do rei para acabar com ela, nem mesmo depois que os outros países já haviam acabado? E se os republicanos eram contra, então por que eles não voltaram com a escravidão depois que conquistaram o poder, o que seria relativamente fácil desde que isso havia ocorrido apenas um ano após a Lei Áurea? Sinceramente, os ÚLTIMOS que tem alguma moral para abrir a boca sobre o tema da escravidão são os monarquistas.

      “Nossa republica é incapaz de dar condições de vida descente para nosso povo, e fora quase todo mundo odeia com fervor o governo e a classe politica. Como vamos continuar com um sistema que todos detestam?”

      O ódio à classe política não tem nada a ver com um apoio à monarquia, não confunda as coisas. Em uma monarquia continuaria havendo eleições e partidos políticos. Continuaria havendo a “classe política”, e seria totalmente fantasioso pensar que a corrupção acabaria em um passe de mágica, do tipo: “Olha, temos um rei, então vamos parar de roubar, pessoal!”. Ingenuidade pura. Basta lembrar que da última vez que um plebiscito foi feito para tratar essa questão, na década de 90, o mesmo povo que já detestava a classe política votou esmagadoramente em favor do sistema republicano por saber que a monarquia era ainda mais absurda.

      Excluir
    2. “E ter um imperador tem a vantagem que ele agrega mais cultura para o país e atrai mais turistas. Na Inglaterra o turismo por causa da monarquia enche os bolsos do governo e nas demais monarquias não é diferente”

      Não dá pra comparar Brasil e Inglaterra, nenhum turista iria vir ao Brasil para ver um rei, da mesma forma que ninguém vai ao Gâmbia ou à Tailândia só para ver os reis dali. A Inglaterra é diferente por se tratar de um país rico de 1º mundo que tem a família real como um patrimônio cultural e histórico do país e, porque não, do mundo. É um caso totalmente diferente. Monarquia no Brasil não atrairia turistas, apenas aumentaria os gastos públicos com a família real (em um país que já tem o Estado inchado cheio de gastos desnecessários).

      “A volta da monarquia traria um novo governo, novas leis, uma nova bandeira e hino e um novo recomeço para um país arruinado como o Brasil”

      A bandeira e o hino não mudam nada. São aspectos externos puramente. Sobre as leis não dá pra comentar, porque elas ainda não existem, trata-se de especulação pura. Teria que apresentar uma lei para avaliar se a mesma é positiva ou não, em vez de dar um passe livre prévio para se aceitar qualquer coisa que um monarca decida como lei, como se uma lei fosse necessariamente boa pelo simples fato de ser sancionada por um imperador. Mas se o problema são as leis, elas podem ser mudadas na república mesmo. Basta que o Congresso as aprove, um processo semelhante ao que ocorreria na própria monarquia.

      “O duro é que os monarcas iriam ser católicos, coisa que não sou ;) . Mais ninguém deve se preocupar pois nunca que eles oficializariam isso. já que uma enorme parcela atual do povo é de outras religiões. E eles respeitariam as outras religiões, e também devemos respeitar a deles”

      Não sei não, hein.

      “Ao contrario dos outros que se baseiam em coisas do passado, pra mim pouco importa se o Brasil era mais rico ou pobre do que país x na época do império ou tudo mais o que aconteceu, pra mim o que importa é o futuro, um futuro com um novo governo e recomeço para nosso país atualmente sem jeito”

      Mas é pensando assim que tem gente que defende anarcocapitalismo, intervenção militar, volta da ditadura, comunismo, além da própria monarquia. Ou seja, todo mundo que está muito revoltado começa a apelar para teses estapafúrdias e mirabolantes pensando assim obter uma solução mágica e fácil para todos os problemas, e não é assim que as coisas funcionam. Eu entendo por que tanta gente caminha para extremos diferentes quando a situação do país vai mal; se costuma radicalizar e buscar qualquer alternativa nova pensando que quanto mais se distanciar do sistema vigente melhor vai ficar, mas a História mostra que não é assim que as coisas funcionam. Quase sempre quando alguém veio à tona em períodos de crise propondo alguma coisa radical e conquistou o apoio da massa popular, as coisas terminaram muito pior do que estavam. Hitler e o nazismo surgiram assim, por exemplo. Não que a monarquia seja tão ruim como o nazismo, mas mostra que mudanças radicais em um sistema em crise (como era a Alemanha da época imediatamente anterior ao nazismo e como é o Brasil hoje) podem não ser, de fato, soluções.

      Excluir
    3. A monarquia nom geraria mais gastos. Ao final, iriam cobrar o mesmo có presidente da República.
      E o nazismo foi soluçom até o início da guerra. A Alemanha passou de estar destruida e em crise a sela segunda potência mundial. Nem a China conseguiu um crescimento tam rápido, por moi doado que tu dis que lhes é. Jogos Olímpicos espetaculares, Autobahn, Volkswagen, reduçom do desemprego a praticamente zero, aumento dos bem-estar geral dos alemães (ariãos) cum salário digno, anexom democrática da Áustria, deixar de pagalas dívidas de a Primeira Guerra Mundial à França e ò Reino Unido, anexom de Memel e dos Sudetos... e, tudo isso, sem guerra. Os judeus eram tratados como escravos e exterminados, como tantas outras civilizações figérom ò longo da sua istória (a Inquisiçom espanhola, por exemplo).

      Excluir
  14. Pelo oque eu andei lendo a Espanha é uma monarquia parlamentarista em que o rei pode dissolver o parlamento, caso o mesmo fique preso em disputas intermináveis. Esse não seria um aspecto positivo e não faria com que o parlamento fosse mais eficiente e objetivo nas questões? Quanto a não filiação a partidos políticos, a continuidade nas políticas externas e o fato de termos sempre uma pessoa intelectualmente preparada para ser um chefe de estado, também não seriam pontos positivos do monarca? A Espanha tendo esse poder moderador é um país atrasado com relação ao resto da Europa. Enfim, sou cristão protestante e ainda não tenho uma posição definida sobre o tema.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. “Pelo o que eu andei lendo a Espanha é uma monarquia parlamentarista em que o rei pode dissolver o parlamento, caso o mesmo fique preso em disputas intermináveis”

      Sim, mas esse é um poder teórico, na prática isso não é levado a efeito, e se fosse encontraria forte resistência popular.

      “Esse não seria um aspecto positivo e não faria com que o parlamento fosse mais eficiente e objetivo nas questões?”

      Não necessariamente, isso apenas iria colocar todos sob uma atmosfera de medo, se fosse levado a efeito (como o parlamento norte-coreano, ou o venezuelano, ou o cubano, etc). Se ser “mais eficiente” significa abrir mão de suas convicções pessoais para aderir à vontade do governante soberano, eu prefiro não ser “mais eficiente”.

      “Quanto a não filiação a partidos políticos, a continuidade nas políticas externas e o fato de termos sempre uma pessoa intelectualmente preparada para ser um chefe de estado, também não seriam pontos positivos do monarca?”

      A política externa já é tratada pelo Ministro das Relações Exteriores, e o fato de existir um monarca não implica que ele seja sempre “intelectualmente preparado”, basta estudar um pouco de história para perceber o quanto existiam reis autoritários, tiranos, imorais, assassinos, loucos e extremamente incapazes de liderar uma nação, que eram tudo menos “intelectuais”. A noção de que todo rei é necessariamente um grande intelectual é um propagandismo dos monarquistas incompatível com a realidade.

      “A Espanha tendo esse poder moderador é um país atrasado com relação ao resto da Europa”

      Tem toda a razão.

      Excluir
  15. Excelente artigo, Muito bom!

    ResponderExcluir
  16. O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, mas não porque os Imperadores eram a favor, e sim porque os fazendeiros eram favoráveis a ela.Foi graças a isso que se deu o golpe de estado de 1889, pela abolição da escravidão. Se a Lei Áurea não tivesse sido sancionada, é provável que os fazendeiros - que tinham posse das terras - não se revoltariam. Isso é óbvio.
    Se a Princesa Isabel libertasse os escravos em 1900, a Proclamação da República ocorreria tempos depois.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, mas não porque os Imperadores eram a favor, e sim porque os fazendeiros eram favoráveis a ela"

      Primeiro: só havia tantos fazendeiros influentes no Brasil porque o Brasil era atrasado e fundamentalmente agrícola, diferentemente da Europa e América do Norte que já eram em grande parte industrializados. Segundo: se o imperador, com todo o poder que possuía, inclusive com o poder moderador em mãos, e com um congresso constituído fundamentalmente por monarquias leais ao imperador, era contra a escravidão mas mesmo assim não conseguia aboli-la nem mesmo décadas depois que as outras nações do mundo já a haviam abolido, então ele era enormemente INCOMPETENTE. E terceiro, os fazendeiros das outras nações também eram escravocratas e nem por isso essas outras nações demoraram tanto em abolir a escravidão.

      "Foi graças a isso que se deu o golpe de estado de 1889, pela abolição da escravidão"

      Sério mesmo? Eles deram um "gorpe" porque não queriam a abolição, e ao conquistarem o poder não fizeram o que queriam (=voltar com a escravidão)? Por que?

      "Se a Lei Áurea não tivesse sido sancionada, é provável que os fazendeiros - que tinham posse das terras - não se revoltariam. Isso é óbvio"

      Não, isso não é "óbvio". É um sofisma. Fazendeiros se revoltaram contra a monarquia porque depois de trocentas décadas eles finalmente aboliram a escravidão, então tomaram o poder e continuaram abolicionistas???

      "Se a Princesa Isabel libertasse os escravos em 1900, a Proclamação da República ocorreria tempos depois"

      Provas?

      Excluir
  17. Vale ressaltar que, também foi só durante a República Velha que começou para valer a industrialização, pois durante todo o Brasil império praticamente não havia indústrias, para se ter uma ideia, só no ano de 1889 havia pouco mais de 600 indústrias onde trabalhavam pouco mais de 50 mil operários, em 1920 esse número havia mais que triplicado para mais de 1.000 indústrias e fábricas (não sei dizer o número exato), e o número de operários saltou de 50 mil para quase 200 mil, havia só 1 porto em 1889, em 1920 esse número saltou para 8, havia pouco mais de 360 km de estrada que havia saltado para mais de 53 mil km de estrada! sem falar nas estradas de ferro que deram um salto de 8 mil km, para 33 mil km, em 1889 havia só 1 usina hidrelétrica, em 1920 esse número era de mais de 420! Sem falar nas epidemias de febre amarela que eram abundantes no Brasil império e só foram controladas na República, também foi na República que começou o processo de saneamento das cidades e a universalização do sistema de saúde e educação. Isso sem falar na liberdade religiosa que no Brasil império grupos de protestantes eram proibidos de pregar em público e haviam restrições aos templos religiosos, foi só na República que começou-se a dar mais liberdade as minorias religiosas, e ainda tem gente dizendo que a República brasileira só teve atraso, enfim excelente artigo.

    P.s. Nesse período (1889 - 1920) as exportações saltaram de 600 mil toneladas, para quase 2 milhões de toneladas.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito bem observado! Infelizmente quando eu escrevi esse artigo eu ainda não tinha todos os dados em mãos, depois eu acrescentei esse outro artigo com vários dados econômicos que simplesmente DESTROEM a ilusão monarquista:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/04/o-brasil-era-mais-rico-e-desenvolvido.html

      Como os índices mostram, o século XIX foi um século perdido para o Brasil, um século no qual o país ficou em relativa estagnação e sem industrialização; enquanto os Estados Unidos cresceram seis vezes seu PIB per capita neste período, o Brasil cresceu apenas duas vezes. Já no século XX (o tão atacado pelos monarquistas) o Brasil começou a crescer numa medida equivalente ao crescimento dos EUA no mesmo período, onde o PIB per capita brasileiro cresceu 12 vezes nesses cem anos, um feito que poucos países do mundo conseguiram. Mas mesmo assim continua atrasado em relação aos EUA, por culpa da ridícula monarquia que deixou nosso país absurdamente atrasado em relação aos EUA e a outros países durante o século XIX, diferença essa muito difícil de ser superada mais tarde.

      Excluir
    2. Verdade, se tem uma coisa que é um FATO CONSUMADO PELA HISTÓRIA é de que dos séculos XIX os Estados Unidos republicano protestante e laico se industrializaram bem antes do Brasil imperial católico, e ainda aboliram a escravidão quase 30 anos antes do Brasil, sem falar que a Escravidão já era ilegal em quase todo o Território Americano, apenas o Sul permitia, E se tem uma coisa que me deixa revoltado todo esse revisionismo histórico, mas como diz a terceira Lei de Newton, para cada ação existe uma reação, muito obrigado pelo artigo. E sem falar que enquanto no Brasil império os protestantes sofriam com a perseguição por parte do estado, Nos Estados Unidos os católicos desfrutavam de liberdade religiosa. Enfim muito obrigado pela refutação desses revisionistas tradicionalistas.

      Excluir
    3. Ps. O Estado laico também é uma invenção protestante, pois esse conceito de separação Igreja-estado e o conceito de liberdade religiosa são frutos da Reforma Protestante.

      Excluir
  18. Excelente artigo. Eu já estava meio preocupado sobre esse assunto. Porque muitos católicos fanáticos sempre trazem a imagem de que o Brasil no período da Monarquia Parlamentarista era uma "maravilha". O que não passa de uma utopia. Eles acham que se colocar um Rei tudo vai mudar e vai dá certo entre outros mais. Já cheguei a tentar debater com alguns fanáticos, porém eles apresentam aquela mesma atitude esquerdista que negam em ver a realidade. E sempre exibem obras e sites utópicos onde você só se ver aspectos positivos e nada negativos. Daí já é pra desconfiar. Eles até tem uma saudação: Avé império. Ficando nítido assim, que essa ideia parte de conservadores católicos que muitas vezes apresentam absurdidades sobre o protestantismo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É assim mesmo: já formaram praticamente uma seita. E até inventaram que o Brasil era mais rico que os EUA, o que eu refutei mais apropriadamente neste outro artigo que escrevi sobre o tema:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/04/o-brasil-era-mais-rico-e-desenvolvido.html

      Abs!

      Excluir
  19. Olá!
    Eu gosto dos seus artigos mas esse em questão tem alguns erros que você poderia consertar para não dar munição aos que você deseja refutar.Por exemplo, em alguns parágrafos você escreveu que o Brasil imperial foi o último país do mundo a abolir a escravidão. Não é verdade. A Arábia Saudita por exemplo só a aboliu tempos depois. E o último país do mundo que acabou com a escravidão, se não me engano, foi a Mauritânia, país africano,nos anos 80. E na sua lista de monarquias de 3o mundo atuais, identifiquei alguns que na verdade são repúblicas, como Camarões, Botswana e Gâmbia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelas observações, os erros já foram corrigidos no texto. Abs.

      Excluir
  20. Eu sou republicano,mas tenho amigos monarquistas.A monarquia só é aceitável na minha opinião:1)Se o estado permanecer laico 2)Se o imperador tiver poderes limitados,ele pode por exemplo destituir do cargo o primeiro-ministro e o congresso e convocar novas eleições em caso de crise grave.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

ATENÇÃO: novos comentários estão desativados para este blog, mas você pode postar seu comentário em qualquer artigo do meu novo blog: www.lucasbanzoli.com