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Mostrando postagens de novembro, 2015

Jerônimo e Agostinho debatendo sobre doutrina e interpretação bíblica

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Muitos católicos apontam as discussões teológicas entre evangélicos como uma “prova” de que somos divididos, porque, se fôssemos unidos, não discutiríamos coisa alguma relacionada à doutrina. Se este critério for levado a sério, então a própria igreja primitiva era “dividida”, visto que claramente os primeiros cristãos e os Pais da Igreja criam em muitas doutrinas diferentes um do outro e inclusive incorriam em erros doutrinários graves, como eu mostrei neste artigo . Aqui pretendo apenas exemplificar este ponto através da troca de cartas entre Jerônimo e Agostinho, mais especificamente na Carta 112 de Jerônimo, sem entrar no âmbito da discussão sobre quem na minha opinião estava certo e quem estava errado. Os dois exerceram cargos importantes na igreja, foram os maiores de sua época, são considerados santos pela Igreja Católica Romana e Ortodoxa, e são muito respeitados nas igrejas evangélicas também. Ou seja: não estamos falando aqui de um herege discutindo com outro herege,

Como a Igreja de Roma rachou a Igreja de Cristo

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Em 1054 d.C, a Igreja sofre o seu primeiro grande cisma, que é mais conhecido como o “Cisma do Oriente”, quando teoricamente a Igreja do Oriente se revolta contra a Igreja do Ocidente e se separa. Mas historiadores das mais diversas vertentes religiosas têm observado que esta é uma perspectiva distorcida dos acontecimentos, uma vez que reflete apenas a visão do próprio ocidente, isto é, dos católicos romanos. Na perspectiva dos ortodoxos, o cisma é na verdade “do Ocidente”, e não “do Oriente”, uma vez que quem rompeu a comunhão não foi o Oriente, mas o Ocidente. Se isso é verdade, é uma bomba atômica nas costas daqueles que acusam Lutero de “causar cisma”, já que eles mesmos causaram um cisma séculos antes. Um famoso site ortodoxo afirma: “Ao contrário do que alguns historiadores afirmam, o cisma é realmente ‘do Ocidente’, visto que foi a Igreja Romana quem se separou da comunhão de Fé das Igrejas Irmãs (...) De fato, a Igreja de Roma, graças a fatores essencialmente polí