Cinco perguntas ridículas que qualquer evangélico responde
Há alguns dias atrás um católico copiou na caixa de comentários deste blog um artigo intitulado: “Cinco perguntas que nenhum protestante consegue responder”. Quando eu vi o título deste artigo desafiador eu pensei: “Uau, este artigo deve ser tão bombástico e arrasador que nem os maiores apologistas evangélicos como Norman Geisler, Samuele Bacchiocchi, C. S. Lewis e William Lane Craig seriam capazes de refutar!”
Mas, para a minha decepção, depois que eu comecei a ler as tais “perguntas”, passei a rir e a pensar que se eu mantivesse esse título estaria enganando os leitores e passando falsas expectativas de bons argumentos católicos, razão pela qual eu tomei a liberdade de fazer uma singela mudança para: “Cinco perguntas ridículas que qualquer evangélico responde”, o que faz mais jus a perguntas que qualquer criança evangélica que tenha feito escolinha dominical é capaz de refutar.
As perguntas católicas vem de um tal “Prof. Carlos Ramalhate”, super renomado e com muita moral para elaborar perguntas “irrespondíveis” [/ironic]. Sem mais delongas, as perguntas (que são seguidas de um comentário do autor) seguem em vermelho, com as minhas respostas na sequencia.
1 - Por favor, diga-me uma razão para aceitar a Bíblia que um muçulmano não poderia usar para considerar o Corão inspirado por Deus.
R - Os católicos aceitamos a Bíblia como Palavra de Deus porque a Igreja que Cristo fundou e confiou a São Pedro (Mt 16,18), e que é a Coluna e Firmamento da Verdade (1Tim 3,15), diz que a Bíblia é Palavra de Deus. Como dizia Santo Agostinho, "creio nos Evangelhos porque a Santa Madre Igreja me diz para crer neles".
Em primeiro lugar, a Igreja verdadeira que é a “coluna e firmamento da verdade” (1Tm.3:15) nada tem a ver com a apóstata e caída Igreja de Roma. Se fosse a Igreja Romana a Igreja de Cristo, o Concílio ecumênico de Constantinopla (681 d.C) teria pensado duas vezes antes de declarar herege o bispo romano Honório I com a concessão de todos os bispos; Cipriano de Cartago teria tomado mais cuidado antes de chamar o bispo romano Estêvão de “amigo de hereges e inimigo dos cristãos”[1]; os bispos locais não teriam “repreendido Victor (bispo de Roma) com bastante energia”[2]após a carta de excomunhão feita pelo bispo romano e Tertuliano nem pensaria em chamar o bispo de Roma de “diabo”[3].
Em segundo lugar, a “resposta” do católico não resolve em nada a questão. Ele faz uma pergunta que ele mesmo responde e não responde direito. E se um muçulmano alegasse que Cristo passou seus ensinamentos não para Pedro, mas para Maomé, por revelação sobrenatural? Quem disse que os muçulmanos aceitam que Cristo instituiu uma instituição religiosa com sede em Roma? Esse argumento não serve para refutar muçulmano nenhum.
Em terceiro lugar, afirmar que uma instituição religiosa diz que a Bíblia é a Palavra de Deus não resolve a questão. Ainda trabalhando dentro dessa mesma analogia proposta pelo “Prof.” Ramalhate, um muçulmano poderia fazer o mesmo com o Alcorão e dizer que o Alcorão é a Palavra de Deus porque a Igreja institucional muçulmana diz que é. E aí? Como é que o católico irá conseguir contradizê-lo? Iria ter que provar por meio da história, da ciência, da lógica e da arqueologia que o Cristianismo é a religião verdadeira, e não o islamismo, porque afirmar por afirmar não significa nada.
E é exatamente este o ponto da questão: nós, cristãos, cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus não porque alguma instituição religiosa disse isso ou aquilo, mas por essas provas históricas, científicas, lógicas e arqueológicas que provam que o Cristianismo é verdadeiro. Como vocês podem conferir clicando aqui, toda a Bíblia é confirmada pela arqueologia. Como vocês podem conferir aqui e aqui, a ressurreição de Jesus é provada cientificamente e logicamente, e somente os cristãos creem na ressurreição de Jesus. Como vocês podem conferir aqui, temos fortíssimas provas históricas da autenticidade do Novo Testamento e também da confiabilidade dos relatos evangélicos, como vocês podem conferir aqui.
Portanto, definir que é a Bíblia e não o Alcorão a Palavra de Deus não é uma questão estupidamente ridícula e limitada ao ponto de apontar que “essa Igreja diz isso então eu creio nisso”, porque os muçulmanos poderiam fazer o mesmo e alegar que a Igreja deles afirma aquilo e então aquilo que é verdadeiro, e assim não sairíamos nunca do zero a zero. O próprio católico teria que lançar mão desses argumentos expostos acima se quisesse realmente provar alguma coisa a um muçulmano, o que prova que esse argumento fracassa em si mesmo.
2 - Por favor, diga-me porquê você aceita apenas uma parte da Bíblia (afinal, a lista de livros que compõem o Novo e o Antigo Testamento foi determinada ao mesmo tempo - aliás, junto com o título de Mãe de Deus para Nossa Senhora - e você aceita apenas parte do Antigo Testamento), e com que autoridade você o faz.
R - Os católicos aceitamos a Bíblia em sua íntegra porque a lista de livros que a compõem foi definida pela Igreja em 397 d.C., sob a autoridade do Sucessor de Pedro Papa São Dâmaso I.
É interessante notar que todos os comentários dele sempre começam com um sonoro: “os católicos aceitamos”, o que me faz questionar seriamente se ele é realmente um professor. Se for, com certeza não é de português.
Quanto à pergunta, a alegação de que o cânon foi fixado em 397 d.C derrota a si mesma, pois o cânon estabelecido no final do século IV pelos concílios de Hipona e Cartago não é o mesmo que foi estabelecido no Concílio de Trento no século XVI, que é aceito pelos católicos hoje. Até aquela época a versão das Escrituras utilizada no norte da África (onde foram realizados esses dois concílios) era a Antiga Latina, que era uma tradução para latim da Septuaginta. Nela, o livro de 1ª Esdras é um livro apócrifo, que não existe na Bíblia católica dos dias de hoje. Os concílios de Hipona e Cartago admitiram dois livros de Esdras no cânon. Um era esse, e o segundo é o Esdras-Neemias que temos hoje em separado nas Bíblias protestantes, ou como 1ª e 2ª Esdras nas Bíblias católicas.
Essa confusão dos livros ocorreu porque o Concílio de Trento usou como referência a Vulgata Latina, de Jerônimo, que foi o primeiro a fazer essa diferença entre os “Esdras”, e jogou esse 1ª Esdras presente na Septuaginta como um apêndice na Vulgata com o nome de “3ª Esdras”, fazendo assim com que Esdras e Neemias fossem 1ª e 2ª Esdras. O Concílio de Trento, então, ao afirmar canonicidade à 1ª e 2ª Esdras, está se referindo a Esdras e Neemias, enquanto que o Concílio de Cartago, ao afirmar canonicidade à 1ª e 2ª Esdras, baseando-se na Antiga Latina, está declarando canonicidade a este livro apócrifo de 1ª Esdras e também aos livros de Esdras e Neemias, que eram reconhecidos como sendo um só livro, com o título de “2ª Esdras”.
Então, o fato é que o Concílio de Trento não “reafirmou” nada; pelo contrário: ele inovou! Ele excluiu um livro presente como canônico nos concílios de Cartago e de Hipona, por causa de uma passagem que se opunha fortemente à oração pelos mortos, e isso faz com que a apelação católica aos concílios de Hipona e Cartago perca completamente o sentido, visto que há discrepâncias entre eles e Trento! Trento não reafirmou, Trento inovou! Portanto, o argumento católico de que o cânon bíblico deles é o certo porque foi defendido em Hipona e Cartago derrota a si mesmo, pois o cânon de Hipona e Cartago não é o mesmo cânon que os católicos têm hoje.
Em segundo lugar, embora no final do século IV as comunidades cristãs locais ao norte da África (onde foram realizados esses dois concílios) cressem na canonicidade dos livros apócrifos aceitos pelos católicos, a grande maioria das outras comunidades cristãs não aceitava a canonicidade de tais livros. Devemos ressaltar mais uma vez que os concílios de Hipona e Cartago não foram concílios ecumênicos (universais), mas locais (regionais), e, portanto, não refletem o pensamento de toda a Igreja da época, mas apenas daquela parte da África naquele tempo.
Para quem quiser conferir o que pensavam os Pais da Igreja das outras partes do mundo antes e depois daquela época, basta clicar aqui e aqui, onde eu mostro dezenas de citações de dezenas de Pais da Igreja e de listas do cânon bíblico excluindo por completo os livros apócrifos. O próprio Concílio de Laodiceia, que também foi regional e que ocorreu antes de Hipona e Cartago, mas na Ásia, e não na África, deixou de fora os livros apócrifos da lista de livros inspirados, o que pode ser conferido clicando aqui.
E para esmagar de uma vez por todas com essa falácia católica sobre o cânon, as palavras de Deus concernentes ao Antigo Testamento foram entregues aos judeus, e não à Igreja cristã:
“Que vantagem, pois, tem o judeu? Ou qual é a utilidade da circuncisão? Muita, de toda a maneira. Principalmente porque, na verdade, lhes foram confiados os oráculos de Deus. Que importa se alguns deles foram infiéis? A sua infidelidade anulará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso. Como está escrito: ‘De modo que são justas as tuas palavras e prevaleces quando julgas’” (Romanos 5:1-4)
Então a pergunta correta quanto ao Antigo Testamento não é o que a Igreja cristã pensa sobre quais livros são inspirados e quais não são, mas sim sobre o que os judeus consideram como parte do cânon bíblico, e os judeus nunca creram na canonicidade dos livros apócrifos, mas tem exatamente o mesmo cânon aceito pelos evangélicos. Em outras palavras, os judeus foram os responsáveis pelos “oráculos de Deus” do AT, e os cristãos foram responsáveis pelas palavras de Deus no NT, pelas Escrituras neotestamentárias, sua preservação e seu cânon. E essa Igreja cristã também não tinha nada de Igreja de Romana, como pode ser conferido clicando aqui.
3 - Por favor, diga-me porque a Bíblia teria precisado de quase 1600 anos para ser entendida corretamente, se ela é teoricamente algo que qualquer um pode ler e entender.
R - Os católicos sabemos que a Bíblia não é algo que qualquer um pode ler e entender sem ajuda (2Pd 3,16, At 8,31), e sabemos que Cristo confiou a São Pedro, o primeiro Papa, a tarefa de tomar conta de Seu rebanho, a Igreja (Jo 21,15-17). Nós seguimos o que os Sucessores de Pedro nos transmitem.
E quem disse que demoraram 1600 anos para compreenderem a Bíblia corretamente? A Bíblia era bem compreendida pelos apóstolos e pelos primeiros cristãos, e a grande maioria dos Pais da Igreja também compreendia a Bíblia corretamente e por essa mesma razão descria na maior parte das heresias católicas que viriam a surgir futuramente. É por essa razão que os Pais da Igreja rejeitavam a crença na imaculada conceição de Maria, na transubstanciação, na assunção de Maria, no purgatório, na imortalidade da alma, nos livros apócrifos, no primado do bispo romano, na infalibilidade papal, na tradição como tendo valor igual às Escrituras, dentre outras diversas doutrinas, as quais qualquer um pode ver provas documentais dos Pais da Igreja dizendo o contrário delas clicando aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aquie aqui.
Mesmo quando a Igreja papal medieval esteve absoluta no poder e falsificava a interpretação das Escrituras e corrompia o verdadeiro evangelho a seu bel prazer, ainda existia cristãos separados de Roma pregando o verdadeiro evangelho, como os morávios, os anabatistas, os valdenses e outros grupos menores que foram duramente perseguidos pela Igreja papal.
A mesma coisa aconteceu no Antigo Testamento com os judeus: a grande maioria deles se corrompeu por bastante tempo de modo que sobraram apenas sete mil joelhos que não haviam se dobrado diante de Baal (Rm.11:4). Se isso pôde ter acontecido com os judeus que tinham a promessa de Deus na Antiga Aliança, por que não poderia acontecer também com os cristãos na Nova Aliança? Nenhum escritor bíblico garantiu que a maioria estaria com a verdade e interpretando bem a Bíblia. Pelo contrário: Jesus disse que a porta da salvação é estreita e que poucos entram por ela (ou seja: a maioria se perde!), Paulo disse que assim como Deus não poupou os israelitas na Antiga Aliança também não pouparia os cristãos na Nova Aliança (Rm.11:17-22), e Jesus disse que estaria até mesmo entre dois ou três (Mt.18:20), não necessariamente junto à grande multidão, se esta tiver se desviado do Caminho, como de fato ocorreu.
Portanto, o fato de existir falsas igrejas (como a romana) adulterando a Bíblia com seus falsos ensinamentos e levando a maioria consigo não significa de modo algum que não possam existir grupos menores e em menor quantidade como aqueles sete mil joelhos que não se dobraram diante de Baal porque obedeciam a Escritura, ou melhor: a interpretavam corretamente.
Sobre o livre exame, favor se dirigir para este artigo, que deita por terra as pretensões católicas de que só o clero romano pode interpretar a Bíblia.
4 - Por favor, explique como alguém pode saber se entendeu a Bíblia corretamente, se ele só pode confiar na Bíblia, e em mais nada; afinal existem cerca de 30.000 seitas protestantes no mundo, cada uma entendendo a Bíblia de maneira diferente e todas achando que estão certas.
R - Os católicos sabemos que é a Igreja que Cristo fundou e confiou a São Pedro (Mt 16,18), e que é a Coluna e Firmamento da Verdade (1Tim 3,15), quem tem a missão de ensinar (Mt 28,19), e que as Escrituras não devem sofrer interpretação particular (2Pd 2,20), pois quem o faz comete erros que o conduzem à perdição (2 Pd 3,16). Assim, sabemos que a explicação feita pela Igreja está certa, e está errada qualquer interpretação diferente desta.
Dessa vez não vou nem comentar sobre “os católicos sabemos”, pois o pior não é isso, mas a repetição exaustiva dos mesmos versos bíblicos já exaustivamente comentados e explicados, como a passagem de Mateus 16:18, a da coluna e sustentáculo da verdade e a das portas do inferno que não prevaleceriam contra a Igreja. Os católicos repetem e repetem e repetem essas passagens como mantras espirituais até a exaustão, como em uma verdadeira lavagem cerebral, como se estivessem robotizados a repetirem sempre esses mesmos versos bíblicos com a mesma interpretação grotesca já completamente refutada. Mas não adianta: eles vão continuar repetindo tudo mesmo assim.
Sobre a pergunta propriamente dita, o fato de existirem 30 mil igrejas ou denominações evangélicas (não sabemos o tanto exato, pois os católicos sempre trazem listas diferentes) não significa que todas elas diferem umas das outras em doutrinas essenciais da fé. Quando muito, divergem em assuntos periféricos, isto é, secundários, como guarda de dias, vida após a morte, costumes, forma de batismo, posições escatológicas ou cooperação humana na questão da salvação. Mas todos concordam umas às outras nos assuntos principais da fé: de que Jesus morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, na Santíssima Trindade, na salvação somente pela graça através somente da fé, nas Escrituras como única regra de fé e prática, em um evangelho Cristocêntrico de adoração e veneração somente a Deus, onde Ele é o único digno de toda a honra e toda a glória.
Podemos divergir sobre quando ocorrerá o arrebatamento da Igreja, mas todos cremos no principal: que Jesus irá voltar. Podemos divergir sobre o que acontece entre a morte e a ressurreição, mas todos cremos no principal: na ressurreição e na vida eterna. Podemos divergir sobre a cooperação humana na salvação, mas todos cremos no principal: na soberania divina e na responsabilidade humana. Podemos divergir na forma de batismo, mas todos cremos no principal: que o batismo deve ser efetuado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo para trazer à pessoa uma vida nova, regenerada. Podemos divergir sobre o uso dos dons espirituais, mas todos cremos no principal: que os dons existem. Podemos divergir sobre vários assuntos secundários, mas todos cremos no principal: que possuímos um único Deus e um único Senhor (1Co.8:6), e não vários “senhores” e uma “Nossa Senhora”, como no catolicismo.
E o próprio Paulo falou que era bom que existissem divergências doutrinárias em assuntos secundários da fé, para que os aprovados fossem revelados:
“Em primeiro lugar, ouço que, quando vocês se reúnem como igreja, há divisões entre vocês, e até certo ponto eu o creio. Pois é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam conhecidos quais dentre vocês são aprovados” (1ª Coríntios 11:18-19)
Esse texto de Paulo deixa claro que as divergências em assuntos secundários como ocorre nas Igrejas evangélicas é necessário, para que os aprovados sejam conhecidos. Então, quando a Bíblia prega contra a divisão ela está se referindo aos assuntos centrais da fé, aos temas primários, e não aos secundários. Para aquela época ela estava se referindo, por exemplo, aos hereges gnósticos que negavam que Jesus veio em carne (2Jo.1:7), ou aos outros hereges que ensinavam que a ressurreição já tinha ocorrido (2Tm.2:18). Ou seja: assuntos centrais, primordiais, essenciais, dos quais depende toda a doutrina, e não temas secundários e periféricos como ocorrem nas Igrejas evangélicas e Paulo diz concordar em parte.
Além disso, na própria Igreja Católica há divisão em assuntos secundários. Uns são preteristas, outros futuristas e pré-tribulacionistas. Uns creem no dom de línguas exatamente como no pentecostalismo evangélico, outros descrêem neste uso do dom ou creem que existiu somente no século I. Uns creem no “cair no Espírito”, os outros creem que isso é bobagem. E a lista vai longe. Apenas para citar algumas das divergências:
Católicos tradicionais | Católicos carismáticos |
O batismo com o Espírito Santo não é um acontecimento desassociado do batismo nas águas | Existe um batismo nas águas e outro no Espírito, que ocorrem em momentos diferentes na vida do cristão |
O dom de línguas refere-se a línguas idiomáticas humanas | O dom de línguas refere-se a “línguas dos anjos”, ininteligível |
O dom de línguas não existe nos dias de hoje, mas serviu para aquela época apostólica | O dom de línguas continua existindo até hoje |
Não existe “cair no Espírito” | Existe “cair no Espírito” |
Não existem retiros de cura interior e libertação | Existem retiros de cura interior e libertação |
Posição escatológica preterista | A maioria adota o futurismo |
Não existe salvação fora da Igreja Católica Romana | Existe salvação fora da Igreja Católica (inclusive entre os evangélicos, que são considerados “irmãos”) |
Não admite nenhuma influência vinda do protestantismo | Foi fortemente influenciada por livros e pastores protestantes no início do próprio movimento carismático |
Antes os católicos costumavam responder a essas alegações protestantes afirmando que “a RCC não é catolicismo”, que “eles não são católicos de verdade” e coisas semelhantes, mas recentemente o papa Francisco trollou todo esse pessoal fanático ao dizer que a Renovação Carismática Católica faz muito bem à Igreja Católica. Ele disse:
“Eu vou dizer uma coisa: nos anos 1970, início dos 1980, eu não podia nem vê-los. Uma vez, falando sobre eles, disse a seguinte frase: eles confundem uma celebração musical com uma escola de samba. Eu me arrependi. Vi que os movimentos bem assessorados trilharam um bom caminho. Agora, vejo que esse movimento faz muito bem à igreja em geral. Em Buenos Aires, eu fazia uma missa com eles uma vez por ano, na catedral. Vi o bem que eles faziam. Neste momento da igreja, creio que os movimentos são necessários. Esses movimentos são um graça para a igreja. A Renovação Carismática não serve apenas para evitar que alguns sigam os pentecostais. Eles são importantes para a própria igreja, a igreja que se renova”[4]
Ele deixa bem claro que a RCC serve para “frear” a onda de conversão dos católicos à comunidade evangélica, em especial ao pentecostalismo, e para isso criaram um movimento “pentecostal” dentro deles mesmos para manterem os fieis ali. Mas agora o papa Francisco vai além e afirma que ele não serve apenas para isso, mas para renovar a própria Igreja Católica, o que fulmina com a tese daqueles que antes pregavam que esse movimento era herético e condenado pelo papa. Já cansei de debater com católicos que davam esse tipo de argumento. Não sei onde eles se esconderam depois disso. Um deles criou um site-Disneylandia sobre o preterismo, os outros devem ter morrido.
Para terminar, o fato de muitos interpretarem a Bíblia diferente de outros não significa que a Bíblia não possa ser interpretada pelas pessoas ou não tenha uma interpretação correta, da mesma forma que muitos matemáticos podem errar uma operação matemática, mas isso não significa que essa conta não tem resposta ou que a resposta correta esteja sujeita a algum Instituto da Matemática infalível para determinar a questão. Divergências existem pelas mais diversas razões, principalmente porque muitos ainda colocam as tradições humanas acima das Escrituras em seus corações, priorizando uma interpretação considerada histórica – ainda que falsa – do que o ensino puro e genuíno da Bíblia. Mas são os métodos exegéticos e hermenêuticos que podem demonstrar se alguém interpretou a Bíblia certo ou errado, e não alguma instituição religiosa em particular – e muito menos a Romana.
5 - Por favor, prove usando apenas a Bíblia que ela é o que você considera que ela seja (ou seja, a única fonte de Verdade Revelada, composta pelos livros que você aceita, todos eles e só eles). Claro que todo mundo sabe que a Bíblia é Palavra de Deus, boa para o ensino, etc. e tal, mas por favor, tente provar que ela é a única fonte de Palavra de Deus, composta pelos livros que você aceita, todos eles e só eles.
R - Ao contrário dos protestantes, que acreditam na heresia chamada "Sola Scriptura", segundo a qual apenas a Bíblia é Palavra de Deus, os católicos sabemos que além da Bíblia, que não tem toda a Palavra de Deus e não está completa, (Jo 20,30-31; Jo 21,25; 2Ts 2,14), há ainda a Tradição Oral, também revelada por Deus, que deve ser seguida (2 Ts 2,15; 2Ts 3,6; 2Tm 1,13; 1 Cor 11,2; Gl 1,14, 1Tm 6,20; 2Tm 1,14; 2Tm 2,2, etc.). O próprio São Paulo, em At 20,35, cita palavras de Cristo que não estão em nenhum dos Evangelhos , dizendo aos bispos de Éfeso que eles devem lembrar-se delas. Sabemos ainda que os livros que compõem a Sagrada Escritura são os que a Igreja determinou em 397 d.C., mais de mil anos antes dos primeiros protestantes arrancarem sete livros de suas bíblias em 1517 d.C.
É uma agressão e uma blasfêmia que alguém que não sabe nem escrever um português correto ouse atacar a Palavra de Deus afirmando que ela não está completa, ou seja: que Deus deu a nós uma Palavra incompleta, insuficiente. Apenas blasfemadores creem nisso. Ateus também. Mas o apóstolo Paulo disse expressamente o contrário:
“Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. Porque desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e plenamente preparado para toda boa obra” (2ª Timóteo 3.14-17)
“Perfeito” aqui vem da palavra grega “artios”, que significa:
739 αρτιος artios
de 737; TDNT - 1:475,80; adj
1) provido, suprido.
2) completo, perfeito.
Portanto, Paulo aqui atesta e confirma que as Escrituras fazem o homem “completo, perfeito, provido, suprido” (significados de artios) para a salvação (v.15), ensino (v.16), correção (v.16), repreensão (v.16) e instrução na justiça (v.16)! Se as Escrituras fossem insuficientes, então a Bíblia não faria o homem de Deus “completo”, mas incompleto; não faria com que ele fosse “suprido”, mas carente de uma tradição oral; e não o tornaria “perfeito”, mas imperfeito, visto que o homem só seria completo e perfeito para a salvação se fosse complementado com a tradição oral. Assim, como o meu amigo Matheus Oliveira mostrou com perfeição, esses versos em uma versão católica deveriam ficar deste jeito:
“Porque desde criança você conhece as Sagradas Escrituras e a Sagrada Tradição, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, porém insuficiente para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, sendo necessária a Sagrada Tradição para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2ª Timóteo 3:15-17 na Bíblia dos Sonhos dos Católicos, compre já a sua, católico)
Por isso, a alegação de que possuímos uma Bíblia “incompleta” e “insuficiente” não é argumento – é blasfêmiacontra a Palavra do Senhor.
Com relação à outra parte do “argumento”, eu até hoje quero entender o porquê que os católicos tanto insistem que os evangélicos mostrem um verso bíblico que afirme a Sola Scriptura. Alguém urgentemente precisa explicar a esse pessoal que Sola Scriptura não é uma doutrina, mas um princípio de que todas as doutrinastêm que estar na Bíblia. Sola Scriptura não é uma “outra doutrina”, mas meramente uma afirmação: de que as doutrinas têm que ter base bíblica.
E esse princípio nós podemos provar por vários meios, um dos quais eu mostrei neste artigo, seguindo as premissas do silogismo:
E esse princípio nós podemos provar por vários meios, um dos quais eu mostrei neste artigo, seguindo as premissas do silogismo:
• Existem duas formas de se chegar ao que foi ensinado originalmente por Jesus e por seus apóstolos: por aquilo que foi transmitido oralmente e por aquilo que foi escrito.
• Aquilo que foi transmitido oralmente se perdeu com o tempo e passou por acréscimos, mudanças e alterações ao longo dos séculos, ou seja: corrompeu-se. Igual ocorreu com a tradição oral judaica, que foi duramente repreendida por Jesus (Mt.15:3-6; Mc.7:3-9).
• Aquilo que foi transmitido por escrito – e que está guardado nas Sagradas Escrituras – conservou-se preservado e inalterável ao longo dos séculos até hoje.
• Portanto, se somente a transmissão escrita preservou-se, temos uma base sólida para o princípio da Sola Scriptura – somente as Escrituras.
E cada um destes pontos foi extensivamente argumentado naquele artigo. Mas para quem ainda insiste que temos que mostrar versos bíblicos Sola Scripturistas, recomendo este artigo onde eu resumo rapidamente cinco pontos bíblicos em favor da Sola Scriptura, e este artigo onde eu faço uma exegese mais completa do verso que acabamos de conferir, o de 2ª Timóteo 3:15-17, refutando as contra-argumentações católicas quanto ao mesmo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É com certa tristeza que escrevo este artigo, pois confesso que fiquei animado quando li que se tratava de “cinco perguntas que nenhum evangélico responde”, e esperava algo a mais além daquelas mesmas falácias, dos mesmos sofismas e das mesmas ladainhas de sempre. Nenhum novo “desafio” pela frente. Mesmo assim, talvez esse artigo possa ajudar a esclarecer estes pontos ao amigo leitor, e, quem sabe, ajudar um católico a perceber pela primeira vez na vida que estes argumentos que eles consideram tão bombásticos são na verdade ridículos, que qualquer evangélico responde.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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- O Cristianismo em Foco (Reflexões cristãs e estudos bíblicos)
- Estudando Escatologia (Estudos sobre o Apocalipse)
- Desvendando a Lenda (Refutando a Imortalidade da Alma)
[1]Cipriano, Epístola 74.
[2]Eusébio de Cesareia, HE, Livro V, 24:9.
[3] Tertuliano, Contra Práxeas, 1.
[4]Veja a entrevista completa em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/07/1318313-se-uma-pessoa-e-gay-e-busca-deus-quem-sou-eu-para-julga-lo-diz-papa.shtml>
Lucas parabéns, ótimas respostas.
ResponderExcluirSandro
Valeu, um abraço!
ExcluirSó para corrigi-lo, irmão Lucas Banzoli, creio que a construção frasal "Os católicos sabemos", utilizada pelo comentador católico anônimo, não é incorreta.
ResponderExcluirTrata-se de fenômeno linguístico pouco utilizado entre nós, falantes do Português, mas em tudo correto, chamado de "SILEPSE DE PESSOA". Confira: http://pt.wikipedia.org/wiki/Silepse#Silepse_de_pessoa.
Creio que você fará bem em reconhecer esse erro; isso só provará seu sincero interesse na busca da Verdade e sua humildade cristã em admitir eventuais equívocos como esse, ainda que de somenos importância.
No mais, acho o conteúdo dos seus textos muito coerentes, porque não "pega leve" com as heresias de Satanás. Acabei de conhecer o site e achei muito bom; louvo a Deus pela sua iniciativa corajosa, porque são poucos os que têm um chamado apologista como esse e coragem suficiente para exercê-lo.
Apenas recomendo que continue tendo prudência e cuidado, o que sei que você tem, ao se referir aos católicos e adeptos de outras seitas que aqui registram seus comentários, tendo a delicadeza de não ridicularizá-los. Como sabemos, muitos estão com o entendimento obscurecido pelo "deus deste século" (2Co 4.4). Então nossa luta deve ser contra Satanás e os seus argumentos, conselhos e fortalezas que se levantam contra o conhecimento de Deus (2Co 10.5), daí porque não devemos ridicularizar ninguém, por mais obstinado que seja.
Desejo edificação e sabedoria de Deus para sua vida, especialmente na realização deste trabalho.
Grande abraço. Graça e Paz!
prezado Jonathan
ExcluirLc 9. 49-50; portanto a PALAVRA DO SENHOR tem de ser defendida a todo custo e sem meias palavras ou artifícios adocicados para não machucar o "pobre coitado" do outro lado. Lembres-se que satanás pode utilizar de diversos meios para ridicularizar o evangelho.
Lucas em frente e sem temor (deixo-lhe Lc 12. 12)
Que o ALTÍSSIMO seja contigo. Paz.
Excelentes artigos e excelentes explicações!
ResponderExcluirParabéns.
Deus abençoe.
Fernanda
Obrigado, Deus lhe abençoe também.
ExcluirLucas se voce tiver, me passa o endereço desse tal de Rafael Rodrigues de Salvador.
ResponderExcluirEu não tenho o endereço dele.
Excluiracho que quando você está estudando você não está vendo bem o outro lado da moeda pois a igreja não está dividida pois não existe isso de católico classico e católico renovado. É perguntar para o corintiano o que ele acha do São Paulo
ResponderExcluirEntão me explique as divergências entre os católicos da RCC e os católicos tradicionais, e principalmente sobre quem está certo e QUEM ESTÁ ERRADO, e por fim por que o papa tolera esses erros se ele pode perfeitamente bem acabar com todo esse problema através de uma declaração oficial em ex cathedra definindo infalivelmente aquilo que é o certo.
ExcluirIrmão Lucas,
ResponderExcluirPeço desculpas porque o julguei mal. Percebi que o irmão realmente é coerente quando afirma que nós, evangélicos, podemos ter divergências tais como guarda de dia (o que faz diferença entre um dia e outro, para o Senhor o faz e aquele que não o diferencia também para o Senhor o faz e dá Graças a Deus). Com isto aprendi o significado de livre exame/interpretação das Escrituras. Não é porque o(s) fundador(es) de determinada denominação tenham determinada posição sobre alguns pontos difíceis da Bíblia que eu ou você deve concordar. Por exemplo, o irmão parece ser adventista, mas não é porque os adventistas geralmente crêem que a guarda do domingo é a marca da besta que o irmão tenha que concordar e com isto condenar os irmãos evangélicos que guardam também o domingo em detrimento do sábado. Posso não concordar com tudo que o irmão ensina, mas o nosso fundamento é o mesmo, o qual não pode ser substituído, a saber Jesus Cristo, o único e suficiente salvador! Amém!
Oi Jacob, como eu disse anteriormente, eu não sou adventista (mas está certíssima a lógica que você emprega). Abraço!
ExcluirGosto muito de seus artigos! são esclarecedores e a cada dia eu aprendo muito com eles. admiro sua coragem e seu vasto conhecimento das escrituras Sagradas!!!!
ResponderExcluirObrigado, Deus lhe abençoe!
ExcluirLucas, por incrível que pareça, a expressão "os católicos sabemos" pode ser considerada correta.
ResponderExcluirIsso eu aprendi da forma mais difícil, classifiquei como "errada" uma frase contendo "os brasileiros somos..." e por isso não pontuei em uma questão na prova de português da escola.
Grato pela informação.
ExcluirParabéns pelo artigo. Só uma complementação, caso eu não tenha entendido errado. A parte principal da pergunta 4 me pareceu ser "confiar na Bíblia, e em mais nada", que você não respondeu. Mas para mim é claro que isso nunca existiu em uma igreja protestante, pois a simples ajuda mútua na interpretação de um texto, ou seja, você abrir o que você entendeu para outros que partilham da mesma fé, já é algo a mais além da leitura da Bíblia. Além disso, também tem-se uma tradição doutrinária aberta a qualquer momento para discussões dentro do protestantismo, porém esta sempre fica em posição secundária à autoridade da palavra. Além disso, temos o Espírito Santo que nos ajuda e testifica em nós qual a verdadeira interpretação da palavra. Ou seja, há um certo problema no entendimento do Sola Scriptura, que eles julgam como extremamente restritivo. Quando se diz somente em português dá realmente o entendimento de único, e, já de cara, são cinco Solas. Porém, dentro do conceito de Sola Scriptura que você descreve, realmente o entendimento fica mais abrangente, já que não há a possibilidade de doutrina que possa ser chamada de cristã que contrarie ou mesmo negue o que está escrito.
ResponderExcluirAcho que lhe faltou compreender a lógica da primeira questão. Espero que aceite esse post. O X não é um debate Cristão x Muçulmano. Realmente, não faria sentido usar esse argumento contra os Muçulmanos, mas a questão abordada é para Católicos x Protestantes. Leia pela ótica Protestante e não pense em momento algum que a resposta é para os Muçulmanos e assim você entenderá. Vamos lá: O Protestante que não crê na Igreja Católica, poderia muito bem também crer no Alcorão, afinal, se Deus não deixou nenhuma autoridade para que nos possa assegurar qual é o livro sagrado, ficamos reféns de acreditar em homens que escreveram dizendo que são "livros inspirados por Deus". Ou seja, tanto a Bíblia quanto o Alcorão ou outros livros religiosos dizem exatamente a mesma coisa então estão no mesmo patamar. Maomé também existiu e há fatos históricos, arqueológicos e tudo mais que corroboram o que está no Alcorão. Buda também existiu. Então para onde corremos? Como eu vou saber qual Livro está certo se não por uma instituição deixada pelo próprio Cristo afirmar isso? Você crê que os livros da Bíblia são inspirados da mesma forma que o Muçulmano crê que o Alcorão foi inspirado, pelo simples fato de que alguém disse. Então qual a diferença do Muçulmano e do Protestante? Se Cristo não deixou uma instituição para nos assegurar que aquilo ou aquilo outro foi inspirado ou não, então não temos como ter certeza de nada e saber o que foi inspirado ou não. Não faz mais sentido ser Cristão do que Espírita ou Muçulmano, afinal, todos baseados apenas em livros que juram terem sido inspirados por algo Sobrenatural. Ou você crê que Jesus deixou uma instituição para nos indicar qual livro é certo e qual não, ou você está sujeito a crer em qualquer livro que se diz inspirado por Deus. Escrevi rapidamente pois estou sem tempo, mas espero que tenha compreendido melhor a questão. Abraços!
ResponderExcluirBoa tentativa, mas você que não entendeu o quanto a pergunta é sem nexo. Vamos de novo à pergunta:
Excluir“Por favor, diga-me uma razão para aceitar a Bíblia que um muçulmano não poderia usar para considerar o Corão inspirado por Deus”
Sua resposta:
“Porque Cristo instituiu a instituição católica romana”
Isso por acaso é uma razão que o muçulmano não poderia usar para validar suas próprias doutrinas? É lógico que não, porque ele também poderia responder:
“Porque Maomé instituiu o Islã”
Ou seja, o argumento oferecido por vocês para “aceitar a Bíblia” é da mesma classe de argumentos que é oferecido pelos muçulmanos para “considerar o Corão”. Apenas troca-se “Jesus” por “Maomé”, e “catolicismo” por “islamismo”. Não funciona.
Mas a resposta que eu e os evangélicos em geral damos é muito mais convincente, na verdade, é a única que REALMENTE distingue uma fé de outra à vista dos de fora, sem igualar ambas as religiões: uma coisa chamada EVIDÊNCIAS. Nós cristãos temos evidências da veracidade da Bíblia que não existem no Corão, como você pode conferir amplamente no meu outro blog (sobre ateísmo):
http://ateismorefutado.blogspot.com.br/
São evidências históricas, arqueológicas, científicas, lógicas e filosóficas que apontam para a veracidade da Bíblia, e não do Corão. Recomendo a leitura do livro “Não tenho fé suficiente para ser ateu”, de Norman Geisler e Frank Turek, o melhor livro já escrito para refutar o ateísmo, best-seller no mundo todo, sendo que os autores em momento nenhum apelam ao sofisma que você defende, mesmo porque sabem que se trata de uma falácia barata que não prova nada. Em vez disso, argumentam como eu expus aqui. Mostram todas as profecias bíblicas que se cumpriram, as que apontam para Cristo como o Messias, refutam os erros do Islã, mostram todas as evidências da ressurreição de Jesus (crença que os muçulmanos não têm), e assim por diante.
É assim que se prova de verdade a veracidade da Bíblia, e não com um argumento sofista e falacioso de “Jesus instituiu a minha igreja em particular”, coisa que os muçulmanos podem dizer o mesmo em relação a Maomé, e que os ortodoxos efetivamente fazem o mesmo em relação à igreja deles. Portanto, são vocês que crêem na Bíblia “pelo simples fato de que alguém disse” (neste caso, o magistério romano); nós cremos a partir das evidências.
Abs.
Funciona assim:
ResponderExcluir-Creio que a Bíblia é a palavra de Deus porque o Magistério infalível assim determinou. Creio que o Magistério é infalível porque está escrito na Bíblia, a palavra de Deus, em São Mateus.
- Mas quem interpretou infalivelmente o texto bíblico chegando à conclusão de que a pessoa de Pedro - e não a sua confissão, ou o próprio Cristo - é a pedra, e que isso implica numa sucessão infalível?
-Oras, o Magistério infalível.
Enfim, para confirmar e afirmar mediante o texto bíblico que o Magistério Romano possui uma linhagem de apóstolos infalíveis, é antes necessário deixar de lado o Magistério infalível e interpretar vc mesmo, subjetivamente, a Bíblia. E é claro, para chegar a essa conclusão é preciso deixar de lado também todo o contexto, a gramática e os fatos históricos que contradizem essa afirmação.
Exatamente isso...
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