Desmascarando o monstro moral e mais cinco mitos católicos sobre a Inquisição
A refutação ao monstro moral
está na parte final do artigo (o 5º tópico, para quem não tiver tempo de ler
tudo até chegar lá). Muitos dos mitos que serão desmascarados aqui já foram
expostos em artigos anteriores, mas, mesmo assim, dado o fato de que os astronautas
tridentinos permanecem ensinando essas mentiras a seus leitores burros e
desinformados, refutarei aqui mais uma vez.
1) A Igreja não
matava ninguém. Era o Estado malvadão que matava as pessoas, e a Igreja não
tinha nada a ver com isso.
Sim, por incrível que pareça, em
pleno século XXI, ainda tem gente jogando toda a culpa para o Estado! Isso já
foi completamente refutado em meu artigo intitulado "O
cão de guarda da Inquisição", onde eu provo com documentos históricos
da própria Igreja que o Estado só matava porque a Igreja mandava que o Estado
matasse. Simples assim.
O Quarto Concílio de Latrão
(1123), por exemplo, determina que os hereges sejam entregues às autoridades
seculares, para a “devida punição”:
“Nós
excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a fé santa, católica
e ortodoxa que temos exposto acima. Condenamos todos os hereges, quaisquer que
sejam os nomes que podem ir abaixo. Eles têm rostos diferentes, mas na verdade
suas caudas são amarradas juntas, na medida em que são similares em seu
orgulho. Que aqueles condenados sejam
entregues às autoridades seculares presentes, ou aos seus oficiais de justiça,
para a devida punição”[1]
Portanto, embora seja verdade
que era o poder secular que matava os “hereges”, era a Igreja que entregava essas pessoas ao poder secular, em vez
dela ser essa coisa boazinha que se opunha às autoridades civis malvadas, como
os apologistas católicos costumam pintar. A Igreja Romana pregava abertamente a
“censura eclesiástica”, na qual as
autoridades seculares eram compelidas a exterminar os “hereges” da terra deles:
“Que
as autoridades seculares tenham isso em conta e, se for necessário, que sejam obrigados pela censura
eclesiástica, se desejam ser reputados por fieis, que façam um juramento
público pela defesa da fé no sentido de que vão buscar, na medida do possível, exterminar (exterminare) das terras sujeitas a sua jurisdição a todos os hereges
designados pela Igreja. Portanto, cada vez que alguém é promovido a autoridade
espiritual ou temporal, está obrigado a confirmar este artigo com um juramento”[2]
Embora nas traduções que
consultei do referido concílio (para o português e para o espanhol) conste a
palavra “expulsar”, eu conferi que o
original em latim traz o termo exterminare,
que eu acho que ninguém precisa ser expert em latim para saber o que significa.
Os tradutores católicos, tentando suavizar a monstruosidade do concílio, mudam
as palavras para se ajustar à versão mais “tolerante” da Igreja moderna. Note
ainda que o mesmo cânone diz que quando alguém é promovido a autoridade
espiritual ou temporal ela se torna OBRIGADA a confirmar este artigo (que manda
exterminar os hereges) sob juramento.
Nada que se pareça com o poder civil matando contra a vontade da Igreja!
O mesmo concílio insano ainda
ameaça severamente as autoridades civis que rejeitarem seguir essas ordens para
matar os hereges:
“Se,
contudo, um senhor temporal, que recebeu as instruções exigidas pela igreja, se
esquecer de limpar o seu território desta porcaria herética, ele deve ser vinculado com o vínculo de
excomunhão dos bispos metropolitanos e outros da província. Se ele se
recusa a dar satisfação dentro de um ano, a mesma será comunicada ao Sumo
Pontífice para que ele possa, em seguida, declarar
seus vassalos absolvidos de sua fidelidade para com ele e tornar a terra
disponível para ocupação dos católicos para que estes possam, depois de ter
expulsado os hereges, não fazer oposição e preservar a pureza da fé”[3]
O cânone acima é
autoexplicativo. A autoridade civil que se recusasse a “limpar seu território”
dos hereges (=exterminar todos eles) seria primeiro excomungada, e se mesmo
assim ela continuasse se recusando a seguir a ordem da Igreja este senhor
feudal perderia a sua propriedade(!), todos os seus vassalos estariam livres de
obedecê-lo e ocupariam as terras deste senhor a la MST, para então fazer o que este senhor não fez: acabar com os
hereges. Os católicos que assim agissem, exterminando os hereges, ganhariam a
mesma indulgência prometida para aqueles que lutassem nas Cruzadas, ou seja, a
Igreja bancaria o assassinato do cidadão, concedendo-lhe indulgência:
“Católicos
que tomam a cruz e avançam para cima a fim de exterminar os hereges gozarão da
mesma indulgência, e reforçadas pelo mesmo privilégio santo, como é concedido
para aqueles que vão para o auxílio da Terra Santa. Além disso, determinamos
excomunhão aos crentes que recebem, defendem ou apoiam os hereges”[4]
O Manual dos Inquisidores
retrata isso com perfeição. Há uma parte de perguntas e respostas, que trata
precisamente deste assunto. O interlocutor repete uma afirmação de cunho
popular, e em seguida o inquisidor refuta:
Alegação – Ressalta-se que este ou
aquele príncipe condena judeus à morte: portanto, isso não é uma tarefa da
Igreja, mas do poder civil.
Refutação – O fato de serem
condenados à morte pelos príncipes não exclui a Igreja de fazer o mesmo, se
achar válido, depois do processo. Por outro lado, a Igreja deve intervir para
condenar onde, justamente, reis e príncipes tenham a audácia de proteger os
judeus. Sem a Igreja, sob o pretexto de
que cabe ao poder civil condenar, esses hereges seriam, na verdade, protegidos.
(p.
64-65)
Como está óbvio na resposta do
inquisidor, o poder civil só matava os hereges porque a Igreja os obrigava a
matar. Ele deixa claríssimo que se não fosse pela Igreja esses hereges seriam protegidos, ou seja, não seriam mortos.
Eles eram mortos porque a Igreja Assassina queria que eles fossem mortos.
Simples assim.
Em outra parte do Manual, há
outra alegação e refutação, que se segue:
Alegação – Os especialistas em
Direito Civil lembram o princípio de que ‘ninguém deve provocar tumulto nas
províncias sob o pretexto de fazer investigações sobre heresia: cabe, portanto,
ao governo se ocupar disto’. E concluem: se os judeus atacam a religião, é
problema dos judeus e do poder civil, ninguém deve se envolver.
Refutação – Este argumento não significa nada. Entende-se, por este
princípio do Direito Civil, que o inquisidor não deve se envolver com as
questões civis durante as investigações (que são, efetivamente, da competência
do poder civil); ele não quer dizer que cabe ao poder civil definir quando e
como o inquisidor deve instaurar processos. É possível que este princípio seja
interpretado no sentido mencionado anteriormente, em uma ou outra região: mas as leis daí decorrentes devem ser
consideradas como obstáculos ao exercício da inquisição, e, consequentemente,
devem ser anuladas. (p. 65)
Mais uma:
Alegação –
Finalmente, os especialistas em Direito Civil dizem que, a rigor, cabe ao poder
civil e ao bispo, juntos, e não ao inquisidor, julgar o delito canônico. Se é
cometido por judeus ou por cristãos, continua a ser um delito: a questão é,
portanto, da competência do poder civil também, e não exclusivamente do bispo.
Refutação – Voltemos aos textos
conciliares e pontíficos: cabe aos bispos e inquisidores, juntos, convocar,
julgar e condenar. E aos civis, executar
as sentenças da inquisição, principalmente, quando a punição implica
derramamento de sangue. Não existe nada pior do que esse tipo de argumento. (p. 65-66)
Como vemos, eram os próprios
inquisidores (autores do Manual dos Inquisidores) que refutavam expressamente a
alegação de que a morte dos hereges era de competência exclusiva do poder
civil. Eles queriam o mérito dos assassinatos para a conta da Igreja; afinal,
matar os hereges era um grande serviço a Deus na visão desses psicopatas
católicos. Aos civis cabia apenas executar
as sentenças da inquisição, ou seja, executar o herege na fogueira, no
“auto da fé”.
2) Não havia
tortura na inquisição (ou: havia tortura, mas coisa leve).
Essa é tão ridícula e descarada
que basta ler o Livro das Sentenças da Inquisição, escrito por Bernardo Guy (um
famoso inquisidor medieval), para perceber as máquinas e técnicas de tortura
que eram utilizadas pelos inquisidores, e ver se eram “leves” mesmo. Vejamos
algumas:
“O
suspeito ‘suficientemente torturado’ era aquele que recebia tormentos de
gravidade comparável à gravidade dos indícios, sem confessar. O ‘máximo justo’
era duas séries completas de torturas durante 15 dias, um instrumento diferente
por dia. O potro e a polé eram as torturas mais empregadas. O potro era uma
mesa de ripas onde o paciente, depois de amarrado nas pernas e braços, tinha as
carnes cortadas pela pressão das cordas arrochadas. A polé suspendia a vítima,
com pesos nos pés, deixando-a cair bruscamente sem tocar no chão; ela no mínimo
acabava com os ossos quebrados”[5]
“Na
Espanha, favoreciam-se três em particular. Havia a toca, ou tortura pela água,
na qual se forçava água pela goela da vítima abaixo. Havia o potro, onde a
vítima era amarrada num ecúleo com cordas apertadas, que podiam ser apertadas
mais ainda pelo torturador. E havia a garrucha, ou polia, versão espanhola do
strappado italiano. Nesse procedimento, amarravam-se as mãos da vítima às
costas e depois a penduravam pelos pulsos numa polia no teto, com pesos
amarrados nos pés. Levantavam-na muito devagar, para maximizar a dor, depois
baixavam-na alguns pés, com uma brusquidão e violência que deslocavam os
membros. Não surpreende que muitas vítimas ficassem permanentemente aleijadas,
ou com a saúde cronicamente prejudicada. Não era raro, claro, que viesse a morte.
Se vinha, julgava-se que fora incidental, mais uma infeliz concomitante ou
subproduto da tortura que uma consequência direta dela”[6]
“A
maioria dos presos do Rio de Janeiro confessou ter sido herege em alguma época
de sua vida. D. Brites de Lucena passou mais de dois anos nos cárceres antes de
denunciar seus filhos e filhas. Após ter sido submetida ao tormento,
denunciou-os como crentes na Lei de Moisés. Apesar de o Regimento do Santo
Ofício indicar que o tormento a que as mulheres deveriam ser submetidas era a
polé, as cristãs-novas do Rio de Janeiro foram submetidas ao potro. Para esse
tormento, era necessário que se tirasse a roupa das vítimas – o que, segundo o
Regimento, atenuaria contra a ‘honestidade’ das mulheres. Mais de 30 mulheres
fluminenses, de meninas de 13 anos a senhoras de mais de 60 anos, foram
submetidas ao tormento”[7]
“Da.
Mencia de Luna, sevilhana, filha de portugueses, irmã e esposa de penitenciados
neste auto, delicada jovem de vinte e seis anos de idade, tendo morrido durante
as torturas, à segunda volta da roda...”[8]
“Eram
três os tipos de torturas usadas regularmente pela Inquisição: a da garrucha
(roldana), a do cavalete e a do fogo. Considerando que a agudeza das dores se
faziam acompanhar de lamentos tristes e gritos ingentes, conduzia-se a vítima a
um sótão chamado câmara de torturas, a fim de que os lamentos não chegassem ao
exterior”[9]
“Para o
suplício da garrucha, ou roldana, pendurava-se no teto justamente uma roldana,
passando por ela uma corda grossa de cânhamo ou esparto. Tomavam do réu e
deixando-o em trajes menores, punham-lhe grilhões, atavam-lhe nos tornozelos
cem libras (cinquenta quilos) de ferro e, amarrando-lhe os braços às costas com
cordel, prendiam-no à corda pelos pulsos. Mantendo-o nessa posição, punham-no ereto,
enquanto os juízes o admoestavam secamente para que dissesse a verdade. De
acordo com a gravidade do delito, davam-lhe até doze arrancões, deixando-o cair
de chofre, mas de tal modo que nem os pés nem os pesos tocassem o solo, para
que o corpo recebesse maior sacudida”[10]
“Na
tortura do cavalete, também chamado de água e cordéis, ficando o réu despido da
forma já mencionada, estendiam-no de rosto para cima sobre um cavalete ou banco
de madeira, onde lhe prendiam os pés, as mãos e a cabeça, a fim de que se não
pudesse mover. Em seguida, forçavam-no a beber alguns litros de água,
deitando-a aos poucos por uma cinta que lhe introduziam na boca a fim de que,
atingindo a água a garganta, lhe provocasse ânsias e desespero de um afogado”[11]
“Para o
suplício do fogo, punham o réu de pés nus no tronco e, untando-lhe as plantas
com banha de porco, aproximavam delas um braseiro ardente. Quando se queixava
demasiadamente de dor, interpunham entre os pés e o braseiro uma tábua,
ordenando-lhe que confessasse. Reputava-se esta tortura a mais cruel de todas”[12]
“Por
bula de Paulo III, a duração do suplício não podia ir além de uma hora e se a
Inquisição da Itália não costumava atingir esse tempo, na da Espanha, que se
orgulhava se suplantar a todas no zelo da fé, estendia-se a tortura por cinco
quartos de hora. Costumava ocorrer de a vítima, pela intensidade da dor, perder
os sentidos, estando para isso prevenido o médico, que informava o Tribunal se
o paroxismo era real ou fingido, e sob sua orientação interrompia-se ou se dava
andamento ao martírio. No caso de o réu manter-se na negativa, vencendo a
tortura, ou quando, tendo confessado, não ratificava dentro de vinte e quatro
horas sua confissão, aplicavam-se-lhe até três suplícios, com intervalo de apenas
dois dias entre um e outro”[13]
“Quando
não eram suficientes nem as persuasões nem os ardis para que o réu, com ou sem
verdade, se confessasse culpado, apelavam os inquisidores à tortura, mesclando
o rigor com a simulação. Porque, além de ameaçá-lo com o prolongamento
indefinido do suplício, faziam-no crer, quando já tinha sofrido durante o tempo
estipulado, que suspendiam o ato por ser tarde ou por outra razão parecida,
visando infundir-lhe mais medo. Os legisladores que autorizavam esta prática
tiveram ao menos a equidade de dar por expiadas com ela as evidências, e
deixavam sair livre ao réu que se mantinha na negativa. A Inquisição, porém,
para não ser menos feroz que outros tribunais, que nestes casos impunham a pena
extraordinária, condenavam-no ainda à prisão perpétua ou a alguns anos nas
galeras. Desse modo, a infeliz vítima, talvez inocente, ficando não raro
incapaz de qualquer movimento, devido ao deslocamento dos ossos na roldana, à
opressão do peito e outros agravamentos no cavalete e à contração dos nervos no
castigo do fogo, tinha que padecer a afronta de se ver amontoado e confundido
com a gente mais sórdida”[14]
“Como a
Inquisição tornou seus os vícios dos demais tribunais, levando-lhes quase
sempre vantagem, nas leis das torturas destacou sobremaneira seu rigor.
Primeiramente, não contente de obrigar o réu a confessar seu delito e denunciar
os cúmplices, obrigava-o ainda a revelar suas intenções. Assim sendo, mesmo que
revelasse durante a tortura tudo que pudesse estar afeto ao conhecimento do tribunal,
ele era ainda torturado até que se declarasse diante dos homens tão mau quanto
os juízes o supunham diante de Deus. Havia outrossim prática adicional mais
desumana. Quando o mesmo réu confessava arrependido sua intenção perversa e
denunciava os cúmplices, aplicava-se-lhe nada obstante o suplício sempre que
alguns deles negassem sê-lo. Portanto, tão torturado era o réu confesso quanto
o que se obstinasse na negação da culpa”[15]
“As leis
humanas pouparam sempre as mulheres da tortura, levando em conta sua delicadeza
física e em respeito ao pudor. O Santo Ofício, porém, tripudiava sobre estas
ponderações. Se as mulheres presas desrespeitassem o silêncio absoluto que
devia reinar nos cárceres da Inquisição, eram despidas e açoitadas”[16]
“A
maioria das formas de tortura – instrumentos preferidos como o ecúleo, o
saca-unhas, o strappado e a tortura da água – evitavam o deliberado
derramamento de sangue. Aparelhos desse tipo parece terem sido idealizados para
causar o máximo de dor e o mínimo de sujeira”[17]
Vale lembrar ainda,
como já foi mostrado nos artigos anteriores, que a Inquisição tinha autorização
para torturar em países ou cidades cujo poder civil não autorizava a tortura em
nenhum caso, e que no poder civil era proibido que mulheres, crianças e velhos
fossem torturados, enquanto na Inquisição não havia privilégios: todo mundo era
igualmente torturado, fosse ele criança, idoso, mulher ou o que fosse.
3) As penitências
eram apenas “coisas espirituais”, como o jejum...
Pura mentira! Um simples jejum
nunca era uma penitência imposta pelo Santo Ofício. Mesmo quando um indivíduo
era “inocentado”, ou seja, mesmo quando abjurava e não morria na fogueira, no
mínimo ele era açoitado e preso, além de ser humilhado pelo resto da vida com o
uso do sambenito, como nos conta Michael Baigent em sua obra clássica sobre a
Inquisição:
“Mesmo
o mais brando dos castigos, a penitência, às vezes era severo. A mais leve
penalidade – imposta àqueles que voluntariamente se apresentavam durante o
‘período de graça’ e confessavam – era a chamada ‘disciplina’. Até onde
permitia a decência (e o clima), o herege confesso era obrigado todo domingo a
despir se e aparecer na igreja carregando uma vara. Num determinado ponto da
missa, o padre o açoitava com entusiasmo perante toda a congregação reunida”[18]
“O
castigo não terminava aí, porém. No primeiro domingo de cada mês, o penitente
era obrigado a visitar toda casa em que se encontrara com outros hereges e, em
cada uma, era de novo açoitado. Nos dias santos, além disso, exigia-se que o
penitente acompanhasse toda procissão solene pela cidade e sofresse mais
açoites. Essas provações eram infligidas à vítima pelo resto da vida, a menos que o Inquisidor, que há muito haveria
partido, voltasse, se lembrasse dele e o liberasse da sentença”[19]
“Outra
forma de penitência, julgada igualmente leve e misericordiosa, era a
peregrinação. Tinha de ser feita a pé, e muitas vezes durava vários anos,
durante os quais a família do homem bem podia morrer de fome. Havia duas formas
de peregrinação. A menor implicava uma caminhada até dezenove santuários
espalhados por toda a França, em cada um dos quais o penitente era açoitado. A
peregrinação maior envolvia uma longa viagem do Languedoc a Santiago de
Compostela, a Roma, a Colônia, a Cantuária. No século 13, penitentes eram às
vezes enviados em peregrinação à Terra Santa como cruzados, por alguma coisa
entre dois e oito anos. Se sobrevivessem, exigia-se que trouxessem consigo na
volta uma carta do Patriarca de Jerusalem ou Acre, atestando seu serviço”[20]
“Os
hereges confessos podiam ser também obrigados a usar, pelo resto da vida, por
dentro e por fora, uma grande cruz açafrão costurada no peito e nas costas de
seus trajes. O penitente era assim exposto a constante humilhação, ridículo e
escárnio sociais, além de ocasional violência. As pessoas estigmatizadas com
tais cruzes eram ostracizadas pelas outras, que relutavam em fazer qualquer
tipo de negócio com elas. As moças achavam impossível conseguir maridos”[21]
“Tais
eram os castigos mais brandos, impostos por misericórdia àqueles que
confessavam voluntariamente seus pecados e delatavam outros”[22]
Recomendo entusiasticamente a
leitura do livro “Anais da Inquisição de Lima”, escrito por Ricardo Palma, que
teve acesso a todos os documentos da Inquisição em Lima e registrou quase todos
eles em seu livro. Essa é uma obra essencial e de leitura obrigatória a
qualquer um que tiver interesse em estudar o assunto. Na parte de
penitenciados, a penitência NUNCA,
NUNCA, NUNCA era apenas um jejum. Quase sempre a pena era algo como 100 ou
200 chibatadas e algum tempo na prisão de Valdívia (às vezes perpetuamente),
isso sem falar no confisco total ou parcial dos bens. Apenas para expor algumas
das pessoas penitenciadas:
“Juan de
Estrada, que se fizera passar por familiar do Santo Ofício, foi punido com cem
açoites”[23]
“Diego
Marrón, mestiço, sofreu duzentos açoites porque atemorizou certas testemunhas
que depunham contra um compadre seu”[24]
“Pedro
Hernández, escrivão, jactava-se de livrar-se facilmente sem quebrar os grilhões
e correntes, de possuir uma hacanéia que andava trinta léguas num dia, e outras
coisas que cheiravam a pacto com o demônio; por essas torpes jactâncias padeceu
duzentos açoites e o desterro para as Índias, como castigo pela impenitência”[25]
“Frei
Gaspar de la Huerta, mercenário, ordenado nas ordens menores, por fingir-se de
sacerdote para dizer missa, tendo assegurado a alguns frades que lhe aparecera
um menino chamado Salvadorico: foi condenado à abjuração de vehementi, degradação, duzentos açoites
e a servir cinco anos nas galeras a remo e sem soldo, como castigo por ser
relapso”[26]
Para rir um pouco:
“Em 1810
a Inquisição manteve encerrado por seis meses, num calabouço, um negro que
ganhava o pão passeando pelas ruas de Lima cães, gatos, ratos, marmotas,
macacos e outros animais que ensinara a dançar e fazer outras peripécias. Isso
só podia ser arte do diabo!”[27]
Se até um adestrador
de animais era punido por seis meses na prisão, imagine o que passava o cidadão
que fazia o “mal supremo” na cabeça dos inquisidores: falar alguma “heresia”!
A lenda de que os
penitenciados pela Inquisição recebiam apenas “punições espirituais” ganhou
fama na internet por meio de uma citação solta, supostamente atribuída a Régine
Pernoud, mas sem citar livro nenhum, capítulo nenhum, página nenhuma, enfim,
nada. Citação típica de embusteiros, que querem colocar palavras na boca de
historiadores famosos, sem nenhum escrúpulo. Os católicos repetem essa suposta
citação à exaustão, mesmo sem saber se é verdadeira ou falsa. Ela é
provavelmente falsa, mas, independentemente de ser verdadeira ou falsa, basta
ler as atas da Inquisição para perceber que seu conteúdo é uma
afirmação falsa, e é isso que importa. Ninguém saía “ileso” da Inquisição. Na
pior das hipóteses era queimado vivo lentamente (após ser torturado
cruelmente), e na melhor das hipóteses era açoitado ou preso por um bom tempo.
4) A Inquisição
salvou vidas!!!
Sim, por incrível que pareça, o
site de picaretas e vagabundos autointitulados “catequistas” inventou a lenda
de que “a Inquisição salvou vidas”, porque o julgamento do Estado “era muito
pior”. A ideia é que a própria população fazia justiça com as próprias mãos,
então a Igreja resolveu disciplinar o negócio evitando que muitas pessoas
morressem. Em resposta a essa mentira estúpida, deve ser observado que o Estado
não perseguia ninguém por “crime de
heresia”. O “crime” de heresia era investigado especificamente pelo tribunal do
Santo Ofício, não pelo Estado. Bastaria a Igreja dizer que heresia não era um crime, e pronto: ninguém
mataria mais ninguém. A Igreja fez isso? Não. Em vez disso, preferiu manchar
suas mãos de sangue inocente.
Quanto ao povo, tal reação só
havia porque a Igreja incentivava. Naquela
época não havia outros meios de influência senão a Igreja. Não havia mídia, não
havia imprensa, não havia escola pública para todos com professores seculares e
separados da Igreja para competir com a Igreja. Tudo, tudo, absolutamente tudo
na vida pública era regido pela moral da Igreja. Em outras palavras, a própria
Igreja criou esse ambiente de intolerância. A moral católica regia o mundo na
época, e o povo pensava o que a Igreja queria que o povo pensasse.
Os padres tacavam a culpa nos
judeus por qualquer coisa ruim que acontecesse, até a Peste Negra foi colocada
na conta dos judeus, que supostamente teriam “envenenado os poços” das cidades.
A mesma demonização que foi feita pelos nazistas contra os judeus era feita
pela Igreja na Idade Média. A Inquisição foi simplesmente a institucionalização
dessa demonização e intolerância da própria Igreja. Para ver como a moral da
Igreja era racista e segregacionista, basta ler o que diz o Concílio de
Florença, que impôs uma discriminação covarde contra os judeus convertidos, os
quais eram proibidos de prosseguir com seus costumes judaicos sob a ameaça dos
inquisidores e do “auxílio do braço secular”:
“Os
convertidos devem ser proibidos, sob pena de severas sanções, de enterrar seus
mortos de acordo com o costume judaico ou de observar de alguma forma o sábado
e outras solenidades e rituais de sua seita. Em vez disso, eles devem
frequentar nossas igrejas e sermões, tal como os outros católicos, e
conformar-se em tudo aos costumes cristãos. Aqueles que mostrarem desprezo a
isso devem ser delatados aos bispos
diocesanos ou aos inquisidores de heresia por seus párocos, ou por outros
que lhe são confiadas por lei ou costume antigo sobre tais assuntos. Deixem-nos serem punidos, com o auxílio do
braço secular se necessário, para dar exemplo aos demais”[28]
Se essa era a situação do judeu convertido, imagine como era a vida do
judeu comum! Felizmente, você não precisa imaginar nada. O próprio concílio
responde isso por nós:
“Além
disso, renovamos os cânones sagrados, que ordenam os bispos diocesanos e os
poderes seculares a proibir em todos os sentidos judeus e outros infieis de ter
cristãos, homens ou mulheres, em suas famílias prestando serviços, ou como
enfermeiros de seus filhos, e os cristãos de entrar com eles em festas,
casamentos, banquetes ou banhos, ou em muita conversa, ou em tomá-los como
médicos ou agentes de casamentos ou mediadores nomeados oficialmente de outros
contratos. A eles não devem ser dadas outras repartições públicas, ou admitidos
a quaisquer graus acadêmicos. Eles estão proibidos de comprar livros
eclesiásticos, cálices, cruzes e outros ornamentos de igrejas, sob pena da
perda do objeto, ou a aceitá-los em penhor, sob pena de perda do dinheiro que
emprestou. Eles estão obrigados, sob severas penas, de usar algum vestuário em
que possam ser claramente distinguidos dos cristãos. A fim de evitar relações
sexuais mútuas, eles devem habitar em áreas distantes, nas cidades e vilas que
estão para além das residências dos cristãos e o mais distante possível de
igrejas. Nos domingos e outras festas solenes que não se atrevam a abrir suas
lojas ou trabalhar em público”[29]
A moral racista e
segregacionista da Igreja e seu discurso de ódio aos judeus é o que tornava a população
histérica contra eles. A Igreja, em vez de pregar o amor e a tolerância,
pregava o ódio e o segregacionismo, que obviamente só podia resultar nos
atentados da própria população contra os judeus e outros grupos considerados
“heréticos”. Como atesta o historiador Luiz Nazario:
“O
antijudaísmo disseminou-se através dos meios de comunicação de massa
monopolizados pela Igreja: teatro religioso, mistérios, sermões, panfletos. Só
as pregações de Santo Antônio de Lisboa, conhecido no século XIII como o ‘Martelo
das heresias’, eram ouvidas por auditórios que chegavam a 30 mil pessoas. Os
sacerdotes moldavam o imaginário popular com uma série de acusações, sempre as
mesmas: os judeus teriam crucificado Cristo, sofrendo como castigo a diáspora
pelo mundo; matariam crianças inocentes, bebendo-lhes o sangue nos rituais de Pessach; profanariam hóstias sagradas e
flagelariam para prejudicar colheita e saúde dos cristãos; praticariam a usura,
a idolatria e a sodomia”[30]
“A
influência exercida sobre a massa pelo clero inculto, que vivia de missas,
confissões, procissões e pregações, era tremenda. O combate ao pecado e à
heresia era a razão de sua existência. O baixo clero doutrinava diretamente os
crentes, que não conheciam outros letrados. E esse baixo clero atiçava a
população contra os cristãos-novos em panfletos de grande virulência”[31]
Assim, a Igreja Católica criou o
ambiente de intolerância e mais tarde institucionalizou os crimes bárbaros que
se cometiam contra os não-católicos.
5) Usar o “Manual
do Inquisidor” não vale, porque ele foi prefaciado pelo Leonardo Boff!!!
Essa é a objeção mais engraçada,
que sempre me mata de rir a cada vez que um novo palhaço tenta desqualificar o
Manual dos Inquisidores porque foi prefaciado pelo Leonardo Boff. Logo depois que
eu publiquei meu artigo sobre o livro (veja
aqui), um zumbi tridentino argumentou e eu respondi:
Como o meu artigo teve um
alcance superior a 15 mil pessoas, deu coceira nos ouvidos de muito apologista
católico que começou a ranger os dentes de desespero e a buscar o primeiro
pretexto para desqualificar o livro. E o mais usado foi o do Leonardo Boff, por
ter sido quem prefaciou a obra na tradução para o português. Isso é para vocês
verem o tamanho do desespero dos caras, depois que viram que a Inquisição deles
foi completamente desmascarada com uma fonte deles mesmos.
Como se não bastasse, o monstro
moral covarde e medroso, sem ter coragem de se meter diretamente comigo, fica
dando indiretinhas adolescentes no facebook, como essa pérola abaixo:
O cidadão realmente não cansa de
levar paulada. Depois de ser surrado sobre imortalidade da alma (veja
aqui), ser surrado sobre o primado do bispo romano (veja
aqui), ser surrado sobre a tradição católica (veja
aqui) e ser surrado sobre a inquisição (veja
aqui), o sujeitinho colocou o rabo entre as pernas e não tem mais coragem
de se meter diretamente comigo, preferindo ficar dando indiretas em
comentariozinhos cômicos no facebook que demonstram o quão palhaço e fracassado
ele é. Eu não deveria continuar perdendo tempo com um traste imundo desses, mas
apenas para resumir as respostas:
1) O
Directorium Inquisitorum de Eimeric tem 942 páginas, enquanto esta palha
prefaciada por Leonardo Boff tem apenas 253. Não precisa nem saber ler para ver
a diferença entre um e outro.
E daí, bobão? Quem te disse que
a editora é obrigada a publicar todas as 942 páginas do livro? Ela decidiu publicar
aquilo que considerou mais relevante, as 253 páginas onde Eymerich fala sobre
os métodos usados pelos inquisidores contra os “hereges”. A editora não é
obrigada a publicar a obra inteira, ela quis publicar 253 páginas do livro e
isso por si só é suficiente para mostrar a aberração da Inquisição que você
defende (imagina se usássemos todas as 942 páginas!). Cabe a você provar que as
páginas que eles traduziram eles traduziram errado, ou que as páginas que eles
não traduziram refutam tudo aquilo que as que eles traduziram dizem. Como você
não é capaz de fazer nem uma coisa nem outra, vem com esse desculpinha de
pilantra que é.
2) O que
os ignorantes estão chamando de "fonte primária", nada mais é do que
uma ficção feita pelo Iluminista André Morellet que recortou trechos da obra de
Eimeric e adicionou lendas e contos e publicou com o título de "Manual dos
Inquisidores".
Que burro, dá zero pra ele!
Primeiro reclamam que o livro é do Boff (que só fez o prefácio e não o livro),
depois jogam toda a culpa em um tal André que morreu há duzentos anos e que não
escreveu NEM UMA VÍRGULA do Manual em questão. Morellet escreveu uma obra
satírica do Manual, que não
foi usada de base para o livro publicado em português e prefaciado por Leonard
Boff. A obra que eu tenho simplesmente traduziu do original em latim de Nicolau
Eymerich (o Directorium Inquisitorum)
com os acréscimos do outro inquisidor, Francisco Peña. Já a obra satírica de
Morellet NÃO TEM TRADUÇÃO PARA O
PORTUGUÊS.
O leitor pode facilmente
conferir as citações de Eymerich nesta
tradução em espanhol (que vem sem os acréscimos de Peña e sem o prefácio de
Boff) e também no original em latim (disponível
aqui, também sem o prefácio do Boff!). Abaixo segue um print da versão que
eu uso, que não tem nada de André Morellet, como o caluniador barato afirma:
E agora, burrão?
3 -
Qualquer editora que pretendesse fazer ou traduzir uma obra séria, e em
história real, jamais chamaria Leonardo Boff.
Puro ad hominem, que eu sequer deveria me prestar a responder. Mas se o
pilantra não gosta da tradução em português porque essa tradução foi prefaciada
pelo Boff, eu tenho uma dica, criatura: NÃO
LEIA O PREFÁCIO!!! Pule e vá direto para o capítulo 1! Viu só como é
fácil? Vai parar de chorar agora?
Ainda sobre o Boff, já que o
embusteiro ama desprestigiar todo o livro por causa do prefácio feito por ele há
23 anos atrás, que aproveite e explique para nós o porquê que o papa
Francisco consultou Leonardo Boff para escrever sua nova encíclica (veja
aqui), isso há apenas dois anos atrás. Quer dizer: Leonardo Boff ajudar o
papa numa encíclica escrita há apenas dois anos atrás PODE, está tudo certo com isso e não desqualifica a obra, mas se o
mesmo Leonardo Boff prefaciar uma obra HÁ 23 ANOS ATRÁS aí NÃO PODE, aí toda a obra está desqualificada por causa do prefácio
do cara! O que fazer com um vagabundo desses? Internar num hospício? Talvez já
esteja.
4 -
Eimeric é um dos inquisidores mais citados por historiadores como opositor do
uso de tortura.
Mano do céu, esse sujeito se
esquece de tomar os remédios tarja preta dele?
Vejamos o que diz o “grande
opositor da tortura”, e agora eu não vou usar a versão em português prefaciada
pelo Boff, mas a versão em espanhol que o Boff nem tocou:
Está aí, UM CAPÍTULO INTEIRO SOBRE A TORTURA, escrito pelo próprio Nicolau
Eymerich, dizendo exatamente as mesmas coisas que eu passei no artigo anterior.
Os prints são das páginas 37 a 44 que podem ser conferidas aqui:
Agora só resta ao apologista
católico mentiroso e canalha sustentar que esse Manual não vale porque ele não
sabe espanhol, ou então pesquisar bem a fundo para ver quem escreveu o prefácio
deste, a fim de desqualificá-lo também.
No fundo, fica a questão: como
um rato desses, um animal miserável, que SABE
que está mentindo, prefere mesmo assim enganar seu público apresentando
Eymerich como um “opositor da tortura”, quando o mesmo tem um capítulo inteiro
instituindo a mesma em seu próprio Manual? Como um ser humano chega a tal ponto
de mediocridade que passa a mentir tão habitualmente, tão malandrosamente e tão
descaradamente assim? Que ele é um monstro moral, nós
já sabemos. Mas isso é pior: além de monstro moral, é um picareta de elite,
um pilantra de primeira, um embusteiro profissional, um charlatão que vive de
suas cretinices. Dificilmente irá surgir no mundo da apologética um ser tão
medíocre, tão frouxo, tão covarde e tão canalha quanto Rafael Rodrigues.
Paz a todos vocês que estão em
Cristo.
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[1] Decretos
do Quarto Concílio de Latrão, 1215.
[2] Decretos
do Quarto Concílio de Latrão, 1215, Cânon 3.
[3]
ibid.
[4]
ibid.
[5] NAZARIO,
Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de
massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 80.
[6] BAIGENT,
Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição.
Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 90-91.
[7] GORENSTEIN,
Lina; CALAÇA, Carlos Eduardo. Na Cidade e
Nos Estaus: Cristãos-novos do Rio de Janeiro (Séculos XVII-XVIII). In: Ensaios sobre a intolerância: inquisição,
marranismo e anti-semitismo (ed. GORENSTEIN, Lina; CARNEIRO, Maria Luiza
Tucci), 2ª ed. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2005, p. 124.
[8] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 33.
[9] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 46.
[10] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 46.
[11] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 46.
[12] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 46-47.
[13] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 47.
[14] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 47.
[15] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 47.
[16] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 47.
[17] BAIGENT,
Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição.
Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 45.
[18] BAIGENT,
Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição.
Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 48.
[19] BAIGENT,
Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição.
Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 48.
[20] BAIGENT,
Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição.
Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 49.
[21] BAIGENT,
Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição.
Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 49.
[22] BAIGENT,
Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição.
Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 50.
[23] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 21.
[24] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 21.
[25] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 22.
[26] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 22.
[27] PALMA,
Ricardo. Anais da Inquisição de Lima.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 35.
[28] Concílio
de Florença, 1431-1445.
[29]
ibid.
[30] NAZARIO,
Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de massa.
São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 42-43.
[31] NAZARIO,
Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de
massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 65-66.
First!
ResponderExcluirIf I told you that you're truely loved, how it'd make you feel my one? From your birth I know you. If I told you that you are unique in me? I designed your very being. You're the only one who is you. I made you for a reason...
ResponderExcluirOk.
ExcluirCaro Lucas , sou um cristão reformado calvinista você poderia escrever um artigo sobre as " bruxas de salém "ouvi nesta semana um católico reivindicado uma suposta inquisição protestante você poderia falar sobre isso ? Graça e PAZ
ResponderExcluirFalei sobre isso aqui:
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=ApIarKMmh38
Abs.
Na visão cristã, o ato de doar esperma para um banco de sêmen é imoral?
ResponderExcluirPq
ExcluirParece que eu cometi um erro mesmo. Pensava que doação de sêmen era apenas para que outra pessoa engravidasse (e neste caso acho imoral pois você nunca atuaria como pai da criança). Mas pesquisando mais a fundo percebi que tem outras finalidades, como congelamento para homens que irão passar por algum tratamento médico, como quimioterapia, vasectomia ou cirurgias que podem colocar sua capacidade reprodutiva em risco. Se for esta a finalidade, então não vejo problema nenhum.
ExcluirLucas oq acha disso https://www.youtube.com/watch?v=U374OB26wHA?
ResponderExcluirUm lixo. Fala da caça as bruxas de Salém, sendo que 30 bruxas morreram nesta ocasião, enquanto os católicos trucidaram entre 2 e 4 milhões de bruxas (e disso ele não fala nada, é claro). Fala da morte de Miguel Serveto, sem mencionar as 5 milhões de pessoas assassinadas pelos católicos romanos (parece que um indivíduo tem mais valor que 5 milhões). Fala da morte dos camponeses, sem mencionar que aqueles camponeses não foram mortos por razões religiosas, mas porque eram revolucionários com mentalidade comunista-terrorista que estavam destruindo tudo por onde passavam, e o Estado interveio com o apoio de Lutero. Diz que a pedofilia não é alarmante no meio católico comparando dados da ITÁLIA, quando o filme em questão é norte-americano e retrata o que acontece nos Estados Unidos e não na Itália. Enfim, o vídeo mais ridículo dele em disparado.
ExcluirTá tranquilo! Tá favorável!
ResponderExcluiro q tu acha do canal click time, eu até curto uma coisa dele mas acha ele mt paranoico, ele vê comunismo até de baixo da cama
ResponderExcluirTambém não gosto, ele faz parte da extrema-direita, eu sou centro-direita e odeio toda forma de extremismo.
ExcluirCinco milhões???? Prove!!
ResponderExcluirWorld Christian Encyclopedia (2001): This book is the standard reference work for religious statistics of all kinds, both Britannica and the World Almanac cite from it.
ExcluirCONFESSION OF VICTIMS, AD 33-2000
(total martyrs of each tradition)
Orthodox 42,798,000
Russian Orthodox 21,626,400
East Syrians (Nestorians) 12,379,000
Ukrainian Orthodox 3,500,000
Gregorians (Armenian Apostolic) 1,215,100
Roman Catholic 12,210,000
Catholics (before AD 1000) 855,000
Independents 3,512,000
Protestants 3,172,000
Anglicans 1,046,000
Marginal Christians 6,700
other and background martyrs 6,675,700
PERSECUTORS AND THEIR VICTIMS,
AD 33-2000
Persecutors responsible Martyrs
State ruling power 55,871,000
Atheists (overlap with above) 31,689,000
Muslims 9,121,000
Ethnoreligionists (animists) 7,469,000
Roman Catholics 5,171,000
Quasi-religionists 2,712,000
Buddhists (Mahayana) 1,651,000
Hindus 676,000
Zoroastrians (Parsis) 384,000
Eastern Orthodox 222,000
Other non-Christians 115,000
Other Christians 146,000
SUBTOTALS:
Non-Christian persecutors 63,882,000
Christian persecutors 5,538,000
Total all martyrs 69,420,000
http://www.gordonconwell.edu/resources/documents/gd16.pdf
Como se pode ver, este estudo aponta para cerca de 5 milhões as vitimas do Catolicismo Romano.
Vai chorar?
O que você acha do Luís Carlos Prates?
ResponderExcluirUm sujeito honesto, mas infelizmente extremista.
ExcluirQue argumentos ruins desse cara,meu Deus.
ResponderExcluirEsse cara era realmente iluminista ou foi só mais um ataque de teoria da conspiração católica? Basta falar mal da igreja deles que você se torna um "marxista-iluminista-protestante-ateu(?)-russo" que quer destruir a "santa" igreja. Eu acho que daria pra ridicularizar bastante eles quando dizem essas coisas.
Aliás,ótimo artigo,mais uma vez.
Pois é, católico ama se vitimizar, qualquer fato histórico que é jogado na cara deles já começam a chorar e a dizer que é um "marxista-iluminista-protestante-ateu(?)-russo" inimigo da "Santa" Igreja fazendo isso por ódio ao catolicismo. Não sabem debater honestamente, porque um debate aberto e decente acaba com eles.
ExcluirVocê sabe dizer se o André Morellet tinha algo de 'iluminista' ?
ExcluirÉ provável que sim, pelo menos é certo que ele não era católico.
ExcluirLucas , qual é a desses catoloucos em dizer que o protestantismo é fábrica de ateus ???
ResponderExcluirKkkkkkkkk, é cada m*rda que sou obrigada a ouvir quando debato com aquela raça , que vou te contar.
Fora que a última que ouvi é que o antissemetismo e os campos de concentração nasceram no protestantismo .......
Shauhsuahahabshash
Eles já estao ficamos loucos
What The heck.
*detalhe , católicos que é católico NÃO pode entrar num debate ( sem perder é claro ) sem mencionar o nome de Luterozinho....
É muito amor , incrível 😏
Sem falar que essa calúnia de que o protestantismo gera o ateísmo já foi refutada há muito tempo:
Excluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/12/o-protestantismo-e-o-pai-do-comunismo-e.html
Lucas, o "youtuber" Nando Moura, querendo comentar e defender a ICAR, por causa do filme SpotLight (grande vencedor do Oscar 2016), note para defender a ICAR e não os padres pedófilos falou muita besteira a cerca de uma "suposta" Inquisição protestante, O Julgamento de Salém, E.U.A., 1692, anabatistas exterminados na Alemanha luterana do séc. XVI e mulheres escocesas mortas e torturadas por puritanos (calvinistas) naquele país e época também, Calvino e Miguel de Servetus etc, etc. Entre as asneira ditas, parece-me que ele falou que foram 300 pessoas condenadas e mortas em Salém ! ... Parece-me neste caso que ele colocou os 300 mártires ingleses mortos por Maria sanguinária (Maria I) filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão na conta dos protestantes !!!
ResponderExcluirDemais a mais usou as velhas táticas para limpar a Santa Madre igreja de suas culpas nos outros: Hollywood é anticatólica, os protestantes também tinham "inquisição", a culpa não era da igreja, ou só da igreja (o Estado foi quem aplicou a pena), proporcionalmente a pedofilia é maior na sociedade do que na igreja e em outros lugares ( quais? ele não disse, seriam outras igrejas) e por fim os professores de Ed. Física (já virou lugar comum). Gostaria, por favor, que você comentasse sobre isso.
P.S.:Desculpe-me os erros de português, ortografia etc, rsrs.
Como já me tinham perguntado antes sobre o mesmo assunto, segue a mesma resposta:
ExcluirFala da caça as bruxas de Salém, sendo que 30 bruxas morreram nesta ocasião, enquanto os católicos trucidaram entre 2 e 4 milhões de bruxas (e disso ele não fala nada, é claro). Fala da morte de Miguel Serveto, sem mencionar as 5 milhões de pessoas assassinadas pelos católicos romanos (parece que um indivíduo tem mais valor que 5 milhões). Fala da morte dos camponeses, sem mencionar que aqueles camponeses não foram mortos por razões religiosas, mas porque eram revolucionários com mentalidade comunista-terrorista que estavam destruindo tudo por onde passavam, e o Estado interveio com o apoio de Lutero. Diz que a pedofilia não é alarmante no meio católico comparando dados da ITÁLIA, quando o filme em questão é norte-americano e retrata o que acontece nos Estados Unidos e não na Itália. Enfim, o vídeo mais ridículo dele em disparado.
Como complemento, recomendo ainda este vídeo que eu gravei sobre o tema da "inquisição" protestante:
https://www.youtube.com/watch?v=ApIarKMmh38
E também este artigo:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/12/a-terrivel-monstruosa-e-abominavel.html
Abs!
Sim, é verdade. Você já as tinha respondido (acima), eu não havia percebido. Muito Grato !
ExcluirQue pena. Esse Nando Moura é só mais um catoleigo desonesto.
Excluir