Mais uma da fábrica de mentiras da apologética católica: Henrique VIII era protestante?


Decidi tirar essas semanas apenas para desmascarar as fraudes da apologética católica no campo histórico, já que no campo bíblico chega a ser covardia e até já perdeu a graça. Mas são tantas mentiras grosseiras pra desmascarar, que sinto que meu objetivo só irá se consumar em anos ou décadas – se tiver sorte. Estive relendo o que os principais sites de apologética católica escreveram sobre a Reforma e, com o conhecimento histórico mais profundo que tenho hoje em relação ao que tinha antes, me assustei de verdade com a quantidade gigantesca e assombrosa de mitos, mentiras e distorções grotescas dos mais variados tipos. O nível da coisa é simplesmente surreal. E olha que para alguém que lida com catolicismo há tantos anos como eu, e ainda me assustar com alguma coisa neste meio, é porque a coisa é feia mesmo.

Teve gente enaltecendo comunistas, transformando monstros psicopatas em heróis, atribuindo aos protestantes crimes católicos como o já mostrado Saque de Roma, inventando “genocídios protestantes” que nunca existiram e, é claro, caluniando Lutero (que novidade). Mas aqui eu não vou refutar tudo, o que exigiria um trabalho monstruoso de milhares de páginas para lidar com tantos embustes de forma adequada. Escolhi para este artigo começar com o mito de que o rei Henrique VIII era um protestante malvadão que fez uso de uma “Inquisição protestante” (sic) na Inglaterra. É um dos episódios mais usados pelos papistas junto com a Guerra dos Camponeses e o Saque de Roma para afirmarem a existência de uma terrível “Inquisição protestante”, totalmente ausente nos escritos de qualquer historiador que já pisou neste planeta, mas onipresente nos blogs de apologética católica.

Aliás, abrindo um parêntesis, se pesquisarmos sobre a “Inquisição protestante” no Google, o resultado será esse:


É isso mesmo: nenhum historiador, nenhuma fonte acadêmica, nenhum livro de história, nenhum julgamento imparcial, nenhuma fonte primária, nada. Apenas blogs ridículos e tendenciosos de apologética católica, que fazem a única coisa que se propõem a fazer e que justifica a sua existência: mentir. Eu não printei todos os resultados por razões óbvias de limitações de espaço, mas se fosse até a página 1000, iria dar 1000 páginas de apologética católica. Um deles até tentou fazer uma gracinha citando um historiador protestante, mas desgraçadamente este mesmo historiador nunca falou de Inquisição protestante nem no trecho citado por ele (para verem a que nível a coisa chegou).

Agora vamos ao Google Acadêmico e vejamos a diferença:


Não preciso nem comentar nada. Quase todas as referências são para falar da perseguição que os protestantes sofreram pela Inquisição católica (ou seja, a que existiu), e o outro usa Inquisição assumidamente como um simbolismo para falar dos neopentecostais. Ou seja, os apologistas católicos são tão fracos e ruins que não conseguem nem mesmo fazer um único trabalho acadêmico, talvez porque nunca foram formados em porcaria nenhuma e apenas copiam tranqueira de outros blogs católicos citando fontes que nunca leram. Estes mesmos blogs católicos disseminaram o mito de que Henrique VIII era protestante, atribuindo seus crimes ao protestantismo. Inacreditavelmente TODOS os sites católicos que eu pesquisei propagaram essa mentira, sem exceção. Vamos um por um:

1) Associação “Cultural” Montfort, que diz que Henrique VIII “se aliou aos protestantes”:



2) “Astronautas Católicos”, que colocam os crimes de Henrique VIII na lista da “Inquisição protestante” do artigo deles:



3) Cris Macabesta, que assegura que Henrique VIII iniciou uma “perseguição protestante contra os católicos”:



4) Veritatis (Mentiratis), que alega que Henrique VIII encabeçou a Reforma Protestante na Inglaterra:



5) Fakenando Nascimento, que diz que Henrique VIII “abraçou os princípios da Reforma”, e mais assustadoramente ainda, que obrigou os católicos a assistirem os cultos protestantes!



Como vemos, essa não é uma mentira presente em um ou outro blog aleatório de fundo de quintal por apologistas amadores e inexperientes, mas uma mentira disseminada por TODOS ELES, até nos mais visitados e usados como fonte pelos debatedores católicos que se escondem corajosamente atrás de um computador. Talvez porque, de fato, não haja um único que não seja amador e inexperiente mesmo.

Neste artigo eu irei usar como fontes aqui a “História Universal” do historiador católico italiano Cesare Cantú, um dos maiores historiadores do século XIX, que escreveu dezenas de volumes de História Universal, cada qual com mais de quatrocentas páginas (e nem uma única delas lida por qualquer apologista católico). E também a melhor obra já produzida sobre a “História da Inglaterra”, por André Maurois, reconhecido e consagrado historiador francês do século passado. Portanto, o suficiente para que nenhum palhaço me apareça dizendo que isso é “deturpação protestante” ou mera “opinião pessoal” minha. Eu poderia usar ainda outras dezenas de livros de história reconhecidos, mas isso estenderia por demasiado este artigo, razão pela qual selecionei estes dois mais conceituados.

As referências são as seguintes (para daqui em diante eu citar apenas as páginas de cada livro):

MAUROIS, André. História da Inglaterra. Rio de Janeiro: Pongetti, 1959.

CANTÚ, Cesare. História Universal – Vigésimo Segundo Volume. São Paulo: Editora das Américas, 1954.

Henrique VIII, como os sites católicos ressaltam, foi reconhecido pelo papa como “defensor da fé”, pelos seus ataques a Lutero. O que os católicos esquecem de mencionar é que mesmo depois de sua separação com Roma ele queria continuar sendo o “defensor da fé” (católica), mas de um catolicismo-nacional (desvinculado de Roma), que não tinha nada de protestante. Assim escreve Maurois:

“Henrique pretendia continuar a ser o defensor da fé e o chefe de uma Igreja ‘católica’, queria-a, porém, católica nacional (o que parecia contraditório). Por isso, depois de ter perseguido os fieis da antiga fé, perseguiu não menos vigorosamente os protestantes. O impressor da primeira Bíblia inglesa, Tyndale, foi queimado; outros sofreram a mesma sorte por terem negado a transubstanciação. Depois de vários ensaios para definir uma religião anglicana, Henrique VIII fez votar pela Câmara dos Lords um Estatuto de seis artigos, a que se chamou também ‘Bill sanguinário’ ou ‘chicote de seis pontas’, ato que afirmava a transubstanciação, a inutilidade da comunhão sob as duas espécies, a validade dos votos de castidade, a excelência do celibato clerical, e que aprovava a confissão e as missas privadas. Toda violação flagrante desse estatuto devia ser punida com a fogueira, não podendo sequer a abjuração salvar o culpado. Os bispos protestantes, como Latimer, tiveram de dar a sua demissão. Cranmer que, desde antes da Reforma, se tinha casado secretamente e tinha sempre transportado consigo a mulher, numa mala perfurada, foi forçado a manda-la para a Alemanha” (p. 199)

Como vemos, a doutrina de Henrique VIII era inteiramente católica. Essa era a “Igreja da Inglaterra” dessa época – uma Igreja Católica, mas um catolicismo nacional em vez de um catolicismo vinculado ao papa romano, uma vez que eles já haviam rompido a comunhão após o divórcio do rei (questão essa que tratei mais adequadamente neste artigo). Em outras palavras, o que o rei Henrique fez foi deixar de reconhecer o papa como chefe supremo da Igreja, mas as doutrinas católicas permaneceram exatamente as mesmas de antes e não tinham nada de protestantes. Essa é a razão pela qual ele tanto perseguia protestantes:

“Henrique VIII mandou assassinar, por seus juízes, protestantes, católicos, a velha condessa de Salisbury; até Cranmer pôde julgar-se em perigo” (p. 200)

Em suas palavras, Henrique VIII adotava um «catolicismo-nacional», em vez de um protestantismo:

“Ora, se é verdade que a maioria da nação conservava a nostalgia das velhas cerimônias e anelava um regresso ao nacional-catolicismo do rei Henrique, essa mesma maioria guardava ódio a Roma” (p. 206)

Cantú também afirma:

“Henrique VIII combateu Lutero, perseguiu seus sectários e queimou os tradutores da Bíblia” (p. 120)

Essa citação é por demais esclarecedora:

“Henrique VIII pretendeu ao título de defensor da fé e queimou os luteranos e os católicos, os primeiros porque eram hereges, e os outros porque negavam a sua supremacia” (p. 120)

Note que o rei Henrique não perseguiu os católicos por ser “protestante”, como afirmam os apologistas mentirosos, mas sim porque negavam a sua supremacia acima do papa. Tanto a sua doutrina continuava católica que ele queimava luteranos por heresia da mesma forma que se fazia nos demais países católicos.

Estes eram os artigos de fé da Igreja da Inglaterra nos tempos de Henrique VIII. Leia e veja se encontra alguma doutrina protestante anticatólica, ou se parece mais com catolicismo romano:

“Henrique VIII, afinal, promulgou seis artigos de fé em que eram aceitas as Santas Escrituras, o símbolo dos apóstolos, com os de Niceia e de Santo Atanásio, o batismo, a penitência, a eucaristia, a presença real, a necessidade das boas obras, a invocação dos santos, as imagens, os hábitos pontificais, as cerimônias das cinzas, dos ramos, da sexta-feira da paixão, as orações pelos defuntos. Cromwell, seu vigário geral, ordenou que esses artigos fossem lidos sem comentários em todas as igrejas, e o clero obedeceu; era crime de Estado recusar-se a isso” (p. 121-122)

Seu catolicismo era tão forte e ferrenho que até a doutrina de “não haver salvação fora da Igreja Católica” permanecia de pé, mudando-se apenas quem detinha a supremacia na Igreja (ou seja, ele mesmo em vez do papa):

“Cromwell mandou depois publicar Divina e piedosa instituição do Cristão, destinada ao uso do povo, em que ele declarava que não havia salvação fora da Igreja Católica, negava a supremacia do papa, e impunha a do rei” (p. 122)

Até a rotineira perseguição à Bíblia presente nos países católicos continuou na Inglaterra de Henrique VIII (ao contrário dos protestantes, que faziam questão de traduzir a Bíblia na língua do povo para que este tivesse acesso às verdades bíblicas), o qual queimava quem discordava da transubstanciação:

“Henrique VIII mandou rever a tradução da Bíblia, e proibiu a qualquer outro que não fossem os chefes de família de a abrirem, sob pena de um mês de prisão. Além disso, entrou a discutir em pessoa com os reformados, e sustentou numa discussão de cinco horas a presença real, contra John Lambert; como último argumento, ele lhe deu a escolher entre crer e morrer, e o fez expirar a fogo lento” (p. 122)

Até Cromwell, um braço-direito do rei, quando se tornou alvo da aversão deste, foi executado a pretexto do “crime de luteranismo”:

“O rei afinal tomou-lhe também aversão como o fator deste casamento; intentou-se-lhe portanto ação por causa de luteranismo, e tendo sido condenado, mediante o bil de convicção que ele tinha intentado, foi mandado matar sem inspirar dó a ninguém” (p. 124)

E uma de suas esposas quase foi morta pelo mesmo motivo:

“Henrique VIII tomou então por mulher Catarina Parr (1543), que, tendo sido reconhecida luterana, escapou a custo ao suplício” (p. 125)

E o próprio sujeito que introduziu o luteranismo no país, foi morto:

“Patrício Hamilton introduziu no país o luteranismo, e veio a ser, com muitos outros, um dos mártires da nova religião” (p. 126)

Chega a ser assustador ver os apologistas católicos como Fakenando Nascimento alegando que Henrique VIII “obrigava os católicos a assistir os cultos protestantes”, quando ele perseguia e matava os protestantes sem permitir que eles próprios assistissem seus cultos! Quer dizer: na lógica desse animal, o mesmo rei que não permitia os protestantes de assistirem os seus próprios cultos (senão os matava), obrigava os católicos a assistir os cultos protestantes. É realmente assustador. Eles literalmente não têm mais para onde descer em escala moral.

Para resumir toda a história: foi só no reinado de Eduardo que a Igreja da Inglaterra se tornou de fato protestante. O problema é que esse Eduardo começou a reinar com 9 anos e morreu com 11, e quem o sucedeu foi nada a menos que Maria a Sanguinária, a psicopata católica adorada em certos círculos apologéticos, que restaurou o catolicismo romano como a religião oficial da Inglaterra, inclusive com a submissão ao papa. Nessa ocasião, o próprio papa enviou seu legado para receber de volta a submissão dos ingleses, como escreve Maurois:

“O papa, sondado, anunciou que enviaria o Cardial Pole como seu legado, para receber a submissão dos ingleses. As barras de ferro, depositadas na Torre pelos espanhois ajudaram a preparar as almas das famílias nobres para esse grande evento (...) O Parlamento reuniu-se em Whitehall a fim de receber o legado. Ali, com um grande discurso, recordou o Cardial a história do cisma e prometeu absolvição plenária para o passado. As duas Câmaras receberam de joelhos essa absolvição. A Inglaterra estava purificada” (p. 208)

Foi só no reinado de sua sucessora, a rainha Isabel, que o protestantismo veio a se consolidar de fato, ocasião na qual os famosos 39 artigos da Igreja Anglicana foram elaborados. E sim, também inventaram um monte de mitos e distorções em torno dela, mas isso será assunto para um próximo artigo.


Conclusão

Claramente, Henrique VIII defendia todas as doutrinas católicas tal como qualquer outro católico, com a única diferença de não reconhecer o papa como o chefe supremo da Igreja. Ele nunca foi um “reformador”, apenas tinha uma inimizade pessoal com o papa por este não ter aceitado o seu divórcio e, por isso, ganhado um ódio ao papado – mas não ao catolicismo em si. Ele queria fazer da Inglaterra um catolicismo sem papa, ou melhor, com um papa: ele mesmo. Suas doutrinas católicas típicas, seu ódio ao protestantismo, seu empenho em favor de queimar “hereges” protestantes, nunca mudou. Só os protestantes eram queimados como hereges; os católicos não eram queimados por heresia mas sim como traidores do rei, por não o reconhecerem como o chefe supremo.

A mente de Henrique VIII, sua igreja, seu credo, seus artigos de fé, seguiam sendo ferrenhamente católicos. Sua “nova religião”, se é que pode ser assim chamada, era um catolicismo separado de Roma, tal como os veterocatólicos e os sedevacantistas de hoje, e nunca um protestantismo. Não houve qualquer “perseguição protestante” no reinado deste rei, e muito menos uma “Inquisição protestante”. Talvez os apologistas católicos não vão aceitar que se coloque Henrique VIII e sua igreja recém separada de Roma no rol de católicos legítimos, já que muitos deles também não aceitam os veterocatólicos e sedevacantistas como católicos “de fato”, por não reconhecerem o papa ou sua autoridade suprema e infalível. Mesmo assim, isso ainda o deixaria muito, muito longe de ser um “protestante”. Ser protestante nunca consistiu em só “não reconhecer o papa” (se fosse assim, até muçulmanos, judeus e budistas seriam protestantes), mas principalmente em aderir às Cinco Solas, aos princípios mais primordiais da Reforma, nenhum dos quais Henrique defendia – na verdade, ele assassinava quem defendia essas coisas!

Portanto, imputar ao protestantismo os crimes desse rei católico e ferrenhamente antiprotestante não é apenas anti-histórico, mas uma aberração imoral e canalha. Só dissemina tal lenda quem não tem o menor compromisso com a verdade e nenhuma dignidade, o que não é de se surpreender vindo de apologistas católicos que comprovadamente só tem compromisso com o pai deles, o único que é chamado de «pai da mentira» na Bíblia: o diabo (Jo 8:44). E o mais impressionante de tudo é, repito, o fato de que tais mitos, mentiras e distorções grosseiras não estão presentes em um ou outro blog católico de forma isolada, mas em TODOS eles, inclusive (e principalmente) nos mais conhecidos. Há um verdadeiro compromisso pela mentira neste meio – mentiras essas que serão cada vez mais demolidas uma a uma, até não terem mais para onde correr.

P.S: eu já havia terminado o artigo por aqui, quando descobri mais uma pérola dantesca no artigo do Macabesta, tão divertida que de modo algum poderia ficar de fora, mostrando de forma clara como funciona a artimanha e a malandragem na apologética católica:


É, só faltaram lhe avisar que essa Maria era conhecida como "Maria, a Católica"  aquela mesma rainha sanguinária que o papa aprovou maravilhado. Mas quando lhes convém, ela deixa de ser "Maria, a Católica", e vira "a filha do PROTESTANTE rei Henrique VIII". Piada? Não. Apenas apologética católica. Como se houvesse diferença... 

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,

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Comentários

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    1. Sim, mas tudo ao seu devido tempo.

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    5. "Será ótimo ler sobre todos eles, sobre o que será o próximo artigo?"

      Primeiro um de refutação às "refutações" sobre a autoria do quarto evangelho pra encerrar a questão, e depois a continuação dessa série de história, sobre a rainha Maria a Católica e a Isabel protestante. Depois sobre o rei Jaime e aí vai indo, mas tudo depende da minha vontade de escrever no momento, às vezes me dá vontade de escrever outra coisa e eu escrevo outra coisa :D

      "Você pretende falar sobre o casamento gay nos países protestantes, o corrompimento das igrejas estatais(ultrassitadas) e as igrejas não corompidas(que eles figem não conhecer)?"

      Sobre o casamento gay já fiz um breve panorama aqui:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/04/a-igreja-catolica-e-o-baluarte-do_28.html

      Abs.

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    7. First!

      Não entendi Kauã, pode explicar?

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    8. Catharina de AzarÃo: repare o "Azar" antes do "Ão", foi azarada porque se casou com Henrique VIII(ambicioso terrível)
      Katharina von Sorte: repare no "Sorte", sortuda porque se casou com Martinho Lutero(grande homem, santo, maravilhoso)
      Entendeu agora?

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  2. É, eu acho incrível a capacidade de safadeza dessa gente. Nos debates com católicos eles sempre tocam nesse assunto.
    Eu fico besta como esse povo fica idiotizado, ao ponto de inventar histórias e distorções só pra de alguma forma denegrir o protestantismo. Eles odeiam e de verdade.
    Esses artigos vieram em ótima hora.

    Aliás, qual sua opinião sobre o livro de Weber, A Ética Protestante?

    Abraços :)

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    1. É um livro ótimo, o principal teórico a levantar o fato de que a ética protestante contribuiu para o avanço do capitalismo e, consequentemente, de toda a civilização industrial. Suas análises, embora antigas, permanecem ainda nos dias de hoje como norma e padrão de qualquer trabalho ou pesquisa acadêmica séria sobre o tema. Abs!

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    2. Ah tendi. Só li umas partes, quero ler ele todo.
      E
      Vlw :D

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    4. Isso só prova o quanto esse abestado nunca leu PORCARIA NENHUMA dos livros que cita (depois de já ter assumido que nunca em toda a vida conseguirá ler todos os livros da sua mini-biblioteca, quantidade que qualquer estudioso decente lê em poucos meses). O livro de Weber não é uma crítica à tese de que o protestantismo contribuiu para o avanço do capitalismo, ao contrário, ele endossa essa tese e critica sim, mas não sua própria tese, e sim aqueles que tentaram refutá-lo depois (e fracassaram miseravelmente).

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    5. Lucas ,Rothbar , um dos pais da escola austriaca de economia disse que o catolicismo está mais perto do capitalismo do que o protestantismo. Ele cita por exemplo a escola de Salamanca una escola de escolásticos medievais que defendiam o livre mercado. Além disso crítica à criação das escolas públicas que segundo ele foram invenção dos reformadores para doutrinar as crianças passando a educação para o Estado. As fontes que uso são Educação : Livres ou obrigatória ? ( Murry Rothbar ) e um artigo :protestantismo , Catolicismo e libertarianismo ( Murry rothbar ) .

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    6. Rothbard não era um liberal conservador de direita mas sim um anarcocapitalista com uma visão radical anti-Estado, e francamente a opinião de anarcocapitalistas não tem valor algum, alguém que defende uma coisa dessas não pode ser considerado um economista de respeito ainda que apresente “credenciais”. As pessoas pensam que o anarcocapitalismo é uma vertente da direita só um pouco diferente dos direitistas normais, mas NÃO É, suas proposições radicais e extremistas os deixam mais próximos do comunismo e da total autodestruição da sociedade do que de qualquer proposição cristã conservadora.

      Os argumentos dados são totalmente ridículos. Sim, os católicos tinham uma escola medieval que defendia o livre-mercado, mas que não tinha influência nenhuma e que era ofuscada pela ESMAGADORA MAIORIA de escolas fortemente contra o livre-mercado, e na verdade, até mesmo contra o próprio comércio em si. Qualquer um que tenha estudado um mínimo sobre Idade Média sabe que a política da Igreja era radicalmente contra juros e contra qualquer forma de capitalismo, e para piorar, haviam escolas ainda mais estatistas, e outras que ensinavam a completa e absoluta pobreza e que tinham horror ao dinheiro. Enquanto isso, no protestantismo havia um CONSENSO quanto ao comércio e o trabalho ser algo útil e proveitoso aos olhos de Deus, e a tolerância às riquezas como o fruto de um trabalho honesto. É por isso que um cresceu tanto e o outro estagnou.

      O argumento dele contra as escolas públicas protestantes é outro fracasso. Mais uma vez, ele só diz isso porque é radicalmente anti-Estado, ou seja, ele tem que ir contra qualquer coisa relacionada ao Estado mesmo que funcione, porque é contra a própria existência do Estado em si. As escolas dos países protestantes eram COMPROVADAMENTE superiores às escolas católicas e por isso formaram os maiores e melhores cientistas e intelectuais que mudaram os séculos seguintes e que nos deram o mundo avançado e tecnológico que temos hoje. Mesmo assim, esse senhor prefere o ensino supersticioso e fraco das escolas católicas, pelo simples fato de que nelas o ensino não era tarefa do Estado. Esse é o problema dos anarcocapitalistas: para eles não importa se algo do Estado está funcionando ou não, porque o próprio Estado é visto como um monstro demoníaco que tem que ser aniquilado a todo e qualquer custo. São cegos e bitolados, apenas isso.

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    7. "Qualquer um que tenha estudado um mínimo sobre Idade Média sabe que a política da Igreja era radicalmente contra juros e contra qualquer forma de capitalismo,"
      Eu tenho que pesquisar mais esse assunto, mas parece que a igreja católica era, na prática, a favor sim de juros que a beneficiassem no mundo das altas finanças, mas que não queria que o povão praticasse (até porque poderiam deixar de ser dependentes e escravos). Pelo menos é esse o retrato que eu vou descobrindo lendo algumas coisas. (Ou seja, como sempre, a igreja católica sendo hipócrita.) E os Pais da igreja, dizem, eram unanimamente contra qualquer prática de juros, por qualquer um, você já ouviu isso? (Ou seja, condenariam tanto os protestantes quanto os católicos.) Uma citação de um texto de um anarcocapitalista (acho) a respeito, que eu encontrei hoje a esmo: "Catholics themselves became big players in the emerging world of high finance, particularly with the banking family of Jacob Fugger, which had taken over the role of economic dominance from the Medici family that traded mainly in politics. The Fuggers specialized in lending and collecting, and doing it at the behest of Papal states – which strikes me as non-problematic in every way, but which also seemed to confront a problem from the point of view of social teaching.

      It was the neo-Thomists who started the process unraveling traditional teaching and cleared the path for the full legitimization of interest. The first great strides were made by Conrad Summenhart (1465-1511), the chair of theology at Tubingen." http://www.crisismagazine.com/2011/catholics-and-usury-a-tragic-history

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    8. Se quiser entender como a Igreja Católica pensava a lógica de juros e comércio, leia esses livros:

      LE GOFF, Jacques. Mercaderes y Banqueros en la Edad Media. 7ª ed. Buenos Aires: Editorial Universitaria de Beunos Aires, 1975.

      LE GOFF, Jacques. A bolsa e a vida: economia e religião na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 2004.

      Tem vários outros que também falam alguma coisa sobre o tema, mas esses tem o diferencial de serem escritos por um dos maiores senão o maior historiador do século passado, cujos livros sempre estão entre os mais conceituados. Em síntese, alegar que a Igreja Católica foi a responsável pelo desenvolvimento do capitalismo só porque uma ou outra escola defendia esse sistema seria tão falacioso quanto dizer que o mundo muçulmano é democrático só porque em certos países muçulmanos o presidente é eleito pelo voto popular, ou que é tolerante só porque em uma minoria de lugares eles tem leis mais próximas às das democracias cristãs ocidentais (quando o que predomina como um todo entre eles é o oposto a tudo isso). Entre as dezenas de milhões de membros da Igreja Católica da época não faltavam um ou outro que fosse favorável a um tipo de capitalismo, mas o consenso que predominava na hierarquia eclesiástica era claramente o oposto. E entre os protestantes era o inverso, predominando a visão favorável ao desenvolvimento do capitalismo.

      Abs.

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  3. Lucas, vc segue algum ramo específico do protestantismo?

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    1. Sou pentecostal, mas tenho uma visão doutrinária independente de denominações, embora congregue em uma.

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  4. Marcelo de Niterói8 de junho de 2017 às 13:28

    Lucas, é como você bem disse se fosse assim as outras religiões eram protestantes por se opor ao catolicismo até nisso eles são néscios mesmo irmão, eles são alienados mesmo. A questão.A questão desse rei nunca achei e nunca foi protestante de verdade é tão verdade que ele foi mais político, que continuou sendo até o fim da sua morte contra a doutrina Luterana e Calvinista da época do que um fiel protestante do qual ele se intitulava o chefe da igreja como se fosse um papa da Inglaterra do qual os verdadeiros reformadores repudiaram, fora os sacramentos católicos que ele aderiu e a salvação pelas obras e a forma litúrgica do catolicismo que não tem nada haver com os princípios doutrinários da verdadeira Reforma , é muita cara de pau desses fanáticos e malandros caóticos idólatras romanos...além do mas Henrique oitavo aderiu livros apócrifos a mais que eram repudiados pelos protestantes...e depois os romanos ficam por detrás querendo falar que o anglicanismo foi a causa da "destruição católica" na Inglaterra incentivado pelo católico nacionalista Henrique oitavo , é isso que ele e sempre foi até o fim da sua vida e morreu como um adúltero,contrariando toda teologia protestante.Os católicos são uma piada, de protestante mesmo doutrinariamente não tinha nada haver com a verdadeira crença DOGMÁTICA PROTESTANTE.Abs!

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    1. Exato, inclusive Lutero também se manifestou contra o divórcio de Henrique VIII. Abs!

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    2. Onde eu posso ler sobre isto?

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    3. “Antes que eu pudesse aprovar tal repúdio, eu não o permitiria [ao rei Henrique VIII] casar-se com uma segunda rainha... E se houvesse um divórcio, Catarina continuaria Rainha da Inglaterra, mas ela foi injustiçada diante de Deus e dos homens. Não meu amigo, se você é casado com uma mulher, você não é mais um homem livre; Deus te guie a ficar com sua esposa e filha, sustenta-las e criá-las” (OBERMAN, Heiko A. “Luther: Man Between God and the Devil”)

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  5. "Além disso, entrou a discutir em pessoa com os reformados, e sustentou numa discussão de cinco homens a presença real, contra Lambert Simmel;"
    Lucas, o nome correto do luterano queimado pelo anticristo Henrique VIII é "John Lambert", não "Lambert Simmel" (ou "Simnel"), que foi uma figura famosa na Inglaterra uma geração antes, no reinado do pai de Henrique VIII, Henrique VII. E eu li que foi uma discussão de cinco horas, não com cinco pessoas.

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    1. De fato, no livro está "cinco horas" (já corrigi no artigo) e não "cinco homens", infelizmente quando a gente passa horas seguidas transcrevendo trechos de livros lidos acaba eventualmente cometendo um ou outro erro humano. Quanto ao Lambert está "Simmel" mesmo, talvez tenha sido uma confusão do autor ou do tradutor, de todo modo já corrigi também.

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  6. Nossa, Luquinhas Terror das Virgens !! Eu não entendo como esses católicos conseguem mentir tanto!! Sinceramente, eu não tenho conseguido resistir a pensar mal dos católicos, mesmo que eu nem os conheça... Toda vez que alguém aparece dizendo que é católico praticante, eu só fico pensando "que diabos de mentira ou heresia cataclísmica ele vai soltar? Qual mandamento ele vai transgredir ou adulterar?".. Como evitar de pensar assim de todos os católicos?

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    1. É preciso distinguir o apologista católico do católico comum. O apologista católico é aquele que tem a específica missão de mentir, adulterar textos, manipular eventos e defender atrocidades morais cometidas pela Igreja a fim de defendê-la a todo e qualquer custo; já o católico comum, em geral, são pessoas mais equilibradas, com um cérebro capaz de pensar ao ponto de concluir que coisas como Inquisição e perseguição religiosa foram eventos lamentáveis que já ficaram no passado – inclusive que foram desculpados pelo papa João Paulo II (perdão este que os apologistas retiraram da boca do papa por considerar inadmissível pedir perdão por algo que está certo!). A grande maioria dos católicos comuns não irá usar os artifícios desonestos e mentirosos que os apologistas usam para acusar os protestantes, embora possam estar enganados em algumas coisas vindas da apologética católica.

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  7. Poxa, cadê o "Anônimo do First"?

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  8. O verdadeiro reformador da igreja Anglicana foi morto por uma rainha católica.

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  9. TODO estudante primário sabe que o imbróglio do rei Henrique VIII com a igreja de Roma foi por causa do casamento com Ana Bolena. A historiografia está aí pra qualquer um que queira saber a verdade.

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  10. Lucas, sei que tô fugindo do tema, mas você conhece a página "a verdade é lógica"? é um grupo de Testemunhas de Jeová. Tive dando uma olhada nos videos deles e eles tem, na minha opinião, fortes argumentos contra a Trindade. A maioria dos videos deles é refutando William Lane Graig, Leandro Quadros, Mário Persona e outros. Como você é bastante estudioso, queria saber o que você acha da argumentação deles: ruim , boa, ótima, facilmente refutável ou mais trabalhosa. Algo do tipo.

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    1. Conheço a página, mas não costumo acompanhar. Pra mim eles foram extremamente covardes ao não aceitarem um debate ao vivo com o Francisco Tourinho sobre o tema. Exigiram que cada um gravasse em partes separadas, assim é fácil, até uma mula consegue debater assim, quem se garante mesmo debate ao vivo e não desse jeito. Quando me chamaram pra um debate com o Tourinho sobre outro tema (imortalidade da alma) eu aceitei ao vivo e sem relutância, mas eles que se dizem tão preparados e tão convictos da "verdade" anti-trinitariana só aceitaram debater depois de muita insistência e ainda com gravações separadas (claro, porque aí dá pra buscar saída na internet, com outras pessoas e tudo mais, praticamente não tem como "perder" um debate assim). Eu já assisti a alguns debates sobre trindade feitos ao vivo e em todos eles o trinitariano visivelmente levou.

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    2. É. Eu vi o Tourinho falando sobre isso. Mudando de assunto, eu assisti metade do debate entre você e o Tourinho. É longo. Depois vou assistir o resto. Quem desafiou quem? você chamou ele pro debate ou ele chamou você?

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    3. Não houve um "desafio" propriamente dito. Ele havia postado alguma coisa no facebook dele sobre esse tema (mas sem "desafiar" nem nada), então parece que alguns seguidores dele me mencionaram incentivando um debate e o Gilberto (o moderador) me convidou pra debater.

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  11. Olá Lucas parabéns excelente artigo!Então você entende que a Igreja Anglicana fundada por Henrique VIII não é protestante,porque eu já li sobre anglicanos e grande parte deles se coloca como protestante,mas claro a criação dessa Igreja não se deu por nenhuma reforma ou discordância de algum dogma católico e sim por um problema pessoal do rei,mas podes notar que a Inglaterra foi um dos primeiros países a se industrializar e foi potência mundial por três séculos e meio,não ficou no patamar de países católicos atrasados economicamente como Portugal,Espanha,Itália que demoraram muito para se industrializar e viveram ditaduras cruéis durante o Século XX,economicamente a Inglaterra se desenvolveu,então acredito que o anglicanismo tenha feito diferença nesse ponto,mesmo que não tenha abolido os dogmas católicos,acredito que a única diferença é que os padres casam não é?Porque há batismo infantil,o culto aos santos e a Maria continuam não é?

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    1. Eu não disse que a Igreja Anglicana não é protestante, o que eu disse é que o primeiro a tornar a Igreja Anglicana em uma igreja protestante foi Eduardo (o sucessor de Henrique VIII) e não Henrique VIII, que era um nacionalista católico. E mesmo assim esse protestantismo durou muito pouco tempo, porque dois anos depois o jovem Eduardo morre e em seu lugar reina uma católica fervorosa (e sanguinária) que restabelece o catolicismo romano como a religião oficial da Inglaterra. É só com a rainha Isabel que o protestantismo se consolida, ocasião na qual foram elaborados os 39 artigos de fé muito conhecidos que regem a doutrina anglicana até os dias de hoje. Portanto os ataques histérios dos católicos ao CATÓLICO Henrique VIII são um tiro no pé e uma grosseria anti-histórica juvenil e sem precedentes.

      E sim, a partir do momento em que a Inglaterra se consolida no protestantismo, se desenvolve como nunca, deixando todos os países católicos para trás (inclusive França, Espanha e Portugal, que à época da Reforma estavam muito à frente dos ingleses).

      Abs!

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  12. Lucas, veja a resposta do Feionando:

    Parte I:

    Toma, ignorante que acredita nas sandices anti histórias de Elisson Freira: "Após Henrique VIII ser excomungado, foi decretado na Inglaterra o Ato de Supremacia, pelo qual o soberano inglês passava a ser o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Com essa medida, era criada a chamada Igreja Anglicana. O rei inglês passava a ter o poder de nomear os ocupantes dos cargos eclesiásticos, além de decidir sobre assuntos de ordem religiosa. A estrutura eclesiástica foi mantida, adotando-se, porém, posteriormente, a doutrina teológica desenvolvida por João Calvino." http://historiadomundo.uol.com.br/.../igreja-anglicana-e...

    Igreja Anglicana e a Reforma na Inglaterra - História do Mundo
    Conheça o processo da Reforma Protestante…
    M.HISTORIADOMUNDO.UOL.COM.BR

    Parte II:

    A fonte de Lucas Bazófia é um lixo anti-histórico: O Instituto Histórico Italiano nos assegura que Cesare Cantù e Giorgio Candeloro, tão badalados por escritores desavisados, inclusive alguns católicos, eram farsantes que em nome do Renascimento, manipularam ou apagaram a memória histórica do povo italiano.

    “Os esforços feitos pelos protagonistas e os herdeiros do Renascimento - processo histórico que foi mais bem definido, por exemplo, pelo historiador e escritor Cesare Cantù (1804-1895) e o historiador Giorgio Candeloro (1909-1988), como uma revolução nacional - para manipular ou apagar a memória histórica do povo italiano, não só produziu a poluição do patrimônio cultural da nação, mas também apagou eventos e personagens particularmente significativos.” ( Istituto Storico dell'Insorgenza e per l'Identità Nazionale - See more at: http://www.identitanazionale.it/alcl_f001.php... )

    Istituto Storico dell'Insorgenza e per l'Identit Nazionale
    o sforzo compiuto dai protagonisti e dagli eredi…
    IDENTITANAZIONALE.IT

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    1. Esse Fernando Nascimento é o retrato perfeito da mediocridade, imundície e canalhice da esmagadora maioria da apologética católica no Brasil. Um velho safado e vagabundo que nunca estudou porcaria nenhuma na vida, nunca leu nada, não sabe nada, é um lixo que passa a vida copiando trechos de sites americanos que citam trechos de livros que ele nunca leu em idiomas que ele nunca falou, e quando se vê confrontado não sabe responder com fontes históricas, porque é tão medíocre que precisa ir atrás do autor das declarações, pesquisar qualquer coisa ruim que falaram sobre ele e assim descredibilizar TUDO o que ele possa ter escrito.

      Para ter ideia do nível da mediocridade do sujeito, ele foi tentar rebater o meu artigo (que cita fontes históricas aceitas academicamente) citando um trecho extraído de UM BLOG DO UOL, é sério, esse cara ou é retardado mental, ou é comediante, ou é mais picareta do que eu pensava (ou tudo isso junto). Isso só mostra o quanto ele é realmente um analfabeto histórico grotesco: ao invés de rebater minhas afirmações históricas citando outros livros de história, VAI NO GOOGLE E COPIA DE UM BLOG DO UOL! Sério mesmo: eu estou rindo aqui de tanta mediocridade, me falta ar numa hora dessas!

      E como se isso não bastasse, o ignorante analfabeto histórico ainda DETURPOU as palavras que ele copiou do blog do uol. Veja que o blog do uol em momento nenhum diz que Henrique VIII era protestante, só diz que rompeu com Roma, que foi exatamente aquilo que eu já havia dito no meu próprio artigo! Veja o trecho que ele copia da internet:

      “Após Henrique VIII ser excomungado, foi decretado na Inglaterra o Ato de Supremacia, pelo qual o soberano inglês passava a ser o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Com essa medida, era criada a chamada Igreja Anglicana. O rei inglês passava a ter o poder de nomear os ocupantes dos cargos eclesiásticos, além de decidir sobre assuntos de ordem religiosa. A estrutura eclesiástica foi mantida, adotando-se, porém, POSTERIORMENTE, a doutrina teológica desenvolvida por João Calvino”

      Observe que o texto não diz que Henrique VIII adotou o protestantismo, mas sim que a estrutura eclesiástica (da Igreja Anglicana) adotou POSTERIORMENTE, vou repetir, POSTERIORMENTE, vou repetir de novo, POOOOOOOOOSTERIORMENTE(!!!!!) a doutrina calvinista (óbvio, porque só em tempos posteriores, com o rei Eduardo, é que essa igreja se torna protestante!). Esse doente desonesto e canalha ignora o termo “posteriormente” tentando sorrateiramente passar a ideia de que foi o próprio rei Henrique que aderiu ao calvinismo! Desonesto!

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    2. E o que comentar sobre o ataque histérico dele ao Cesare Cantú, um dos maiores e mais reconhecidos HISTORIADORES CATÓLICOS do seu século? O cara é tão medíocre que ao invés de refutar o conteúdo, quer desmerecer o historiador com ad hominem, citando o que um único instituto diz sobre ele (como se o instituto sem relevância internacional tivesse mais credibilidade que o historiador mundialmente reconhecido), o que me lembra quando esse mesmo cretino atacou o historiador católico Paul Johnson com as mesmas táticas de ad hominem quando o Elisson Freire o citou em um de seus artigos, mas depois na maior cara de pau usou ESSE MESMO HISTORIADOR para fundamentar uma posição dele (ou seja, o cara só vale se for usado contra o protestantismo, e nunca a favor!).

      Sobre as citações em si não comenta nada, sobre o outro historiador que eu cito no meu artigo também não comenta nada, também não comenta nada sobre todos os outros livros de história conceituados que afirmam o mesmo (aliás, por coincidência ontem mesmo eu estava lendo um livro que afirma exatamente a mesma coisa, segue abaixo a citação em primeira mão):

      “Tanto não se tratava de uma questão de doutrina, que Henrique VIII mandou perseguir sem piedade os heréticos: foram queimados metodicamente; o rei trocava de mulheres, mas não de religião. A Inglaterra havia-se apenas libertado da tributação da Santa Sé” (RIBARD, André. A Prodigiosa História da Humanidade – Tomo II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964, p. 16)

      “Muito se decapitava, mas, à falta de uma doutrina protestante, a Inglaterra, sem o papa, permanecia católica” (RIBARD, André. A Prodigiosa História da Humanidade – Tomo II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964, p. 22)

      A diferença entre ele e eu é que eu estudo, leio livros, me informo, busco o conhecimento, enquanto esse cafajeste desonesto se apropria de senso comum católico, copiando trechos de sites católicos extraídos de livros que nunca leu, e quando se vê apertado e sem saída recorre desesperadamente ao Google em um blog do uol (e ainda distorcendo tudo o que é dito lá) e ataca os historiadores com ad hominem. É o lixo do lixo do lixo.

      Mas para que fique claro que nem todos os apologistas católicos são escória como ele, abro uma exceção e cito aqui um site católico com link, do Gledson Meireles, que diferentemente do Fernando Nascimento tem honestidade intelectual mesmo sendo católico, e após pesquisar sobre o assunto também concluiu que o rei Henrique VIII não era protestante:

      http://heresiasrefutadas.blogspot.com.br/2017/06/henrique-viii-catolico-protestante.html

      Bom seria se todos os apologistas católicos fossem intelectualmente honestos como ele, e que essa escória desonesta formada por lixos imundos como Fernando Nascimento sumisse do mapa. Os próprios católicos agradeceriam, pois do jeito que está, estão apenas pagando mico e ridicularizando a sua própria fé com mentiras refutadas de forma ridiculamente fácil.

      P.S: o link do facebook que você passou não entra porque é disponível apenas para membros da comunidade em questão (a qual eu não faço parte e nem pretendo), por isso liberei apenas o conteúdo em si, sem o link. Abs.

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  13. Lucas, como você justifica xingar os católicos, tendo sido xingado primeiro ou não? Eu estava lendo, por exemplo, isto: ["os cristãos"]"são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a vida." http://vozesdospadres.blogspot.com.br/2017/06/epistola-diogneto-como-vivem-os-cristaos.html Destaco: "são injuriados e bendizem" Pergunta: "E aí?!"

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    1. Uma coisa é xingar alguém, outra coisa totalmente diferente é fazer uma descrição factual de um sujeito. Por exemplo, chamar um desonesto de desonesto, ou um cretino de cretino, é apenas uma descrição factual, diferente do que seria se chamasse a mãe de “puta” ou mandasse tomar naquele lugar. A primeira categoria foi largamente praticada por Jesus e pelos apóstolos, assim como eu faço com quem já comprovou se tratar de um ser desonesto e pilantra. Jesus chamou os fariseus de “raça de víboras” (Mt.23:33), de “sepulcros caiados” (Mt.23:27), de “serpentes” (Mt.23:33) e de “filhos do diabo” (Jo.8:44). Paulo amaldiçoou os anti-cristãos em 1Co.16:22, chamou Elimas de “filho do diabo” (At.13:10), repreendeu Pedro na face por sua atitude condenável (Gl.2:11), instruiu Tito a repreender severamente os hereges (Tt.1:13) e disse que gostaria que estes que perturbam as pessoas de bem se castrassem (Gl.5:12). Pedro os chamou de “malditos” (2Pe.2:14) e ordenou que um malandro chamado Ananias perecesse (At.8:20), e ele morreu mesmo.

      E são estas mesmas pessoas que falam na Bíblia sobre mansidão, humildade e respeito, porque há uma diferença enorme entre ser manso e ser ingênuo. Jesus era “manso de coração” (Mt.11:29), mas ele expulsou a chibatadas os vendilhões no templo quando foi necessário (Mt.21:12). Não é preciso deixar a humildade de lado para desmascarar alguém. Ninguém deixa de ser humilde por desmascarar alguém que tem que ser desmascarado, assim como ninguém cumprimentaria Hitler ou o trataria “respeitosamente” se ele vivesse nos dias de hoje, e nem por isso quem se recusasse a cumprimentá-lo seria menos humilde. Jesus disse para sermos puros como as pombas, mas também disse para sermos “astutos como as serpentes” (Mt.10:16). A repreensão com firmeza sempre fez e sempre vai fazer parte do Cristianismo evangélico, pois há pessoas que precisam dela, depois de admoestadas uma e duas vezes (Tt.3:10).

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    2. 1. "A repreensão com firmeza sempre fez e sempre vai fazer parte do Cristianismo evangélico, pois há pessoas que precisam dela, depois de admoestadas uma e duas vezes (Tt.3:10)." Mas nesse trecho é dito não para repreendê-las firmemente depois de uma e duas admoestações, mas sim para deixá-las sozinhas depois de uma e duas admoestações, ou avisos, não é isso? E em nenhum momento insultar alguém de volta. (E a "admoestação", nouthesia, segundo a blueletterbible.org, citando a Concordância de Strong, é uma reprimenda amena, um aviso.)

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    3. Isso é para os que ainda estão na igreja, para os de fora Paulo diz na mesma carta:

      "Tal testemunho é verdadeiro. Portanto, REPREENDA-OS SEVERAMENTE [elegcho apotomos], para que sejam sadios na fé" (Tito 1:13)

      Palavras como "filhos do diabo", "raça de víboras", "serpentes", "sepulcros caiados", "malditos" e desejar que cortassem o membro fora (castração), que já podem soar como insulto nos dias de hoje, podiam mais ainda para a época, mas mesmo assim pessoas justas o usam na Bíblia para quem merece, e nem por isso as estavam insultando. O mesmo Pedro que falou para não revidar (1Pe 2:23) chamou certos indivíduos de "malditos" (2Pe 2:14) e outros termos que sob certa perspectiva poderia não parecer com "não revidar", porque uma coisa não tem nada a ver com a outra.

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    4. Vamos esclarecer primeiro essa parte:
      "A repreensão com firmeza sempre fez e sempre vai fazer parte do Cristianismo evangélico, pois há pessoas que precisam dela, depois de admoestadas uma e duas vezes (Tt.3:10)."
      Tito 3:10 "10 Quanto àquele que provoca divisões, advirta-o uma e duas vezes. Depois disso, rejeite-o. 11 Você sabe que tal pessoa se perverteu e está em pecado; por si mesma está condenada."
      O sentido é o oposto, é para parar de adverti-lo, no mesmo espírito de Mateus 18:17, "E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.". Ou seja, evitar. (Não com ódio, claro, nem amaldiçoando, ou fazendo algum tipo de mal, ou se negando a ajudar quando pedido.)

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    5. Parar de advertir COMO CRISTÃO a fim de voltar à sã doutrina e continuar na igreja (não ser excomungado), não significa que depois que já está fora do Corpo tenha que ser ignorado eternamente e jamais confrontado. Se fosse assim então Jesus e todos os apóstolos que discutiram de forma áspera e inclusive com termos de teor agressivo com pessoas não-cristãs e inimigos da fé estariam incorrendo em erro ou em pecado. Considerar como um gentio ou publicano NÃO IMPLICA em não se defender de ataques sofridos ou em deixar alguém disseminar mentiras e calúnias livremente e causar um estrago na fé, não vou nem repetir todos os textos que eu já passei quinhentas vezes aqui e que você não olha e nem comenta e nem refuta nada. Uma coisa é não retrucar calúnias pessoais na mesma moeda (ou seja, com outras calúnias), outra coisa totalmente diferente é permitir que A PRÓPRIA FÉ seja caluniada e nós como apologistas (que significa justamente a defesa da fé) deixemos que isso aconteça diante dos nossos olhos sem fazer nada, sem rebater com a verdade e com a veemência necessária.

      “Não com ódio, claro”

      Quem aqui disse pra fazer com ódio?

      “...nem amaldiçoando”

      Isso às vezes acontece, é só conhecer a Bíblia:

      “Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, QUE SEJA AMALDIÇOADO!” (Gálatas 1:9)

      “Tendo os olhos cheios de adultério, nunca param de pecar, iludem os instáveis e têm o coração exercitado na ganância. MALDITOS!” (2ª Pedro 2:14)

      “Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘MALDITOS, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos’” (Mateus 25:41)

      “Se alguém não ama o Senhor, SEJA AMALDIÇOADO. Vem, Senhor!” (1ª Coríntios 16:22)

      Estariam Jesus, Paulo e Pedro errados, e só você certo?

      Não vou continuar discutindo sobre isso, foge totalmente do tema do artigo, desvirtuando completamente o conteúdo que é realmente relevante, e além disso você apenas repete o mesmo texto todas as vezes sem nunca refutar todos os demais que são os textos-base, sinceramente não tenho o menor interesse nesse debate e tenho coisas muito mais importantes a fazer. Qualquer novo comentário postado sobre isso será sumariamente apagado. Se você acha que Jesus e os apóstolos eram da turminha do “politicamente correto” atual, com um discursinho totalmente polido onde não se pode refutar ou desmascarar alguém com veemência e acha que eles mesmos não deram um bom exemplo disso quando se referiram aos seus opositores, fique à vontade, mas não neste espaço.

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  14. Johannes Kepler no ano de 1600 foi obrigado a sair da cidade de Graz onde era professor de matemática pelo simples fato de ser protestante. Ainda vem os papistas e proferem que os protestantes não eram perseguidos e, segundo a tese do seu ilustre mestre papista (OC): Os Estados unidos foi fundado por protestantes fugindo de protestantes. Ora, se isso não é desonestidade intelectual é o que então?

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  15. A crítica é na afirmação de que alguns católicos dizem que a igreja anglicana é protestante. Se está criticando o que os católicos dizem, é preciso saber os conceitos que os católicos possuem por heresia e por cisma, pois só "entrando na cabeça do católico" que é possível fazer o julgamento, afora isso as discussões ficam inúteis.Vc diz que "Em outras palavras, o que o rei Henrique fez foi deixar de reconhecer o papa como chefe supremo da Igreja, mas as doutrinas católicas permaneceram exatamente as mesmas de antes e não tinham nada de protestantes". Impende que saibamos se realmente os anglicanos se não são protestantes, para tanto, há que se saber, primeiramente, se a Igreja Anglicana é cismática? Cisma é a recusa da sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeito, como é o caso dos ortodoxos (ou melhor, heterodoxos), veja que os cismático se aproxima muito mais do catolicismo do que do protestantismo. Ora, é dito que a única divergência do anglicanismo para o catolicismo foi a não sujeição ao Sumo Pontífice, logo,o anglicanismo deveria ser cismático? Não! Se assim fosse chamaríamos a igreja anglicana de cismática, mas se não chamamos é porque tem algo a mais, e esse algo a mais é descoberto quando se analisa a situação da igreja católica brasileira (ICAB), ela também não se submete ao papa, então porque ela não é considerada cismática? Porque os desvios não param por aí, no livro "Horas de Combate", de Monsenhor Liberali, um protestante pergunta sobre a situação da ICAB: "E por que chama de heresia e não de igreja cismática de Maura" (referindo-se à ICAB), ao que Liberali responde: "Porque nessa igreja se fez mão baixa de muitos dogmas: confissão, indissolubilidade matrimonial, etc. A igreja anglicana foi fundada justamente por entender que o matrimônio não era indissolúvel, assim, fica sendo herética, logo, assemelha-se ao protestantismo, não fosse assim teríamos uma situação sui generis, i.e., não é cismática e nem é herética, então é o quê? A alternativa foi a de chamá-la de protestante por conta da heresia, ultrapassando o cisma. Em suma, o catolicismo tem por heresia o seguinte conceito: a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dessa verdade. ´Resumindo: é cismático que não aceita a autoridade do papa, mas se aproxima de outros aspectos do catolicismo, por sua vez, a heresia é um plus em relação cisma, na heresia vc não só não reconhece o papa, como diverge de inúmeras outras defesas do catolicismo romano, como é o protestante. É apenas uma corrente, não se desconhece que o assunto é vasto e que não há que se recusar, definitivamente, a tese de que a anglicana não é protestante. Eu entendi a sua tese, até mesmo tem católico que pensa como vc, só quis mostrar um outro "lado da moeda" do que alguma corrente do catolicismo diz, que, salvo melhor juízo, é a que Roma adota.

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    1. Não existe protestantismo sem crer nas doutrinas protestantes, esse é o problema, vocês querem impor goela abaixo o que é protestantismo e o que não é ao bel-prazer de vocês, como se coubesse aos católicos definir o que é um protestante, isso é um absurdo! Seria o mesmo que eu definisse o que é ser um “católico”, e neste caso você não poderia impor objeções ao fato de sedevacantistas serem católicos, ou teólogos da libertação, ou os ortodoxos orientais, ou qualquer outra coisa que vocês não consideram católicos de fato. Quer dizer: quando se trata de catolicismo vocês se dão ao direito de definir o que é um católico, mas quando se trata de protestantismo isso não cabe aos protestantes definir, mas sim aos católicos também! Me desculpe mas isso é completamente inadmissível, eu reconheço a sua honestidade intelectual mas esse argumento é um completo devaneio.

      Para ser protestante não basta ser “não-católico”, é preciso:

      1) Aceitar a Sola Gratia.
      2) Aceitar a Sola Fide.
      3) Aceitar a Sola Scriptura.
      4) Aceitar o Sola Christus.
      5) Aceitar o Soli Deo Gloria.

      Isso é o básico do básico, apenas. Henrique VIII aceitava qualquer uma dessas coisas? NÃO! Ele perseguia e queimava protestantes, proibia a leitura da Bíblia tal como nos países católicos, exigia crer na transubstanciação e assassinava quem não cria nisso, exigia culto aos mortos e todas as peculiaridades da Igreja Romana exceto a submissão ao papa. POR ISSO é um catolicismo nacional, em vez de um catolicismo propriamente “romano”, e não tem absolutamente nada a ver com o protestantismo, é totalmente inconcebível associá-lo ao protestantismo. Talvez você esteja confundindo as coisas e pensando que eu estou falando da Igreja Anglicana atual, se este for o caso eu peço que leia o artigo na íntegra, pois eu deixo bastante claro que eu não estou me referindo à Igreja Anglicana da época de Isabel I em diante (essa sim protestante), mas sim especificamente à Igreja Anglicana de Henrique VIII.

      Abs.

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    2. Sim, é exatamente isto que eu estou me referindo, veja, no texto vc disse que os católicos são mentirosos por dizerem que Henrique VIII era protestante, mas os católicos não mentiram, eles apenas julgaram segundo o conceito que o catolicismo ensinou. Eu concordo plenamente com vc que se analisarmos o conceito de protestantismo, Henrique VIII não era protestante, mas isso é natural, veja, os protestantes entendem que é protestante quem incorre nos 5 pontos muito bem ditos por vc, por sua vez, os católicos não julgam assim, o simples fato de incorrer em 1 só desses pontos nós já o julgaríamos como protestante. Então, resumindo, o que quer dizer é que: os católicos não mentiram, SEGUNDO O CONCEITO QUE ELES TÊM, de heresia e protestantismo. Bastava vc ter dito que: "os católicos dizem que Henrique VIII era protestante, mas nós, protestantes, entendemos que o conceito dado por eles é errado". (Obs.: esse trecho em caixa alta não é gritando não rs, é porque não tem como negritar aqui)

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    3. Mas ele não concordava nem com um ponto dos cinco solas, discordava de todos do início ao fim. E o problema maior não é alterar a concepção de "protestantismo", mas imputar a nós evangélicos os crimes cometidos por esse rei e colocá-los nas cotas de "crimes protestantes" que eles inventaram nos sites deles. Isso que é o mais grave. E o leigo que lê esses artigos, por ignorância e desconhecimento histórico, acaba comprando a ideia e achando que os reformadores mataram um tantão de gente e que o protestantismo (o nosso, e não qualquer coisa que alguém possa chamar assim) cometeu "massacres". E então o próximo passo é igualar isso à Inquisição e assim minimizar seus impactos (mas isso é um outro assunto).

      Deixa eu dar um exemplo pra ficar mais claro. Suponhamos que a Igreja Universal do Edir Macedo começasse a exterminar populações inteiras e cometesse um genocídio em sabe-se lá que lugar, então eu dissesse que "universal" significa "católico" e portanto concluísse que "os católicos massacraram aquelas pessoas” e ainda incluísse esses episódios na lista de crimes da Igreja Católica. Ou então imagine se a Igreja Católica Ortodoxa, ou os sedevacantistas, tivessem também cometido assassinatos em massa e eu jogasse isso na conta dos católicos romanos acusando-os de serem membros de uma igreja assassina em função do que fizeram esses outros "católicos", e usasse isso para convencer leigos em história e pessoas bastante ingênuas e desinformadas.

      Isso seria honesto de minha parte? Lógico que não, e os apologistas católicos seriam os primeiros a me acusar de desonesto e canalha, e estariam certos se eu realmente fizesse isso. E é exatamente o que eles fazem conosco neste caso de Henrique VIII. Redefinem o significado de "protestantismo" por uma concepção particular do que venha a ser, e então imputam esses crimes a nós e enganam os incautos que acessam os sites deles cheios de boa-fé. Colocam os supostos "crimes" de Lutero e Calvino, e então botam Henrique VIII no meio como protestante e até como reformador. E isso quando não mentem ainda mais descaradamente como o Fernando Nascimento fez, dizendo que esse rei inglês obrigava os católicos a assistirem os cultos protestantes!

      Eu só acuso a Igreja Romana do que a Igreja Romana realmente fez, não jogo nela a culpa por coisas de outros “catolicismos” nem redefino o termo “católico” para responsabilizá-la por mais coisas, mas eles precisam fazer isso para acusar o protestantismo, lamentavelmente. É de boa-fé o que eles fazem? É honesto ou digno? Que os leitores julguem e tirem as suas próprias conclusões.

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  16. Posso concluir que todo o sucesso alcançado pelo reino unido não é protestante já que Henrique VIII seguia uma espécie de catolicismo?

    "A mente de Henrique VIII, sua igreja, seu credo, seus artigos de fé, seguiam sendo ferrenhamente católicos. Sua “nova religião”, se é que pode ser assim chamada, era um catolicismo separado de Roma"

    Pergunto isso, pois, em outros artigos percebi que você creditava a riqueza de alguns países incluindo o Reino Unido, a origem protestante. Como os EUA foi colonia da Inglaterra já no Século XVI podemos concluir que as bases dos EUA sofriam de forte influência Católica e não protestante?

    Veja este seu artigo:
    http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/06/protestantismo-desenvolvimento.html

    Parece que quando a coisa é boa ela é protestante, mas quando a mesma coisa parece ruim ela é Católica.

    Você esta sendo parcial e injusto, infelizmente.

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    1. Não seja desonesto, você por acaso LEU o artigo? Quando foi que eu disse que a Igreja Anglicana continuou sendo católica-nacionalista até hoje? Eu vou fazer um favor a você e copiar aqui um trecho do artigo que você não leu:

      "Foi só no reinado de sua sucessora [i.e, a sucessora de Maria Tudor], a rainha Isabel, que o protestantismo veio a se consolidar de fato, ocasião na qual os famosos 39 artigos da Igreja Anglicana foram elaborados"

      É nisso que dá comentar sem ler o artigo todo, sua objeção já foi respondida no artigo. Henrique VIII não era protestante, mas Isabel I, a qual estabeleceu o protestantismo desde a segunda metade do século XVI no Reino Unido, sim, e desde então a família real britânica se manteve protestante até os dias de hoje. Seu reinado é considerado pelos historiadores ingleses a "era de ouro", e deu início à prosperidade inglesa que fez do Reino Unido a maior potência europeia por longos séculos e que estabeleceu as bases para o que veio a se tornar os Estados Unidos da América.

      Por favor, da próxima vez que for comentar alguma coisa aqui neste blog, LEIA O ARTIGO INTEIRO primeiro. Já é feio comentar sem ler, e mais feio ainda acusar os outros de injustiça e parcialidade sem ler.

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    2. Veja a Inglaterra tem origem Católica e nunca foi um país sub-desenvolvido que obteve crescimento porque se tornou protestante. Os EUA foram descobertos por protestantes?

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    3. Não é verdade, você já leu algum livro de História da Inglaterra para afirmar isso? Se ainda não leu, leia a “História de Inglaterra” de André Maurois e aprenda que:

      “Quinze anos depois do Tratado de Brétigny [1360], A INGLATERRA JÁ NÃO ERA SENÃO UM PAÍS HUMILHADO E DESCONTENTE” (MAUROIS, André. História da Inglaterra. Rio de Janeiro: Pongetti, 1959, p. 155)

      “Numa aliança entre a INGLATERRA, NAÇÃO CISMÁTICA E FRACA, e a onipotente, ortodoxa Espanha, qual seria a sorte da Inglaterra?” (MAUROIS, André. História da Inglaterra. Rio de Janeiro: Pongetti, 1959, p. 207)

      Como o próprio Maurois afirma, a Inglaterra era antes da Reforma uma “POTÊNCIA DE SEGUNDA ORDEM” (p. 192), bem atrasada em relação à França e à Espanha e ainda bem longe da superpotência que veio a se tornar depois da Reforma, quando já no século XVII era o primeiro país da Europa, e mais tarde encabeçou a Revolução Industrial trazendo a indústria em larga escala para o mundo todo.

      Eu aceito comentários divergentes aqui, mas por favor, se baseie em fontes históricas aceitas academicamente em vez de em achismos ou em senso comum católico.

      Em relação aos EUA, isso é alguma piada? Qualquer um que tenha feito o primário sabe que os EUA foram colonizados pelos ingleses ao final do século XVI, e que os ingleses eram protestantes. E se você lesse algum livro sobre a história dos Estados Unidos, saberia que no final do século XVIII a população protestante neste país girava em torno dos 99%:

      “A poucos anos da Declaração de Independência, os católicos dos Estados Unidos apenas representavam uma minoria insignificante: no ano 1785, só 25 mil pessoas, em meio a uma população de 4 milhões de habitantes” (MÉRIDA, José Luis Mora. Iglesia y religión en los Estados Unidos y Canadá. Madrid: Editorial Mapfre, 1992, p. 76)

      Isso se parece com um país que alcançou sua prosperidade com o CATOLICISMO? Acho que não!

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  17. Estranho essa sua colocação, vc acredita nisso mesmo?

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    1. Que colocação e do que você está falando? Você escreve em anonimato, não dá pra saber se é alguém que já comentou aqui ou se surgiu agora, também não dá pra saber se está comentando sobre alguma parte do artigo ou se sobre algum outro comentário, assim fica complicado. Se é sobre o artigo, você não tem que perguntar se eu acredito nisso, mas sim se OS LIVROS DE HISTÓRIA estão todos mentindo e a apologética católica com seus anacronistas amadores de fundo de quintal que nunca leram um livro na vida está com toda a verdade. Isso sem falar que sua própria pergunta é sem sentido, é ÓBVIO que se eu digo algo é porque eu acredito nisso, você queria o que? Será que você também acredita nessa sua colocação?

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  18. Lucas, você viu os vídeos do Felipe Aquino sobre a inquisição protestante?

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    1. Não, só os que ele falava da Inquisição que existiu (a católica). Se os que ele fala da Inquisição católica são tão ruins, eu mal posso esperar por ver os que ele fala da "Inquisição" protestante...

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  19. Olá Lucas Banzoli

    boa tarde

    Em relação à compreensão teológica como ele via a questão da Transubstanciação, Imaculada Conceição, Purgatório, via pós - morte ?

    Um abraço
    Luiz

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    1. São as mesmas doutrinas tradicionais da Igreja Católica, só muda a submissão à Roma. Sobre a transubstanciação, inclusive, ele condenou o protestante John Lambert à morte por se recusar a crer nisso. Abs.

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