Perguntas de um protestante curioso sobre a tradição oral romanista
O leitor que costuma acompanhar
este blog sabe que eu não sou do tipo que costuma lançar “desafios” ou
“perguntas que ninguém responde”, armar “armadilhas” ou coisa do tipo. Na
verdade, o único artigo que fiz em forma de perguntas/desafios que eu me lembre
agora é este
sobre Pedro, que é um dos mais antigos do blog. A razão pela qual eu
escrevo este artigo em forma de perguntas não é para “desafiar” ninguém, mas
apenas porque eu realmente tenho a curiosidade
de saber como os romanistas respondem a estas questões, que não são nunca
abordadas pela apologética católica. Portanto, as perguntas aqui são
diretamente dirigidas aos apologistas católicos por questão de curiosidade
pessoal, e eu gostaria muito que me respondessem mesmo. Vamos a elas!
1º Quando se debate sobre Sola Scriptura, vocês costumam jogar o
ônus da prova para o protestante, como se fosse obrigação do protestante provar
a Sola Scriptura na Bíblia, em vez da Sola Scriptura ser a posição-padrão e o
católico romano é que tem o ônus da prova em provar o acréscimo (no caso, a tradição oral e sua necessária
confiabilidade). Um dos argumentos mais apresentados é: “Onde está a Sola
Scriptura na Bíblia?”, concluindo, em seguida, que não está lá, então a Sola
Scriptura é falsa. Pois então eu pergunto: onde está a Sola Scriptura no Antigo
Testamento? Bom, se ela não está na
Bíblia, então presumo que também não esteja no Antigo Testamento da própria
Bíblia. A conclusão que este raciocínio nos levaria, pela lógica católica, é
que haveria outra fonte infalível de transmissão da palavra de Deus na época,
além da Escritura. Eu pergunto: qual é ela? Quem a guardou? Como podemos saber
seu conteúdo exato e termos certeza de sua veracidade? Lembrando que estou
falando, por agora, apenas do conteúdo veterotestamentário, quando a Igreja
ainda nem existia. Essa verdadeira tradição existia mas vocês a ignoram assim
mesmo, ou não existia e havia Sola Scriptura na época mesmo sem uma menção
expressa nas páginas do AT?
2º Curiosamente, assim como os católicos fazem com Pedro e os
demais apóstolos, os fariseus tinham um compilado de supostas “tradições
orais”, que supostamente remetiam a Moisés por transmissão oral de geração a
geração. Inclusive – veja só que coisa – diziam se sentar na “cadeira de
Moisés” (Mt 23:2), à semelhança dos católicos que dizem ocupar a “cátedra de
Pedro”. Pela lógica católica da tradição oral ter o mesmo peso e segurança para
fundamentar doutrinas que a Escritura, devemos concluir que essa tradição oral
farisaica era tão autêntica e verdadeira quanto a Escritura? Se sim, então por
que Jesus condenou veementemente essas tradições (Mt 5:13; 15:6; Mc 7:3-9)? Se
não, então onde essa tradição oral foi guardada na época? Se não foi guardada
em lugar nenhum e simplesmente se perdeu, vocês não estão usando justamente a
mesma lógica protestante em relação à tradição oral neotestamentária?
3º Ainda nesta linha, isso não seria um atestado de que as
tradições orais costumam se perder com o tempo, e que apenas o conteúdo escrito (i.e, as Escrituras) é que se
preservou? E isso não prova que não é necessário
que haja um texto dizendo que “só a Escritura é a regra de fé”, já que para
vocês o Antigo Testamento era a única regra de fé para aquela época (se a
tradição oral não existia ou se perdeu com o tempo) e mesmo assim não havia
nada do tipo escrito nas páginas do AT? E isso não prova que a Sola Scriptura é a
“posição-padrão”, como mostro neste
artigo?
4º Não existia nenhum texto exigindo que apenas a Escritura era a
regra de fé nos tempos pré-cristãos, e também é bastante óbvio que os profetas
e escritores bíblicos veterotestamentários em geral não apenas escreviam coisas
mas também transmitiam informação adiante oralmente, e mesmo assim vocês não
seguem a tradição oral do Judaísmo porque creem ser insegura e corrompida. Por
que então os protestantes não podem usar exatamente do mesmo princípio e da
mesma lógica para afirmar que apenas o conteúdo escrito (=Escrituras) é que se
preservou no que diz respeito ao Novo Testamento também, descartando assim a
legitimidade da tradição oral romanista?
5º Vocês usam o versículo de João que afirma que Jesus disse muitas
outras coisas que não foram escritas (Jo 21:25) para provar que a Sola
Scriptura é uma farsa escandalosa. Poderia então me fazer o favor de passar uma
lista de ensinos não-escritos de Jesus, que não foram registrados por escrito
em lugar nenhum pelos seus seguidores, mas que a tradição oral romanista
guardou com precisão? Poderia me contar aqui alguma outra parábola de Cristo,
já que com certeza aquelas que foram escritas não foram as únicas que ele
contou ao longo de três anos de ministério? Poderia relatar aqui alguma outra
história de milagres extraordinários praticados pelo Mestre? Poderia mostrar
qual doutrina os evangelistas se esqueceram de registrar, mas que Jesus com certeza
disse, e a tradição oral tratou de guardar? E quais são as provas da
confiabilidade dessas tradições no mesmo grau que temos do Novo Testamento? (Obs:
sobre a segurança do NT, confira este
artigo).
6º Supondo que você não seja capaz de citar alguma história,
relato, milagre, doutrina ou parábola de Jesus que não tenha sido registrada
por escrito, então por que raios você usa o texto que diz que Jesus disse
muitas outras coisas que não foram escritas? Isso na verdade só não estaria
provando o óbvio, de que apenas o que foi escrito
se preservou e sobreviveu com o tempo, como todos os protestantes sempre
disseram, que é justamente o conceito de Sola Scriptura?
7º Muitos de vocês dizem que a “tradição oral” foi preservada pelos
Pais da Igreja. Bom, um dos primeiros Pais foi Papias, que viveu de perto com
apóstolos e seguidores dos apóstolos, e que de fato falou sobre coisas que
Jesus teria dito e que não foram escritas. Ou seja, a hora perfeita para se
falar em “tradição oral”. Todavia, tudo o que temos sobre isso é o que Eusébio
registra mais de dois séculos mais tarde, e nas seguintes palavras:
“O
próprio Papias acrescenta outras coisas que teriam chegado até ele através da
tradição oral, além de certas parábolas e ensinamentos estranhos do Salvador,
além de outras coisas de natureza mais fabulosa” (HE, III, 39:1-17, veja
neste site católico)
Baseado nisso, me responda, por
favor:
a) Quais eram esses “ensinamentos
estranhos” do Salvador?
b) Se eram ensinamentos verdadeiros
e autênticos, por que o próprio Eusébio parece desacreditar neles, já que chama
esses ensinamentos de “estranhos”?
c) Isso não seria mais uma prova de
que nem mesmo a tradição oral de um bispo que viveu em pleno século I era
confiável, e portanto menos ainda a de papas que viveram séculos ou milênios
depois de Cristo?
d) Se a tradição oral de Papias não
se preservou, como podemos ter certeza que outras coisas atribuídas magicamente
à tradição oral se preservaram incorruptivelmente sem sofrer qualquer
modificação, acréscimo ou subtração ao longo de vinte séculos?
8º O mesmo Papias também faz menção a uma doutrina que teria ouvido
dos apóstolos: o milenarismo. Novamente nas palavras de Eusébio:
“Ele
[Papias] diz que, depois da ressurreição dentre os mortos, haverá um milênio, e
que o reino de Cristo se estabelecerá fisicamente sobre esta terra. Eu creio
que Papias supõe tudo isto por haver derivado das explicações dos apóstolos,
não percebendo que estes haviam-no dito figuradamente e de modo simbólico. A
verdade é que, pelo que se pode deduzir de seus próprios discursos, Papias
parece ser homem de inteligência curta. Mesmo assim, ele foi o culpado de que
tantos escritores eclesiásticos depois dele tenham abraçado a mesma opinião que
ele, apoiando-se na antiguidade de tal varão, como realmente faz Irineu e
qualquer outro que manifeste professar idéias parecidas” (HE, III,
39:12-13)
Vamos lá outra vez:
a) Papias, que conviveu pessoalmente
com apóstolos e discípulos diretos dos apóstolos, era um milenarista. Ele,
portanto, estava em condição melhor do que ninguém para assumir o que os
apóstolos e a Igreja primitiva cria a este respeito, levando em considerações
fontes não-escritas, muito mais do que um Pai da Igreja dos séculos IV e V, ou
do que um papa moderno, ou do que eu e você. No entanto, a posição da Igreja
Romana a este respeito é amilenista, em oposição ao milenarismo, que curiosamente
também era crido por todos os outros Pais da Igreja mais antigos do primeiro e
segundo século, como Irineu, Justino, Clemente de Roma, Policarpo, Tertuliano,
a Didaquê e todos os outros que eu mostro neste
artigo. Por que a Igreja Romana, que diz guardar as tradições orais, não
segue a tradição mais antiga em relação ao milênio, mas sim a posterior, que se
desenvolveu principalmente a partir do século IV, com Agostinho e Cia?
b) Se a tradição oral de Pais da
Igreja dos séculos I e II estava completamente errada nesta questão, como
podemos ter certeza que a dos Pais da Igreja do século IV em diante estava
certa? Isso não seria mais uma prova de que tradições orais não são nada
confiáveis e nem seguras para se estabelecer doutrina a partir delas?
c) Por que Papias não faz nenhuma
menção a doutrinas particulares do catolicismo romano quando cita as tradições
orais de Jesus e dos apóstolos, mas, ironicamente, fala apenas de doutrinas
cridas pelos protestantes e não pelos católicos, e de coisas que o próprio
Eusébio desacreditava?
d) Eusébio achava que Papias havia
entendido errado o que os apóstolos disseram “alegoricamente”, interpretando
literalmente. Mas isso também não vale para todas as outras coisas? Por essa
ótica, nenhuma tradição oral seria confiável, pois nunca saberíamos ao certo
quando alguém entendeu errado e quando entendeu certo qualquer coisa que tenha
sido dita por alguém. Consequentemente, é o fim da tradição oral, ou pelo menos
de sua credibilidade.
9º Um dos únicos Pais da Igreja a listar tradições orais foi Basílio
(330-379). A lista em questão é essa aqui, aliás bastante citada fora de
contexto por apologistas católicos contra a Sola Scriptura:
“Por
exemplo, partindo do exemplo inicial e mais generalizado, quem ensinou por
escrito a fazer o sinal da cruz àqueles que acreditavam em nosso Senhor Jesus
Cristo? Que escrito nos ensinou a fazermos nossa oração voltados para o Oriente?
Qual dos santos nos deixou por escrito as palavras de invocação de erguer o pão
da eucaristia e o cálice da bênção? (...) Além disso, abençoamos a água do
batismo e o óleo da crisma, bem como o catecúmeno que está sendo batizado. Com
base em que autoridade escrita fazemos isso? Nossa autoridade não é a tradição
silenciosa e mística? E não apenas isso, por meio de qual palavra escrita a
própria unção com óleo foi ensinada? E de onde vem o costume de batizar três
vezes?” (Do Espírito Santo, 66)
Lá vamos nós outra vez:
a) Por que Basílio não menciona
nenhuma doutrina, mas apenas praxes dos cristãos da época? Por que nenhum dogma
romanista é mencionado como parte da “tradição”? Isso só não confirma o que os
protestantes dizem, de que a tradição era uma referência a praxes e dados
históricos, e não a fundamentação de doutrinas extrabíblicas?
b) Por que os católicos não seguem a
tradição oral de Basílio? Por que não fazem oração voltados ao Oriente? Por que
não batizam três vezes, etc? Por que usam um texto de Basílio a favor da
tradição romanista e contra a Sola Scriptura, se nem eles seguem quase nada
dessa mesma tradição de Basílio? Não estariam porventura os católicos tão
miseravelmente errados quanto os próprios protestantes então? Por que insistem
que devemos seguir a tradição oral, mas justamente numa rara ocasião em que um
Pai da Igreja lista tradições orais, nem os católicos a seguem?
10º No século IV, um Pai da Igreja chamado Epifânio escreveu uma
pequena obra chamada “Os últimos dias da Virgem Maria” (leia
aqui), onde procurava expor tudo o que aconteceu com Maria em seus últimos
dias por meio de tradições orais sobreviventes até seu tempo. Duas coisas
saltam aos olhos: primeiro, que quase nada é dito, exceto algumas coisas dedutíveis
pela própria Bíblia, e outras suposições de cunho histórico. Mas o mais
importante é que Epifânio não fala nada
de uma suposta assunção. Pelo contrário, quando chega à parte em que
poderia falar disso, diz apenas isso:
“A Sagrada Escritura, transcendendo aqui a
capacidade da mente humana, deixa a coisa na incerteza, em atenção ao Vaso
exímio e excelente, de sorte que ninguém lhe atribua alguma sordidez própria da
carne. Portanto, se ela morreu, não sabemos” (Fonte)
Ou seja, Epifânio não sabe o que
aconteceu com Maria, e a razão dele não saber era justamente porque a Sagrada
Escritura se silenciava a respeito! Pergunto, então:
a) Por que Epifânio não disse que, embora a Escritura se silenciasse a
respeito, eles tinham a fabulosa e extraordinária tradição oral com o mesmo
peso e autoridade, que afirmava taxativamente que Maria foi assunta aos céus de
corpo e alma?
b) Um Pai da Igreja do século IV que
escreveu uma obra inteira apenas sobre os últimos dias da mãe de Jesus
pesquisando em todas as fontes da época não
sabia nada sobre uma suposta assunção de Maria e nem falou sobre isso, mas
um papa do século XX sabia perfeitamente bem, a ponto de dogmatizar esse ensino
em pleno ano de 1950, e ainda afirmando que quem não crê nisso é anátema e
herege? Pode isso, Arnaldo?
c) Poderia a Igreja inteira da época
crer nisso, mas um respeitado Pai da Igreja que escreveu justamente sobre o
tema com o máximo interesse nem ficar sabendo?
11º Leia as citações abaixo, e em seguida assinale a alternativa
correta.
"Que
este selo permaneça sempre em tua mente, o qual foi agora, por meio do sumário,
colocado em teu coração e que, se o Senhor o permitir, daqui em diante, será elaborado de acordo com nossas forças
por provas da Escritura. Porque, concernente aos divinos e sagrados
Mistérios da Fé, é nosso dever não fazer
nem a mais insignificante observação sem submetê-la às Sagradas Escrituras,
nem sermos desviados por meras probabilidades e artifícios de argumentos. Não
acreditem em mim porque eu vos digo estas coisas, a menos que recebam das Sagradas Escrituras a prova do que vos é
apresentado: porque esta salvação, a qual temos pela nossa fé, não nos
advém de arrazoados engenhosos, mas da
prova das Sagradas Escrituras”[1]
"Mas
enquanto avanças naquilo que estudas e professas, agarra-te e sustentes apenas
a esta fé, que pela Igreja é entregue a ti e é estabelecida a partir de toda Escritura. Por nem todos poderem
ler a Escritura, sendo uns por ignorância e outros pelos negócios da vida, o
conhecimento da mesma está fora do alcance deles; assim, a fim de que suas
almas não pereçam por carecerem de instrução, por meio dos Artigos, que são
poucos, procuramos abranger toda a doutrina da Fé (...) E para o presente
momento, confiamos a Fé à memória, meramente atentando às palavras; esperando,
porém, que, no tempo oportuno, possa-se
provar cada um destes Artigos de Fé pelas Divinas Escrituras. Pois os
artigos de Fé não foram compostos ao bel-prazer dos homens: antes, os mais
importantes pontos dela foram
selecionados a partir de todas as Escrituras, forjando o único ensino da Fé.
E, como a semente de mostarda em seu pequeno grão contém muitos ramos, assim
também esta Fé, em umas poucas palavras, tem
abrangido em seu seio o pleno conhecimento da piedade contido em ambos, Antigo
e Novo Testamentos”[2]
Quem disse essas coisas
absurdas?
a) Lutero, o monge bêbado e
satânico.
b) Calvino, o malvadão.
c) Pastor Silas Malafaia.
d) Lucas “Banzolouco” ou “Banzeruéla”,
o “filho da serpente”.
e) Cirilo de Jerusalém, bispo
cristão do século IV.
*Obs: se você respondeu a alternativa a, b, c ou d, a resposta que
eu tenho é essa:
12º Você pode me mostrar alguma citação de Lutero, Calvino ou de
qualquer outro reformador em favor da Sola Scriptura que seja mais clara,
direta e explícita do que essas de Cirilo de Jerusalém?
13º Leia as citações abaixo de Agostinho, e em seguida responda à
questão.
“Agora, quem é que se submete a divina Escritura, se não aquele que a lê ou ouve piamente, submetendo a ela como de autoridade suprema; de modo que o que ele entende ele não rejeita por causa disso, sentindo que ela seja contrária aos seus pecados, mas ama sendo repreendido por ela, e se alegra de que seus males não são poupados até que sejam curados; e por isso que, mesmo em relação ao que lhe parece obscuro ou absurdo, ele, portanto, não levanta contradições ou controversas, mas ora para que ele possa entender, entretanto lembrando que a boa vontade e reverência há de se manifestar no sentido de uma tão grande autoridade?” (Do Sermão do Monte, Livro I, 11)
“Agora, quem é que se submete a divina Escritura, se não aquele que a lê ou ouve piamente, submetendo a ela como de autoridade suprema; de modo que o que ele entende ele não rejeita por causa disso, sentindo que ela seja contrária aos seus pecados, mas ama sendo repreendido por ela, e se alegra de que seus males não são poupados até que sejam curados; e por isso que, mesmo em relação ao que lhe parece obscuro ou absurdo, ele, portanto, não levanta contradições ou controversas, mas ora para que ele possa entender, entretanto lembrando que a boa vontade e reverência há de se manifestar no sentido de uma tão grande autoridade?” (Do Sermão do Monte, Livro I, 11)
“Aqui,
alguém talvez pergunte se nossos autores sacros, cujos escritos, inspirados por
Deus, constituem para nós um cânon da
mais salutar autoridade, se eles devem ser chamados somente sábios ou ainda
eloquentes” (A Doutrina Cristã, Livro IV – Sobre a maneira de ensinar a
doutrina, 9)
“E o
que é mais, o que não aprendeu em nenhuma outra parte, somente encontrará na admirável superioridade da profundidade das
Escrituras” (A Doutrina Cristã, Livro II – Sobre os sinais a serem
interpretados nas Escrituras, 63)
“Não
faltam obras eclesiásticas – sem contar as Escrituras canônicas, salutarmente colocadas no ápice da
autoridade – por cuja leitura um homem bem dotado pode penetrar, além de
seu conteúdo, no estilo das mesmas” (A Doutrina Cristã, Livro IV – Sobre
a maneira de ensinar a doutrina, 4)
“Este
mediador, tendo falado o que Ele julgou suficiente primeiramente pelos
profetas, em seguida por Seus próprios lábios, e depois pelos apóstolos, também
produziu a Escritura canônica, que tem
autoridade suprema, e à qual nos
submetemos assentimento em todos os assuntos” (A Cidade de Deus,
Livro XI, 3)
Pergunta: qual era a autoridade
suprema para Agostinho?
a) A tradição oral romanista.
b) O magistério do papa de Roma.
c) A tradição, o magistério e
“também” a Bíblia.
d) A Igreja Romana.
e) As Escrituras.
*Obs: para ler mais sobre os Pais da Igreja e a Sola Scriptura,
leia este
estudo extraído do meu livro sobre o tema, o mais completo já produzido
sobre o assunto.
*Obs 2: antes que um romanista venha com o texto isolado e
pateticamente distorcido em que Agostinho diz que “não creria nos evangelhos se
não fosse pela autoridade da Igreja”, leia este
artigo.
*Obs 3: e antes que venha com o texto adulterado e mais deturpado
ainda do “Roma falou, a causa acabou”, leia este
artigo, e depois este
aqui.
14º Para Agostinho, que autoridade restaria se a Escritura caísse?
“Em
sua exposição da Epístola de Paulo aos Gálatas eu descobri uma coisa que me
preocupou muito. Pois se declarações falsas em si mesmas foram admitidas na
Sagrada Escritura, que autoridade
restará para nós?” (Letter 40, 3)
a) Ainda restaria toda a tradição
oral com o mesmo valor ou até maior, então não faria muita falta.
b) Ainda restaria o magistério da
Igreja Romana e a tradição.
c) Ainda restaria o terço, o
Ave-Maria, o rosário, a “medalha milagrosa” e as escadarias do “Senhor do
Bonfim” para se pagar penitência de joelhos.
d) N-A-D-A.
15º É assumido até mesmo pelos historiadores leigos que o
purgatório não é uma crença primitiva, que os primeiros Pais da Igreja o
ignoravam completamente e criam apenas em céu e em inferno, não o mencionando
nem mesmo quando teriam oportunidade propícia para tal. Jacques Le Goff, tido
por muitos como o maior historiador do século passado, desenvolveu a maior
pesquisa sobre o tema em seu livro “O nascimento do purgatório”, onde prova que
o purgatório não era uma doutrina crida pela Igreja primitiva desde seus
primórdios, e que mesmo Agostinho, o primeiro a especular sobre isso no início
do século V, tratava isso como uma hipótese,
e não como uma doutrina, muito menos como dogma. Diante disso, pergunto:
a) Se o purgatório era uma doutrina
crida por toda a Igreja primitiva, por todos os apóstolos e por todos os Pais
da Igreja, por que não vemos os Pais da Igreja dos séculos I, II e III falando
em purgatório, nem sequer nos livros em que expunham as doutrinas cristãs? (Obs:
para ler sobre os Pais da Igreja e sua negação ao purgatório, clique aqui
e aqui).
b) Se o purgatório era uma doutrina
crida por toda a Igreja antiga e transmitida adiante oralmente via tradição
oral, por que o próprio Agostinho, ao especular sobre a interpretação de um
texto específico da Bíblia, não disse que aquilo era uma verdade concreta e
indiscutível revelada e preservada pela tradição, mas apenas uma especulação? De
que modo ele estaria especulando algo que supostamente já seria a crença
universal de toda a Igreja há séculos, assegurada de modo conclusivo pela força
da tradição? (Obs: para ler mais sobre o purgatório na visão de Agostinho,
clique aqui
e aqui).
16º Os Pais da Igreja unanimemente
rejeitaram o ensino da imaculada conceição de Maria (veja aqui
e aqui),
rejeitado também até por papas e teólogos católicos medievais (veja aqui)
e por Tomás de Aquino (veja aqui,
aqui
e aqui).
No entanto, para a apologética católica, este ensino faz parte da suposta
“tradição oral”, aquela mesma que os apóstolos ensinaram sem escrever, e que
transmitiram oralmente para os seus sucessores e discípulos, que as
transmitiram por sua vez adiante e adiante até chegar aos ouvidos de um papa
que definiu o assunto dogmaticamente. Pergunto, portanto:
a) De que forma é possível um ensino
que não foi crido por nenhum Pai da Igreja ser um ponto de fé transmitido desde
os primórdios por tradição oral em toda a Igreja?
b) Por que houve Pais da Igreja que
falaram em Maria ter cometido pecados pessoais, outros que disseram que somente
Cristo não contraiu o pecado original, e no máximo uma minoria que cria que
Maria não cometeu pecados pessoais em vida, mas sem eximi-la da mancha do
pecado original? Por que nem um único disse em alto e bom som: “Maria teve uma
concepção imaculada”, ou então: “Maria não contraiu o pecado original”?
c) Se a imaculada conceição de Maria
era um ensino crido por tradição oral desde os primórdios da Igreja ocidental e
oriental, por que até hoje os orientais da Igreja Ortodoxa não creem nisso?
d) Se a imaculada conceição de Maria
era um ensino crido por tradição oral desde os primórdios da Igreja, por que em
plena Idade Média, e já mais de mil anos depois de Cristo, ainda se debatia o
assunto no ocidente, com muitos dos mais célebres papas, escolásticos e
doutores da Igreja defendendo a posição contrária ao dogma mariano? Por que
Tomás de Aquino o negou em sua Suma Teológica? Poderia o “doutor angélico”, tão
respeitado e venerado pelos católicos do mundo inteiro até hoje, não conhecer a
doutrina da própria Igreja da época? E se ainda não era uma doutrina da Igreja
em sua época, como se justifica uma doutrina ser transmitida oralmente desde o
primeiro séculos pelos apóstolos, e mesmo assim demorar mais de um milênio para
ser incorporada na doutrina da Igreja?
17º Se a tradição oral foi guardada e preservada incorruptivelmente
na Igreja Católica antiga, por que a tradição no Oriente é tão diferente da
tradição do Ocidente? Por exemplo, na Igreja Católica Ortodoxa oriental, o
purgatório é rejeitado, assim como a imaculada conceição de Maria, o primado
jurisdicional do bispo de Roma e sua pretensa “infalibilidade”, a cláusula
Filioque, o limbo, a extrema-unção, as indulgências, o celibato obrigatório, as
imagens de escultura, a total indissolubilidade do matrimônio, o batismo por
aspersão, o Rosário, o poder temporal da Igreja e muitas solenidades católicas
de Roma. Como é possível uma mesma tradição ganhar contornos tão diferentes no
Ocidente e no Oriente? Não seria essa uma prova cabal de que pelo menos uma das duas tradições orais
se corrompeu miseravelmente ao longo dos séculos, e que portanto esse tipo de
tradição não é confiável e muito menos infalível como a Sagrada Escritura?
18º Logo cedo, no século II, já havia divergências entre as igrejas
orientais e a de Roma no que concerne a questões de tradição, como é o caso da
data da celebração da Páscoa, que os orientais tinham por tradição celebrar no
dia 14 de Nisã, e os ocidentais no domingo seguinte. Essa discordância poderia
passar despercebida e ser tratada como algo secundário e de pouca relevância se
não fosse por um problema: a tradição. Os bispos romanos garantiam que haviam
recebido a tradição ocidental direto de seus antecessores, e os orientais
asseguravam que haviam a recebido direto dos apóstolos, especialmente de João,
cujo discípulo Policarpo ainda estava vivo quando debateu a este respeito com o
bispo romano Aniceto. Os dois discordaram entre si e não chegaram a conclusão
alguma.
Curiosamente, a mesma
divergência ressurgiu décadas mais tarde ganhando contornos mais pesados, desta
vez entre o bispo romano Vítor e os bispos asiáticos, entre eles Polícrates. A
discussão desta vez foi tão forte que Vítor ameaçou “excomungá-los”, sendo severamente repreendido por todos os
demais bispos, entre eles Irineu – nas palavras do próprio Eusébio (HE, V, 24:9).
E, mais uma vez, ninguém concorda com o outro e cada um segue com sua própria
tradição em contraposição com a do outro. Vêm-me à mente as seguintes questões
no momento:
a) Como é possível que tão cedo, no
período de poucas décadas, quando um discípulo direto do apóstolo João
(Policarpo) ainda estava vivo, houvesse um “choque de tradições” como esse, em
que obviamente um dos dois lados havia recebido uma tradição corrompida? Não
seria essa uma prova cabal de que não é seguro confiarmos somente na tradição?
Se uma tradição tão precoce que data de inícios do século II já é
comprovadamente falsa (independentemente de qual das duas tenha falhado), como
vocês querem convencer os protestantes a crer cegamente em tradições muitíssimo
mais tardias e com muito menos peso histórico?
b) Não é mais razoável nesta
discussão pensar que o bispo romano estava mesmo completamente errado, pois a
evidência de Policarpo era muito mais convincente que a dos bispos romanos?
Policarpo havia recebido este ensino diretamente de um apóstolo (João),
enquanto o bispo romano teria recebido por terceiros, não diretamente de um
apóstolo. Ou um apóstolo aqui mentiu, ou Policarpo era desonesto ou surdo, ou
os bispos romanos estavam errados e já recebendo tradições erradas desde essa
época. Qualquer das opções mata a confiabilidade da tradição oral.
c) Se não podemos confiar na
tradição nem quando diz respeito a apenas uma
simples data e nada mais, como poderemos confiar nela quando diz respeito a
doutrinas e dogmas muito mais complexos, inventados tardiamente por Roma? Não é
preciso ser monstruosamente ingênuo para crer nisso?
19º A Bíblia ensina que devemos amar os inimigos e fazer o bem a
eles (Lc 6:35), dar a outra face quando ofendidos (Mt 5:39) e andar a segunda
milha (Mt 5:41), e o próprio Jesus repreendeu Pedro severamente quando fez uso
da espada para defendê-lo de uma situação de risco concreto, dizendo que “todos os que fazem uso da espada, pela espada perecerão”
(Mt 26:52). Entretanto, a Igreja Romana abertamente usou de aparatos repressivos
de perseguição à divergência teológica, de “caça às bruxas” e aos “hereges”,
criando a Inquisição e a autorizando desde a Idade Média até a Idade Moderna,
tendo torturado, açoitado, exilado, confiscado os bens, escravizado e
assassinado centenas de milhares de pessoas (confira a lista de artigos sobre
isso, disponível ao final deste
artigo). Se isso não é ensinado pela Bíblia, presumo que seja um ensino da
tradição oral, que os apóstolos transmitiram verbalmente aos seus sucessores,
para caçarem e matarem os “hereges”. Pergunto:
a) Quais as provas de que algum
apóstolo ensinou isso mesmo, e que as transmitiu adiante oralmente?
b) Se essa tradição oral de
repressão, perseguição, violência e intolerância foi realmente transmitida e
recebida pela Igreja antiga desde os seus primórdios, por que os primeiros Pais
da Igreja eram extremamente pacifistas, alguns até a ponto de recriminar o uso
da espada mesmo quando em legítima defesa? (Obs: veja as citações neste
artigo).
c) Quem estava errada: a Igreja
Católica Romana na época em que perseguia, caçava e assassinava os “hereges”,
ou a Igreja Católica Romana de hoje que já não ascende mais fogueira nenhuma há
séculos? Quem estava errado: o papa Inocêncio III, que exclamou que se
torturassem os hereges “até o limite da diminuição
de membro e perigo de morte” (Bula Ad Extirpanda, Cânon 26), ou o papa
João Paulo II, que pediu perdão pela Inquisição? (veja aqui).
Qual dos dois papas e qual das “duas igrejas” estava seguindo a “tradição
certa” de tolerância ou intolerância, e qual estava (ou está) seguindo a
“tradição errada”?
20º Poderia, por favor, me citar alguns ensinos ou histórias de
Abraão, Moisés, Elias, Noé, Davi e etc, que não tenham sido escritas? Conte-me
sobre o que você descobriu desses personagens exclusivamente mediante as
tradições orais que sobreviveram incorruptivelmente, sem terem sido escritas.
Ou vai me dizer que só o que foi escrito é que foi preservado?
21º Vocês usam o texto de João em que ele diz que ainda tinha
muitas coisas a dizer, mas que não as faria por papel e tinta (2Jo 12). Poderia
então me explicar quais eram exatamente estas coisas, uma a uma? Com as devidas
evidências que comprovem isso, por favor. Ou vai falar que não sabe? Qual a
utilidade de citar textos que supostamente “refutam” a Sola Scriptura, quando
na verdade tudo o que fazem é provar que apenas o que foi escrito é que foi
preservado, que é justamente no que consiste a Sola Scriptura?!
22º Vocês também usam aquele texto que diz que Jesus ensinou tantas
coisas que não caberiam nem em todos os livros do mundo (Jo 21:25), e isso
supostamente “detonaria” a Sola Scriptura, já que obviamente não estaria tudo
na Bíblia. Mas há um error 404 aqui: por essa mesma lógica a tradição romanista
se desintegraria por completo, já que também não estaria tudo nela! Só na
Biblioteca de Alexandria da época, estima-se que havia mais de 700 mil livros
em rolos de papiro e pergaminho. Compare isso com tudo aquilo que a Igreja
Romana considera oficialmente como “tradição” em seu catecismo, e não chega nem
perto. Portanto, a tradição da Igreja Romana não guarda todas essas milhares ou
milhões de coisas que Jesus disse e fez durante sua vida e ministério, provando
que também seria insuficiente, e, assim, falsa (usando a própria lógica
católica, é claro). Qual a utilidade de citar um texto que diz o óbvio (que
Jesus fez muitas coisas não escritas), se vocês não têm essas coisas a mais que
não foram escritas? Quem é capaz de me mostrar um compilado oficial exato,
preciso e fiel da Igreja Romana em que delimite toda a extensão e conteúdo da
tradição oral?
23º Sempre que vamos respaldar alguma coisa histórica antiga,
precisamos lidar com o que foi escrito, pois nessa época não havia outra forma
de registro, como gravação de vídeo ou áudio, por exemplo. Só havia a escrita
para passar o conteúdo adiante a muitas gerações sem sofrer alterações
características de um “telefone sem fio”, que é o que acontece quando uma coisa
fica só no “boca a boca”. É como diz o ditado: “quem conta um conto, aumenta um
pouco”. Você confiaria em alguém que dissesse que Platão ensinou isso ou
aquilo, embora não tenha sido registrado em lugar nenhum nem por ele e nem por
seus seguidores? Confiaria em alguém que dissesse que Tomás de Aquino era na
verdade um maçom disfarçado, que Alexandre Magno era míope e que Josefo era
homossexual, sem apresentar absolutamente nenhuma evidência escrita disso, mas
apenas dissesse para confiar em mim porque isso chegou aos meus ouvidos? Se
não, então como vocês podem exigir que os protestantes acreditem em supostos
ensinos não-escritos dos apóstolos, sem nenhuma evidência e ainda em sentido
contrário ao único conteúdo que de fato conhecemos deles, isto é, os seus
escritos?
24º Se você fizer um trabalho acadêmico sobre Platão e citar algo
sem referência escrita nenhuma, dizendo que aquilo “veio oralmente”, mas sem
citar de onde veio, de quem veio, quando veio, onde foi registrado, etc, você
simplesmente levará um zero de nota. Se Platão vivesse nos dias de hoje,
poderíamos usar aquilo que ele escreveu e também seus vídeos e áudios, mas como
ele viveu há tanto tempo, só nos resta o que foi escrito como tendo sido conservado até nós. Por que essa mesma
lógica não se aplica ao caso dos evangelistas e apóstolos? Platão também certamente
“disse muitas coisas que não foram escritas”, mas essas coisas que ele disse
sem ter escrito nós não sabemos hoje, exatamente
porque não foram escritas! Se tivessem sido escritas, nós saberíamos. De
modo que, ainda que Platão certamente tenha ensinado muita coisa apenas
oralmente, é somente a partir do que foi conservado por escrito (i.e, sola scriptura) que podemos ter hoje
acesso à doutrina de Platão. A analogia com a Sola Scriptura da Bíblia é óbvia
e autoevidente.
25º Logo no início do seu evangelho, Lucas escreve:
“Muitos
já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós,
conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram
testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo
cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó
excelentíssimo Teófilo, para que tenhas
a certeza das coisas que te foram ensinadas” (Lucas 1:1-4)
Como vemos, Lucas não nega que
já havia muitos relatos de testemunhas oculares por aí sobre Jesus e que esses
relatos já haviam chegado aos ouvidos de Teófilo (“coisas que te foram ensinadas”),
mas ele não se contenta com isso. Em vez de deixar Teófilo apenas com essa
transmissão oral dos fatos como se isso já bastasse, ele faz questão de registrá-las por escrito, justamente
para que ele tivesse a certeza das
coisas que lhes foram ensinadas. Pergunto, então:
a) Se a tradição oral é tão segura e
confiável quanto o conteúdo escrito, então por que Lucas não deixou Teófilo
apenas com esse conteúdo oral do evangelho que ele já havia recebido? Por que
ter todo o trabalho de fazer uma extensa pesquisa histórica em torno de Cristo,
e ainda gastar um dinheirão, já que naquela época apenas os ricos podiam ter
papiros para escrever, e quanto mais papiro se usava mais caro ficava? Por que
simplesmente não deixar Teófilo com o conteúdo oral, se esse conteúdo oral já
bastava, já era suficiente, seguro e 100% confiável?
b) Por que Lucas também deixa
subtendido que sem o conteúdo escrito Teófilo não poderia ter a certeza das coisas que lhe foram
ensinadas? (Obs: se ele diz que ele escrevia para que Teófilo viesse a ter a
certeza das coisas que lhe foram ensinadas, é porque ele não tinha essa certeza
ainda).
26º Os Pais da Igreja entraram em divergência entre si quanto a
inúmeros assuntos teológicos. No meu livro “Em Defesa da Sola Scriptura”, eu
listo vinte dessas divergências com citações perfeitamente claras para cada uma
delas, embora pudesse citar muito mais. Muitas dessas discórdias entre os Pais
diziam respeito às mesmas doutrinas que são debatidas entre os protestantes até
hoje. Entre elas, eles discutiam e divergiam entre si com relação aos livros
apócrifos, ao milênio, à virgindade perpétua de Maria, ao destino da alma após
a morte, à presença de imagens na Igreja, à versão bíblica utilizada, ao
rebatismo de hereges, ao batismo infantil, ao divórcio, à origem da alma, aos
juramentos, ao determinismo, à eleição, e por aí vai. Pergunto:
a) Como eles podiam ter tantas
divergências, se supostamente existia em todas as épocas uma mesma tradição
oral preservada pela Igreja Católica universal e conhecida por todos? Se fosse
assim, eles já não deveriam conhecer a verdade exata sobre cada doutrina? Ou a
tradição oral não existia, ou não havia sido preservada, ou não era conhecida,
ou era e os Pais é que eram esquizofrênicos para discutir doutrinas bíblicas de
forma totalmente desnecessária, já que a tradição já esclarecia de antemão qual
lado é que estava com a razão.
b) Vocês frequentemente argumentam
contra nós evangélicos que a quantidade de divergência que possuímos entre nós
é uma “prova” do quanto a Sola Scriptura é uma coisa horrorosa, pois se
seguíssemos a tradição, como vocês fazem, não teríamos divergência alguma, mas
seríamos tão unidos quanto vocês supostamente são. Mas os Pais da Igreja tinham
as mesmas divergências e lidavam com as mesmas discussões que existem nas
igrejas evangélicas hoje. Usando a lógica católica, isso não seria uma prova de
que eles eram Sola Scripturistas também?
27º Vocês costumam dizer que a tradição serve para esclarecer
polêmicas que a simples leitura da Bíblia não basta. Eu sou forçado a
reconhecer que, embora as doutrinas importantes para a salvação estejam
perfeitamente claras na Bíblia (o que é assumido não apenas por mim, mas por
Agostinho e demais Pais da Igreja da forma mais taxativa possível), há
realmente textos “obscuros” na Escritura, de difícil interpretação. Você diz
que é a tradição que lança luz a esses textos. Então eu vou fazer algumas
perguntas básicas, e você me responda apenas com o que diz a tradição oral
romanista sobre eles, ou seja, apenas a doutrina oficial da Igreja Romana, não
vale o seu achismo pessoal, seu “subjetivismo” ou a sua interpretação pessoal,
que é uma forma de livre exame condenada pela sua própria Igreja. Vamos lá:
a) O que detém a manifestação do
anticristo? (2ª Tessalonicenses 2:6).
b) Quem é a “Babilônia” do
Apocalipse? (Apocalipse 18).
c) Quem é a prostituta embriagada
com o sangue dos mártires, e quais são os “montes” sobre os quais ela está
assentada? (Apocalipse 17).
d) Do que se trata as “línguas de
fogo” de Atos 2, e o dom de línguas de 1ª Coríntios 14?
e) Quem eram os “filhos de Deus”, de
Gênesis 6:1-4?
f) Afinal: Jefté matou a sua filha
ou não? (Juízes 11:30-40).
g) O que é o “batismo pelos mortos”?
(1ª Coríntios 15:29).
h) Quem são os “144 mil”?
(Apocalipse 7:4-9).
Essas são apenas algumas
perguntas. Eu sei que você tem resposta a todas elas, como eu também tenho, mas
não estou querendo saber a sua interpretação,
nobre apologista católico, mas sim o que afirma infalivelmente a tradição da
Igreja Romana. Ou seja, qual a interpretação oficial e formal de Roma sobre
estes textos. Mostre-me no catecismo, numa bula, encíclica, concílio ou em
qualquer outro lugar a interpretação oficial desses textos. Se não há nenhuma,
então pra que serve essa bendita tradição oral? Isso na verdade só provaria que
os textos obscuros continuam obscuros, tornando a infalibilidade papal mais
útil que óculos para cego.
28º Essa é a última questão, e como você, caro apologista católico,
já deve estar cansado e exausto assim como eu, vou pegar bem leve nessa. Farei
a pergunta mais simples possível, que é o mínimo que todo apologista católico
deve saber, que é somente um pedido sincero: você pode listar para mim todas as
doutrinas que vocês nem precisaram da Bíblia pra conhecer? Liste para mim todos
os ensinos que vieram somente da tradição oral, já que a Sola Scriptura é falsa
e não dá embasamento nenhum para um monte de doutrina importante. Como não sou
muito ingênuo, vou pedir apenas que me dê um mínimo de informação básica
necessária, coisinhas do tipo:
a) Quem disse?
b) Para quem disse?
c) O que disse?
d) Quais as evidências de que disse
isso mesmo?
Com a Escritura, isso é muito
simples. Peguemos como exemplo o texto de 2ª Timóteo 3:14-17, que diz:
“Quanto
a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção,
pois você sabe de quem o aprendeu. Porque desde criança você conhece as
Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a
fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o
homem de Deus seja perfeito e plenamente preparado para toda boa obra”
(2ª Timóteo 3.14-17)
Façamos o teste:
a) Quem disse? R: Paulo.
b) Para quem disse? R: Timóteo.
c) O que disse? R: que a Escritura faz o homem de Deus perfeito e plenamente
preparado para toda boa obra, etc.
d) Quais as evidências de que disse
isso mesmo? R: Mais de cinco mil
manuscritos gregos antigos que contém essa passagem.
Agora vamos fazer o mesmo teste
com uma tradição católica qualquer. Por exemplo, a assunção de Maria:
a) Quem disse? R: Ninguém sabe.
b) Para quem disse? R: Ninguém faz ideia.
c) O que disse? R: que Maria foi assunta aos céus de corpo e alma.
d) Quais as evidências de que disse
isso mesmo? R: Nenhuma.
A diversão é garantida quando
fazemos o mesmo teste com todas as outras tradições orais romanistas, testando
sua credibilidade. Mas nem isso podemos fazer direito, pois os próprios
papistas não sabem ao certo o que faz parte da “tradição oral” e o que não faz,
pois a Igreja Romana nunca se preocupou em fazer um “cânon” ou “compilado” da
tradição, delimitando coisa por coisa do que ela assevera. Ou seja, os
católicos não sabem nem o que é a tradição, e muito menos tem como provar sua
confiabilidade. Tem apenas uma noção vaga e vazia do que vem a ser, usando-a na
prática apenas como bode expiatório para todos os seus falsos ensinos sem
qualquer base bíblica. Ou seja, como a Bíblia extermina completamente as
maluquices papistas, eles são forçados a tirar doutrinas da “tradição oral”
como um mágico que tira quantos e quais coelhos quiser de sua cartola. E até a
finalidade é a mesma: enganar os incautos e néscios.
• Leia mais sobre Sola Scriptura e tradição oral em meu livro sobre o
tema, disponível aqui.
• Confira todos os artigos sobre Sola Scriptura e tradição na lista
temática de artigos, aqui.
Paz a todos vocês que estão em
Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (www.facebook.com/lucasbanzoli1)
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- Desvendando a Lenda (Refutando a imortalidade da alma)
- Ateísmo Refutado (Evidências da existência de Deus e veracidade da Bíblia)
- Fim da Fraude (Refutando as mentiras dos apologistas católicos)
Flawless victory!
ResponderExcluirLucas queria que você me respondesse sobre o que diz a PATRÍSTICA com essa declaração,de Eusébio bispo de Cesareia 317d.c,ele diz que Pedro de nacionalidade Galileia foi o primeiro PONTÍFICE cristão tendo fundado a igreja de Antioquia, se dirige a Roma pregando o evangelho por 25 anos sendo bispo da cidade, o que tem de verdade na declaração de Eusébio? isso já não é um sinal que Pedro de fato foi o primeiro papa por ter sido chamado de PONTÍFICE e ter ficado 25 anos de seu pontificado?Abs!
ResponderExcluirLucas, magnifico o artigo. Excelente e fenomenal. Era o que estava faltando.
ExcluirParabéns mais uma vez!
Célia, isso parece enxerto. Ou seja, foi adicionado depois por algum escriba desonesto.
Basta ler para sentir cheiro litúrgico católico romano:
"... Pedro de nacionalidade Galileia foi o primeiro PONTÍFICE cristão tendo fundado a igreja de Antioquia, se dirige a Roma pregando o evangelho por 25 anos sendo bispo da cidade"
Tem alguma coisa errada aí!
Alon
O texto é um acréscimo espúrio mesmo. Uma nota de rodapé na obra assinala essa parte e destaca:
Excluir“(5) In the PL, not in the Ms. there follows: Peter the Apostle founded the Church at Antioch, and there securing his (episcopal) throne, he sat (reigning as bishop) for 25 years”
Ou seja, não está em um manuscrito, só em outro (o que foi adicionado). O próprio termo "pontífice" Eusébio NUNCA emprega para bispo cristão nenhum em suas obras; eu procurei em todos os dez livros da "História Eclesiástica", e embora tão grandes, esse termo nunca é empregado neste sentido. Só isso já seria o bastante para denunciar o acréscimo espúrio de tempos posteriores, quando já se usavam a palavra "pontífice" para se referir ao bispo de Roma, isso sem falar que no seu livro principal (História Eclesiástica) ele nunca diz que Pedro esteve 25 anos em Roma e nem foi que bispo dali; impossível pensar que numa obra muito menor e menos relevante ele teria escrito isso, é totalmente incoerente e sem lógica.
Pronto! Resolvido o problema!
ExcluirEstá explicado porque os católicos não gostam de você, Banzoli.
Alon
Das duas uma: quando a teologia "protestante" (Cristã) é pregada a um católico,etc.etc.etc. ou faz ele ir para o Céu (se aceitá-la), ou faz ele ir para o Inferno (se recusa-la).
ExcluirPorquanto não há outra teologia que faça mais legitima a Palavra de Deus, que a teologia protestante.
Sobre os ítens 1,2,3 e 4.
ResponderExcluirAlguns católicos se apoiam na tradição oral judaica para defender a tradição da Igreja católica. Foi isso o que fez o Conde Loppeux, recentemente, ao refutar o Iago do "dois dedos de teologia", neste vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=HVKYjs4w5aA
No caso, ele usou de desonestidade, pois a Igreja Católica nunca defendeu a tradição oral judaica. Tudo o que acreditam com relação ao Antigo Testamento é o que se encontra registrado por escrito.
O falecido Orlando Fedeli, da antiga associação cultural Montfort, fez tanto um vídeo como um artigo refutando as bases de uma oralidade judaica, que segundo ele, tem origem gnóstica e se deve-se aceitar apenas o relato escrito do AT
vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=fcpmHsYe9cc&t=5s
Parte escrita
http://www.montfort.org.br/bra/cadernos/religiao/escribas1/
http://www.montfort.org.br/bra/cadernos/religiao/escribas2/
Pois é, justamente por isso eu expus o argumento, porque eles não concordam nem entre si, e qualquer coisa que respondam é contraditória e falsa. Se dizem que não confiam na tradição oral judaica confirmam o princípio protestante de Sola Scriptura pela falta de credibilidade em tradições não-escritas, e se dizem que confiam nas tradições judaicas, se depararão com a dura repreensão de Jesus às tradições supostamente "guardadas" pelos fariseus, e também com o triste fato de que essas tradições contrariam a própria doutrina católica... é um beco sem saída.
ExcluirAs tradições judaicas verazmente aceitas por Paulo, são àquelas ESCRITAS por Moisés. As tais tradições orais começaram com os rabinos do Sinedrim inspirados pelo Diabo o pai deles (segundo o mesmo Jesus). Assim, paralelamente fez o maldito romanismo, inventando dogmas e ensinos inspirados pelo mesmo Satanás e cujos registros neotestamentários ignoram, sejam em parte (meias verdades) ou totalmente. Seja, a fonte de inspiração (deturpação) vem do mesmo Inferno que inspirara àqueles do Sinedrim. A síntese da deturpação judaica deu no Talmude, e a síntese da deturpação romanista deu na pseuda "tradição e magistério... Todos os três são satânicos. SEM DÚVIDA!
ExcluirLucas. Falta o item 29. Pra que REGISTRAR POR ESCRITO o catecismo
ResponderExcluirda Igreja pois o mesmo existe a dois mil anos de maneira inalterada? Se por 20 séculos não foi necessário REGISTRAR por que atualmente se faz necessário!?
https://www.youtube.com/watch?v=OYy2Vn15xVI
ResponderExcluirO que você acha desse vídeo??
Depois eles dizem que isso é coisa de "protestante"...
ExcluirLucas, estão dizendo que um tal site "apologistas católicos" te refutou, é verdade?
ResponderExcluirO dono desse site nunca refutou coisa nenhuma, apenas escreveu um ou outro artigo mentiroso e infame contra mim e este blog há alguns anos atrás, sendo refutado e desmascarado em TODAS as vezes sem exceção. Inclusive o Alon e eu criamos o "Fim da Fraude" justamente para expor os links de refutação a cada texto que tenta "refutar" os apologistas evangélicos:
Excluirhttps://fimdafraude.wordpress.com/
Depois de fracassar miseravelmente em todas as tentativas de "me refutar" e de se calar em todas as vezes que era contra-argumentado e refutado, ele decidiu armar suas arapucas contra o Bruno Lima, passando por um vexame ainda maior em seus debates com ele (onde foi massacrado), e desde então sumiu e nunca mais apareceu, nem escreveu mais nada de um ano pra cá, não tem mais moral pra falar mais nada, é o cara mais desmoralizado da internet.
Eles falam qualquer coisa. O Silas foi desafiado por dois deles para um debate.
ExcluirEles simplesmente escreveram em algum lugar que desafiavam o Malafaia para debater.
O silas Malafaia, muitíssimo provavelmente, jamais soube de nada. Algumas semanas depois estavam dizendo que o Malafaia ficou com medo e não apareceu.
Eles fazem o que quiser com qualquer um. Mentem o tempo todo!
Eles nunca refutam ninguém!
Alon
Não gosto do Silas, ate debateria com ele, e olha que eu poderia ganhar: só abrindo a Bíblia e mandando ele ler: exatamente onde os calos lhe apertem. Mas católico debater com o Silas Malafaia e ganhar? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
ExcluirCatólico refutando o Silas? Estes tontos acham que enganam quem? Só os coleguinhas católicos deles.....
ExcluirÉ ruim hein.
Um católico só refuta um "crente" se este "crente" virou protestante, noutra "reencarnação". E como reencarnação é doutrina igualmente diabólica e mendaz como o catolixismo, isto jamais acontecerá. A não ser seja um "crente", que converteu-se, sem tirar a casaca católica.Sabemos de crianças crentes que já fez calar até padres. Mas cuidado, não deixem suas crianças perto dum padre. Nunca, jamais! É que a maioria deles são pedófilos, adúlteros, fornicadores, efeminados, ou giletões.
ExcluirA primeira maior arma do catolixismo é a MENTIRA, a segunda, a fraude, a terceira, as bulas pontifícias (Bullas), e por ai vai
ExcluirÉ impressão minha ou a primeira e última citação de Agostinho na questão 13ª são do mesmo texto?
ResponderExcluirEra o mesmo texto dentro de seu contexto maior; eu já tirei o texto menor e deixei o maior.
ExcluirOlá, tem algum livro sobre essa tal de "Inquisição Protestante", que o canal de youtube Inquisição Online tanto fala?
ResponderExcluirNão existe nenhum livro sobre "Inquisição protestante" porque Inquisição protestante NÃO EXISTE. É apenas mais uma das recentes invenções dos apologistas católicos desonestos e embusteiros. Eu já escrevi sobre isso nestes artigos:
Excluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/08/breve-refutacao-dez-calunias-catolicas.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/12/a-terrivel-monstruosa-e-abominavel.html
Até o renomado historiador CATÓLICO Paul Johnson admite:
“Os Estados protestantes tendiam a ser os principais beneficiários dessa série internacional de movimentos religiosos. Podiam ter religiões estatais, mas tendiam a ser mais tolerantes. Raramente empreendiam perseguições sistemáticas. NÃO POSSUÍAM NENHUMA AGÊNCIA EQUIVALENTE À INQUISIÇÃO. Não eram clericalistas. Permitiam uma circulação mais livre dos livros” (JOHNSON, Paul. História do Cristianismo. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 381)
E aliás, é completamente bizarro que um enfermo mental como este tal "Inquisição Online" exalte a Inquisição que existiu (ou seja, a católica) como uma coisa maravilhosa e certa, ao mesmo tempo em que inventa uma Inquisição protestante que nunca existiu e que seria uma coisa terrível e monstruosa. É coisa de canalha mesmo.
Ola Lucas. Pra mim a questão da tradição oral romana inalterada está no mesmo patamar do magistério infalível, ou seja, só existe na mente vazia de quem se recusa a pensar com honestidade e sem fanatismo.
ExcluirExatamente...
ExcluirCrentes já mataram? Sim! Já. E até mataram inocentes: os Anabaptistas. Já mataram criminosos? Já, os servos que assaltavam, matavam, roubavam e estupravam inocentes na Alemanha. Já mataram outras pessoas? Mataram: Para defender sua pátria pegaram em armas contra invasores católicos. Ou será que protestantes tem que morrer sem defender suas vidas, filhos, mulheres, parentes e outros irmãos?
ExcluirE você já viu algum católico que não seja fanático, desonesto, mentiroso, idólatra e invocador de mortos (feiticeiros)?
Excluirlucas, eu andei pensando: se olharmos bem, o NT não parece ser anti-gentílico em certos momentos?
ResponderExcluirEm quais momentos?
ExcluirAinda é; ante gentílico: Porque todo crente em Jesus se torna um verdadeiro israelita. Já o judeu sem Cristo, não passa dum apóstata da própria Lei de Moisés. Este ensinou que todo aquele que não ouvisse O Profeta que viria, seria excluído de Israel.
ExcluirCristão pode ser maçom? Alguma igreja aceita isso?
ResponderExcluirNão, e não conheço alguma igreja que aceite, ao menos não abertamente (embora saibamos que existem líderes religiosos maçons que escondem essa identidade do público por razões óbvias).
ExcluirPor incrível que pareça, a presbiteriana independente tem aceitado. Mundialmente, as igrejas reformadas tem bons olhos para a maçonaria, embora ultimamente isto tem mudado, com as informações mais precisas sobre o que ocorre lá.
ExcluirO primeiro registro da maçonaria consta no livro do profeta Ezequiel 8.1 a 18. O verso 16 mais precisamente registra o culto maçom ao sol. É de origem babilônica e plagiada por judeus apóstatas do culto a Adonai O Deus Criador. Hoje é exatamente a mesma adoração ao sol. Que é uma alegoria ao mesmo Lúcifer (portador de luz como o sol). A partir do 32 graus maçônicos, mormente o 33 Lúcifer é reconhecido como "Deus" pela maçonaria, que identifica também Adonai como O Deus Criador. Mas escolhem os maçons desses graus a Lúcifer, invés do Deus Criador Adonai. Crente que é maçom nos graus menores é enganado, não sabe do segredo maior maçom:ser Lúcifer, Diabo, ou Satanás o deus da maçonaria. E não adianta chiar por que não irão enganar a "moi"... Enfim, "está na Bíblia" revelado o segredo maçom. Servirem a SATANÁS. Seja com chifres (bode de Mendes), ou sem chifres.
ExcluirLucas o que acha da Nova perspectiva sobre Paulo?
ResponderExcluirAcho uma perspectiva errada sobre Paulo.
ExcluirPoderia me dizer por que discordar dela ? Desculpe importunar você é porque um grandes defensores dela o N T wright ( eu admirava muito ele ) entrou em um grande debate com o Jonh Piper sobre isso ( o Piper escreveu um livro inteiro chamado " O futuro da Justificacão" refutando o Wright . Acontece que vários católicos estão "pegando " o gancho na Nova pespctiva para refutar o conceito reformado de Justificacão pela fé ( como ato de imputaçao ) como você é o maior apologetá protestante do brasil ( sejamos sinceros ) resolvi perguntar a você como responder tais questionamentos?
ExcluirO Nicodemus tem uma análise bem sensata sobre isso aqui:
Excluirhttp://tempora-mores.blogspot.com.br/2011/02/nova-perspectiva-sobre-paulo.html
Mas acredito que o Piper já deu as razões mais que suficientes para desacreditar na "nova perspectiva" em seu livro (disponível no endereço abaixo para quem ainda não conhece), embora eu não tenha visto o debate dele com o Wright que você mencionou (se tiver um link aí do debate, eu agradeço).
http://monergismo.com/john-piper/o-futuro-da-justificacao/
Estou interessado em uma garota muito linda e solteiríssima na faculdade e que está passando por probleminhas espirituais. Me propus a ajudá-la e a lhe apresentar a história da Bíblia e do Cristianismo de maneira pura, simples, doutrinariamente enriquecedora, e prática. Mas minha consciência pesa ao pensar que talvez, subconscientemente, eu esteja fazendo um péssimo uso da Palavra de Deus, usando-a para satisfazer meus desejos mundanos... O que fazer para abrir mão do meu orgulho quando o desejo também fala alto? (eu desejava a garota desde o ensino médio)
ResponderExcluirAmigo, sou da opinião que não existe problema nenhum nisso não. O interesse de um homem por uma mulher foi algo que DEUS pôs no coração de TODOS NÓS. Ninguém é "mais santo" porque não tem interesse por mulher. A mulher foi feita para o homem e vice-versa. E se podermos unir o interesse em ter alguém como como cristão e companheira melhor ainda, SE essa for a pessoa que Deus planeja na sua vida.
ExcluirCorreção: eu não quis dizer "péssimo uso da Palavra de Deus" e sim um péssimo uso do conhecimento que tenho sobre ela e sobre doutrina
ExcluirTambém não acho que tenha problema nisso. O problema seria se por exemplo você se recusasse a continuar evangelizando ela se daqui a pouco ela deixasse de ser "solteiríssima" e ficasse com outro. Ou (pensando no outro extremo), se vocês dessem certo juntos, você se esquecesse das coisas de Deus e deixasse de lado essa coisa de evangelizar e só pensasse em curtir a menina. Mas pregar para alguém que gosta, não vejo nada de errado nisso.
ExcluirPaz, Lucas, pelo jeito vão te "refutar" assim: "Tão vendo, o filhote das trevas, apoiador e fã do beberrão Lutero (o malvadão), fica atacando nós, santos imaculados e puros como a neve. Onde já se viu fazer um blog pra ir contra os puros e santos dogmas da verdadeira, pura e imaculada "igreja verdadeira", justamente nós, que somos os verdadeiros representantes de Jesus na terra e que nunca mexemos com ninguém.
ResponderExcluirVamos nos ajuntar pra rezarmos pra nossa rainha, mãe de Deus, advogada que roga por nós na hora da nossa morte, pois "pedindo a mãe, o filho atende", que esse herege protestante fique queimando mais um pouco no purgatório e depois vá até a sempre virgem Maria e peça perdão de joelhos e ela com todo o amor do mundo lhe perdoe e faça uma festança juntamente com todos os santos católicos intercessores que a igreja católica com toda a sabedoria do mundo elegeu pra olhar por nós pecadores"
Pois é irmão, pra se livrar disso é melhor rezar 1000 ave Maria e 1000 Pai Nosso só pra garantir.
Obs: Será que os católicos vão perceber que isso foi uma ironia?
Ricardo Soares
Se você não tivesse começado seu texto com um "Paz, Lucas", eu realmente pensaria que era um deles. Eles são exatamente assim, só que mais perturbados, e com palavrões.
ExcluirRapaz,acabei lendo de relance apenas a parte "...nós, santos imaculados e puros como a neve." Na hora achei que era um católico dando pitaco nos comentários. Aparentemente eles tem uma necessidade de se autodenominar santos a cada duas linhas.
ExcluirÉ uma "blasfêmia" rezar mil vezes pra Jesus e só mil vezes pela mariola, no rosário inspirado por Satanás tem que rezar 15000 vezes pra elinha só e apenas 1000 vezes pra "Elão".
ExcluirHá há há, a "zueira banzolica" esta se alastrando
ExcluirEsta sitação é verdadeira?
ResponderExcluir"Estou vigiando cuidadosamente para que o luteranismo não ganhe espaço,nem seja introdusido na França. O melhor jeito de fiscalizar o mal, seria fazer com que a confição feita por mim seja publicada"
João Calvino(DillenbBullinger, 76; letter to Heinrich Bullinger, july 2,1563)
Tem de tudo pra não ser.
Excluir"introdusido" Foi erro de digitação ou a citação vem com essa palavra desse jeito?
ExcluirDepende do introduzido, certamente a coisa vem introduzida na cabeça dele por outras vias não lá tão etérias... Afinal dum romanista tudo é possível introduzir na cabeça. Menos a Verdade
ExcluirO Conde está descendo a lenha em vc pq o Yago disse que vai usar vc como fonte nos videos dele kkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=if1Z2i5H0ps
O problema não é a Sola Scriptura, nem é o que o Yago diz, nem os argumentos que usa. O problema é citar o Lucas Banzoli, eles não conseguem nem dormir direito sem pensar neste nome!
ExcluirEsses católicos te amam.
ExcluirOlá irmão. E o seu livro sobre a reforma, ainda tá longe de terminar?
ResponderExcluirInfelizmente não ficou pronto ainda, teve mais coisas do que eu pensava no início, então provavelmente só no mês que vem mesmo.
ExcluirAguardo ansioso.
ExcluirVejam só a pérola fresquinha que acabei de achar no perfil do Olavo de Carvalho:
ResponderExcluir"O que digo da Inquisição não é "revisionismo histórico". É o CONSENSO ATUAL dos historiadores da área. O próprio congresso L'Inquisizione é prova disso."
É pra rir ou é pra chorar?
Pra chorar... de rir.
ExcluirSe "revisionismo histórico" está propondo negar a História através dum "consenso atual", em que documentos se pauta? Ora, o Olavo de Carvalho tem pecado por "falar" demais pela boca. Ou será que invés estaria excretando por esta?
ExcluirLucas, o que vc acha dos novos vídeos do Yago em resposta aos católicos?
ResponderExcluirMuito bons. Um soco no estômago dos fanáticos.
ExcluirExiste uma palavra chave na Bíblia para definir que seja a "igreja" de Roma: "A grande Meretriz" de Apocalipse 17... Sendo; e, obviamente ela é, melhor é orar para a conversão desses desgraçados católicos, que tentar polemizar com eles.É que, polemizar com endemoninhados fica muito difícil, Satanás é o pai da Mentira. E por extensão, também dos sofismas, das burlas, das meias verdades, etc.etc.etc. Obviamente a Palavra de Deus nos traz força, discernimento e poder. Mas, se estamos a lidar com demônios; demônios que falam dentro destes desgraçados; mas não eles, exatamente. Apelemos mais a oração que argumentos apenas... É claro que não estamos falando ou polemizando com seres mortais apenas, não meus irmãos, estamos é a lidar diretamente, ou indiretamente (na melhor das hipóteses) com demônios. Sim! São estes que inspiram os católicos a serem tão escorregadios, hipócritas, mendazes e desonestos. A tal tradição oral, é a maior farsa, hipocrisia e sofistaria desses vagabundos inimigos da Bíblia. Quanto a Sola Scriptura, toda a Bíblia afirma, confirma e reafirma sua legitimidade. Ora! Se a Bíblia é a Palavra de Deus, e nisto ate o catolicismo não nega diretamente, que Regra maior que a Palavra direta de Deus poderia recomendar; senão a mesma Palavra?
ResponderExcluirO consenso atual precisa sequestrar todo acervo no âmbito da História universal para impor-se. E como os jesuítas não dormem, pois demônios encarnados pelo poder de Lúcifer, vão acabar acusando os protestantes por todas as mortes, prisões, torturas e sequestros de bens que ocorreram naquela católica.
ResponderExcluirLucas, mudando de assunto, você pode fazer um artigo sobre o dia dos finados que a ICAR celebra semana que vem mostrando historicamente a origem, o desenvolvimento e como essa crença anticristã se estabeleceu. Obrigado amigo.
ResponderExcluirAgradeço a recomendação de artigo, mas no momento não penso em escrever algo sobre o dia de finados porque estou focado em outros temas, mas quando puder me focar neste assunto escreverei sim.
ExcluirLucas o que você acha de alguns padres católicos cantarem musicas protestantes em suas missas. Você é contra ou a favor? Eu já participei de um evento sobre a família na minha igreja e cantamos Utopia do padre Zezinho.
ResponderExcluirPor mim podem cantar o que quiserem no culto deles, e nós também no nosso, desde que seja música que glorifique a Deus. O problema é quando eles "roubam" as nossas músicas e em vez de serem agradecidos difamam os protestantes de quem roubaram. Tem um monte de RCCista que calunia os evangélicos dia e noite e nem percebe que grande parte da liturgia dele é um plágio mal feito do pentecostalismo que ele tanto odeia.
ExcluirLucas eu gostaria de fazer um curso ou uma faculdade completa de teologia para saber as coisas como vc. No entanto, na minha cidade não tem. Você conhece se tem algum curso ou faculdade online boa e que ensine de verdade mesmo? Poderia me indicar e passar o link? Obrigado..
ResponderExcluirNa FTBP tem ead também, se não me engano eles começaram a trabalhar com ead ano passado:
Excluirhttps://fabapar.com.br/bacharel-em-teologia-ead/
então entrei ai mas tem um encontro presencial de 2 dias a cada semestre. Eu moro longe e é impossível eu ir 2 vezes no semestre. Eu queria uma faculdade teologica reconhecida pelo MEC a distancia sem ter que ir lá nenhuma vez o curso todo. Eu queria fazer tudo e até provas pela internet.vc conhece alguma assim?
ExcluirNão tem como uma faculdade aprovada pelo MEC ter provas só pela internet, porque assim seria fácil, qualquer um pode usar o Google e achar o que quiser e se sair bem nas provas, por isso existem esses encontros presenciais mínimos requisitados.
ExcluirOlá,Lucas!Assisti o HANGOUT dos 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE(Bruno Lima,Elisson Freire e Francisco Tourinho)muito relevante e esclarecedor o conteúdo do vídeo de mais de 4H,que mostrou muito bem que a DOUTRINAS DOS REFORMADORES e dos PAIS DA IGREJA estão bem alinhados com a ESCRITURA e não com os FALSOS ENSINOS ROMANISTA.Só queria Lucas que nos próximos HANGOUTS você pudesse se possível, melhorar o áudio que não ficou muito bem não irmão, apesar que deu pra entender,só o do ELISSON FREIRE que deu pra entender NITIDAMENTE.Abração e que venha muito mais HANGOUTS edificantes para nossa comunidade que tá precisando muito para combater cada vez mais os ATAQUES INFERNAIS DOS ROMANOS PAPISTA.
ResponderExcluirEu já achei o contrário, o áudio do Elisson foi o único que não ficou bom, teve até uma hora que teve que ser interrompido pelo Tourinho por causa da má qualidade do áudio (porque ele estava falando pelo celular e não pelo pc).
ExcluirLucas poderia me explicar a expressão "Aquele que for fiel até o fim será salvo"?por que os católicos afirmam com esse texto que ninguém pode falar que tá salvo, por que esse texto específico nos mostra o contrário.Qual era o contexto do qual escritor falou essa expressão?
ResponderExcluirEsse texto não está falando da salvação atual, mas da salvação final, ou seja, se estaremos no juízo na condição de salvos ou perdidos. Há uma multidão de textos que dizem que nós que cremos em Jesus já estamos salvos ou justificados, como por exemplo Romanos 5:9 ("fomos justificados por seu sangue") e Romanos 8:24 ("nessa esperança fomos salvos"). Paulo mesmo disse que "o próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8:16). Mas essa é a condição atual de quem crê em Jesus, para garantir isso tem que perseverar até o fim, aí sim será declarado justificado/salvo no dia do juízo, se não perseverar perde a salvação, por isso esse texto aí.
Excluirhttps://youtu.be/asLx-fwQyUU
ResponderExcluirSe não quer clicar no link, então escreva: Don't judge too quickly (the best 1)
Não julgue tão depressa!
Veja antes o conteúdo do vídeo
Lucas não é errado afirmar que a bíblia interpreta a si mesmo, já que tem pessoas que não entendi um texto bíblico e vai pedir ajuda pra entender o texto a outra pessoa que sabe interpretar e portanto nem tudo que a pessoa for querer saber na bíblia,Deus não vai revelar de pronto e no final vai ter que pedir auxílio?como entender isto?Abs!
ResponderExcluirMas o livre exame não tem nada a ver com a pessoa pegar a Bíblia e começar a orar para Deus lhe revelar todas as verdades sozinho, não sei da onde você tirou isso. O livre exame é apenas o princípio de que os cristãos tem o direito de examinar as Escrituras livremente, numa época em que o acesso às Escrituras era restrito pelo clero e nenhum leigo podia pensar por si mesmo, mas aceitar de forma acrítica e incondicional a tudo aquilo que a autoridade hierárquica impunha. É óbvio que o livre exame não descarta a importância de se consultar fontes como teólogos, Pais da Igreja, historiadores e etc, e muito menos proíbe que se peça a ajuda de uma pessoa mais instruída e capacitada para lhe ajudar na compreensão de um texto, mas lhe garante que após estudar tudo isso você tem o direito de optar pelo que acha mais razoável e convincente, de acordo com a sua liberdade de consciência, em vez de ser forçado a crer em algo que sabe que está errado, apenas porque uma autoridade externa o compele a isso.
ExcluirNão entendo como qualquer pessoa, não somente os católicos, podem confiar mais em algo dito do que em algo escrito. tradição oral x sola scriptura se resume a isso. É querer dizer que confiar em fofoquinha vale mais que em algo escrito. Uma coisa é você ouvir dizer que alguém talvez tenha dito. Outra coisa é chegar um documento escrito com comprovado autor para você. Em qual você, na sua vida real, acreditaria mais?
ResponderExcluirImagine então no século I, quando não havia nem gravador de áudio ou de vídeo, nem qualquer outra forma de se guardar e preservar um conteúdo senão pela forma escrita. Confiar em tradições puramente orais e ser feito de palhaço é a mesma coisa.
ExcluirVocê quer ver um católico romano se enrolar todo? Faz o seguinte...
ResponderExcluirA primeira carta "de" João, muitos anos depois da morte de Maria, diz no verso 1 do capítulo 2:
"... temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo".
Pergunte a eles qual dos apóstolos passou por tradição oral que Maria é também advogada.
Alon