O vitimismo católico com o caso do cisma com o rei Henrique VIII


Nos dias em que eu estive fora, um católico postou o seguinte comentário no artigo "A Cidade das Sete Colinas":

“Se a Igreja Católica é a meretriz do Apocalipse com quem se prostituíram os reis da terra, o que dizer disto?

‘Dizem por aí que a Igreja Católica sempre guiou suas decisões pelos interesses dos poderosos. Seria interessante que aqueles que afirmam isso explicassem por que o Papa Clemente VII se recusou a conceder o divórcio a Henrique VIII. O rei ficaria satisfeito, e não teria acontecido o cisma anglicano, não é mesmo? Mas a Santa Igreja preferiu perder toda a Inglaterra a trair o Evangelho’ (Fonte: O Catequista)

E muitos católicos foram perseguidos e mortos por causa disso. O Papa, se tiver de condenar os feitos das nações, fá-lo na cara dos governantes, que sempre espreitaram a Igreja Católica por causa de suas posturas. Vide as cristiadas pelo mundo e a perseguições contra os católicos, como na Guerra Civil Espanhola, onde os comunistas mataram 13 bispos, 4184 sacerdotes, 2365 frades e monges, 283 irmãs, e milhares de leigos foram assassinados 'in odium fidei’, a esmagadora maioria no decorrer dessa terrível guerra. Os reis da terra é que quiseram destruir a Igreja Católica, inclusive os príncipes que se aliaram aos protestantes. A ONU, e outras nações, isoladamente, não gostam nem um pouquinho da Igreja”

Como sempre, nos deparamos com o argumento do vitimismo, extremamente comum entre os católicos tridentinos. De acordo com o dicionário, vitimismo é “o nome da doença das pessoas que se acham punidas com qualquer coisa ou assunto”. O católico militante é geralmente o que mais está contagiado com essa terrível doença. Eles vivem atacando os cristãos com discursos de ódio e de preconceito, mas se você tentar refutar algum dogma falso da igreja apóstata deles eles se farão de “vítimas” que estão sendo “perseguidas” por alguém que está “caluniando a Igreja de Cristo”. E essas “vítimas”, por sua vez, pegam em pedras para atirá-las nos “opressores”.

Em resumo: o vitimismo é você querer se passar por vítima quando você faz exatamente a mesma coisa (ou pior) contra o próximo. É quando você vive falando mal do protestantismo, mas quando alguém retruca e fala mal da Igreja Romana é porque esse alguém é um “caluniador” que “odeia a Igreja”, e todo aquele blá blá blá que já estamos entediados de tanto ouvir. Basta ver qualquer um dos vídeos do Paulo Leitão, um dos maiores disseminadores de ódio na internet, que você perceberá que ele o tempo todo tenta se fazer de vítima, “defendendo a Igreja” contra esses protestantes malvados que vivem a atacando.

Essa é e sempre foi a principal estratégica do opressor: se passar por “oprimido”. Quando ele consegue se passar por “oprimido”, ele ganha um passe-livre para oprimir quem quer que seja – basta ver o modo com o qual o “movimento negro” agiu ao invadir uma sala de aula na USP (veja aqui). A Igreja Católica Romana faz a mesma coisa: ela matou milhões de pessoas no passado, mas a “vítima” da história não são os mártires assassinados por ela, mas ela mesma, que é “atacada” por esses protestantes malvados que ousam trazer estes fatos à tona.

Ela vendeu milhares de relíquias falsas para ganhar dinheiro em cima dos trouxas, mas a “vítima” da história não são os pobres coitados que acreditaram na veracidade das relíquias e perderam dinheiro, mas ela mesma, que é “atacada” por esses protestantes malvados que ficam estudando história e escrevendo livros “anti-católicos”.

Ela vendeu indulgências para o perdão dos pecados, mas a “vítima” não são as pessoas que foram ludibriadas, mas ela mesma, que é “atacada” por esses protestantes malvados que denunciam isso na internet. Ela tem um exército de padres pedófilos que toda hora entram em ação, mas a “vítima” não são as pobres criancinhas que são abusadas por um velho safado de batina, mas ela mesma, que é “atacada” pela mídia “protestante” que tem a audácia de divulgar essas coisas pro povo.

A vítima é sempre a Igreja Católica. Ela mata, ela engana, ela rouba, ela abusa, ela mente, mas ela continua tão “santa” quanto a “Santa” Inquisição. E por malabarismos incríveis ela consegue sempre colocar a culpa nos outros por aquilo que ela mesma fez. Simplesmente patético. Todo o discurso do católico acima é apenas uma fração insignificante do que vemos todos os dias. A Igreja Romana é apresentada como uma igreja pura e bondosa, tão santa ao ponto que piedosamente “preferiu perder toda a Inglaterra a trair o Evangelho”. É de lacrimejar os olhos de tanta emoção... se não soubéssemos com o que estamos lidando.

A simples suposição de que a Igreja Romana preferiu perder toda a Inglaterra do que “trair o evangelho” ao permitir um caso de divórcio já deveria ser desprezada por qualquer historiador sério ou mesmo por qualquer pessoa com um pedaço de cérebro na cabeça. Qualquer um que estudar a história verá que existiram ao longo dos séculos papas muitíssimo mais imorais do que o rei Henrique VIII da Inglaterra, e que fizeram coisas muitíssimo piores do que um divórcio. Eu listei alguns desses em dois artigos: "A História Negra dos Papas (Parte 1)" e "A História Negra dos Papas (Parte 2)". Vejamos apenas alguns deles, bem resumidamente:

Sergius III (897-911) – O Papa da Pornocracia. Ficou conhecido por ser o mandante do assassinato de outro papa e por ter gerado um filho (com sua amante e irmã ilegítima, Marósia da família Teofilacto). Anos depois, esse filho também seria papa (Papa João XI período do papado: 931-935)! O papado de Sergio III foi chamado de "Pornocracia" (segundo o historiador Liutprand de Cremona 922-972), com a sede do catolicismo entregue aos arbítrios das prostitutas (Liber pontificalis ou Livro dos Papas).      

João XII (955-964) – Estuprador de Peregrinas e Herege Pagão. Era o filho de uma relação incestuosa entre o papa Sergio III e sua irmã natural (ilegítima), Marósia, que na época do parto tinha 15 anos. Em 963, o Imperador do Sacro Império Romano, Otto I (912-973, Alemanha), reuniu um conselho e fez várias acusações a este papa: sacrilégio, simonia, perjúrio, assassinato, adultério, incesto. Ele tinha ordenado um diácono em um estábulo; consagrou um menino de 10 anos bispo de Todi em troca de dinheiro; mandou castrar e assassinar um cardeal; transformou o Lateran Palace (na época, residência papal) em um bordel onde estuprava peregrinas; sodomizava crianças! Roubava as doações que os fiéis entregavam à Igreja, erguia brindes ao diabo e invocava a ajuda de Júpiter, Vênus e outros deuses pagãos quando estava jogando dados. Quando perdia no jogo pagava com o dinheiro da Igreja e prestava culto à deusa Cibele na colina do Vaticano. Consta que tornou-se amante da própria mãe, Marósia.

João XVI (985-996) – Distribuindo a Grana de Deus com os Parentes. O papa venal (mercenário, desonesto) e nepótico tornou-se extremamente impopular perante os fiéis. Era público e notório: ele dissipava os recursos do Vaticano enchendo as bolsas dos parentes. Foi descrito como "ambicioso, comprometido com dinheiro sujo e corrupto em todos os seus atos". Ele foi deposto, mas retornou ao posto de papa quando Otto deixou Roma. Vingativo, o "religioso" mandou aleijar e mutilar todos aqueles que a ele se opuseram. Em 964, foi espancado pelo marido traído de uma de suas amantes. Morreu três dias depois sem direito a confissão ou receber sacramentos. 

Benedito IX: Demônio, Assassino, Homossexual Vendeu o Papado. Sobre Benedito IX, São Pedro Damião (1007-1072) comentou em Liber Gomorrhianus, um tratado sobre corrupção e sexo no papado: "banqueteava-se na imoralidade... era um demônio do inferno disfarçado de padre". Era um ser bestial, bissexual e zoófilo, ou seja, mantinha relações sexuais com animais, inclusive sodomizando os bichos! O papa Victor III, em seu livro Dialogues, menciona "seus estupros, assassinatos e atos inconfessáveis... sua trajetória como papa... vil, execrável, abominável, nojenta". Na Enciclopédia Católica Benedito IX é descrito como "uma desgraça para a Cadeira de Pedro". O bispo Benno de Piacenza acusava-o de adultérios e assassinatos. Em 1044, ele vendeu(!) o papado por uma boa quantia em dinheiro. Porém, no ano seguinte renunciou à renúncia e voltou a ocupar o cargo. Um mês depois, vendeu o cargo de novo(!) ─ por 650 quilos de ouro, desta vez, com o propósito de se casar!

Urbano II [1088-1099]. Em 1095 ele instituiu o callagium, uma taxa anual de liberação sexual, tributo pago ao papado, que permitia aos "membros" do clero ter amantes! O efeito imediato mostrou que o clero ou ia mal de finanças ou era composto de religiosos avaros; as concubinas desapareceram e cresceu notavelmente a prática do homossexualismo nos monastérios e paróquias.

Anacletus [1130-1138]. Cometeu incesto com a irmã e muitas outras mulheres da família. Estuprava freiras.

Inocêncio III [1198-1216]. Instituiu o método de interrogação para os suspeitos de sodomia. Para fazer confessar os interrogados, obrigava-os a sentarem-se, encaixando-se nus em uma estaca de ferro em brasa.

Inocêncio IV [1243-1254] – Introduziu a Tortura na Inquisição. Durante a inquisição, esta página sombria da história da Igreja Romana, foi o papa Inocêncio IV que aprovou o uso da tortura para obter confissões de heresia. Agressivo, ele acreditava que "os fins justificam os meios". E os meios eram os instrumentos de tortura aos quais foram submetidas milhares de pessoas, inocentes ou não (porque a tortura é barbárie instituída, sempre injusta mesmo com os culpados de qualquer crime). Galileu, que foi julgado no pontificado deste papa, teve bons motivos para renegar qualquer de suas teorias e até o próprio nome considerando a perspectiva dos interrogatórios mais "severos".

Há outras dezenas e dezenas de papas que foram os mais perversos, imorais, adúlteros, devassos e assassinos que este mundo já viu, e quem confirma isso são as fontes da época, os historiadores mais renomados e até mesmo referências católicas! Veja só a insanidade que o apologista católico pede que aceitemos: que a Igreja Romana, essa mesma que tolerava em seu próprio trono papas terrivelmente imorais, que faziam coisas muitíssimo mais graves do que o divórcio, iria se comover e se encher de santa piedade quando um rei de outro lugar da Europa queria se divorciar! Se você é tão ingênuo e cego ao ponto de crer numa coisa dessas, fique à vontade. Vá em frente.

Mas se você quiser uma análise real do que de fatoaconteceu com o rei Henrique VIII, basta conferir aquilo que os historiadores atestam, e que frustra todas as nossas expectativas de “santidade” da parte da igreja assassina que está em questão. Vamos aos fatos. Até 1529, o rei Henrique VIII não tinha conseguido ter nenhum filho homem com a sua esposa, a rainha Catarina. Havia dois problemas com isso. O primeiro, porque Catarina já estava perto dos 40 anos de idade, e havia uma chance considerável que ela não lhe desse filho homem por toda a vida. O segundo é que Henrique precisava ter um herdeiro do sexo masculino, porque, se uma mulher assumisse o trono de uma linhagem recém formada, o reino ficaria fragilizado e as outras nações poderiam tentar conquistar a Inglaterra, seja através de guerra ou de casamentos.

Por essa razão, o rei Henrique VIII se viu na delicada situação em que precisava se casar com uma outra mulher para ter um herdeiro. Isso implicava em divórcio. Foi aí que a Igreja Romana entrou em cena, proibindo o divórcio com Catarina. Mas ela não fez isso por “fidelidade a Deus” ou por “piedade”, mas porque Catarina era tia de Carlos V, que era o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, que estava em guerra com os protestantes. Se a Igreja Romana aceitasse o divórcio, isso iria entrar em um grave atrito político com Carlos V, perdendo, assim, um aliado fortíssimo na luta contra os protestantes, e arriscando colocar esse rei contra a própria Igreja. A Igreja então teve que optar entre desagradar Henrique VIII ou desagradar Carlos V, e como ela não é boba nem nada, decidiu ficar do lado do mais forte e proibir o divórcio de Henrique VIII, o que causou o rompimento oficial da Igreja de Roma com a Inglaterra, em 1534.

Infelizmente, não há nenhum traço ou vestígio de “santidade” nesta história toda, nem da parte do rei imoral, nem da parte da Igreja imoral. O rei se desligou da Igreja por razões políticas, e foi também por razões políticas que a Igreja decidiu se opor a ele. Apenas um lesado ou um pobre ignorante que poderia achar que Henrique VIII era o único “rei imoral” da época – na verdade, se olharmos a história, Henrique VIII era quase um “santo” comparado aos crápulas da época! Mas a Igreja fazia vista grossa a todos os pecados e imoralidades dos outros reis, inclusive do próprio papa, pecados estes que iam bem além de um mero divórcio, e decidiu implicar bem justamente com Henrique VIII... basta de tanta ingenuidade. Cresçam.

A parte final do discurso do católico é um apelo de época bem recente, que data das revoluções socialistas do século passado, que ocorreram em uma época em que a Igreja Romana já havia perdido sua força e influência no mundo. Nada do que aconteceu do século XX para cá refuta o texto de Dave Hunt, que mostra várias evidências históricas de que a Igreja Romana esteve “na cama com os governantes” sempre que teve autoridade sobre o poder secular. Com a separação entre a Igreja e o Estado houve um enfraquecimento do poder político da Igreja Romana, e, consequentemente, ela esteve mais exposta aos ataques de fora, como é o caso do marxismo. Mas o marxismo em momento algum tem a Igreja Católica como alvo: o alvo deles é qualquer um que tenha qualquer religião, porque o marxismo é um sistema essencialmente ateísta, como podem ver neste artigo.

Os marxistas mataram mais de 100 milhões de pessoas inocentes só no século passado, e só alguém leviano acreditaria que todos esses 100 milhões eram católicos romanos. A Igreja que mais sofreu não foi a Romana, mas a Ortodoxa, que teve 41 mil igrejas destruídas completamentepelos comunistas durante os anos em que os socialistas dominavam a antiga União Soviética, e milhares de padres ortodoxos eram perseguidos e mortos sem piedade. O pastor Richard Wurmbrand, em seu livro “Torturado por amor a Cristo”, nos conta sobre os horrores da prisão comunista. Os comunistas torturavam indiscriminadamente qualquer um que se dissesse cristão, fosse ele evangélico, romanista ou ortodoxo, não importava.

Essa ideia de que a guerra dos comunistas é particularmente contra a Igreja Romana é lenda para iludir incautos. A guerra deles é contra todas as religiões, pois, como disse Marx, “o comunismo começa onde começa o ateísmo”[1]. A diferença é que os religiosos de outras vertentes não ficam se vitimizando o tempo todo, enquanto o católico-romano ama se passar por vítima, como se o mundo inteiro estivesse em um tremendo e gigantesco complô contra a Igreja Católica, o que obriga os papistas a se vitimizarem o tempo todo, sem parar, tentando com o mero discurso silenciar todos os crimes que eles já cometeram, e que continuam cometendo.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)


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[1] Marx, Terceiro Manuscrito econômico e filosófico, XXXIX, V.

Comentários

  1. Estou aqui na faculdade na hora do intervalo..depois lerei esse artigo com calma...
    Viu vc conseguiu me explicar todas as minhas citações de Pedro que te mandei...
    Se vc já acabou seu livro daquele ateu vc pode me mandar por email tb rsrsrsrs, pois quero ler as partes do dinossauros..

    Obrigado.
    Matheus.

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    1. Já respondo sobre Pedro (ainda hoje, se eu conseguir). O livro já foi publicado aqui:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/03/meu-novo-livro-deus-e-um-delirio.html

      T+++

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  2. Lucas, nem João XI e nem João XII citados por você eram filhos de Marósia com Sérgio III. Mas, de fato, Marósia uma puta velha safada era amante de Sérgio III.

    Quanto ao Rei Henrique VIII, bem, dos males o menor, se a Beatíssima Igreja Católica não aceitou o divórcio do potentado com a Ana Bolena por questões meramente políticas, mas pelo menos ela não expôs o sacramento do matrimônio ao desprezo. Porque é aquilo que ensina Santo Agostinho, nossas virtudes são feitas do material de nossos vícios.

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    1. João XI era filho de Marósia sim:

      http://pt.wikipedia.org/wiki/Marózia

      Se foi por razões políticas então o matrimônio ou o dissolvimento do mesmo era uma questão secundária. De qualquer forma, com a imensa quantidade de papas que fizeram bem pior do que um divórcio, não creio que se aplique à ICAR a declaração de Agostinho....

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    2. É impressionante este duplo critério. O rei Henrique VIII, que ninguém considera infalível em nada, ou supremo pastor da Igreja ou qualquer outra coisa, rompeu com a Igreja por que queria se divorciar e casar novamente - que absurdo - como a Igreja é santa!!!

      Ai você olha para alguns dos que já passaram pela "cadeira de Pedro" e encontra homens devassos, simoníacos, depravados, assassinos, desonestos - enfim, homens que sequer poderia ser considerados cristãos. Mas o rei se separar da Igreja por que queria se divorciar é um absurdo mesmo......

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    3. Bruno, ambas as situações a do potentado eclesiástico e a do potentado temporal são erradas e criminosas, uma não justifica a outra.

      O que importa é que é o que Deus uniu o homem não separe, o matrimônio é indissolúvel como manda Nosso Senhor e os papas impuros estão no inferno junto com Henrique VIII.

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    4. Concordamos nisto, ambos estão errados e não foram testemunhas verdadeiras de Cristo.

      Porém, fatos como esses são incompatíveis com a concepção católica romana de Igreja. Acredito que nenhum Anglicano diria que o rei Henrique VIII era detentor de algum carisma especial de infalibilidade, ou que ele seria o supremo pastor de todos os Cristãos, ou até mesmo que a salvação individual dependeria da submissão ao rei Henrique VIII.

      Paulo, no cap 3 de 1 Timóteo e cap 1 de Tito estabelece as características necessárias ao bispo/presbítero (termos intercambiáveis no Novo Testamento) e também aos diáconos. Perceba que muitos papas não atenderiam a estas condições. Se isso era necessário aos bispos, imagine então ao bispo dos bispos. Não faria sentido o Espírito Santo guiar a escolha de um Papa que sequer pode ser considerado cristão, quando o mesmo Espírito que inspirou Paulo a escrever estabeleceu tais condições para o episcopado. E aqui não se trata de exigir impecabilidade dos papas, mas ao menos um testemunho consistente àquele que é considerado o vigário de Cristo na Terra.

      Quanto ao casamento, tenho que discordar de você. Jesus e Paulo estabeleceram hipóteses em que o casamento poderia ser dissolvido:

      Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe.
      E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe.
      Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.
      Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.
      1 Coríntios 7:12-15

      Eu digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério.
      Mateus 19:9

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  3. Já dizia o facínora do Lênin

    "ACUSE-OS DO QUE VOCÊ FAZ, CHAME-OS DO QUE VOCÊ É."

    Pensou em hipocrisia, ela tem nome e abreviatura: ICR

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  4. Lucas, tenho uma pergunta : Pq não houve um Papa Pedro II ?

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    1. Eles dizem que é por respeito a Pedro, o que eu acho estranho, já que existem um monte de papa Paulo alguma coisa, ou seja, Paulo não parece que merece o mesmo "respeito"...

      Há inclusive uma profecia de S. Malaquias que diz que o papa Pedro II será o último papa, talvez isso também tenha ajudado a ninguém ousar tomar o nome de Pedro, afinal, ninguém quer morrer tão cedo...

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  5. Li vários artigos seus e fico imaginando como é que fica a cabeça dessas pessoas que vc refuta. Devem ficar pulando de padres, pastores e psicólogos até finalmente se renderem à verdade.

    Sensacional, Lucas. kkk

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