Cruzadas: Os bárbaros e o anacronismo histórico
O anacronismo
histórico é quando se tenta entender um passado distante através do presente. Giovana
Faviano escreve que “o historiador, ao contar,
relatar e analisar um determinado evento ou personagem histórico, não pode
levar em consideração o que aconteceu depois; afinal, os agentes daquele
momento não tinham em mente a sucessão de acontecimentos posteriores”[1].
Ou seja, não adianta tentar julgar o passado pelas lentes do presente. O que
determinadas pessoas eram ou fizeram em uma determinada época deve ser
analisada de forma totalmente à parte do que seus descendentes ou sucessores
fizeram no futuro. Por mais que isso seja algo tão óbvio para qualquer estudante
amador em história, infelizmente é onde muita gente, bem ou mal intencionada,
incorre em erro.
Apenas para citar
alguns exemplos rápidos: (1) A Grécia, outrora a sede intelectual do mundo, é
hoje apenas um pequeno país na Europa lutando para sobreviver; (2) A tão famosa
e temida Babilônia foi, historicamente, localizada naquilo que hoje é o Iraque (com todo respeito ao Iraque,
especialmente se meu amigo Bawar estiver lendo isso); (3) Roma, que já foi por
muito tempo a “capital do mundo”, é hoje só um belo destino turístico na
Itália. Exemplos inversos também ocorrem: (1) Aquilo que hoje é a Alemanha, um
dos países mais desenvolvidos do mundo, há muito tempo atrás era um bando de
tribos bárbaras com pouca cultura; (2) Aquela que hoje é a nação mais poderosa
do mundo (EUA) um dia foi mera colônia inglesa e escravocrata; (3) Aquilo que
hoje é a avançada Austrália era, antigamente, o lugar onde enviavam os piores
bandidos da Inglaterra.
Em suma, o anacronismo
histórico consiste em olhar o que hoje é
bom, belo ou grandioso, e presumir que há muito tempo atrás também era bom,
belo ou grandioso – e, da mesma forma, olhar o que hoje é ruim, feio ou pequeno, e presumir que há muito tempo atrás
também era ruim, feio ou pequeno. Se passássemos para a linguagem
futebolística, seria como se alguém visse o atual tri-rebaixado Vasco da Gama
(que, acreditem, já foi grande) e achasse que ele sempre foi pior do que o
Atlético/MG, embora pela maior parte da história de ambos os clubes o Vasco sempre
foi superior ao Atlético (me desculpem os atleticanos, mas é a verdade).
Após essa introdução
básica nos princípios mais elementares da história, passemos ao foco do artigo:
os muçulmanos. Não é raro vermos na internet os ataques ferozes de quem nunca
estudou história na vida e por isso só julga a partir daquilo que vê hoje. Ele
vê que hoje os países católicos são
bem civilizados e os muçulmanos estão cheios de atraso ou de grupos
terroristas, e então conclui o mesmo que um torcedor que nasceu ontem: que o
Atlético sempre foi melhor que o
Vasco (i.e, países católicos sempre foram
superiores a países muçulmanos).
De forma bisonha e
bastante engraçada, muitos defendem as cruzadas católicas dos séculos XI ao
XIII porque hoje em dia existem
católicos bonzinhos e terroristas do ISIS, e então conclui que sempre os
católicos foram bonzinhos e os muçulmanos eram genericamente um ISIS, e
portanto os católicos fizeram certo em estuprar as mulheres muçulmanas,
assassinar bebês e crianças, saquear as cidades por onde passava (inclusive
ortodoxas), queimar judeus na sinagoga por estarem no meio do caminho,
incendiar 20 mil pessoas até a morte após ter assinado um tratado com elas para
uma rendição sem mortes, trucidar suas próprias crianças e cavalos para
praticar canibalismo a fim de matar a fome, trair a tudo e a todos com quem se
aliançava, e assim por diante. Afinal, se existe o ISIS no século XXI, então
vale tudo para acabar com os muçulmanos no século XI. Claro, faz todo o
sentido. Para um troglodita, faz todo o sentido mesmo.
Afinal: eram os
muçulmanos daqueles tempos como os terroristas do ISIS do século presente? Para
responder esta pergunta, li (e continuo lendo) dezenas de livros sobre história
medieval, que nos falam sobre uma época em que os muçulmanos eram mais desenvolvidos
do que os católicos ocidentais, o que reforça o contraste que eu passei neste
outro artigo. Não farei uso das minhas palavras daqui em diante, apenas do
que dizem historiadores com PhD nos mais variados livros (limitarei o tanto de
citações para o artigo não ficar excessivamente longo).
***
Historiador: Hilário Franco Jr.
“A hostilidade muçulmana e
bizantina era grande, produto do desprezo de civilizações mais refinadas e
sofisticadas pelos ocidentais rudes, incultos e violentos, ‘cães cristãos’ para
os muçulmanos, ‘bárbaros’ para os bizantinos” (p. 46-47)
“É interessante verificar como o
cristão recém-chegado à Síria franca – e portanto ainda carregado de imagens
deformadas e preconceituosas sobre os islamitas – indignava-se ao ver as boas
relações dos potros (latinos nascidos
na Terra Santa, muitas vezes de casamentos mistos) com os muçulmanos” (p.
68-69)
(FRANCO,
Hilário. As Cruzadas. 1ª ed. São
Paulo: Brasiliense, 1981)
***
Historiador: Ivan Lins.
“Encontravam, por vezes, os
cristãos, nos muçulmanos, como o prova o exemplo de Saladino, virtudes morais
imensamente superiores às de qualquer dos cavaleiros da cruz, inclusive os mais
perfeitos e completos, como Godofredo de Bouillon” (p. 417)
“Muito deve às cruzadas a
medicina europeia, porquanto era imensa, a este respeito, a superioridade dos
árabes, bastando lembrar que os médicos de Saladino trataram de Ricardo Coração
de Leão e outros guerreiros ocidentais, enquanto a recíproca nunca se
verificou. Observação idêntica faz Joinville, a propósito da doença de São Luiz
e dos cruzados franceses aprisionados em Mansurá” (p. 414)
• Sobre a tolerância dos
muçulmanos na época, escreve Lins:
«Interrompidas,
em 614, por ter Jerusalém caído em poder dos persas, continuaram, logo depois,
as peregrinações, porquanto, retomada em 629, pelo imperador Heráclio, passou a
cidade santa, daí a oito anos, isto é, em 637, para o domínio dos árabes. Caracterizando-se pela tolerância, nenhum
obstáculo opuseram estes à piedade dos cristãos, tendo eles próprios em
particular veneração a capital da Judeia, a que chamavam “a casa santa”[2].
Estando, entre os maometanos, confundidos, num só órgão, os dois poderes –
temporal e espiritual – foram sempre
muito mais tolerantes do que os cristãos, por se achar, entre eles, o ponto
de vista religioso mais ou menos subordinado aos interesses políticos, atenta a
necessidade em que se encontraram de governar povos altamente evoluídos e que
adotavam crenças irredutíveis às deles próprios.
A
tolerância árabe chegou ao ponto de Moviá, o primeiro califa omíada, fazer
reparar e reconstruir igrejas cristãs[3].
Nunca a tolerância se associou de um modo tão singular com o entusiasmo religioso
– escreve Alexandre Herculano. Esta tolerância, que procedia da índole do
islamismo, das suas máximas, digamos assim, canônicas e civis, não se limitou
na Espanha à concessão de seguirem em silêncio a própria crença os habitantes
avassalados pela espada do islã, nem ainda à de celebrarem publicamente os seus
ritos: manifestou-se também no respeito às instituições dos vencidos e à sua
propriedade.
A
tolerância dos muçulmanos chegara ao último auge. Limitadas no princípio a um
certo número, as igrejas e mosteiros multiplicavam-se por toda parte, e as
antigas paróquias ornavam-se e acrescentavam-se com os primores da arte
oriental. Providos em cargos civis, admitidos ao serviço militar, nas
exterioridades os hispanos-godos só se distinguiam pela diferença dos lugares
onde adoravam a Deus. A voz do almuaden chamando os moléns à oração
misturava-se com a do sino que anunciava aos nazarenos a hora das solenidades
do culto. Dirigindo-se à basílica o bispo perpassava pelo imã que se
encaminhava para a mesquita: o presbítero cruzava com o moadi; e num dos dois
templos, ou contíguos ou próximos, o salmista entoava os hinos do ritual
gótico, enquanto no outro o alime ou ulema invocava na chotba as bênçãos do céu
sobre o califa[4].
Em
fins do VII século e princípios do IX, a proteção muçulmana aos cristãos foi
explicitamente assegurada a Carlos Magno por Harum-Al-Rachid, constituindo o
que se convencionou chamar o protetorado
franco do Oriente[5].
Foi então que Carlos Magno fez construir, na cidade santa, um hospital para os
peregrinos, uma basílica, uma biblioteca e um mercado, fundações que
permaneceram em atividade durante todo o século IX. No século seguinte
tornaram-se as peregrinações ainda mais frequentes, dirigindo-se à terra santa
fieis de toda a Europa e até mesmo da Escandinávia e da longínqua Islândia» (p.
298-301)
(LINS,
Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e as
Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944)
***
Historiador: Juan Brom.
“Nos séculos X e XI, os árabes
tem a cultura mais alta da época. Além de realizar importantes trabalhos
próprios, são os grandes transmissores do pensamento e da técnica. Muitos
conhecimentos da antiguidade grega voltaram através deles a Europa. Organizam
um bom sistema de escolas. Várias ciências tem sua origem em suas atividades,
como a alquimia, que se transforma na química, e outras recebem um grande impulso,
como a astronomia e as matemáticas (transmitem a Europa os chamados números
arábicos, que provém da Índia, e inventam a álgebra). Os médicos árabes são os
melhores de seu tempo e gozam de estima geral. Nas artes destacam sobretudo na
arquitetura e na literatura. Na Espanha e em muitas outras partes, os árabes
reorganizam os sistemas de irrigação construídos pelos romanos. Ensinam aos
europeus a fabricação do vidro, o uso do sabão, a elaboração do papel
(proveniente da China). São famosas suas telas, muitas das quais hoje tem os
nomes das cidades onde se produziam principalmente (Damasco, Gasa). Também
transmitem a Europa a pólvora, cuja fabricação haviam aprendido dos chineses”
(p. 97-98)
“Na Itália, centro do
desenvolvimento destas novas formas, aparecem os sistemas e instrumentos
bancários, entre eles a letra de câmbio. Muitos destes elementos são tomados
dos árabes, que tinham uma estrutura econômica sumamente avançada” (p. 108)
(BROM,
Juan. Esbozo de historia universal.
21ª ed. México: Grijalbo, 2004)
***
Historiador: Plínio Bastos.
“Os árabes possuíam
universidade, colégios, bibliotecas. Estudavam geometria, astronomia,
geografia, matemática. Entre eles a arte mais importante foi a arquitetura.
Esculpiam em madeira, fabricavam tapetes, armas, muitos objetos de cobre.
Plantavam arroz, cana de açúcar, café, açafrão. Cultivavam hortas e pomares.
Comerciavam com quase todos os povos orientais” (p. 86)
(BASTOS,
Plínio. História do Mundo - Da
pré-história aos nossos dias. 3ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Império, 1983)
***
Historiadores: Manuel Ballesteros e Juan Luis Alborg.
«Gozou
o mundo islâmico, no começo da sua construção, de uma grande prosperidade
econômica. Sua paixão pela química lhes permitiu criar uma importante indústria
de perfumaria, sabonetes, tintas e medicamentos. Foram também mestres na arte
de tecer, que aprenderam dos persas e elevaram a grande perfeição; Mosul, que
se especializou nos tecidos finos, deu seu nome à musselina. Decoravam as telas
com preciosos desenhos, que diferem segundo as tradições de cada país, pois os
árabes receberam e assimilaram toda classe de influências, ainda que as
amoldassem a seus gostos ou costumes. Se distinguiram igualmente como
fabricantes de armas, objetos de ourivesaria, joias, bronzes, artesanato,
trabalhos em madeira e em marfim, em relevo, esculpidos em pedra. Fabricaram
estupendos mosaicos, cerâmicas, porcelanas e vidros, e gozaram de fama
universal seus couros.
Se
aplicaram intensamente à agricultura, e com hábeis procedimentos de irrigação
melhoraram muitíssimo os campos em todas as partes, sendo seu cultivo base
importante de sua economia. Certamente tiveram bons mestres na Mesopotâmia e no
Egito, mas se esforçaram por fazer da agricultura uma verdadeira ciência. Sua
especialidade foi a horticultura e a jardinagem. Desenvolveram também de modo
extraordinário o comércio, cuja profissão, que havia sido a do profeta, gozava
entre os árabes de grande estima. Donos de toda a costa norte-africana e,
ademais, de numerosas ilhas – entre elas Creta, Chipre e parte da Sicília –
dominaram com seus navios todo o Mediterrâneo, arrebatando a hegemonia naval de
Bizâncio.
Por
outra parte, Bagdá centralizava o comércio de caravanas, sendo o verdadeiro nó
do intercâmbio terrestre, como ponto de encontro entre as terras africanas e o
Oriente Médio com as remotas regiões da Ásia Central e até do remoto Oriente,
cujos produtos chegavam por via marítima até as costas do golfo Pérsico. A eles
se deve a introdução na Europa, através da Espanha, do papel, invenção chinesa,
e da cana de açúcar, e do arroz que importaram da Índia. Trouxeram igualmente a
amoreira, o açafrão, o cânhamo, a laranja e outras muitas frutas e hortaliças»
(p. 375-376)
«A
atividade muçulmana na ordem das ciências foi enorme, sobretudo durante a época
abbasí, depois de haver se acalmado a
atividade guerreira dos primeiros tempos. Se destacaram rápido em medicina, que
conheceram primeiramente através dos textos gregos, e muitos desses se
conservaram a nós pelas traduções árabes. Tiveram médicos notáveis, como
Avicena e Arrazí, e em suas notáveis escolas de Bagdá, Cairo e Córdoba
realizaram grandes trabalhos com um sério espírito científico, muito moderno.
Possuíam verdadeiras clínicas, criaram a farmácia e realizaram intervenções
cirúrgicas, como a das cataratas.
Elaboraram
importantes obras sobre mineralogia, zoologia e botânica. Assim mesmo
conseguiram importantes progressos na física, na mecânica e na astronomia, mas
suas maiores contribuições foram na matemática. Difundiram as figuras arábicas,
e foram os criadores da álgebra e da trigonometria. Montaram importantes
observatórios, calcularam a obliquidade da eclíptica e mediram um grau de
meridiano. À química chegaram por sua fixação pela alquimia. Criam que poderiam
encontrar o elixir que desse a juventude eterna e trabalharam para achar a
famosa pedra filosofal, que transmutavam todos os metais em ouro. Mas aqueles
esforços lhes permitiram fazer grandes descobertas químicas e aprenderam a obter
numerosas substâncias novas» (p. 376-377)
“Foi notável o cultivo da
geografia. A obrigação de peregrinar a Meca e a grande atividade comercial que
desenvolveram os colocou em contato com numerosos países, dos quais deixaram
descrições. Não somente por necessidade, mas por puro desejo de exploração,
realizaram também importantes viagens terrestres e marítimas. Para esses
últimos lhes serviu muitíssimo o emprego da bússola, que aprenderam
provavelmente dos chineses e difundiram pelo Ocidente” (p. 377)
“Igualmente destacaram-se os
muçulmanos no cultivo da história. Abundam, sobretudo, as crônicas particulares
de sucessos de um personagem ou de uma época, mas existem também ensaios da
História Universal” (p. 377)
“Na literatura fantástica são
notáveis suas narrações breves, chamadas makamas,
compostas para serem lidas de uma só vez, mas que soam, não obstante, se
entrelaçar com outras composições para formar uma série. Deste tipo são as
célebres Mil e uma noites e as Sessões de Jariri. Nas primeiras,
sobretudo, são importantes as reminiscências persas. A esta mesma influência e à
dos indianos se deve a paixão dos muçulmanos pelas fábulas. Os comentários de
toda espécie sobre o Corão deram origem a uma extensa literatura em prosa, e a
necessidade de ensinar o árabe nos países conquistados estimulou os estudos
gramaticais” (p. 377)
“A poesia, grande paixão do povo
árabe e único gênero cultivado antes de Maomé, seguiu seu formidável
desenvolvimento. A propensão dos árabes à metáfora recarregada conduziu a um
virtuosíssimo refinado e sutil excessivo quase sempre, mas sempre belíssimo e
enormemente poético. Todos os príncipes e senhores principais gostaram de
rodear-se de poetas que se agruparam em verdadeiras cortes; ali se compunham
toda classe de poemas líricos” (p. 377)
“Foi também a filosofia outra
das grandes preocupações dos árabes, antes que os cristãos ocidentais
conhecessem e difundissem as obras de Aristóteles e dos neoplatônicos
alexandrinos, que em Bizâncio haviam sido descartadas por serem consideradas
perigosas. Seus primeiros grandes representantes foram Alquindí (século IX), homem
de enciclopédicos conhecimentos, e Alfarabí, de origem turca, que trabalhou
intensamente sobre os grandes filósofos gregos, tratando de conciliá-los com as
ideias muçulmanas. Floresceu depois Avicena, e já dentro do século XII, os
famosos filósofos espanhois Abentofail, Avempace e Averroes. Avempace escreveu
o Guia de solitários, que defendia a
filosofia como meio de chegar à divindade, em lugar da mística, e Averroes foi
chamado ‘O Comentarista’ pelos enormes comentários que realizou sobre
Aristóteles” (p. 378)
“Na arte tomaram também os
árabes elementos de todos os povos que dominaram, e mesmo assim conseguiram um
estilo tão pessoal que nenhum outro estilo artístico é tão popular nem tão
facilmente reconhecível. Como o Corão proibia a representação de imagens, não
tiveram apenas pintura nem escultura e sua grande produção era arquitetônica.
Característica desta é o emprego do arco de ferradura, que não inventaram, mas
que difundiram e aperfeiçoaram maravilhosamente, e o predomínio da decoração
sobre o fundamental. Com os arcos fizeram combinações geométricas e
entrecruzamentos belíssimos, e na ornamentação, quase sempre de gesso,
empregaram complicadas figuras geométricas, muito típicas” (p. 378)
“Desde o século VIII até o XII o
mundo antigo não conheceu mais do que duas civilizações: a dos bizantinos e a
dos árabes” (p. 376)
(BALLESTEROS,
Manuel; ALBORG, Juan Luis. Historia
Universal Hasta el Siglo XIII. 4ª ed. Madrid: Editorial Gredos, S. A., 1967)
***
Historiador: Joseph Michaud.
“Enquanto o Império do Oriente
tocava assim o seu declínio, e parecia minado pelo tempo e pela corrupção, o
Ocidente estava na infância das sociedades; nada mais restava do Império e das
leis de Carlos Magno. Os povos já quase não tinham relações entre si e só se
aproximavam com o ferro e a espada na mão; a Igreja, a realeza, as nações, os
reinos, tudo estava misturado e confundido; nenhum poder era bastante forte
para deter o progresso da anarquia e os abusos do feudalismo. Embora a Europa
estivesse cheia de soldados e coberta de castelos fortes, as nações ficavam o
mais das vezes sem apoio contra os inimigos e não tinham exércitos para sua
própria defesa. No meio da confusão geral, não havia segurança a não ser nos
campos e nas fortalezas, alternativamente, a salvaguarda e o terror das aldeias
e do campos. As maiores cidades não ofereciam asilo algum para a liberdade; a
vida dos homens era tida em tão pouco que se podia com algumas moedas comprar a
impunidade do assassino. Era de espada na mão que se invocava a justiça, era
pela espada que se fazia a reparação dos erros e das injúrias. A língua dos
barões e dos senhores não tinha palavras para exprimir o direito das gentes; a
guerra era toda sua ciência, era toda a política dos príncipes e dos Estados”
(p. 70-71)
(MICHAUD,
Joseph François. História das Cruzadas –
Volume Primeiro. 1ª ed. São Paulo: Editora das Américas, 1956)
***
Historiador: Jean Duché.
“Os muçulmanos fundavam
grandiosas mesquitas, hospitais, escolas públicas – as madrassas – e
respeitavam os cristãos, fazendo o mesmo desde quatro séculos: os tolerando”
(p. 344)
“Desde quatro séculos antes,
imperadores e califas lutavam com constância, mas sempre se saudando com o
título de ‘irmão’ do que só eles, em meio a um mundo bárbaro, se achavam
dignos. A guerra, sim, mas dentro de uns limites civilizados. O furor franco
deixava entrever enormes complicações diplomáticas. Em relação à Terra Santa,
os bizantinos estavam acostumados desde muito tempo a vê-la em mãos do Islã,
posto que para eles a Terra Santa era Bizâncio” (p. 380)
(DUCHÉ,
Jean. Historia de la Humanidad II – El Fuego de Dios. 1ª ed. Madrid:
Ediciones Guadarrama, 1964)
***
Considerações
Finais
Está claro que nem os
muçulmanos da época eram os terroristas de hoje, e muito menos os católicos da
época eram os democratas ocidentais de hoje. Na “era de ouro” do Islã, eram os
árabes que possuíam o maior desenvolvimento científico da época e eram os
bizantinos (ortodoxos) que possuíam a maior cultura e riqueza. A Europa ocidental
era a periferia do mundo, os verdadeiros “bárbaros” da história. Tal quadro só
veio a se reverter depois do saque de Constantinopla (1204), quando os católicos
roubaram toda a riqueza dos bizantinos e destruíram grande parte das artes e
dos livros da cidade, e quando o Islã entrou em declínio cultural e moral,
restando aos europeus a predominância, que só veio a se fortalecer em
definitivo após a Reforma Protestante do século XVI.
Se alguém estava mais
próximo dos terroristas do ISIS de hoje não eram os muçulmanos do exército de
Saladino, mas precisamente os templários, dos quais Lins afirma:
“Alimentando
monstruosa e insaciável ambição, passaram os templários a constituir
verdadeiros ‘bandidos ungidos’, porquanto, se ostentavam bravura, acobertavam,
com o hábito monástico, os mais detestáveis vícios e as mais veementes paixões
do guerreiro medieval. ‘Celerados,
ímpios, raptores, sacrílegos’, tais, em sua maioria, os templários no dizer
insuspeito do autor de sua regra, São Bernardo, que se congratula com isso no ‘De Laude Novae Militiae’”[6]
O próprio São Bernardo
(santo católico da época), criador da regra da ordem dos templários e que
portanto os conhecia melhor do que ninguém, assim celebrava a saída dessa peste
da Europa para os países muçulmanos:
“Há,
nisso, dupla vantagem; a partida dessa escória é uma libertação para a Europa e
o Oriente se regozijará com sua chegada por causa dos serviços que poderá
prestar-lhe. Que prazer, para nós, perder crueis devastadores, e que alegria,
para Jerusalém, ganhar fieis defensores! É assim que se vinga Cristo de seus
inimigos; é assim que triunfa deles e por eles. Transforma adversários em
parceiros; de um inimigo faz um cavaleiro, como, outrora, de um Saulo
perseguidor, fez um Paulo apóstolo”[7]
Mesmo assim, é
evidente que monstros deformados que tem horror aos livros de história irão
preferir continuar apelando ao anacronismo histórico do que refutar qualquer
coisa com base em historiadores conceituados. Afinal, que tipo de conhecimento
histórico devemos esperar de quem diz que Jerusalém era a cidade que reinava
sobre os reis da terra no século I (Ap.17:18)? Nada, exceto boas gargalhadas.
Paz a todos vocês que
estão em Cristo.
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[2] Abade FLEURY, "Histoire Ecclésiastique", vol. I, pg. 725 da edição de 1844.
[3] ibid, vol. III, pg. 1.
[4] Vide Alexandre Herculano: “História de Portugal”, t. VI, pgs. 26 e
seguintes da 7ª ed, 1916.
[5]
Vide: LOUIS BRÉHIER: “L’Église et
L’Orient cru Moyen Age: Les Croisades”, pg. 6 da 5ª ed.
[6] LINS,
Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e as
Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p. 348-349.
[7]
Apud Abade VACANDARD, “Vie de Saint
Bernard”, t. I, pg. 254.
Cara não sou católico, mas ficou parecendo que os árabes eram bonzinhos e não fizeram nenhum mal, eles não foram tão insano quanto os cruzados de matarem a todos que ficavam no caminho, porém eles invadiram muitas terras que eram dos cristãos
ResponderExcluirNão disse que os árabes eram “bonzinhos”, disse que eles eram menos bárbaros do que os católicos romanos da época. Aliás, quem disse isso não fui eu, mas todos os historiadores que eu listei no artigo, e muitos outros mais. A diferença básica entre um e outro é que os muçulmanos, em geral, costumavam fazer guerra por conquista territorial, mas com um certo nível de tolerância. Os cristãos permaneciam livres para cultuar a Deus e fazer tudo o que faziam antes, com a diferença de que tinham que pagar impostos aos muçulmanos. Em Edessa, por exemplo, cidade conquistada pelos muçulmanos, era um rei ortodoxo armênio quem continuava governando, rei esse que foi assassinado quando o exército católico tomou a cidade.
ExcluirOs cruzados, por outro lado, não queriam nem saber: cortavam a cabeça de mulheres, crianças, bebês, judeus, árabes, turcos, saqueavam todos os lugares, quebravam todos os acordos e alianças, incendiavam todas as mesquitas e sinagogas, faziam o diabo para conquistar o que eles queriam. Se você não consegue ver diferença na barbárie de um e do outro, aí é complicado. Os dois estavam errados, é claro, mas o bom senso nos pede para conservar o senso de proporções.
Abs.
Porque julgar a igreja católica atual pelo evento aterrorizador do passado? Atualmente qual é o mais civilizado? É claro que é a igreja católica. É a mesma coisa do anacronismo histórico que não julga o hoje pelo passado, a não ser se o hoje é mais terrível do que o passado.
ResponderExcluirEu não estou julgando a Igreja Católica ATUAL pelo evento aterrorizador do passado. Estou julgando a Igreja Católica DA ÉPOCA pelo evento da época, uma vez que grande parte dos apologistas católicos entendem que a Igreja da época esteve certa em fazer as cruzadas, e que os cruzados eram herois maravilhosos que salvaram a civilização ocidental...
ExcluirLucas é verdade que não existe uma minoria radical muçulmanos, mas que todos são intolerantes?
ResponderExcluir"Todos" não, mas que é uma parte bem significativa, isso certamente. Creio que a noção de que "todos" são extremistas tenha vindo por causa desse vídeo aqui:
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=7Rx4rWJtxHI
Mas isso não prova que todos os muçulmanos do mundo são radicais, só prova que todos os muçulmanos daquela sala são radicais. Eu tenho amigos muçulmanos que detestam os grupos terroristas, e que estão inclusive correndo risco de morte por eles. Há muçulmanos vivendo pacificamente na Europa, há muçulmanos sendo assassinados por estes mesmos grupos terroristas por não compactuarem com eles no Oriente Médio, há muçulmanos servindo nos exércitos locais contra esses grupos radicais, enfim, é um exagero dizer que são todos. Mas que de fato o Islã gera uma propensão maior ao fanatismo e à intolerância, e que o número de rebeldes nesta religião é maior do que em todas as outras juntas, isso não tem como negar. É fato. É indiscutível. Só não acho certo taxar como 100%, o que condiz com a verdade.
O correto é que o islamismo nao é uma religião de paz.Todo muçulmano que não é radical não esta sendo fiel a sua religião.
ExcluirVerdade Anônimo, é igual ao um cristão ser favorável ao casamento gay, e outras coisas, existe? existe! Mas não são coisas compatíveis, assim como a mídia gosta de promover os islamismo como uma religião de paz, fazendo vídeos com pessoas dizendo "sou muçulmano, mas sou feminista, mas não sou homofóbico, mas não sei o que mimimimimimimi," Eles não passam de hereges, que não leem o próprio "livro sagrado", muçulmanos nominais, assim como há cristãos nominais hereges em todo o mundo. Quando você lê o que o Alcorão diz sobre as mulheres e sobres os "inimigos" do islã, aí vc vai entender que eles não conhecem a palavra "tolerância". Primeiro eles derrubam e ridicularizam o cristianismo, agora eles promovem o islã... não por coincidência... É possível a pessoa não conhecer a própria religião ? Sim, é possível.
ExcluirLucas coloca isso no youtube: Papa e elite global sacrificando centenas de bebes em Rituais??? Vê lá e fala aqui o q vc achou,Fique com Deus
ResponderExcluirNenhum dos entrevistados no vídeo falou do papa Francisco, apenas o autor de vídeo que fez essa ligação. E teria que ver também quais são essas pessoas, e quais as provas que elas possuem, porque a acusação é séria.
ExcluirLucas,
ResponderExcluirEu comentei o seu post, aqui: https://plus.google.com/+RodrigoSilvaBarros/posts/BRdrSCJNVZE
[]s
É realmente difícil saber se seria melhor com a vitória muçulmana ou não, mas de fato o islamismo regrediu muito desde a época de Maomé. Esses grupos terroristas são extremamente recentes, datam da década de 70 para cá. Até mesmo questões sociais, como direitos e liberdade da mulher, regrediu muito nessas últimas décadas nos países muçulmanos, enquanto no ocidente houve um notável avanço. No início do século passado, havia pouca ou nenhuma diferença no trato com a mulher nos países ocidentais para com os orientais. Eu não sei o que causou essa regressão, mas, de qualquer forma, foi uma mudança abrupta e notável.
ExcluirAbs.
http://www.ofielcatolico.com.br/2001/02/a-igreja-catolica-foi-fundada-por.html?m=1 O quarto você acha deste site?
ResponderExcluirSó mais um site católico genérico cheio das mesmas mentiras encontradas em todos os outros.
Excluirhttps://m.youtube.com/watch?v=6koxlibHjUU&time_continue=1
ResponderExcluirDiscordo de tudo o que foi argumentado no vídeo. Se fosse tão simples assim saber que Jesus vai voltar em três mil anos por causa dos três dias em que ficou sepultado, então Jesus jamais teria dito que NEM ELE sabe o dia da Sua volta (embora ele já soubesse que ficaria três dias morto). Ou seja, esses caras querem simplificar tudo para conhecer aquilo que nem Jesus conhecia. Será que Cristo não sabia "interpretar corretamente" que os 3 dias morto implicavam em 3 mil anos? Eu não acredito...
ExcluirMas a musiquinha é legal.
Lucas Banzoli vejo que você não sabe nada sobre o Islã. Não sou católico,sou evangélico,Batista,por sinal. Seu mal é que você se especializou sobre a Igreja Católica,nisto você acerta bem,concordo com muita coisa que você escreve. Não é difícil perceber que você fala a verdade,a realidade dos fatos,sobre a Igreja Católica,sua História,erros e pecados. Nisto você está de parabéns !
ResponderExcluirMas ! Sobre o Islã,rapaz você tem que se especializar,você não sabe nada sobre o Islã. Tem uma ideia romântica,idealizada,fantasiosa sobre o Islã. Aliás ! Você e os autores que que citou neste texto não sabem nada sobre o Islã real. O Islã de Maomé,do Alcorão,da Jihad (guerra santa),os infiéis, Kaffir. O que sabe sobre Maomé, o homem perfeito para os muçulmanos que seguem os seus exemplos. No entanto ele é tão perverso que Herodes que mandou matar muitíssimas crianças no tempo do nascimento de Jesus,não consegue ser pior do que Maomé. Estude sobre Maomé.
Estude sobre o Alcorão,sabe alguma coisa do que está escrito no Alcorão ? Já leu sobre aqueles versos que manda converter a força os infiéis (os Kaffir)se recusarem a si converter. Pede para por ciladas sobre os idolatras,combater os infiéis até que paguem a Jizya,um muçulmano não pode ser amigo de um muçulmano e os judeus são retratos nos versos do alcorão,como porcos e macacos.
E sobre a Jihad ! Sabe alguma coisa ? Se sabe então me diz o que sabe. O Alcorão prega que todo muçulmano deve colaborar,lutar na Jihad,para converter os infièis (Kaffir). Que sabe sobre a Suna ? E muito importante o que sabe sobre a Sharia ( A Lei Islãmica e como ela recula a vida dos muçulmanos e infiéis). Observação ! Não consulte os sites abaixo para obter respostas,diga o que sabe e depois leia os sites abaixo.
Me responda sobre essas questões.
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Vou deixar uns sites sobre o Islã.http://rafik-rafikresponde.blogspot.com.br/ Site de um evangélico que vive no mundo muçulmano e analíza o Islã a partir do Evangelho.
http://infielatento.blogspot.com.br/ O autor conhece tremendamente o Islã.
https://tiaocazeiro.wordpress.com/ Sabe tudo sobre o Islã.
Observação ! Se você não publicar este meu comentário,vou interpretar isto como você, estar fugindo da raia. Vamos ver se consegue debater comigo. Se é bom sobre conhecimento sobre a Igreja Católica, e sobre o Islã,consegue ser bom ? Um abraço ! Que Deus o abençõe ! E me perdoe pela minha dureza. E se de alguma forma o magoei. Mas ! Até Cristo foi duro muitas vezes. Meu exemplo é Cristo e não Maomé.
Em primeiro lugar, eu não costumo publicar mensagens mal-educadas no meu blog. Essa é a norma mais básica da civilidade. Só você quer me ofender, fala na cara, não atrás de um computador. Eu só vou publicar ESTE seu comentário em especial para que não venha me perturbar depois dizendo que “eu fugi” e todo aquele blá blá blá de criança de jardim-de-infância. Mas eu não tenho qualquer obrigação de “debater” com alguém que está mais disposto a agredir do que a debater, e tenho coisas mais importantes pra fazer na vida do que perder tempo debatendo com quem quer que seja.
ExcluirSobre o conteúdo da mensagem em si, você demonstra que não entendeu absolutamente nada do que eu escrevi. É triste. Aposto que você nem terminou de ler o texto, e já foi correndo pra caixa de comentários “opinar”. Vou fazer um pequeno questionário aqui, que qualquer pessoa com um cérebro funcionando na cabeça pode chegar às mesmas questões por uma mera interpretação simples de texto:
1) Eu falei bem de Maomé?
( ) SIM
(X) NÃO
2) Eu disse que o islamismo é uma “religião da paz”?
( ) SIM
(X) NÃO
3) Eu disse que não existe “Jihad” (Guerra Santa) no Islã?
( ) SIM
(X) NÃO
4) Eu falei ALGUMA COISA sobre o Alcorão em qualquer parte do texto?
( ) SIM
(X) NÃO
5) Eu falei ALGUMA COISA boa sobre a Sharia?
( ) SIM
(X) NÃO
Qualquer pessoa decente, honesta e bem-intencionada que leia o meu artigo irá assinalar “não” em todas as perguntas acima. Só você que, sozinho, vem aqui atacar um espantalho, mostrando ZERO capacidade de interpretação de texto, como se eu estivesse aqui falando bem do Alcorão, negando a Jihad, dizendo que o islamismo é uma religião da paz e o caramba a quatro. Inclusive nestes artigos você pode ver o que eu realmente penso sobre o islamismo, artigos estes que é claro que você nunca leu:
http://ateismorefutado.blogspot.com.br/2015/04/o-cristianismo-e-machista-ele-rebaixa-o.html
http://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2015/11/ministerio-da-justica-do-pt-quer-trazer.html
O que eu tentei explicar neste artigo, para as pessoas que tem alguma mínima capacidade de interpretação de texto (o que obviamente não é o seu caso) é que não podemos julgar uma coisa DO PASSADO por meio dos óculos DO PRESENTE. Ou seja, não é porque os países cristãos são bonzinhos hoje e no islamismo está cheio de grupo terrorista que sempre foi assim desde o passado remoto. Para refutar esta lógica, o único jeito seria mostrando provas cabais de que no passado existia um monte de grupo terrorismo no Islã da mesma forma que hoje (sendo que isso começou na década de 70) ou que o Cristianismo latino da época (catolicismo romano) era um mar de rosas. Mas você não provou nem uma coisa nem outra, apenas tagarelou idiotices e ignorou o que TODOS OS HISTORIADORES DO PLANETA AFIRMAM.
Sinceramente, a partir do momento em que você disse ”todos os autores que eu citei não sabem nada do Islã”, já deu vontade de parar de ler ali. Você deve ser um super historiador com PhD em Oxford para negar o que todos os historiadores do mundo dizem, incluindo os mais qualificados do planeta, ao ponto de dizer que todos eles não sabem nada. Você nem sequer deve ter lido os historiadores que eu citei aqui (o que inclui Hilário Franco Jr., Ivan Lins, Juan Brom, Plínio Bastos, Manuel Ballesteros, Juan Luis Alborg, Joseph Michaud, Jean Duché, Jacques Le Goff e tantos outros que eu só não citei aqui para o artigo não ficar gigantesco). E no lugar de todos estes historiadores renomados que você despreza sem ter lido, o que é que você cita no lugar?
ExcluirResposta: Duas fontes de blogs da internet!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Palhaçada. Admita logo que você nunca leu livro de história nenhum na vida, e por isso precisa desqualificar todos os historiadores com PhD para se apegar a fontes de blogs de internet. Assim seria mais honesto da sua parte.
Se eu “não sei nada de islamismo” por ter lido apenas algumas dezenas de livros de história sobre o assunto, escritos pelos historiadores mais conceituados do planeta, então o que VOCÊ sabe sobre islamismo por ter lido dois blogs brasileiros?
Eu nem deveria perder tempo rebatendo o resto do texto, porque, como disse, você ataca espantalhos que eu nunca fiz. Este artigo não é uma “defesa do islamismo”, mas meramente diz que naquela época o Islã era menos ruim do que o catolicismo romano em termos de progresso e desenvolvimento social e econômico. Você cita a Jihad islâmica, mas se esquece que o conceito de “Cruzadas” católico-romano se refere À MESMA COISA, ou seja, a uma “guerra santa”, exatamente da forma que o papa Urbano II pregou na ocasião.
Você diz que os muçulmanos forçavam conversões, mas se esquece que o próprio Agostinho justificou a conversão forçada de donatistas através da literalização dos meios de uma PARÁBOLA(!) em que Jesus dizia “force-os a entrar” (Lc.14:23). Você também se esquece completamente que quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do império por Teodósio, todas as religiões pagãs se tornaram ILEGAIS e todos foram FORÇADOS a se converter ao Cristianismo, querendo eles ou não, e os que se recusavam a isso sofriam a mesma perseguição que os próprios cristãos sofriam antes de Constantino.
Você fala da guerra santa do Islã, mas se esquece completamente que o próprio São Tomás de Aquino justificava a guerra santa dos cristãos em sua famosa “Suma Teológica”. Você fala do maltrato do Alcorão para com os judeus, mas se esquece completamente que na Idade Média os judeus eram muito mais bem tratados nos países muçulmanos do que nos católicos. Os católicos frequentemente queimavam sinagogas e assassinavam todos os judeus, como aconteceu frequentemente nas cruzadas, tanto na popular quanto na oficial. Quando os cruzados entraram em Jerusalém, cidade onde muçulmanos e judeus viviam juntos em total harmonia, eles assassinaram todos indistintamente, colocando os judeus para dentro da sinagoga e ateando fogo dentro.
Você também se esquece completamente de que os concílios católicos da época defendiam EXPLICITAMENTE o ódio, o preconceito e a perseguição de judeus, como faz o Concílio de Florença em relação aos judeus convertidos:
“Os convertidos devem ser proibidos, sob pena de severas sanções, de enterrar seus mortos de acordo com o costume judaico ou de observar de alguma forma o sábado e outras solenidades e rituais de sua seita. Em vez disso, eles devem frequentar nossas igrejas e sermões, tal como os outros católicos, e conformar-se em tudo aos costumes cristãos. Aqueles que mostrarem desprezo a isso devem ser delatados aos bispos diocesanos ou aos inquisidores de heresia por seus párocos, ou por outros que lhe são confiadas por lei ou costume antigo sobre tais assuntos. Deixem-nos serem punidos, com o auxílio do braço secular se necessário, para dar exemplo aos demais”
E também sobre os judeus não-convertidos:
Excluir“Além disso, renovamos os cânones sagrados, que ordenam os bispos diocesanos e os poderes seculares a proibir em todos os sentidos judeus e outros infieis de ter cristãos, homens ou mulheres, em suas famílias prestando serviços, ou como enfermeiros de seus filhos, e os cristãos de entrar com eles em festas, casamentos, banquetes ou banhos, ou em muita conversa, ou em tomá-los como médicos ou agentes de casamentos ou mediadores nomeados oficialmente de outros contratos. A eles não devem ser dadas outras repartições públicas, ou admitidos a quaisquer graus acadêmicos. Eles estão proibidos de comprar livros eclesiásticos, cálices, cruzes e outros ornamentos de igrejas, sob pena da perda do objeto, ou a aceitá-los em penhor, sob pena de perda do dinheiro que emprestou. Eles estão obrigados, sob severas penas, de usar algum vestuário em que possam ser claramente distinguidos dos cristãos. A fim de evitar relações sexuais mútuas, eles devem habitar em áreas distantes, nas cidades e vilas que estão para além das residências dos cristãos e o mais distante possível de igrejas. Nos domingos e outras festas solenes que não se atrevam a abrir suas lojas ou trabalhar em público”
Os bens dos judeus também eram constantemente confiscados pelas autoridades católicas, já que via de regra os judeus lucravam muito mais com o comércio do que os católicos, causando inveja e ódio da parte destes. Diante de tudo isso não surpreende em nada que os judeus tenham ajudado OS MUÇULMANOS quando estes quiseram tomar a Espanha, território católico naquela altura. Eles sabiam que os católicos romanos os maltratavam muito mais do que qualquer muçulmano da época. Este quadro só veio a se reverter séculos depois, e usar o cenário ATUAL para tentar impugnar o cenário histórico é pura DESONESTIDADE INTELECTUAL, o velho e famoso anacronismo histórico que eu já tratei no próprio artigo em questão.
Em suma, você não sabe interpretar textos, e por isso monta espantalhos toscos e ridículos contra um texto que cuja única pretensão é mostrar a incontestável verdade histórica de que, na Idade Média, os povos muçulmanos eram mais civilizados e mais desenvolvidos EM COMPARAÇÃO com os países católicos latinos. Ou seja, não se trata de dizer que o Islã é “bonzinho”, mas sim que o catolicismo ERA PIOR.
E saiba que eu não debato com ninguém com “fontes de blogs”. Se o senhor quiser debater comigo, que me traga FONTES ACADÊMICAS, livros de história, registros de historiadores com PhD, porque fontes de blogs qualquer crianção de cinco anos é capaz de usar, isso é rechaçado em qualquer debate acadêmico. Prove, com documentos da época ou com registros históricos de historiadores conceituados, que o Islamismo da Idade Média era MENOS DESENVOLVIDO do que os países sob o jugo do catolicismo romano, e que a moral nos países católicos eram mais elevada (ou menos ruim) do que nos países muçulmanos. E de nada adianta usar como parâmetro o catolicismo oriental bizantino, porque qualquer criatura que ler este artigo constata que eu estou comparando ESPECIFICAMENTE com o catolicismo latino ocidental.
Se na sua próxima mensagem você não vier com livros de história escritos por historiadores conceituados que desmontem essas duas coisas que eu aqui expus, ou se vier novamente com agressões, ofensas e/ou deboches, eu vou simplesmente ignorar sua resposta e não perderei tempo debatendo com alguém que não está disposto a aprender, e que se acha a fonte de todo o conhecimento histórico universal por ter lido meia dúzia de blogs na internet.
"Se na sua próxima mensagem você não vier com livros de história escritos por historiadores conceituados que desmontem essas duas coisas que eu aqui expus, ou se vier novamente com agressões, ofensas e/ou deboches, eu vou simplesmente ignorar sua resposta e não perderei tempo debatendo com alguém que não está disposto a aprender, e que se acha a fonte de todo o conhecimento histórico universal por ter lido meia dúzia de blogs na internet."
ExcluirRESPOSTA : O problema para eu vir livros de história escritos por historiadores conceituados é que eles são pró-islã. Só argumentam e pensam favorável ao Islã. Eu sou anti-islã e procuro saber a verdade sobre o Islã,que mostra este lado negro e oculto do Islã. E onde eu vou encontrar isto,nos Blogs anti-islã,pode ter livros de história e historiadores conceituados anti-Islã. Mas ! O mais fácil é recorrer aos blogs anti-Islã.
Mas ! Se você quiser saber a verdade sobre como é o Islã mesmo,procure as pessoas no mundo que mais sabem sobre o Islã,as vitimas do Islã! Procure essas vitimas,pode ser pessoas que já morreram e deixaram testemunhos escritos. Pegue um avião e vá conversar com os coptas do Egito,com os cristãos na Síria e Oriente Médio. Vai lá no Paquistão falar com á Asia Bibi. Pode visitar igrejas cristãs na Indonésia. Dá uma volta pelo Afganistão,Filipinas. Vou deixar um link para você intitulado : As pessoas mais desprezadas do mundo. https://tiaocazeiro.wordpress.com/2015/10/29/as-pessoas-mais-desprezadas-do-mundo/
CRIE CORAGEM E VÀ FALAR COM ESSAS PESSOAS VITIMAS DO ISLÃ,ELAS VÃO TE ENSINAR MUITO SOBRE O QUE È O ISLÃ.
AGORA SOBRE O CATOLICISMO QUEM PODE TE ENSINAR MUITO SÃO OS EVANGÉLICOS PERSEGUIDOS NO MÉXICO. AQUI TEM UM LINK :http://noticias.gospelmais.com.br/evangelicos-mexicanos-sofrem-perseguicao-catolicos-74249.html
"Evangélicos mexicanos sofrem com perseguição de católicos e vivem exilados de suas aldeias" Tente entrar em contato com esses irmãos na fé. Me perdoe por alguma agressão,insulto. Que Jesus o abençoe !
E me perdoe sobre usar blogs,mas se eles falam a verdade porque despreza-los. A verdade é a mesma seja no livro,na boca de um historiador conceituado,no blog ou na Bíblia. Verdade é sempre verdade e não muda por causa de um veiculo de informação.
Respondi abaixo, já que você decidiu enviar dois comentários em locais diferentes...
ExcluirComo Lucas Banzoli afirma O Catolicismo está contaminado pelo Paganismo,há um Paganismo disfarçado de "Cristianismo". http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/03/os-pais-da-igreja-contra-o-culto-as.html Então não é de surpreender que os católicos tenham ações tão parecidas com as dos pagãos antigos e de hoje.
ResponderExcluirUma das características dos pagãos era a crueldade e desumanidade na Guerra.
Os Cruzados eram desumanos da guerra, um exemplo foi a tomada de Jerusálem,onde mataram a população de muçulmanos e judeus da cidade.
Mas ! E´bom lembrar que os pagãos babilônicos,sob o comando de Nabucodonosor fizeram a cerca de 600 anos de Cristo,na tomada de Jerusálem.
Também o genocídio de Judeus na tomada Jerusálem pelos romanos pagãos,sob Tito e destruição do Templo. Mas ! Jerusálem escapou de ser destruída e queimada, pelo rei assirio Senaqueribe,na época do santo rei Ezequias,por livramento de Deus. Em 1258, os exércitos dos mongóis pagãos cercaram , destruíram e mataram a população muçulmana de Bagdá. Matando muitos milhares de pessoas. Antes disto os mongóis haviam destruído cidades e matado sua população sob as ordens de Genghis Khan. È isto que os pagãos fazem na guerra. E os cruzados, 'cristãos' paganizados não fizeram diferente.
Bom ! Mas ! O Islã é uma religião pagã! Uma religião pagã que tem alguma coisa de Cristianismo e Judaísmo. Jesus é profeta para os muçulmanos,assim como Noé,Abrão,Moisés e outros. O falso profeta Maomé tentou enganar cristãos e judeus dizendo ser o último profeta e mais importante. Não conseguiu enganar os cristãos e judeus. Os muçulmanos na guerra não foram diferentes dos demais pagãos. Olha! O que fez,não um califa,sultão,general ou xeique muçulmano. Mas ! O próprio Maomé ! Veja como ele agia nas guerras contra os não muçulmanos :árabes politeístas,cristãos,judeus. Como massacrou os judeus.
Veja este site : http://infielatento.blogspot.com.br/2015/11/livro-historia-de-maome-disponivel-on-line.html
Veja que Maomé fazia na Jihad :http://www.ahistoriademaome.blogspot.com.br/2015/11/16-jihad-continua.html
Lembre-se Maomé é o homem perfeito para os muçulmanos, o exemplo perfeito para ser seguido por todo muçulmano. Assim como Cristo é para os cristãos genuínos.
Mas ! Adiante falarei deste 'Herói' Saladino que poupou os cristãos em Jerusálem. È puro engano.
Mano, se o seu objetivo é provar o quanto o islamismo é malvado, vá em frente, eu deixo você publicar quinhentos textos dos blogs que você lê. Mas não espere que eu responda a qualquer um deles, porque isso não é um DEBATE. Debate é quando alguém refuta o que o outro escreveu. Eu nunca disse que o islamismo é uma religião de paz, então você está arrematando contra um espantalho. O que eu disse, e já repeti um montão de vezes (veja a minha resposta ao seu outro comentário acima) é que na Idade Média os povos muçulmanos eram mais desenvolvidos que os povos católicos latinos (o que é óbvio) e mais civilizados EM COMPARAÇÃO com os povos católicos. E isso você não respondeu, porque para isso teria que provar historicamente que os povos católicos da época eram mais desenvolvidos, o que é impossível, pois contrariaria todos os livros já escritos pelo homem.
ExcluirE não adianta nada passar um monte de exemplo de grupos islâmicos radicais matando gente hoje em dia, EU JÁ DISSE QUE CONCORDO COM ISSO, inclusive passei dois links meus escritos há um tempo atrás onde eu expresso A MESMA opinião, mas você obviamente não leu, já que respondeu ao meu comentário tão rapidamente e repetiu a mesma falácia. Eu não preciso "criar coragem e ir falar com as pessoas vítimas do Islã", porque essas pessoas são do século XXI e no meu artigo eu estou falando da Idade Média. A não ser que você queira que eu invente uma máquina do tempo e vá "criar coragem e falar com as pessoas vítimas do Islã" (da época). E neste caso eu aposto que teria que ter uma coragem muito maior para falar com as pessoas vítimas do catolicismo romano no mesmo período.
Abs.
Prezado seus artigos são muito pertinentes: Quanto as Cruzadas elas são frutos do egoísmo e do desvio do caráter Cristão de algumas pessoas influentes na Igreja Romana, ainda que tentem justificar as cruzadas com o pensamento da época, isto é impossível, pois o Cristão tem dentro de si o Espírito Santo e assim sendo as Cruzadas são imcompatíveis com o espírito altruísta do Cristão, as ditas cruzadas foram fruto de egoísmo, não era apenas um combate a hereges e ainda que fosse uma caça as bruxas quem os deu autoridade para isso? Muitos Cristãos foram perseguidos e mortos, quando da queda de Constantinopla, era claro que Igreja Romana pretendia eliminar os Ortodoxos, na segunda guerra mundial novamente os Romanos tentaram eliminar os Ortodoxos. Contudo os Ortodoxos nunca se envolveram em inquisição alguma, ou mesmo perseguição, antes eles foram perseguidos e mortos, vale salientar também que os protestantes históricos, (Luteranos, Anglicanos, Presbiterianos) Também fizeram suas inquisições e tiveram seus desvios, mais é claro que existem protestantes que não se macularam como os Adventistas que até mesmo se recursaram a ir para a guerra nos E.U.A. Paz e bem a todos em Cristo Jesus.
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