O que diz o livro que os católicos citam sem ler
Há poucos dias publiquei aqui o
artigo intitulado "A
terrível, monstruosa e abominável Inquisição Protestante", onde
investigo o principal livro utilizado pelos apologistas católicos para
sustentar – mediante um único parágrafo pincelado, distorcido e recortado – a
existência de uma suposta “inquisição protestante”, da qual o autor do livro
realmente nunca falou. Como eu mostrei no artigo em questão, o autor citado
pelos apologistas católicos para embasar uma suposta “inquisição protestante”:
• Nunca descreveu a
guerra dos camponeses como sendo uma “inquisição”, muito menos protestante.
• Nunca disse qualquer
coisa sobre aquilo ser fruto de intolerância religiosa (os camponeses eram,
inclusive, simpatizantes de Lutero, que tentava convencê-los na base do diálogo
a deixar a bandidagem).
• Nunca retratou esses
camponeses como “inocentes”. Ao contrário: disse que eram bandidos,
saqueadores, que depredavam as igrejas, quebravam as imagens, destruíam as
bibliotecas e tentavam criar uma «nova sociedade comunista-terrorista»!
• Nunca disse que Lutero
foi o “responsável” pela morte dos camponeses no campo de batalha. Ao contrário,
disse que a opinião de Lutero era irrelevante, porque de qualquer forma os
príncipes iriam defender seus territórios assim mesmo.
• Nunca disse que Lutero
cometeu um erro ao ficar do lado do poder civil e contra os camponeses
revolucionários. Ao contrário, ressaltou que Lutero era um exemplo de caráter,
genuíno, espiritual e digno de estima.
Mas para expor de uma vez por
todas ainda mais a safadeza e canalhice de Fernando Nascimento, Montfort, Paulo
Leitão, Cris Macabeus, Oswaldo Garcia e o caramba a quatro que copiam a mesma
citação em todos os sites católicos do Brasil (sem jamais terem lido o livro
que citam em seus artigos), vou transcrever aqui para os católicos o que este
livro que eles citam diz, para que eles pensem duas vezes antes de continuar
usando este historiador como autoridade.
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a jurisdição do bispo de Roma no
início da Igreja:
“Uma
contingência memorável e única tinha feito papa do bispo de Roma – desse bispo que no começo era só um bispo
como os outros e que dentro em pouco gozou dum imenso prestígio como senhor
da comunidade da velha capital do mundo, como dirigente da ação dos estados dos
príncipes apostólicos”[1]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre as falsificações da Igreja Romana:
“Por
esse tempo deu-se em Roma também uma das mais célebres falsificações da
história, a chamada Doação de Constantino, pela qual Constantino, o Grande,
conferia ao papa ascendência sobre todos os patriarcas, concedia-lhe inúmeras
honrarias e presenteava-o com a posse de toda a Itália e territórios
ocidentais. Essa falsificação mostra a
que extremos as ambições de poder do papa poderiam chegar”[2]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a criação da Igreja Romana atual:
“Havia
muito que fazer: a muito recomendada ruptura com a Igreja grega [em 1054 d.C]
foi agora definitivamente ultimada, o que tornou possível a criação da nova Igreja Romana, sem nenhuma
ligação com a outra”[3]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre o progresso nos países católicos-romanos
medievais:
“Bizâncio
e reinos islamitas apresentavam, comparados com a modéstia agrária e atraso dos
Estados germânicos, especialmente os do norte dos Alpes, economicamente uma
enorme superioridade”[4]
“Esse
mundo oriental, a cujas portas estava Constantinopla ávida de lucros, parecia
ao primitivo e rude mundo ocidental como um empório inesgotável dos tesouros da
terra!”[5]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a sede de poder dos papas:
“O
papado, assim se expressou ele [Inocêncio III], está colocado entre Deus e a
humanidade como o governo de Cristo; exerce por isto o verdadeiro principado
sobre toda a terra, tem o direito de admoestar todos os cristãos e por isto o
direito de arbitragem e o de exercê-lo em todas as disputas profanas e perante
todos os governos terrenos. O papa é ao mesmo tempo o bispo máximo e o
imperador sobre a terra. Era a velha doutrina do imperador e Sumo Pontífice”[6]
“Herdeiro
do antigo poder absoluto romano, profeta espiritual e temporal, exercendo uma
soberania ao mesmo tempo ocidental e ecumênica. O papa [Gregório VII], foi ele
o primeiro que o quis e conseguiu, seria o rei dos reis e imperador dos
imperadores; assim como todo o sacerdote deve ter primazia sobre o rei e o
duque e o papa sobre todos os poderes terrestres. Se São Pedro é o senhor do
mundo terreno e os apóstolos dispõem do céu e da eternidade com tanto mais
certeza disporão das coisas deste mundo, dos seus bens e de tudo o que diz
respeito à vida secular”[7]
“O
papa, como senhor absoluto, impunha sua autoridade sobre todas as coisas, a
vida e a salvação eterna e podia exercer uma influência decisiva sobre os
destinos humanos, o prestígio, a felicidade conjugal, o sucesso e até obre as
consciências, os bispos, abades, padres até ao último capelão dentro dos
limites de suas circunscrições não só exigiam o respeito natural, como a
obediência incondicional”[8]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre o saque de Constantinopla:
“Constantinopla
foi ultrajada e saqueada. Cristãos romanos se atiraram com incrível ferocidade
contra os cristãos gregos, para eterna vergonha de sua confissão e de seus
créditos de cavaleiros. Nesta rapina ignominiosa perderam-se tesouros
insubstituíveis, herança da antiguidade. Mais ainda, a Roma Ocidental
vingava-se tardiamente da Roma Oriental, destruía na sua cegueira o último
baluarte do Império contra o islamismo e erigia em lugar do enfraquecido
Império grego algo muito mais fraco: aquele Império latino, uma instituição
artificial, improvisada com elementos heterogêneos, balda de ideias e
tradições, uma criação inerte”[9]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre o dízimo cobrado pela Igreja
Católica:
“A
Igreja manteve por toda a parte com grande êxito a luta pelos dízimos.
Donativos, dispensas, as espórtulas e os emolumentos dos serviços espirituais
aumentavam notavelmente as rendas do clero”[10]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a falsificação de relíquias
medievais:
“A
feição mais triste do mundo religioso da época era a falta de escrúpulos com
que se falsificavam relíquias e documentos muitas vezes dum modo
lamentavelmente grosseiro, outras com perfeição, mas que a escassa crítica dos
tempos deixava passar como provas suficientes para justificar uma veneração ou
assegurar o direito a uma posse. A própria Cúria romana dava disso o mais
eloquente exemplo”[11]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a perseguição da Igreja Católica
aos valdenses:
“Diante
da crescente secularização e corrupção tinha que acentuar-se a necessidade dum
espírito e dum modo de proceder mais verdadeiramente cristãos. Um mercador
lionês, Pedro Valdo, distribuiu todos os seus bens em 1173 e entregou-se a uma
vida de pobreza apostólica, mendigando e pregando a penitência. Muitos aderiram
a ele e, embora perseguidos, conseguiram manter-se nos vales alpinos ocidentais
mais obedientes ao seu Deus do que aos homens”[12]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a perseguição da Igreja Católica
aos albigenses:
“Recorreu
à abominável matança de inocentes sob a liderança de clérigos, complicando-se a
luta com a mistura de interesses inteiramente seculares e ambições de mando e
predomínio e deixando cair devastado nas mãos dos monarcas franceses o belo e
infeliz Meio-dia. Tudo isso se fez em nome e sob sinal da cruz! Talvez tenha
sido ainda mais vergonhoso o extermínio dos infelizes camponeses ‘stadinghs’
pela cruzada contra eles. Não quiseram pagar o dízimo ao arcebispo de Bremen e
foram por isso eliminados como hereges”[13]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a Inquisição:
“O
frade espanhol Domingos fez da luta contra os hereges a tarefa primordial de
sua vida. Um homem douto, combativo, pregador emérito, organizador incomparável
– a Ordem Dominicana era obra instituída de conformidade com princípios de
direito romano pela Cúria, para combater a heresia. Conrado de Marburgo, o
fanático e bárbaro carcereiro de Sta. Izabel, inebriou-se com as sangrentas
fantasias da cruzada como primeiro inquisidor alemão. O Santo Ofício quase não
permitia a defesa do infeliz acusado; recorria à prova do fogo e da água, à
tortura também e servia-se dum abominável sistema de espionagem contra o qual
nenhum velho costume tradicional e nenhum resto de antigas crenças estava
seguro, mandava os culpados para a fogueira do poder civil e enriquecia-se com
uma parte de seus bens. As consequencias desse terror tinham que ser a
destruição do sentimento de justiça, o ódio e o pavor”[14]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a cristandade romana:
“A
cristandade romana era unidade e caos, ambicionava o domínio universal e estava
manchada pelo fraticídio, afirmava a sagrada justiça com a autoridade da
espada, mas suspirava realmente entre a contradição dos dois direitos, o
canônico e o temporal”[15]
“A
alegre tranquilidade e a segurança tornaram-se uma irrealidade, a vida conforme
a harmonia terrena e divina só pôde ser realizada por alguns indivíduos ou
grupos. Para a coletividade deixara de existir, para ela só ficara a velha
senda do vácuo. A realidade tornou-se dura, bárbara, em parte desenfreada e
malfazeja. A Igreja Romana não pôde absolutamente, com o seu estilo de
Cristianismo, criar uma forma tolerável, absolutamente superior para a vida da
humanidade em comum. E por isso nesta transição de época reinam o desespero, a
perturbação, a renúncia ao antigo. Contra a Igreja pontífica surge a reforma
confessional, contra o império a instituição dos principados, contra a
universidade da cristandade latina a evolução nacional das culturas
particulares dos povos, contra o feudalismo agrário o espírito mercantil
burguês das cidades, contra o escolasticismo dos teólogos a livre investigação
científica”[16]
“O
respeito nas famílias estava muito fora de moda. Os filhos riam dos pais. A
rebelião do filho contra o pai era comum na Idade Média, isto agora porém era
novidade. O matrimônio era desdenhado como uma servidão desprezível; a Igreja
Romana, mesmo com a santificação do matrimônio como um sacramento, nunca
conseguiu alcançar a realização prática da monogamia”[17]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a perseguição a Wycliffe e seus
seguidores:
“Os
tribunais de heresias perseguiam desapiedadamente o espírito de Oxford. Muitos
de seus membros foram abalados por terríveis ameaças, outros foram queimados; a
despeito dessas perseguições os adeptos de Wycliffe, os Lollards, mantiveram-se
fieis à doutrina de seu grande pregador; até ao fim do século quinze o
lollardismo continuou como uma corrente subterrânea, e o espírito do grande
reformador preparou o caminho para a Reforma”[18]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre a venda de indulgências:
“O
comércio das indulgências era, havia muitos anos, uma fonte de lucros para a
Igreja Romana. Que o jovem príncipe Hohenzollern Alberto, arcebispo eleitor de
Maiença, tivesse de pagar a Cúria devido à acumulação de cargos uma
contribuição extra de 10.000 ducados e que para pagar a metade dessa soma se
tivesse comprometido a vender as indulgências concedidas pela Bula o Jubileu da
Igreja de S. Pedro não tinha em si nada de extraordinário; mas os abusos, a má
aplicação do produto desse comércio, exploração da ingênua credulidade por
intermédio de grosseiros propagandistas da Ordem Dominicana podiam proporcionar
os elementos para uma eficiente e justificada campanha”[19]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre Lutero e o luteranismo:
“Sua
influência crescia, todos lhe pressentiam a superioridade não só no saber, e na
consciência, como no caráter. O caráter alemão personificado em ação, genuíno,
desprendido, espiritual, sobretudo moralmente seguro de si, impregnado do
sentimento nacional, estava concentrado nele humana e espontaneamente e por
isso mesmo mais arrebatador”[20]
“Surgiu
assim a nova doutrina do verdadeiro Cristianismo. O que ele aspirava sempre, o
que continuava pedindo, foi e ficou sendo espiritual, a pureza religiosa devia
ser recuperada, independente da hierarquia. Das forças temporais não esperava
senão a proteção para essa liberdade cristã”[21]
“Lutero,
este verdadeiro alemão, é, num sentido elevado, digno de estima. Nele
cascateava caudalosa a torrente de Deus; nisto foi único, não tendo tido sucessores”[22]
“O
luteranismo conservou sempre algo de quietista; era, se não um isolamento
monástico do mundo, um isolamento do grande no pequeno mundo, um renunciar às
lutas políticas históricas para entregar-se ao tranquilo convívio de todos os
dias com os seus pequenos e agradáveis prazeres”[23]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre o trabalho na perspectiva
protestante:
“Se
o supremo ideal católico era o ascetismo, a fuga do mundo, o protestantismo
adquire no novo conceito de profissão uma consagração do trabalho cotidiano,
dignifica-o, elevando-o como algo altamente moralizador, como algo que deve ser
feito espontaneamente. Lutero na sua tradução da Bíblia dera à palavra
‘profissão’ esta nova e eloquente significação. Não é o moderno capitalismo
como tal que tem um pronunciado caráter protestante e sim esse sentido ético do
ofício, da profissão, que, alheio aos gozos da vida, é a afirmação do trabalho
metódico racional como tal”[24]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre o caráter e o modus operandi de Inácio de Loyola:
“Realiza-se
assim com desígnio político, uma racionalização de toda a ética, perigosa não
só pelos processos como pela degeneração que podem facilmente produzir-se. O
próprio Loyola declarava explicitamente que para combater o demônio podia-se
recorrer a todos os meios de que este se servia para perder as almas”[25]
• O que Veit Valentin tem a dizer sobre o massacre dos protestantes na
Noite de São Bartolomeu:
“Foi
esse negregado acontecimento histórico, manchado pela mais bestial sede de
sangue e cegueira, pela vil cobiça pessoal e vergonhoso regozijo pelo mal
alheio, um triunfo político para a causa do catolicismo”[26]
É nisso que dá quando um bando
de jumentos copia uns dos outros um trecho recortado e distorcido de um livro
que eles nunca leram, citando como autoridade um autor que desce o cacete no
catolicismo no livro todo, e que jamais compactuaria com o revisionismo
hipócrita desses “apologistas” de meia tigela.
Toda vez que você ver
analfabetos obscenos como o Macabeus, velhacos moribundos como o Fakenando,
palhaços de circo como o Leitão e astronautas como o saco
de pancadas oficial do protestantismo citando o mesmo trecho recortado do
mesmo livro, pode apostar duas coisas: que nenhum deles leu o livro e que estão
citando como autoridade um autor que desconhecem completamente, cruzando os
dedos e rezando o terço para que ninguém leia o livro citado e desmascare a
fraude.
A não ser que os palhaços da
apologética católica estejam dispostos a admitir cada palavra que Veit Valentin
citou no livro que eles não leram – inclusive que a Igreja Católica falsificava
documentos, assassinava inocentes, promovia chacinas, recorria à tortura,
lucrava com venda de indulgências e fomentava o terror –, que deixem de citar
como autoridade um autor que teria nojo de uma apologética tão nefasta,
mentirosa, falsa e descarada como a moderna apologética católica no Brasil,
representada por sujeitos da mais baixa índole e moral.
Paz a todos vocês que estão em
Cristo.
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[1] VALENTIN,
Veit. História Universal – Tomo I. 6ª
ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961, p. 262.
[2]
ibid, p. 264-265.
[3]
ibid, p. 302.
[4] VALENTIN,
Veit. História Universal – Tomo II.
6ª ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961, p. 20.
[5]
ibid, p. 21-22.
[6]
ibid, p. 42-43.
[7] VALENTIN,
Veit. História Universal – Tomo I. 6ª
ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961, p. 306-307.
[8] VALENTIN,
Veit. História Universal – Tomo II.
6ª ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961, p. 60.
[9]
ibid, p. 45-46.
[10]
ibid, p. 59.
[11]
ibid, p. 60-61.
[12]
ibid, p. 61.
[13]
ibid, p. 61.
[14]
ibid, p. 62.
[15]
ibid, p. 77.
[16]
ibid, p. 86.
[17]
ibid, p. 96.
[18]
ibid, p. 129-130.
[19]
ibid, p. 251.
[20]
ibid, p. 252.
[21]
ibid, p. 257-258.
[22]
ibid, p. 274.
[23]
ibid, p. 278.
[24]
ibid, p. 273.
[25]
ibid, p. 288.
[26]
ibid, p. 321-322.
Lendo isso,fico muito feliz.Que bom que eu nasci do lado certo :). Quando até o livro que você usa pra tentar críticar o protestantismo,dá uma surra no catolicismo,acho que já é a hora de jogar a toalha ...(Mais provavelmente vão citar esse livro de novo em um artigo amanhã mesmo kk)
ResponderExcluir,
Mais um autor que de certa forma,liga o protestantismo com o capitalismo. Se colocasse essas informações em um post,junto com os documentos oficiais da ICAR em que ela crítica o capitalismo. Os olavetes iam pirar!
Muito bom artigo lucas.
Tem vários livros que mostram a relação entre protestantismo e capitalismo. Eu vou compilar tudo quando achar suficiente e aí faço um artigo sobre isso :)
ExcluirBoa sugestão de artigo. A ICAR sempre foi inimiga da liberdade econômica e teceu severas críticas ao liberalismo econômico ao longo da história. O próprio Olavo já admitiu num artigo que os Papas foram vozes contra o capitalismo.
ExcluirGostei desse artigo. Os romanistas costumam usar citações isoladas, isso quando não falsificam mesmo. Sugiro que usem o google livros, principalmente os livros mais antigos estão lá integralmente. A maioria está em inglês, basta fazer uma pesquisa para ter acesso ao contexto da citação, que geralmente é bem diferente do que os romanistas trazem.
https://books.google.com.br
Bruno, você tem aí o link do artigo do astrólogo onde ele escreve isso?
ExcluirAbs!
http://www.olavodecarvalho.org/textos/capitalismoecristianismo.htm
ExcluirO título é capitalismo e cristianismo, mas na verdade ele fala sobre a relação entre o capitalismo e o catolicismo romano, que me perdoem os romanistas, mas não há como ser um bom católico romano e um bom cristão ao mesmo tempo.
Resumindo - o artigo diz que a ICAR sempre foi inimiga do capitalismo o considerando um sistema baseado no egoismo humano. E desta forma, a ICAR acabou fazendo o jogo dos comunistas, inclusive o fomentando com este ideal anticapitalista.
Não concordo com quase nada do que este homem fala, mas nisto ele está coberto de razão. Ao ler os documentos católicos, principalmente a Doutrina Social da Igreja, tem-se a impressão de estar lendo um socialista tecer críticas ao capitalismo, a retórica e os argumentos são os mesmos. Seguem abaixo alguns trechos para quem não quiser ler tudo:
"Desde o século XVIII, e com freqüência obsessivamente crescente ao longo do século XIX, isto é, em plena Revolução Industrial, os papas não cessam de verberar o liberalismo econômico como um regime fundado no egoísmo de poucos que ganham com a miséria de muitos."
"Mas Sto. Tomás já estava no céu e, no Vaticano terrestre, ninguém deu sinal de ter lido Böhm-Bawerk ou Von Mises até hoje. Daí a contradição grosseira das doutrinas sociais da Igreja, que, celebrando da boca para fora a livre iniciativa em matéria econômica, continuam a condenar o capitalismo liberal como um regime baseado no individualismo egoísta, e terminam por favorecer o socialismo, que agradece essa colaboração instituindo, tão logo chega ao poder, a perseguição e a matança sistemática de cristãos, isto é, aquilo que o Dr. Leonardo Boff, referido-se particularmente a Cuba, denominou "o Reino de Deus na Terra". Daí, também, que o capitalista financeiro (e mesmo, por contaminação, o industrial), se ainda tinha algo de cristão, continuasse a padecer de uma falsa consciência culpada da qual só podia encontrar alívio mediante a adesão à artificiosa ideologia protestante da "ascese mundana" (juntar dinheiro para ir para o céu), que ninguém pode levar a sério literalmente, ou mediante o expediente ainda mais postiço de fazer majestosas doações em dinheiro aos demagogos socialistas, que, embora sejam ateus ou no máximo deístas, sabem se utilizar eficazmente da moral católica como instrumento de chantagem psicológica, e ainda são ajudados nisto — porca miséria! — pela letra e pelo espírito de várias encíclicas papais."
(Continua)
"Um governo autoritário que mete a pata sobre as propriedades de seus adversários para distribuí-las a seus apaniguados, é tudo, menos liberal-capitalista: é, já, o progressismo intervencionista, no qual, por suprema ironia, a Igreja busca ainda hoje enxergar um remédio contra os supostos males do liberal-capitalismo, que por seu lado, onde veio a existir — Inglaterra e Estados Unidos —, nunca fez mal algum a ela e somente a ajudou, inclusive na hora negra da perseguição e do martírio que ela sofreu nas mãos dos comunistas e de outros progressistas estatizantes, como os revolucionários do México que inauguraram nas Américas a temporada de caça aos padres."
Excluir"obstinação da Igreja em suas reservas contra o liberal-capitalismo e em sua conseqüente cumplicidade com o socialismo é talvez o caso mais prolongado de cegueira coletiva já notado ao longo de toda a História humana."
"Daí até o "pacto de Metz", em que a Igreja se ajoelhou aos pés do comunismo sem nada lhe exigir em troca, foi apenas um passo. "
"Que uma falsa dúvida moral paralise e escandalize as consciências, introduzindo nelas a contradição aparentemente insolúvel entre a utilidade prática e o bem moral, e, no meio da desorientação resultante, acabe por levar enfim a própria Igreja a tornar-se cúmplice do mais assassino e anticristão dos regimes já inventados —eis aí uma prestidigitação tão inconfundivelmente diabólica, que é de espantar que ninguém, na Igreja, tenha percebido a urgência de resolver essa contradição no interior mesmo da sua equação lógica, como o fizeram Böhm-Bawerk e von Mises (cientistas alheios a toda preocupação religiosa). Mais espantoso ainda é que em vez disso todos os intelectuais católicos, papas inclusive, tenham se contentado com arranjos exteriores meramente verbais, que acabaram por deixar no ar uma sugestão satânica de que o socialismo, mesmo construído à custa do massacre de dezenas de milhões de cristãos, é no fundo mais cristão que o capitalismo."
Obrigado :)
ExcluirNossa o próprio Olavo já admitiu isso,que interessante.Fico me perguntando como alguns católicos ainda podem dizer que: "a igreja católica é o principal pilar contra o socialismo".Chega a ser até cômico rsrs.
ExcluirE o pior é que o astrólogo é um dos lunáticos que sustentam que "a Igreja Católica é a única força que pode derrotar o comunismo". Ou ele é bipolar e esquizofrênico, ou é sem caráter mesmo.
ExcluirTalvez os dois.
Eu vou aguardar ansioso.
ResponderExcluirAbraços.
http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/deuterocanonicos/554-o-novo-testamento-nao-cita-os-deuterocanonicos. O que você acha deste site?
ResponderExcluirSite de loucos. Fiquei dez minutos conferindo as supostas citações dos apócrifos no NT, e o que eu vejo são essas fantásticas citações espetaculares:
Excluir“Mas permanecerei em Éfeso até o Pentecoste” (1ª Coríntios 16:8)
Com:
“Algum tempo depois, num dia de festa religiosa, foi preparado um grande banquete na casa de Tobit” (Tobias 2:1)
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“A muralha era feita de jaspe e a cidade de ouro puro, semelhante ao vidro puro. Os fundamentos das muros da cidade eram ornamentados com toda sorte de pedras preciosas. O primeiro fundamento era ornamentado com jaspe; o segundo com safira; o terceiro com calcedônia; o quarto com esmeralda; o quinto com sardônio; o sexto com sárdio; o sétimo com crisólito; o oitavo com berilo; o nono com topázio; o décimo com crisópraso; o décimo primeiro com jacinto; e o décimo segundo com ametista. As doze portas eram doze pérolas, cada porta feita de uma única pérola. A rua principal da cidade era de ouro puro, como vidro transparente” (Apocalipse 21:18-21)
Com:
“Maldito seja quem te desprezar; desonrado, quem te caluniar; bendito seja quem te reconstruir! Alegrar-te-ás nos teus filhos, porque serão todos abençoados, e se reunirão junto do Senhor. Ditosos todos os que te amam: na tua paz encontrarão sua alegria” (Tobias 13:16-18)
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“Todavia, como está escrito: ‘Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam’; mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (1ª Coríntios 2:9-11)
Com:
“Mas o Senhor é paciente; façamos, pois, penitência por isso e peçamos-lhe perdão com lágrimas nos olhos” (Judite 8:14)
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“E não se queixem, como alguns deles se queixaram — e foram mortos pelo anjo destruidor. Essas coisas aconteceram a eles como exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos. Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!” (1ª Coríntios 10:10-12)
Com:
“Assim Isaac, assim Jacó, assim Moisés, e todos os que agradaram a Deus permaneceram fiéis apesar das muitas tribulações. Aqueles, porém, que não aceitaram essas provações no temor ao Senhor e se impacientaram, murmurando contra ele, foram feridos pelo Exterminador e pereceram pelas serpentes. Por isso não nos irritemos por causa do que sofremos” (Judite 8:23-26)
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“Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras” (Tito 2:14)
ExcluirCom:
“Projetou então salvar todo o povo e conquistar um nome eterno” (1ª Macabeus 6:44)
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“Mas permanecerei em Éfeso até o Pentecoste” (1ª Coríntios 16:8)
Com:
“Voltou-se então Jônatas contra os árabes, chamados zabadeus, abateu-os e carregou seus despojos” (1ª Macabeus 12:31)
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“Pelo contrário, falamos da sabedoria de Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória” (1ª Coríntios 2:7)
Com:
“Mas, ao lado de vós está a Sabedoria que conhece vossas obras; ela estava presente quando fizestes o mundo, ela sabe o que vos é agradável, e o que se conforma às vossas ordens” (Sabedoria 9:9)
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“Respondeu Jesus: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim’” (João 14:6)
Com:
“Abaixa teu ombro para carregá-la, não sejas impaciente em suportar seus liames” (Eclesiástico 6:26)
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Conclusão:
Ou o autor do artigo estava drogado quando escreveu, ou citou qualquer texto da cabeça dele supondo que nenhum leitor dele iria conferir as referências.
... cruzando os dedos e rezando o terço para que ninguém leia o livro citado e desmascare a fraude.
ResponderExcluirIsso foi demais! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk!
Ótimo artigo Lucas!
Dionatan.
Obg! =)
ExcluirOs próprios católicos arrumam munição contra eles mesmos. Eles nos ajudam ainda mais nos afastarmos da Igreja Romana e mostra cada vez mais a origem diabólica desta seita detestável.
ResponderExcluirLucas vc pode me indicar bons livros sobre o aniquilanismo e se possível eles disponíveis para baixar
ResponderExcluirInfelizmente, não há quase nada escrito sobre o aniquilacionismo em livros. Além dos meus livros, eu só conheço o do Samuelle Bacchiocchi e o do Oscar Cullmann. Me envie um e-mail (lucas_banzoli@yahoo.com.br) que eu lhe passo o material disponível.
ExcluirAbs.
Quais são as fontes primárias de Valentin?
ResponderExcluirTudo o que foi escrito na época.
ExcluirChegasse a verificar alguma?
ResponderExcluirÓbvio.
ExcluirLucas, o que você acha deste artigo do Craig?
ResponderExcluirhttp://www.reasonablefaith.org/can-people-in-heaven-sin
Concordo. Na eternidade nós não iremos pecar porque não teremos nenhuma vontade de pecar (como temos hoje).
ExcluirÓbvio o quê? Quais fontes conferiste?
ResponderExcluirVocê sofre de debilidades cognitivas?
ExcluirQuando alguém responde "óbvio" a uma pergunta, subtende-se que esteja dizendo "sim". Isso até criança de maternal sabe.
Se quiser ver as fontes da época, basta ler os concílios católicos, as bulas papais, os cronistas das cruzadas, os historiadores antigos, etc. É coisa tão óbvia que a própria pergunta é ridícula.
Lucas, procede que Lutero acreditava na presença real de cristo na santa ceia ? E q só com Calvino q isso foi mudado , pois Lutero acreditava na presença carnal de cristo e Calvino só espiritual ?
ResponderExcluirFeliz Natal ! Deus te abençoe
Os dois criam na presença real. Lutero aceitava a consubstanciação, e Calvino a presença espiritual, que não deixa de ser "real" por não ser física. Jesus disse que onde dois ou três estivessem reunidos em seu nome, ali ele estaria realmente presente (e no entanto ele não está presente fisicamente). Ou seja, para algo ser real, não precisa ser "físico". O próprio termo "presença real" é um sofisma católico, já que não existe algo como "presença irreal". Se está presente, então é real - seja física ou espiritualmente.
ExcluirLeste os seis volumes da obra??
ResponderExcluirLi os dois primeiros, que falam sobre a Idade Média, a Renascença e a Reforma. Ainda não li os outros, que falam da Idade Antiga e Moderna.
ExcluirAlgum problema?
Lucas, o anônimo é da turminha do Rafael Rodrigues.
ResponderExcluirA turma argumenta que você não leu nenhum livro, mas engana os leitores com textos copiados e manipulados da Wikipédia.
Eu já suspeitava disso, só pelo fato dele apresentar claros indícios de debilidade cognitiva e retardadismo mental. A sensação que passa quando conversamos com alguém da turma dele é a mesma que tenho quando tento falar com um bebezinho ou uma criança de colo. Tem que explicar tudo bem bonitinho e calmamente, e mesmo assim não entendem nada. A diferença é que o bebê é inocente, enquanto esses caras são sem caráter mesmo.
ExcluirQuanto à alegação de que eu “não leio nenhum livro e copio tudo da Wikipédia”, eu só rio do desespero desses picaretas que já cansados de apanhar em TODOS os debates já existentes agora tem que apelar dando uma de vidente, para saber o que o outro lê ou não lê.
Eu passei em 3º lugar na PUC/Jornalismo, mas, claro, foi lendo a Wikipédia. Passei na faculdade mais disputada do Paraná (UFPR), mas, claro, lendo a Wikipédia. Fiz pós-graduação em História, mas, claro, foi lendo a Wikipédia. Estou terminando o mestrado, mas, claro, foi lendo a Wikipédia. Em 2017 vou ingressar em um doutorado, também só lendo a Wikipédia. Os livros que cito nestes artigos, na verdade são todos coletâneas de artigos da Wikipédia. Os 18 livros que eu já escrevi, incluindo alguns com mais de 900 notas de rodapé, são todos de referências da Wikipédia. Vou à biblioteca da faculdade toda semana, não para pegar novos livros, mas para consultar a Wikipédia no computador da biblioteca. Fiz este pilantra vagabundo correr em TODOS os nossos debates até hoje, sendo que em NENHUM deles ele esboçou qualquer contra-argumentação (e se esboçar será esmagado de novo), mas só usei fontes da Wikipédia.
Enquanto isso, o grande e poderoso Prof. Dr. Rafael Rodrigues, pós-doutorado em Jumentologia e com especialização em ser surrado em todo debate com qualquer protestante que eu já vi na vida, lê milhares e milhares de livros que só lhe servem para ser ainda mais surrado a cada nova tentativa fracassada de provar que o catolicismo romano é algo a menos do que uma religião decadente e apóstata, cuja mediocridade é revelada através do mero fato de que precisa ser defendida por “apologistas” imbecis como ele. Em todos estes anos de debates, nunca vi um sujeitinho tão desprezível, tão canalha e tão mentiroso quanto ele. Deve ser por isso que precise se juntar a uma turma da laia dele e inventar calúnias para não precisar refutar coisa alguma.
Ah! Feliz natal!
ResponderExcluirDeus o abençoe, querido irmão apologista. = )
Obrigado, Deus lhe abençoe igualmente e feliz natal pra você também! :)
ExcluirLucas, um topico interessante para um artigo seria a ideia de sucessão apóstolica. Muitos protestantes (anglicanos, alguns lutrranos e Morávios) aceitam esta ideia, mas eu penso se há um governo mais recomendavel, mais bíblico para a igreja, seria o de bispos,peesbiteros ou convenções ? E as igrejas protestantes que mantém esta ideia, como se conciliam com as igreajas que não a mantém?
ResponderExcluirMuito boa a sugestão. Vou providenciar um artigo sobre isso nesses dias. Abs!
ExcluirExcelente artigo! Parabéns!
ResponderExcluirObrigado!
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