Mais um argumento contra a existência de uma "alma imortal"
Sam Harris é um dos ateus refutados em meu livro “Deus é um Delírio?”, mas, como eu explano no livro, ele é um dos únicos intelectualmente honestos, que tem algumas coisas boas a oferecer. Em primeiro lugar, ele é um dos únicos ateus que não é esquerdista – o que é realmente raro de se ver. Em segundo lugar, ele é um defensor de Israel na questão da Palestina, e possui um excelente podcast intitulado "Por que eu não critico Israel", que foi parcialmente reproduzido em meu livro. Em terceiro lugar, ele é um dos únicos neo-ateus que não colocam o Cristianismo no mesmo bolo do islamismo quando faz alusão aos crimes cometidos em nome da fé no passado e no presente. E agora, eu vejo que ele tem também mais um argumento contra a existência da “alma” presa dentro do corpo, que é um conceito platônico e anticristão que, infelizmente, foi mais tarde admitido pela Igreja da época. Abaixo segue o vídeo e a legenda:
“Se for verdade que a consciência está rodando como um programa no cérebro e simulado pelo ectoplasma ou outra coisa que não entendemos e que possa se separar do cérebro na morte, isso seria parte do nosso crescente conhecimento científico do mundo se pudéssemos descobrir isso, e existem muitas maneiras de descobrir se isso é verdade. O problema é que existem razões muito boas para pensar que isso não é verdade. E sabemos isso agora, com 150 anos de neurologia, que onde você lesiona certas áreas do cérebro as faculdades são perdidas. E não é que com os danos cerebrais, mesmo com suas almas perfeitamente intactas, eles simplesmente não consigam soltar as palavras? Cada parte da sua mente pode ser danificada lesionando seu cérebro. Você pode parar de reconhecer rostos, pode parar de reconhecer nomes de animais mas ainda reconhecer nomes de ferramentas, sua fragmentação no jeito como nossa mente é dividida no nível cerebral não é nada intuitiva, e já se sabe muito sobre isso. E o que está sendo pedido para que consideremos é que você lesiona uma parte do cérebro e alguma coisa sobre a mente e a subjetividade é perdida, você lesiona outra parte e mais coisa é perdida, e, ainda assim, se você danifica a coisa inteira na morte, nós podemos nos levantar fora da mente com todas as faculdades intactas, reconhecer a vovó e falar em inglês”
Como todos podem ver, há uma incoerência notável aqui. De um lado, os imortalistas, cristãos ou não, que estão sempre afirmando vez após vez que a mente e o raciocínio é atribuição da alma, o que é consenso unânime entre os dualistas e tricotomistas. Eles até chegam a fazer gráficos bonitinhos para mostrar isso, vejam só que simples:
Do outro lado, temos os fatos concretos, reais e científicos, que refutam a tese de que a consciência seja atributo do espírito ou que a mente seja função da alma, porque quando um corpo sofre um acidente estas funções são afetadas, mesmo que a tal “alma” ou o “espírito” permaneçam perfeitamente intactos. Se a consciência estivesse relacionada à alma, as pessoas só teriam uma lembrança afetada caso a alma fosse afetada, e não o corpo, que supostamente desempenha outra função. E se a mentalidade estivesse relacionada à alma, isso nos levaria à abominável e absurda tese de que as crianças que nascem com deficiência mental têm defeito na alma, como se Deus lhes tivesse dado uma alma defeituosa.
É também por meio da crença de que a personalidade está relacionada à alma que surgem teses mirabolantes e incautas como a ideologia de gênero ensinada nas escolas públicas, segundo a qual alguém pode ter “corpo” de homem mas “alma” de mulher, o que justificaria a mudança no gênero de “masculino” para “feminino”. Mas se a personalidade não está relacionada à alma, então o gênero é unicamente dependente do corpo – tendo um par de cromossomos XY, portanto, seria considerado “homem” e ponto final.
O fato é que todas as evidências consensualmente indicam que nem a consciência, nem a mentalidade e nem a personalidade são atributos da alma/espírito (no conceito platônico dos mesmos). O que regula o processo de pensamentos é o cérebro, e todos os fenômenos que parecem contradizer isso já estão sendo refutados pelos neurologistas, à medida em que a neurologia vai avançando e o nosso conhecimento sobre o mesmo vai progredindo. Curiosamente, a Bíblia também declara que “na morte os pensamentos perecem” (Sl.146:4) – ou seja, eles simplesmente acabam, viram nada, ao invés de dizer que ao morrer os pensamentos continuariam existindo pois seria supostamente uma função da alma que não morre, e não do corpo que morre.
Para os imortalistas, a alma é que processa os pensamentos, e na morte os pensamentos perecem (Sl.146:4), mas a alma não perece, ela continua existindo. Ainda segundo os imortalistas, a consciência é função da alma, um acidente e a pessoa já fica inconsciente, mas um acidente fatal (morte) mantém a consciência intacta e perfeita. Se isso não é completamente antilógico, antibíblico e completamente irracional, eu sinceramente não sei o que é.
Mas os imortalistas, como sempre, tem suas “explicações”, que só servem para complicar as coisas ainda mais. Certo imortalista respondeu ao argumento dizendo:
“O fato de um cérebro lesado não poder mais apresentar determinadas respostas ou não mais dirigir determinadas tarefas, não seria prova de que não possa existir uma alma. Um grande piloto de automóveis, quando o freio quebra, não deixa de ter a ‘capacidade’ (subjetividade) em dirigir, só o ‘aparelho’ (concreto) para que a sua faculdade se expresse”
O argumento seria interessante se não tivesse problemas lógicos e bíblicos. Ele não resolve nada do ponto de vista lógico, porque na analogia trabalhada é ridículo afirmar que um piloto tem problemas para dirigir quando parte do carro quebra, mas que ele não tenha problema para dirigir caso o carro quebre completamente. O fato é que ele não conseguiria dirigir com o carro parcialmente quebrado, da mesma forma que não conseguiria dirigir com o carro totalmente quebrado. A negação desta premissa nos leva a problemas teológicos muito sérios. Ela nos caminharia ao platonismo e ao gnosticismo, que afirmam que o “corpo” (material) é do mal, enquanto a “alma” (espiritual) é do bem.
O problema é que isso confronta absolutamente tudo o que conhecemos como noção bíblica e cristã. Biblicamente, o corpo não é como um carro enferrujado que impede que um piloto perfeito consiga dirigir. Em outras palavras, não existe a noção de que o “carro” (corpo) esteja ali simplesmente para dificultar ou desgraçar a vida do “piloto” (alma). Pense no quanto isso soa ridículo: uma alma que consegue sobreviver perfeitamente bem fora do corpo é como um piloto que consegue “pilotar” perfeitamente bem fora do carro!
Se o piloto consegue pilotar bem melhor sem seu carro (porque o carro supostamente só o prejudicaria pelos freios falhos que impedem que o piloto dirija perfeitamente), então por que ele usa o carro? Se a alma consegue sobreviver bem melhor sem seu corpo (porque o corpo supostamente só o prejudicaria pelas lesões que impedem que a alma tenha perfeita memória), então por que Deus criou o corpo? Por que não nos criou como alma pura (sem o mal do corpo)?
O corpo, nessa perspectiva, seria somente um fator negativo, algo que impede a alma de ser livre, algo que nos confina a uma matéria frágil e falha, uma verdadeira e literal “prisão”, que está ali somente para dificultar nossa vida, impedindo que a nossa alma seja livre e corra para a plenitude desta liberdade. Isso nos leva em cheio ao platonismo e ao gnosticismo, que afirmam precisamente isso: o corpo é a prisão da alma, e a morte é a sua libertadora. Os primeiros cristãos empregaram todos os seus esforços para refutar esta doutrina segundo a qual o corpo é uma prisão (mal), antes que o sincretismo helenista entrasse na igreja e os filósofos cristãos unissem a teologia cristã com a concepção grega.
A razão pela qual os primeiros cristãos lutaram tanto contra este conceito é porque biblicamente é absurdamente ridículo esse dualismo de “corpo-mau vs alma-boa”, de “corpo-prisão vs alma-livre”. Ao invés de a Bíblia retratar o corpo desta forma, ela mostra algo bem diferente: o corpo é o templo do Espírito Santo, e não a prisão da “alma imortal” (1Co.6:19). Essa noção era um verdadeiro escândalo inaceitável para os filósofos gregos. Como poderia o Espírito de Deus habitar em uma prisão, em algo mau, ao invés de habitar na “alma pura”? Como poderia Paulo dizer que era o corpo, e não a alma, o “santuário de Deus” (1Co.6:19)?
O corpo, ainda segundo o apóstolo Paulo, tinha que ser conservado “puro e irrepreensível até a volta de Jesus” (1Ts.5:23), juntamente com a alma e o espírito (1Ts.5:23). Essa noção também contrariava gritantemente os filósofos pagãos helenistas. Para eles, o que tinha que ser conservado irrepreensível era somente a alma, pois o corpo, como uma prisão maléfica, não tinha nada de bom a ser “preservado”. Mas Paulo não apenas fala do corpo ser santificado, mas também da possibilidade do espírito se contaminar (2Co.7:1), o que era o cúmulo do absurdo na visão dualista grega que contrastava "corpo imperfeito" e "alma perfeita", a qual não podia se contaminar.
Para piorar, a teologia cristã ainda falava de ressurreição da carne (Mt.22:31; 1Co.15:13; 1Co.15:42). Mas para que raios iria reviver algo que antes só estava ali para prender a alma? Por que iria ressuscitar o corpo, se a alma pura e liberta já estaria vivendo perfeitamente bem no Paraíso, neste meio-tempo? Esta concepção só faria sentido se nós precisássemos do corpo para sobreviver, o que também contraria a concepção platônica de que a alma vive fora do corpo, i.e, de que não precisa dele para existir.
Para acabar de uma vez, Jesus também fala sobre o corpo estar “cheio de luz”(Lc.11:34) e Paulo fala sobre pecar contra o próprio corpo (1Co.6:18) e sobre glorificar a Deus com o nosso corpo (1Co.6:20), isso sem falar da alegoria da Igreja como o corpo, e não a “alma” de Cristo (1Co.12:27), e da metáfora de comer o corpo, e não a “alma” de Cristo na ceia (Mc.14:22). Essas coisas escandalizavam os pagãos, pois eles tinham muito fixo em mente a doutrina de que a alma está presa em um corpo, exatamente a mesma que é pregada hoje em dia nos púlpitos das igrejas católicas e da maioria das igrejas protestantes.
Essa perspectiva totalmente distinta entre os cristãos e os gregos também se fazia presente na questão da morte. Para os gregos, a morte era vista sempre com bons olhos, como sendo o momento em que nos veríamos livres deste corpo corruptível para finalmente vivermos em plenitude na forma de alma incorpórea e perfeita. O renomado teólogo Oscar Cullmann chegou até a fazer um paralelo muito interessante entre a morte de Sócrates (o número um entre os gregos) e a morte de Jesus (o número um entre os cristãos), em seu livro "Imortalidade da Alma ou Ressurreição dos Mortos?". Enquanto o filósofo grego morria em alegria, esperando e desejando o momento da morte, o Messias cristão morria em agonia, “derramando sua alma na morte”(Is.53:12), chegando até a suar “grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” (Lc.22:44).
Isso porque, biblicamente, a morte é o último inimigo a ser vencido, e não a libertadora da “alma imortal” (1Co.15:26). A morte não era uma “amiga”, mas uma inimiga – uma adversária que precisava ser combatida a todo custo. Este talvez seja o contraste mais gritante entre a teologia platônica e a cristã. De um lado, uma morte que ajuda a alma a se libertar do corpo; do outro, uma morte que é uma inimiga a ser vencida. Até mesmo quando Paulo “desejou” a morte em Fp.1:23 e 2Co.5:8, ele estava vislumbrando a ressurreição, o momento em que se veria com Cristo, e não a morte em si (vejam este artigo, que trata sobre isso).
Em síntese, a doutrina cristã sobre a alma e a natureza humana como um todo era tão absurda para os gregos porque contrariava todos os seus conceitos de imortalidade da alma. Enquanto eles criam no mesmo que foi proposto na analogia acima feita pelo imortalista (em vermelho), o que os levava diretamente à crença do corpo como uma prisão imperfeita e temporária para uma alma perfeita e eterna, os cristãos contrariavam tudo isso com afirmações categóricas do corpo como um templo ao invés de uma prisão, de habitação do Espírito Santo ao invés da alma, de algo que tem que ser conservado ao invés de desprezado, e de algo tão importante ao ponto de ressurgir na ressurreição e fazer da morte uma inimiga ao invés de uma amiga.
Os imortalistas se vêem em um verdadeiro dilema: de um lado, estão compelidos a negar as conclusões de Sam Harris no vídeo, o que os levaria ao outro lado do ringue, onde se veriam forçados a sustentar que as funções da alma não “funcionam” em algumas situações por culpa do corpo. Mas, por outro lado, ao afirmarem isso, caem em outro problema ainda mais sério e grave: um problema de cunho teológico, decorrente da união com os ensinos platônicos e gnósticos em seus conceitos totalmente antibíblicos em relação ao dualismo de corpo e alma. Ou eles são derrubados pela lógica, ou pelas Escrituras, ou por ambos.
É por isso que a esperança cristã em relação à realidade futura nunca se baseou na ilusão de possuir uma “alma imortal”, a qual os apóstolos já sabiam – há muito tempo antes de Harris – que não existia. Qual era, então, a esperança dos cristãos?
Aqui vai uma dica:
“Não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamentenossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos” (Romanos 8:23-24)
“Agora, estou sendo julgado por causa da minha esperança no que Deus prometeu aos nossos antepassados. Esta é a promessa que as nossas doze tribos esperam que se cumpra, cultuando a Deus com fervor, dia e noite. É por causa desta esperança, ó rei, que estou sendo acusado pelos judeus. Por que os senhores acham impossível que Deus ressuscite os mortos?” (Atos 26:6-8)
“E tenho em Deus a mesma esperançadesses homens: de que haverá ressurreição tanto de justos como de injustos” (Atos 24:15)
“Irmãos, sou fariseu, filho de fariseu. Estou sendo julgado por causa da minha esperança na ressurreição dos mortos!” (Atos 23:6)
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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Perfeito! Pena que ele é ateu, mas seu comentário foi de uma maestria sem igual....
ResponderExcluirÉ uma pena mesmo :(
ExcluirA maioria esmagadora dos cristãos acreditam que 'perecer' no inferno Mt 10,28 é passar a "eternidade" queimando nas chamas infindáveis do "hades". Eles alegam que o 'perecer', no grego, apolesai, que significa, 'ser destruído', não é (deixar de existir), mas significa o ESTADO que vai se encontrar aquela pessoa quando ela for condenada as chamas eternas do inferno. Ou seja, uma pessoa que não tem mais chances de salvação é uma pessoa destruída. É dessa forma que eles interpretam a parte esmagadora das escrituras que falam da morte da alma.
ResponderExcluirO problema não está na palavra "perecer" (apollumi), mas sim em mais de VINTE DIFERENTES VOCÁBULOS que são usados para retratar a morte da alma em mais de 150 passagens diferentes:
Excluirhttp://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/08/152-versiculos-biblicos-de.html
Mesmo que o "perecer" não implique NECESSARIAMENTE em aniquilação, o que você acha que significaria as expressões "exterminar", "deixar de existir", "virar cinzas", "executar", "reduzir a pó", etc? Por acaso essas expressões são costumeiramente aplicadas para pessoas que continuam plenamente vivas e existindo? Ou para colocar a questão sob um outro ângulo: DE QUE FORMA que os apóstolos poderiam falar sobre o aniquilacionismo dos ímpios, se QUALQUER COISA que eles escrevessem os imortalistas interpretariam da maneira contrária? Qual vocábulo ou palavra no grego precisavam ter empregado para passar essa noção, se eles usaram TODAS que podiam ter usado? Percebe como os imortalistas fazem EISEGESE (que é injetar em um texto alguma coisa que o interprete quer que esteja ali), ao invés de fazerem EXEGESE (que é extrair o significado de um texto mediante legítimos métodos de interpretação)? Eles trazem os pressupostos deles para dentro da Escritura, ao invés de extrair da Escritura o significado real.
Mas o problema em torno de Mateus 10:28 é ainda maior do que o "perecer", porque o contexto fala que não é para temer os que matam SOMENTE o corpo, mas sim para temer o que faz perecer O CORPO E A ALMA também. Ora, se o "perecer" aqui NÃO se refere à aniquilação (no mesmo sentido do corpo na primeira parte do verso), então ele estaria querendo dizer o seguinte:
"Não temam aqueles que matam apenas o corpo; antes, temam aquele que também só mata apenas o corpo"
Faz sentido isso?
Na cabeça do imortalista, sim, faz todo o sentido.
Lucas, estou quase convencido com relação à morte da alma - 95% para você ter uma ideia. Esse artigo é por demais excelente. Bem, o 5% que me segura na dúvida é reforçado pelas experiências dos que morrem e voltam a vida. Vou lhe contar apenas uma. Não tenho certeza se aconteceu aqui na Inglaterra, mas uma equipe de médicos colocou uma placa em cima do hospital; em letras grandes, os dizerem podiam ser lidos de uma distância consideravelmente longa por qualquer pessoa que estivesse acima do terraço do hospital. Pois bem, várias pessoas que tiveram experiências de quase morte, ou mesmo que morreram, e que voltaram à vida, puderam - não todas - dizer exatamente o que leram na placa quando se viram voltando para o corpo. Agora me diga: se o corpo estava lá dentro, o que, ou quem, estava fora do corpo, e acima? Lucas, isso não pode ser ignorado; não é coisa pequena. Veja você que Algo saiu do corpo e ficou vagando consciente até voltar para o corpo. O que era?
ResponderExcluirIsso também me intriga A Franco. Isso reforça muito a crença Imortalista.
ExcluirAlon, existe a explicação espiritual e a explicação científica para as experiências de quase-morte. Vou começar com a espiritual. Como você explica a mediunidade e a necromancia, assim como outras coisas do gênero, presentes no espiritismo e nas religiões afro, e até no ocultismo? Não dá para dizer que é "tudo" armação. Há um "espírito" ali, mas eu e você cremos que este espírito não é realmente o espírito de algum humano que desceu, mas sim um espírito maligno que se passa por espírito humano. Qual a finalidade do demônio em aparecer nisso? Simples: reforçar suas crenças. Fazer com que as pessoas pensem que aquilo (o espírito humano do falecido) realmente existe. A grande pergunta então é: por que a mesma lógica não poderia ser usada por ele para reforçar a própria crença em uma imortalidade da alma? Se ele pode aparecer mentalmente em um médium, o que impediria ele de aparecer mentalmente em uma pessoa comum, fazendo-a pensar que viu coisas? Por que a lógica que vale para um caso não vale para outro?
ExcluirA grande verdade é que nós ainda estamos com a tradição em mente, mesmo quando pensamos que estamos “libertos” dela. Nós aprendemos desde criancinhas que o espiritismo é coisa do diabo e por isso é fácil que hoje em dia nós digamos que os “espíritos” dali são demônios, mas o mesmo não ocorre com a própria crença imortalista, porque fomos educados pela crença imortalista a vida inteira e por isso é mais difícil usar a mesma lógica para o imortalismo também. Não usamos de dois pesos e duas medidas. Se tivéssemos sido criados desde sempre contra a crença mortalista, a aceitação de que o que ocorre nessas visões mentais é relacionado ao demônio seria muito mais fácil, até porque a mesma razão pela qual o demônio atua em um caso é também a razão pela qual atua no outro: validar uma crença falsa, deixando em dúvida o que consta na Bíblia.
O outro problema espiritual com essas experiências pós-morte é que nelas não há um absoluto de Céu/inferno, conforme os imortalistas cristãos creem. Ao contrário: há milhares de descrições de pessoas se vendo no purgatório, ou no Paraíso muçulmano das sete virgens, ou no Paraíso dos hindus, ou no “mundo dos espíritos” dos kardecistas, e assim por diante, como se todas as religiões fossem verdadeiras igualmente – o que fundamentaria o relativismo religioso. O Dr. Samuelle Bacchiocchi escreveu em seu livro que:
“Karlis Osis e Erlendur Haraldsson avaliaram os relatos de mais de 1.000 experiências de quase-morte nos EUA e Índia. Descobriram que a visão dos pacientes hindus era tipicamente indiana, enquanto a dos americanos era ocidental e cristã. Por exemplo, uma mulher indiana de formação universitária teve a experiência de ser conduzida ao céu sobre uma vaca, enquanto um paciente americano que havia orado a São José encontrou o seu santo padroeiro na experiência. Tais relatos sobre experiências de quase morte refletem as crenças pessoais dos pacientes. O que experimentaram no processo de morrer quase certamente condiciona-se a suas crenças pessoais”
Há ainda outro problema teológico nas EQM, porque em NENHUMA DELAS, absolutamente nenhuma mesmo, a pessoa se vê indo direto pro juízo diante de Deus. Ela sempre está vendo o “Céu”, mas nunca se vendo no juízo. Ela entra no Céu direto. Mas a Bíblia, em contraste, declara:
“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hebreus 9:27)
A Franco, eu concordo com você...
ExcluirConfesso que estava quase sendo convencida a crer na morte da alma, os artigos do Lucas são ótimos. Coisas que eu tenho absoluta certeza é: A alma de uma pessoa não fica na terra [caso exista] ela sobe pra Deus... Reencarnação é mentira. Elas não sabem o que ocorre na terra, e creio que não estejam ‘vagando’ pelo paraíso, mais tirar uma conclusão em cima é muito precipitado, eu sei que pela bíblia, dá para defender os 2 pontos e morte da alma casa direitinho... Quando se diz que os mortos não louvam eles não poderiam estar falando do “corpo”?
“Aqueles que andam retamente entrarão na paz; acharão descanso na morte.” Isaías 57:2
Isso não dá a entender que os maus não acham descanso na morte? Talvez sua consciência o atormente.
Eu conheci uma pessoa a pouco tempo que não é cristã, segundo a mesma, ela teve uma experiência DE MORTE [aparentemente por possessão de demônios] e depois voltou ao corpo, Segundo ela: não há almas na terra, e essas coisas assim que a bíblia sugere...
Eu sei que existem “ilusões deminiacas” , quando o que a pessoa vê não é real... Mas eu sempre comparo os padrões em testemunhos do tipo...
Dá só uma olhada nisso:
https://www.youtube.com/watch?v=R4jx_Zgh-mo
Claro que não devemos tomar como verdade algo que alguém diz, mas até onde é verdade?
Vou estudar sobre o lado oposto, e comparar...
E já ouvi debates dos que crêem na imortalidade da alma, e eles tem argumentos muito bons, do outro lado a maioria vem dos adventistas...
"Sinto-me num dilema: o meu desejo é partir e ir estar com Cristo, pois isso me é muito melhor, mas o permanecer na carne é mais necessário por vossa causa."
Lucas eu sei que você já refutou essa passagem, só coloquei por colocar... Por favor não me leve a mau, :*
Lembrando que Deus pode fazer a gente ver o que não é real também, no sentido como em Apocalipse em que João viu algo do futuro...
ExcluirGraças a Deus que ao morrermos estamos com Cristo. É para isso que existe ressurreição.
ExcluirHá uma leitura incorreta do texto de Isaías 57:2: ele está tirado de seu contexto. Dentro do contexto, o que o autor está dizendo não é que o ímpio morreria e seria atormentado em seguida no inferno, mas sim que o justo é tirado da terra para não ter que passar pelas aflições que o ímpio (que é deixado aqui em vida) tem que passar:
“O justo perece, e ninguém pondera sobre isso em seu coração; homens piedosos são tirados, e ninguém entende que os justos são tirados para serem poupados do mal. Aqueles que andam retamente entrarão na paz; acharão descanso na morte” (Isaías 57:1-2)
Ou seja: os justos que morrem encontram descanso na morte porque não tem que passar pelas adversidades e aflições que o ímpio tem que passar (ao permanecer vivo).
Os salmistas falavam apenas do corpo? Então a palavra “alma” caiu de paraquedas aqui:
“Se o Senhor não tivesse sido o meu auxílio, já a MINHA ALMA estaria habitando no lugar do silêncio” (Salmos 94:17)
Qual era o lugar de SILÊNCIO para onde o salmista diz que a sua ALMA (e não apenas o corpo dele) iria caso morresse? Não é o Céu, pois o Céu seria um lugar de louvores e exultação. Também não é o inferno, que seria um lugar de gritos e de tormento. Qual é esse lugar, Lilian?
Eu vi o vídeo que você me passou, do homem que “foi para o Céu” e voltou. O testemunho dele tem mais contradições do que os depoimentos dos mensaleiros petistas que foram presos. Na primeira parte do vídeo você já começa a perceber que a coisa vai ser dura de assistir, quando ele diz que sua alma já havia partido para o Céu e mesmo assim ele estava preocupado com o fato de ser ROUBADO, pois tinha dinheiro na camisa que vestia o defunto caído no chão! Qual criatura do mundo se preocuparia com o dinheiro sendo que já está MORTA?
E o pior ainda estava por vir. Ele diz que o seu corpo não podia ser enterrado porque o dia caía em uma Pessach, mas de acordo com o calendário judaico as datas não batem, e além disso a lei judaica permite enterrar pessoas no Pessach, só não permitem no Shabat. Na terceira parte do “testemunho” ele diz que fez força, se moveu, leu e deu tchau para a enfermeira, mas na quarta parte ele diz que não conseguia nem mover o olho de tanta fraqueza. Na primeira parte do “testemunho” ele afirma que os espíritos dos mortos não voltam a terra, mas na sétima parte ele afirma que estava brigando na terra com um anjo que na verdade era o espírito de um cristão disfarçado de anjo! Mas como, se os espíritos não podem voltar à terra? O judeu “convertido” sequer fala o nome de Jesus em qualquer parte dos treze vídeos do “testemunho”. Ele cita “Messias” e “Cristo”, termos abrangentes que qualquer um pode crer, mas não fala de Jesus nenhuma vez. É mesmo de se questionar a veracidade dessa “conversão”.
Infelizmente, todos os “testemunhos” que eu vejo se encontram na classificação de mentira ou de alucinação. Não há nenhum decente. Nenhum que concorde um com o outro, nenhum que não tenha contradições terríveis, nenhum que possa ser considerado “bíblico”. Eu já percebia isso desde a época em que ainda era imortalista e lia dezenas de “testemunhos” de pessoas indo pro Céu, pro inferno e pro purgatório.
Felizmente há pessoas mais honestas, como Alex Malarkey, que quando menino disse ter morrido e ido ao Céu, chegaram até a escrever um livro chamado “O Menino que Voltou do Céu”, que se tornou um dos maiores best sellers nos Estados Unidos, e depois de anos ele se converteu de verdade e decidiu revelar que tudo aquilo não passava de uma grande mentira. Então ele disse aquilo que todo verdadeiro cristão já deveria saber:
Excluir"É somente através do arrependimento de seus pecados e uma crença em Jesus como o Filho de Deus, que morreu por seus pecados (mesmo que Ele mesmo não tivesse cometido nenhum erro), de modo que você pode ser perdoado se aprender sobre Céu baseado no que está escrito na Bíblia... não lendo uma obra do feita por homens (...) Eu disse que fui para o céu, porque eu pensei que isto iria chamar a atenção de todos para mim. Na época em que eu fiz estas afirmações, eu nunca tinha lido a Bíblia... As pessoas têm lucrado com mentiras, e continuam a fazer isso. Estas pessoas precisam ler a Bíblia, que é o suficiente. A Bíblia é a única fonte da verdade"
(http://www.umaalmasedenta.com/2015/01/farsa-revelada-pelo-autor-ele-nunca-foi.html)
Infelizmente, ainda há uma enorme resistência na comunidade evangélica à crença de que “a Bíblia é suficiente e é a única fonte da verdade”. Como a Bíblia não fala da imortalidade da alma em lugar nenhum, o povo incauto corre desesperado atrás de estorinhas como a do “menino que voltou do céu”, porque elas em teoria suprem a carência bíblica nesta área. O povo não quer Bíblia, o povo quer show. A Sola Scriptura protestante só existe no papel: na prática, ninguém quer saber dela.
É como o Alon disse: as Escrituras dão 95% de chances da alma morrer e 5% de chances dela ser imortal, mas no fim das contas o que decide mesmo são as experiências de quase morte, são os “testemunhos” do judeu que não fala o nome de Jesus, é a “história” do menino que voltou do Céu. Os tradicionais se agarram às tradições, cânones e concílios das igrejas históricas deles; os pentecostais se agarram às profetadas, testemunhos e experiências pessoas, e nenhum deles quer saber da Bíblia, que é renegada aos escombros da teologia. Se Lutero estivesse vivo nos dias de hoje, ele acabaria com tudo e começaria de novo, do zero. Não dá mais.
Lucas, admiro sua firmeza argumentativa. Gostei bastante desses dois comentários seus.
ExcluirLucas, tem como você fazer um artigo sobre a suposta inquisição protestante? Eu sei que existe vários outros artigos falando sobre isso, mas o seu modo de explicar e falar é muito mais claro do que os outros.
ResponderExcluirVou fazer. Até o fim deste mês ou talvez no início do próximo :)
ExcluirLucas, já ouvi de pessoas que creem na imortalidade da alma (cristãos), algo muito semelhante ao gráfico que está no seu artigo, dizendo que o homem se mantém em comunhão com Deus, devido a um espírito, se adora a Deus por causa dessa espécie de mecanismo espiritual e que por isso os animais não adoram a Deus da forma como os homens prestam culto...
ResponderExcluirAi eu fico pensando: Espera ai, o apóstolo Paulo disse que nosso culto é RACIONAL, que história é essa de que adoramos ao Pai por causa de um espírito que sobrevive a morte?
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
Romanos 12:1
Dionatan.
Se o que leva os seres humanos a adorarem a Deus é a existência do espírito neles, então os animais deveriam ser punidos com o tormento eterno no inferno, já que eles tem espírito e não adoram a Deus:
Excluir"O destino do homem é o mesmo do animal; o mesmo destino os aguarda. Assim como morre um, também morre o outro. TODOS TÊM O MESMO ESPÍRITO; o homem não tem vantagem alguma sobre o animal. Nada faz sentido!" (Eclesiastes 3:19)
Lucas. Desculpa te incomoda de novo. Tem um católico que me mando esse artigo.
ResponderExcluirhttp://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/controversias/576-sao-cipriano-a-catedra-de-pedro-e-a-ilusao-protestante
Eles já foram totalmente refutados pelo Gustavo (do site "E-Cristianismo") nestes artigos:
Excluirhttp://e-cristianismo.com.br/pt/apologistas/248-cipriano-de-cartago-e-a-catedra-de-pedro
http://e-cristianismo.com.br/pt/apologetica/281-a-leitura-de-cipriano-poderia-converter-alguem-ao-protestantismo
http://e-cristianismo.com.br/pt/historia-geral/148-catolicos-e-o-primado-de-pedro
http://e-cristianismo.com.br/pt/apologetica/259-quando-um-catolico-le-cipriano
http://e-cristianismo.com.br/pt/padres-pos-nicenos/265-a-jurisdicao-de-roma-no-concilio-de-niceia
http://e-cristianismo.com.br/pt/apologistas/282-cipriano-de-cartago-e-a-ordenacao-na-igreja-catolica
Abraços.
Lucas, olha que artigo engraçado e auto-contraditório, principalmente quando o autor tenta explicar e dar exemplos do verbo apolesai:
ResponderExcluirhttp://desafioscristao.blogspot.com.br/2011/09/d-estino-umano-e-aniquilar.html
Os textos do Paulo Sérgio de Araújo sempre se superam no quesito de contradições internas e argumentos delirantes. Olha só o exemplo que a criatura deu para o uso não-literal de "apolesai":
Excluir"Referindo-se à intenção de Herodes de 'matar-apolesai' o recém-nascido Jesus, Mateus usou um verbo idêntico ao que usou em Mateus 10.28 para falar da sorte final dos perdidos. Portanto, se apolesai significa mesmo 'aniquilar', como defende Bacchiocchi, então devemos concluir que Herodes pretendia aniquilar o menino Jesus?"
Alguém precisa urgentemente avisar a este cidadão que a intenção de Herodes era exatamente essa: ANIQUILAR JESUS! Foi por isso que Herodes literalmente MATOU (tirou a vida, deu um fim à existência) das outras crianças daquela região:
"Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos" (Mateus 2:16)
Será que essas crianças não morreram de verdade? Para o ilustre Paulo Sérgio de Araújo não, porque a intenção não era de matar!
O indivíduo sequer sabe um mínimo de grego, ele lança à tona a PÉROLA de que "apolesai" significa ATORMENTAR PARA SEMPRE. Meu Deus do Céu, em qual lugar que este cara cursou teologia? Em qual faculdade de araque deve ter sido? Em qual léxico do grego está escrito que este é um significado possível para "apolesai"? Se ele estudasse um mínimo que fosse, ou abrisse um ÚNICO léxico do grego (à escolha dele), iria descobrir que apolesai só possui dois significados possíveis, um é do de destruir e o outro é o de perder-se:
Léxico de Strong:
from apo - apo 575 and the base of oleqroV - olethros 3639; to destroy fully (reflexively, to perish, or lose), literally or figuratively:--destroy, die, lose, mar, perish.
Onde está aqui "atormentar para sempre"? Eu não vi. Alguém viu?
O sujeito ainda tem a malandragem de distorcer o texto da seguinte maneira:
"Porque nosso Senhor afirmou que 'fazer perecer na Geenna/ser lançado na Geenna' é INFINITAMENTE pior que morrer corporalmente"
Onde é que está escrito, em Mateus 10:28, que lançar no geena é INFINITAMENTE pior do que morrer corporalmente? Onde? Na minha Bíblia é que não está! O malandro se viu na obrigação de incluir descaradamente para dentro do texto bíblico a expressão "infinitamente", pois só desta forma o espertalhão conseguiria conduzir seus leitores néscios para a tese de que o tormento no geena é infinito (quando na verdade o texto bíblico só diz que é pior, não diz quanto que é pior!).
Eu poderia passar o dia inteiro aqui apontando outras demências na "argumentação" deste indivíduo, incluindo a mentalidade psicopata que o sujeito tem em pensar que se o tormento não é eterno então vale a pena continuar pecando e não ser salvo(!) porque isso seria bom para os ímpios (oh, céus!), mas não vou desperdiçar mais do meu tempo com um elemento desses, até porque as outras aberrações dele já foram refutadas neste meu artigo:
http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2012/12/podem-matar-o-corpo-mas-nao-alma.html
Abraços.
A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!
ResponderExcluirEu gostaria de que você aclarasse para mim o significado de "espírito" nestas passagens, pois eu acho que nelas "espírito" não significa somente respiração ou sopro vital:
Gênesis 26:35: E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.
Gênesis 41:8: E aconteceu que pela manhã o seu espírito perturbou-se, e enviou e chamou todos os adivinhadores do Egito, e todos os seus sábios; e Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas ninguém havia que lhos interpretasse.
Êxodo 6:9: Deste modo falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não ouviram a Moisés, por causa da angústia de espírito e da dura servidão.
Êxodo 35:21: E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao SENHOR para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas.
Números 5:14: E o espírito de ciúmes vier sobre ele, e de sua mulher tiver ciúmes, por ela se haver contaminado, ou sobre ele vier o espírito de ciúmes, e de sua mulher tiver ciúmes, não se havendo ela contaminado,
Números 14:24: Porém o meu servo Calebe, porquanto nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o levarei à terra em que entrou, e a sua descendência a possuirá em herança.
I Samuel 1:15: Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR.
Eclesiastes 1:14: Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito.
Existem estes e vários outros textos em que espírito não é somente o fôlego de vida ou respiração do ser humano. Por favor, teria como você esclarecer estas dúvidas?
Outro texto que me chamou a atenção é este:
Mateus 18:10: Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.
Obrigado desde já.
Olá, Felipe, a paz de Cristo.
ExcluirNa maioria destes textos o significado de "espírito" é referente à disposição interna do indivíduo. Embora o SIGNIFICADO PRIMÁRIO de espírito seja o fôlego de vida, ele também possui APLICAÇÕES SECUNDÁRIAS dependendo de cada contexto. O Dr. Samuelle Bacchiocchi fez um estudo bem aprofundado sobre isso, que você pode ler aqui:
http://www.verdadeonline.net/textos/cap2-ivimortal.htm
http://www.verdadeonline.net/textos/cap3-ivimortal.htm
Quanto a Mateus 18:10, eu não entendi qual é a dúvida a respeito do texto. Pra mim ele tem um significado simples e declarado no próprio texto em questão: que as crianças possuem um anjo que as protegem, e este anjo pode ver a face de Deus no céu. No livro de Atos vemos, por exemplo, que Pedro tinha um anjo (At.12:15), e é baseado em textos como esses que podemos chegar à conclusão de que os servos de Deus tem um "anjo da guarda", no sentido de ser um anjo protetor contra as forças malignas. A Bíblia diz que a função dos anjos é "servir aqueles que hão de herdar a salvação" (Hb.1:14).
Abraços!
Lucas,
ResponderExcluirNosso debate vai ser legal. Por favor não encare qualquer afirmação da minha parte como ofensa, pois não é. Apenas preciso ser direto. Vamos lá:
1) Você defende a Bíblia, e como tal o Novo Testamento, mas condena os católicos já no nome do blog. Quem "canonizou" os livros do Novo Testamento que você defende hoje?
2) Paulo também falou em "corpo espiritual" e "transformação num piscar de olhos". Você esqueceu disso?
3) É impossível ter vida eterna na Terra. Um dia a população aumentaria demais, e aí? Se não aumentasse, teríamos o tédio de topar eternamente com as mesmas pessoas, sem novidades.
4) Uma corrente judaica acreditava/acredita em vida eterna "coletiva", ou seja, o ciclo infinito de nascimento e morte permite que servos de Deus como GRUPO sejam eternos. Você encontra isso em Eclesiastes, Salmos 37, Isaías 65, etc.
5) Diz a ciência que daqui a muito tempo o planeta não mais suportará vida. Quão eterna é a vida por aqui então?
6) Qual o problema de um grego ter um conceito correto? Existem insights brilhantes fora da Bíblia, caso contrário seu próprio blog seria inútil.
7) Você está muito preocupado em provar quem está certo ou errado. Ame seu próximo, dê a outra face e pare de chamar de herege quem pensa diferente sobre assuntos que não são claros.
P.S. Não sou católico. Era Testemunha de Jeová mas saí de lá inclusive porque não consigo pregar vida eterna aqui na Terra, algo que soa atraente mas é inviável.
P.P.S. Aguardo suas respostas de bom coração, pois reconheço a possibilidade de estar entendendo tudo errado e quero mudar isso, se for possível.
Primeiro, eu não debato. Se eu for debater com todo mundo que quer debater comigo, eu não vou ter tempo pra viver. Por isso este local de comentários consiste, como o próprio nome indica por si, em um simples COMENTÁRIO, ou seja, uma observação breve sobre o artigo em questão, e não uma arena de debates. Se você quer debater comigo, me envie um e-mail (lucas_banzoli@yahoo.com.br) e aguarde o tempo que for necessário assim como todos os demais, eu não faço acepção de pessoas. Se as suas respostas forem boas, poderei até escrever um artigo futuro sobre isso. Mas neste espaço do blog debates não são permitidos, responderei apenas a este em especial porque você parece desconhecer as regras por aqui, mas se insistir em querer debater por aqui terei simplesmente que ignorá-lo, infelizmente.
ExcluirSegundo, aqui também não são tolerados julgamentos ou calúnias. Se você acha que eu “não amo o próximo” (risos), isso é um problema seu. Eu não julgo a sua vida para dizer se você ama ao próximo ou não, porque eu não te conheço, assim como você não me conhece. Julgar uma pessoa sem conhecê-la me parece uma atitude muito pouco cristã. Cuidado para não chegar no dia do juízo e ter que ouvir de Deus que eu amei mais ao próximo do que você, que me julga. Aqui neste blog debatemos ideias, e se você não se conforma em não julgar ou não consegue seguir regras de boa conduta, procure outros blogs onde você pode julgar e ofender à vontade.
Terceiro, chamar alguém de “herege”, ou refutar qualquer erro teológico que seja, não é “falta de amor”, senão Jesus e todos os apóstolos não teriam esse “amor” que você diz ter. Infelizmente a sua mente relativista, pós-modernista e politicamente correta não lhe permite concluir que é perfeitamente razoável que uma pessoa ame o próximo sem concordar com ele. Jesus chamou os fariseus de serpentes, raça de víboras, filhos do diabo, sepulcros caiados. Paulo usou o termo que você detesta (“hereges”) em Tito 3:10, falou também sobre repreender severamente os hereges quando necessário (Tt.1:13), chamou Elimas de “filho do diabo” (At.13:10), repreendeu Pedro na face por sua atitude condenável (Gl.2:11) e disse que gostaria que estes que perturbam as pessoas de bem se castrassem (Gl.5:12). Pedro os chamou de “malditos” (2Pe.2:14) e ordenou que um malandro chamado Ananias perecesse (At.8:20), e ele morreu mesmo. E são estas mesmas pessoas que falam na Bíblia sobre mansidão, humildade e respeito, porque há uma diferença enorme entre ser manso e ser ingênuo. Jesus era “manso de coração” (Mt.11:29), mas ele expulsou à chibatadas os ladrões no templo quando foi necessário (Mt.21:12). Não é preciso deixar a humildade de lado para desmascarar alguém. Você saberia disso se conhecesse a Bíblia. Agora já conhece alguma coisa.
Quanto às suas perguntas, vejamos:
Excluir1) Quem “canoniza” (i.e, torna inspirado, normativo) não é uma igreja, mas o Espírito Santo, que inspirou os escritos sagrados. À igreja cabe apenas RECONHECER o cânon, o que foi feito pela igreja cristã dos primeiros séculos, que de forma nenhuma era católica-romana. Se quiser estudar sobre isso, a leitura BÁSICA é:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/06/os-catolicos-romanos-deram-biblia-aos.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/02/a-biblia-e-filha-da-igreja.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/11/os-pais-da-igreja-eram-catolicos-romanos.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/11/cinco-perguntas-ridiculas-que-qualquer.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/11/refutando-falacias-catolicas-sobre.html
2) Você não entende nada do que significa “corpo espiritual”, o qual não tem absolutamente nada a ver com ser “não-físico”. Escrevi sobre isso aqui:
http://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2015/07/ressuscitaremos-em-carne-ou-em-corpo.html
Negar a ressurreição da carne é simplesmente negar vinte séculos de Cristianismo e de quebra jogar no lixo a Bíblia toda.
3) E quem te disse que a população vai aumentar? Na eternidade não haverá casamento ou procriação, serão as mesmas pessoas para sempre.
4) Então essa corrente judaica estava errada. Grande coisa.
5) Eeeeeee daí? A vida eterna não é NESSA terra, mas na NOVA terra (Ap.21:1-4). Infelizmente você não sabe disso porque como ex-testemunha de Jeová que é ainda pensa que a vida eterna será NESSA presente terra, como os TJ creem (contra as demais denominações cristãs).
6) O problema não é ser um conceito grego, mas ser um conceito grego antibíblico.
Sobre a vida eterna ser na nova terra e não no céu, veja este artigo:
http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/08/onde-passaremos-eternidade-no-ceu-ou-na.html
Acredito que a sua dificuldade sobre este tema está em pensar que a eternidade será NESTA terra, mas essa dificuldade se vai quando vemos a Bíblia falando sobre numa nova terra, uma terra transformada por Deus.
Você também pode me convencer do contrário, e de uma forma bem simples: me diga UM, somente um único versículo que diga explicitamente que iremos viver no céu. Eu só estou pedindo UM versículo, nenhuma grande coisa. Eu tenho dezenas e dezenas de textos que falam EXPLICITAMENTE sobre a vida eterna ser na terra, se você tiver UM ÚNICO que diga o contrário eu abro mão agora mesmo de todos esses versos que falam da eternidade ser na terra e passo a crer agora mesmo que será no céu. Será que você pode fazer isso? Só precisa de um versículo, mas tem que ser explícito, igual aqueles que explicitamente falam que será na terra.
Se tiver interesse em continuar esse debate, envie-me um e-mail (lucas_banzoli@yahoo.com.br) que eu lhe responderei tranquilamente quando tiver tempo disponível.
Abraços.
Lucas, eu não disse que você não ama o próximo. Disse que seguir a Jesus significa colocar amor acima de doutrinas, que causam confusões. Não conheço um versículo inquestionável sobre vida no céu, pelo contrário. Porém, acreditar que esta Terra será destruída envolve questionar o próprio Criador, afinal por que Ele nos colocaria aqui (Gênesis) e declararia mais tarde (Isaías 45) que a Terra tem um objetivo? Ou você leva isso em conta ou joga partes da Bíblia no lixo, o que permite que os versículos que você cita a seu favor também sejam questionados. É um beco sem saída. Assim como pensar que o mesmo bando de gente habitará um planeta limitado para sempre. Eu gostaria de acreditar, mas não consigo...
ExcluirEu não coloco "doutrina acima do amor", mas não creio que as duas coisas sejam autoexcludentes. Ninguém precisa abrir mão do ministério ou da obra de Deus para conseguir amar ao próximo. Eu amo o próximo e escrevo sobre teologia. Qual é o problema?
ExcluirBom, você admite que não há base para a vida eterna ser no céu, o que eu concordo. Mas não sei por que você insiste que a vida eterna seja nesta terra e não numa nova terra. A Bíblia fala sobre ser na nova, e se é "nova", então não é nessa. Eu não creio que isso enfraqueça os textos que falam sobre a vida eterna ser na terra, porque de fato será mesmo na terra, só que não nessa, mas na que Deus fará descer dos céus no futuro. Então todos os textos que dizem que "os justos herdarão a terra" estão em pleno acordo com isso, pois de fato estaremos na terra (a nova). A nova terra não deixa de ser chamada de "terra".
A Bíblia fala claramente da destruição DESTA terra, não sou eu que estou dizendo isso:
"E também diz: 'No princípio, Senhor, firmaste os fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; envelhecerão como vestimentas. Tu os enrolarás como um manto, como roupas eles serão trocados. Mas tu permaneces o mesmo, e os teus dias jamais terão fim'" (Hebreus 1:10-12)
Não sei qual é a sua dificuldade em aceitar que "o mesmo bando de gente habite em um planeta limitado para sempre". Esta é uma das poucas áreas da teologia que todas as vertentes cristãs concordam (protestante, ortodoxa ou romana): na eternidade não haverá procriação ou casamento, mas serão para sempre as mesmas pessoas (Lc.20:35-36). Sendo fácil ou difícil de entender, é o que a Bíblia diz, é o que cremos.
Cara, eu não sei o que deu de errado ou você não ver seus e-mail ou os ignora. Faz dias que envie um e-mail para o seu ( lucas_banzoli@yahoo.com.br) e esperar por uma resposta sua é mesma coisa de ir e voltar a luz a pé. Não sei se está ocupado de mais ou simplesmente perdeu a graça de lidar com os assuntos. Fiz um pequeno comentário sobre este poste (Henrich.g1@hotmail.com)... Sou do canal "#DeusEmQuestão" e da conta "Averdade-Eminente" e não sabia sobre as regras de não-debater-nos-comentários. Então você me pediu meu e-mail e aí esta...
ExcluirDesculpe, esta última semana inteira eu estive fora e nem acesso à internet tinha. Nessa próxima semana ainda estarei com bem pouco tempo para escrever algo, mas a partir do próximo sábado voltarei a responder e-mails normalmente.
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