O tempo de tortura da Inquisição


Outra mentira disseminada pelos apologistas católicos e historiadores revisionistas é que a Inquisição só torturava por no máximo uma hora, e somente uma vez. Como se ser torturado por uma hora inteira fosse algo lindo e maravilhoso que salvasse a pele da Igreja Católica. Certamente há textos onde os inquisidores falam que o réu só pode ser torturado “uma” vez, mas o que tais apologistas não contam é que, para esses mesmos inquisidores, a repetição da tortura era considerada apenas a “continuação” da primeira.

Ou seja, eles podiam torturar quantas vezes quisessem, que mesmo assim consideravam como se fosse uma tortura só, já que as outras eram apenas a “continuação da primeira”. Um mero jogo de palavras para não admitir que torturavam muitas vezes – um escrúpulo digno da Inquisição. Os apologistas católicos, é claro, mencionam apenas a primeira parte da história, omitindo completamente a segunda. Coisa típica de picaretas. O inquisidor Nicolau Eymerich escrevia explicitamente:

Durante a tortura, primeiramente, interroga-se o réu sobre os pontos menos graves, depois, sobre os mais graves, porque vai confessar mais facilmente as faltas pequenas do que as graves. O escrivão, enquanto isso, tomará nota das torturas, das perguntas e respostas. Se, depois de ter sido convenientemente torturado, não confessar, vão lhe mostrar os instrumentos de um outro tipo de tortura, dizendo-lhe que vai passar por todos eles, se não confessar. Se mesmo assim não conseguir nada, continua-se com a tortura no dia seguinte, e no outro, se for preciso.[1]

Ou seja, o indivíduo podia ser torturado por vários dias, passando por várias sessões de tortura, embora na terminologia dos inquisidores isso fosse apenas “uma” tortura continuada. O editor do manual comenta:

O editor romano é partidário da manutenção da série tradicional de cinco tipos de tortura, que constitui cinco etapas na progressão da gravidade da tortura. O suspeito tem direito a um tipo de tortura diário. Pensando no pior – ou no melhor, nunca se sabe! – só no final de quinze dias de tortura, o réu que não confessou será considerado “suficientemente torturado”, podendo ser libertado.[2]

Luiz Nazario também escreve dizendo que a Inquisição torturava até duas séries completas de tortura durante 15 dias, um instrumento diferente por dia[3]. Quinze dias de tortura é muito mais do que “apenas” uma hora, como ensinam os doutrinadores romanistas na lavagem cerebral que fazem nos leigos católicos que buscam informação sobre a Inquisição. Isso não é nada espantoso: buscar informação sobre a Inquisição por meio de autores católicos é como querer aprender sobre o nazismo através de professores neonazistas. Óbvio que a história será mal contada, distorcida e altamente tendenciosa. É o que ocorre em ambos os casos.

Para piorar, Peña diz ainda que a tortura podia ser recomeçada em alguns casos. Nestas ocasiões, depois de passar por várias torturas, voltava tudo de novo para o primeiro instrumento de tortura, e continuava todo o drama outra vez:

O valor da confissão é absoluto quando obtido sob ameaça de tortura ou através da apresentação dos instrumentos de tortura. Nesse caso, considera-se que o réu confessou espontaneamente, tendo em vista que não foi torturado. A mesma coisa, se a confissão é obtida quando o réu já está despido e amarrado para ser torturado. Se confessar durante a tortura, deve, depois, confirmar a confissão, já que esta foi obtida através do sofrimento e do terror. Dizem que podem recomeçar as torturas, quando sob o seu efeito conseguira-se novos indícios: deve-se assinalar que tudo o que o réu disser sob tortura pode ser considerado como um novo indício, e, em tais casos, é absolutamente correto recomeçar.[4]

Ele acrescenta expressamente que, “se o réu foi pouco torturado, podem-se repetir as torturas, até que o réu seja suficientemente torturado”[5]. Outra circunstância na qual a série de torturas era recomeçada era quando o réu confessava sob tortura e depois voltava atrás (o que era muito comum, já que muitos “confessavam” apenas porque estavam sendo torturados). Nestes casos, Peña escreve:

O réu confessa sob tortura. Depois, levado a confirmar a confissão, desdiz tudo. Em tais situações, recomeça-se toda a série de torturas, porque a confissão obtida durante a série anterior constitui, justamente, o novo indício que se precisa.[6]

Baigent é outro que denuncia a dissimulação dos inquisidores, que repetiam, continuavam e recomeçavam uma tortura, e mesmo assim consideravam a tortura “uma só”. Ele escreve:

Assim, podia-se dizer que uma vítima só fora torturada na verdade uma vez, mesmo que essa “única” tortura incluísse muitas sessões e suspensões que se estendiam por um considerável período de tempo. E, claro, a vítima era privada da esperança de que o fim de qualquer sessão assinalasse o fim de sua provação.[7]

Da mesma forma, Malucelli destaca que, “por lei, a tortura só podia ser infligida uma vez, mas na verdade era repetida enquanto o inquisidor achasse necessário, com a desculpa de se tratar de uma única sessão com vários ‘intervalos’”[8]. Nataniel Jomtob observa ainda que na Espanha a tortura podia se estender por até cinco horas, e que o intervalo entre uma tortura e outra que era repetida ou recomeçada era de apenas dois dias, quando a vítima ainda estava sofrendo profundamente pelas torturas que sofrera há tão pouco tempo[9].

Baigent ainda destaca que “um suspeito podia ser torturado pela resposta a um único ponto específico, e as respostas a um segundo ou terceiro pontos justificavam as sessões de tortura a mais”[10]. Há registros de pessoas torturadas duas vezes por dia durante mais de uma semana[11]. Só depois de o réu ser completamente brutalizado é que ele era solto. Se ele não tivesse confessado nada (o que raramente ocorria), Eymerich traz o modelo da sentença a seu respeito:

Quando o réu, submetido a todo tipo de tortura, continua sem confessar, param de brutalizá-lo e o soltam. Se pedir a definição da sentença, não se pode recusar. Será lavrada nos seguintes termos: que depois do exame meticuloso de seu dossiê, não se encontrou nada que pudesse provar com legitimidade o crime de que o acusaram, prosseguindo nos termos previstos para sentença de absolvição.[12]

Peña também diz que, “se não confessar nada, depois de ser bastante torturado, será, então, absolvido”[13]. Mas Nataniel observa:

Quando não eram suficientes nem as persuasões nem os ardis para que o réu, com ou sem verdade, se confessasse culpado, apelavam os inquisidores à tortura, mesclando o rigor com a simulação. Porque, além de ameaçá-lo com o prolongamento indefinido do suplício, faziam-no crer, quando já tinha sofrido durante o tempo estipulado, que suspendiam o ato por ser tarde ou por outra razão parecida, visando infundir-lhe mais medo. Os legisladores que autorizavam esta prática tiveram ao menos a equidade de dar por expiadas com ela as evidências, e deixavam sair livre ao réu que se mantinha na negativa. A Inquisição, porém, para não ser menos feroz que outros tribunais, que nestes casos impunham a pena extraordinária, condenavam-no ainda à prisão perpétua ou a alguns anos nas galés. Desse modo, a infeliz vítima, talvez inocente, ficando não raro incapaz de qualquer movimento, devido ao deslocamento dos ossos na roldana, à opressão do peito e outros agravamentos no cavalete e à contração dos nervos no castigo do fogo, tinha que padecer a afronta de se ver amontoado e confundido com a gente mais sórdida.[14]

Ou seja: além de passar por todos os sofrimentos da tortura, que poderia durar muitas horas e vários dias em um intervalo muito curto, o pobre coitado que não confessasse ainda era punido de outras formas ao deixar as instalações do Santo Ofício. Os inquisidores não deixavam ninguém em paz. Todos eram vistos como um inimigo em potencial, e por isso castigados mesmo quando não se achava culpa depois de findados todos os recursos inquisitoriais para se extrair uma confissão.

Para piorar as coisas, Green sustenta que “a tortura era infligida com frequência aos que já haviam confessado a própria culpa, mas eram suspeitos de omitir os nomes de seus cúmplices. Uma vez obtido um nome, isso tornava-se prova de que outros mais haviam sido omitidos e, nesse caso, a tortura prosseguia ininterruptamente”[15]. O indivíduo que confessava a própria culpa durante a tortura (muitas vezes sem ter feito nada) ainda não era liberado até que denunciasse também todos os seus parentes e amigos, bem como todos aqueles que frequentariam os supostos cultos heréticos. Uma vez que a família era o alvo mais fácil e provável, os inquisidores só deixavam a pessoa livre após denunciar seus pais e irmãos, ainda que estes fossem completamente inocentes.

Outra meia-verdade que os mestres da mentira contam omitindo todo o seu contexto é que a Inquisição “não aceitava confissões sob tortura”. Alguns leigos leem os “grandes” teólogos católicos afirmando algo desta natureza e concluem então que a Inquisição não torturava ninguém, já que não teria sentido praticar a tortura se não fosse para extrair confissões. É porque eles não sabem a outra parte da história, que os apologistas católicos, como sempre, fazem questão de omitir. Deixemos que o próprio Peña conte essa história para nós:

Como o réu confirma a confissão efetuada sob tortura? O escrivão pergunta-lhe depois da tortura: “Lembras-te do que confessaste ontem ou anteontem sob tortura? Então, repete agora com total liberdade”. E registra a resposta. Se o réu não confirmar, é porque se lembrou e, então, é novamente submetido à tortura.[16]

A pessoa que confessa sob tortura tem as suas palavras registradas pelo escrivão. Depois da sessão, será conduzido para um local onde não exista nenhum sinal de tortura. Lerão a confissão feita sob tortura e continuarão o interrogatório até obterem de sua boca toda a verdade. Se o réu não confirmar a confissão ou se negar ter confessado sob tortura, e se ainda não passou por todas as sessões previstas, continua-se a torturá-lo.[17]

Em outras palavras, para a desgraça dos apologistas católicos, um indivíduo que não confirmava a confissão que fez sob tortura era levado novamente à tortura até que confessasse em definitivo! O historiador francês Jean Duché declara que este processo se tornava um ciclo vicioso, perpetuando-se sucessivamente:

Com o chicote, o fogo, a permanência prolongada no fundo de uma masmorra, assando os pés do acusado com carvões ardendo, amarrando-o sobre um aparato de tortura e separando docilmente os membros do corpo com a ajuda de uma tesoura... tinha que ser o diabo para não obter uma confissão. Certo que o tribunal, em sua sabedoria, sabia que as confissões assim tiradas não tinham valor; e esta dificuldade se remediava fazendo com que o acusado as confirmasse três horas depois, bem entendido que, se se retratasse, poderia voltar a recomeçar a coisa. Esses entravam em um ciclo perpétuo, e aos que se obstinavam em negar e estavam convencidos, e aos que haviam confessado seu erro mas haviam recaído nele, os relapsos, o tribunal os entregava ao braço secular para sua execução.[18]

No fim das contas, a confissão era obtida, sim, sob tortura, uma vez que a vítima tomasse conta de que continuaria a ser indefinidamente torturada até que confirmasse “livremente” a sua confissão. Os inquisidores não deixavam o suspeito realmente livre para confirmar ou não sua confissão: ou ele confirmava, ou voltava à câmara de tortura para continuar tudo de novo outra vez. Baigent discorre que, “na prática, o acusado era torturado até se dispor a confessar o que, mais cedo ou mais tarde, quase inevitavelmente fazia”[19].

Em síntese, as torturas em geral não duravam apenas uma hora, e muito menos aconteciam somente uma vez, embora esta fosse a terminologia utilizada maliciosamente pelos inquisidores. Todos eram torturados por muitas horas e por muitos dias, passando por diferentes instrumentos de tortura até que confessassem seu “crime” de liberdade de pensamento. Depois disso ainda voltava a ser torturado até que denunciasse também todos os seus correligionários, nem que para isso tivesse que inventar nomes e acusar pessoas inocentes que mais tarde passariam pelo mesmo processo de tortura e confissão.

A coisa se tornava um ciclo perpétuo de confissões forçadas e acusações falsas, o que explica o número exorbitante de centenas de milhares de pessoas processadas oficialmente pela Inquisição, as quais sempre sofriam alguma pena que variava entre o confisco de bens, as centenas de açoites, a prisão perpétua, a escravidão nas galés ou vários destes juntos, sem mencionar a própria tortura em si. A Inquisição assim impunha uma áurea de terror e medo em todos, desde bons católicos até os “hereges” malvados, os que ousavam discordar da única Igreja santa e infalível na terra, a mesma que os torturava e assassinava sem piedade.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

- Extraído do meu livro: "A Lenda Branca da Inquisição".

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[1] EYMERICH, Nicolau; PEÑA, Francisco. Manual dos Inquisidores. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, p. 155.
[2] ibid, p. 158. Nota do editor.
[3] NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 80.
[4] EYMERICH, Nicolau; PEÑA, Francisco. Manual dos Inquisidores. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, p. 157.
[5] ibid.
[6] ibid, p. 158.
[7] BAIGENT, Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 89.
[8] MALUCELLI, Laura; FO, Jacopo; TOMAT Sergio. O livro negro do cristianismo: dois mil anos de crimes em nome de Deus. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
[9] JOMTOB, Nataniel. A Inquisição sem Máscara. Citado em: PALMA, Ricardo. Anais da Inquisição de Lima. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 47.
[10] BAIGENT, Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 51.
[11] ibid.
[12] EYMERICH, Nicolau; PEÑA, Francisco. Manual dos Inquisidores. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, p. 155.
[13] ibid, p. 221.
[14] JOMTOB, Nataniel. A Inquisição sem Máscara. Citado em: PALMA, Ricardo. Anais da Inquisição de Lima. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Giordano, 1992, p. 47.
[15] GREEN, Toby. Inquisição: O Reinado do Medo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda, 2007.
[16] EYMERICH, Nicolau; PEÑA, Francisco. Manual dos Inquisidores. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, p. 158.
[17] ibid, p. 155.
[18] DUCHÉ, Jean. Historia de la Humanidad II – El Fuego de Dios. 1ª ed. Madrid: Ediciones Guadarrama, 1964, p. 527.
[19] BAIGENT, Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 52-53.

Comentários

  1. Anti-First!

    Já estava desesperado, você tinha bloqueado a caixa de comentários para anônimos, por que? hauahauhauahua

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    1. Eu estava pensando em desativar os comentários por algum tempo (até acabar de escrever o livro ou até terminar minha Dissertação do mestrado), mas desisti e voltei atrás. Claro que foi pensando nos "Anti-First" :)

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    2. Quase que eu tenho um ataque epiléptico. hauahuahauahau

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    3. Já estava pensando que o meu plano de ser um famoso anônimo tivesse ido por água abaixo. :p

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  2. Lucas, mostra isso para os tais apologistas embusteiros:

    https://www.youtube.com/watch?v=RFyetNIAYew

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    1. Obrigado, vou fazer um artigo sobre esse vídeo, é muito bom!

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    2. Ansioso para ler seu artigo sobre esse vídeo Lucas.

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  3. Lucas ver o desesperos deles.
    http://www.ofielcatolico.com.br/2006/07/como-calvino-me-fez-catolico.html

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  4. Saudações, por falar em "tempo", faz tempo que não se tem mais noticias de católicos espumando por aqui. Será que desistiram e fugiram ou estão dando uma de 007?

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    1. Há uns dias atrás um católico furioso e raivoso postou no final do artigo abaixo, vale a pena conferir:

      http://heresiascatolicas.blogspot.in/2015/10/as-reliquias-da-igreja-catolica.html

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  5. Lucas o que é batismo no Espirito Santo? É o mesmo que conversão? Quando a pessoa recebe tal batismo?

    "Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo" - 1 Coríntios 12:13
    Aqui não fala que apenas um grupo foi batizado pelo Espírito. Mas todos a quem a carta foi enviada.
    Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres? Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos? - 1 Coríntios 12:30
    Nem todos da igreja de Corínto falam em Línguas, e nem por isso não foram batizados pelo Espírito, tente conectar com o versículo 13.
    Interessante é que o mesmo Atos 2 afirma isso: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo". - Atos 2:38
    Se alguma pessoa não recebeu o Dom do Espírito, logo ela não se arrependeu logicamente, é isso que o texto aparenta dizer. A promessa foi de que se eles se arrependessem, o dom do Espírito Santo seria concedido.
    Em sua opinião os apostólos só foram se converter em Em João 20:22?

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    1. Batismo com o Espírito Santo é o momento em que os dons espirituais (qualquer um deles, ou vários deles ao mesmo tempo) são liberados na vida de uma pessoa. Não necessariamente o dom de línguas. A conversão é anterior a isso.

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  6. Banzoli, quero apenas dar uma palavrinha sobre seus livros. Você escreve muito bem, e escreve só coisa boa. Gasta tempo e noites em claro fazendo pesquisas sem fim. É uma pena ver sua literatura sendo distribuída de graça. O mundo gospel está rico, Lucas. Os evangélicos podem pagar, e pagam muito bem - Enriquecem falsos profetas que usam e abusam com péssima literatura, sem contar os objetos e óleos milagrosos.

    Tem muito material aqui que é coisa fina, de última linha, coisa rara, nova. Tem textos resumidos - principalmente no seu site, no meu, no Fim da Fraude e em alguns outros sites evangélicos, que não se acha em lugar algum. São pérolas, feitos com muita consulta boa e revelação através da leitura bíblica. Isso tudo tem que ser ampliado quando vai para os livros. Livros e livretos que devem ser plastificados ainda por cima - só abre depois que compra. Uma pena gastar tanto tempo e entregar de graça um material tão bom para esses evangélicos que enriquecem pessoas de mau carater. Se fosse você disponibilizava seus livros apenas para venda, mesmo online, principalmente agora que vem aí um sobre inquisição. E cuidado com aquele jargão: "de graça recebesses, de graça dai", pois não funciona assim.

    Paulo, Priscila e Aquila viviam na profissão de fazer tendas, não podiam dar as tendas de graça, não é Lucas? E João, André e Pedro que eram sócios na indústria pesqueira? Eles não deviam cobrar os peixes - a noite toda pescando e deviam distribuir tudo de graça!

    Lembra-se do Eunuco que foi a Jerusalem e Felipe o encontrou lendo o Livro de Isaias? Ele comprou o rolo do livro ou deram de graça pra ele?

    E José do Egito? Veja você que a fome era gande naquela ocasiáo e “ de todas as terras vinham ao Egito, para comprar de José; porquanto a fome prevaleceu em todas as terras”, Gn 41:57. Por que José não deu de graça, né? Os mais piedosos até acham que a atitude de José não foi correta.

    Nem para o Rei Davi saiu de graça um terreno de um servo. Ele disse ao servo que foi lá “Para comprar de ti esta eira, a fim de edificar nela um altar ao Senhor, para que este castigo cesse de sobre o povo”, II Samuel 24:21. Não deram de graça o terreno para edificar um altar a Deus. Nem mesmo para reparar a casa do Senhor deram a madeira de graça - tiveram que comprar, 2 Reis 2:12; 22:6.

    Entendeu, Banzoli? Veja onde usaram o termo comprar: “Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo”, Mat 13:34.

    Não é pecado e nem feio vender boa literatura. Enquanto está no site de forma resumida, tudo bem, mas quando toma a forma de livro e ampliam-se os textos colocando todas as fontes, não vejo nada demais em vender.

    Até com relação a redenção também foi usado o termo comprar. Apocalipse 5:9 diz sobre Jesus: “porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação”.

    Abraços

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  7. Al Franco, eu acho que você generalizou a posição que é de uma grande maioria porém não é de todos. O material do Lucas é riquíssimo, é vasto, é inédito, é profundo e é esplêndido. Mas achei seu comentário rude quando disse que os evangélicos podem pagar e pagam bem colocando todos os protestantes em um mesmo nível de alienação e cegueira espiritual. Eu mesmo infelizmente estou desempregado, não tenho condições de adquirir vários livros mas essa situação vai mudar e sou extremamente contra o Neopentecostalismo e seus "apóstolos". O Lucas é extremamente talentoso e ele tem que ver o que no momento é mais viável até porque o mesmo tem planos para o futuro. Admiro seu trabalho Alon, gosto dos seus artigos sobre escatologia e seu blog a Grande Cidade é muito bom. Deus abençoe a todos. Um forte abraço.

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  8. Independente do que fazer Lucas você tem o meu respeito e a minha admiração. Foi uma bênção que Deus me proporcionou conhecer seu trabalho, o do Alon Franco, o do Bruno Lima, o do Elisson Freire, o do Hugo, o do James Swan. Pra mim são os melhores blogs protestantes do mundo. Em especial Heresias Católicas, toda honra e glória para o nosso Deus. Um forte abraço. Vai nessa tua força e Deus te honra pra glória do nome dEle...

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  9. qual e a sua interpretação de Êxodo 21 principalmente dos primeiros versículos que falam de escravidão e tal

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    1. Veja aqui:

      http://ateismorefutado.blogspot.in/2015/07/a-biblia-e-escravidao.html

      Abs.

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  10. Você vai comentar o debate do Felicnao vs Felipe Neto?

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    1. Não pretendo, porque não tem relação com os conteúdos tratados neste blog. Mas na minha opinião o Feliciano foi MUITO mal.

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  11. Bom dia,

    Me chamo Lucas e sempre me interessei por um estudo mais aprofundado de temas religiosos. Fui criado desde meu nascimento dentro da Igreja Católica Apostólica Romana. Ao fazer uma busca sobre um determinado tema, encontrei este site, achando seu conteúdo muito interessante, sei dos erros cometidos pela igreja a qual pertenço, nunca os neguei, porém não posso permanecer em silêncio em determinadas situações. Meu caro autor, acredito que sua intenção seja de alertar toda e qualquer pessoa sobre falhas dentro da doutrina católica, mas peço-lhe que isso seja feito de forma respeitosa e verdadeira. Independente da religião seguida, somos todos cristãos, e buscamos uma única coisa, a salvação. Eu poderia citar diversas falhas dentro do protestantismo, mas me preocupo muito mais em seguir o que foi ensinado por Cristo.

    Desde já, muito obrigado.

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    1. Olá, Lucas. Não sei a respeito de qual artigo que você diz que eu não fui "verdadeiro". Se você está se referindo a este aqui em que você comenta, basta dizer onde se encontra a "mentira" que eu publiquei aqui, que se eu descobrir que a informação realmente está equivocada não terei problemas em corrigir no artigo ou me retratar. Mas acusar sem provas não me parece uma atitude que corresponda a uma pessoa realmente preocupada em procurar a verdade.

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    2. Logo querido Lucas, se vc está preocupado o que Jesus ensinou das duas uma: você não faz ideia do que Jesus ensinou ou sabe , mas seu amor desenfreado pela igreja romana é maior do que o amor pela verdade de Deus.
      O que a ICAR fez no passado foi terrível, fato. E não menos terrível é o que ela continua fazendo com o evangelho da salvação. E esse, acho que vc não conhece muito bem.
      Saia da Babilonia.

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    3. Bom dia.

      Em seu artigo "As provas incontestáveis do terceiro Tiago", você deixa claro que Maria teria outros filhos além de Jesus, usando de algumas passagens bíblicas onde alguns nomes são citados como irmãos de Jesus. Pois bem, quando ocorreu a reforma protestante. Lutero seguiu a bíblia Hebraica, onde não haviam sete livros, porém, essa não foi a única alteração com relação a bíblia Católica, várias passagens foram alteradas, como exemplo, em versículos a palavra irmãos foi trocada por seguidores. Me deixa muito pensativo o por quê de a passagem em Tiago citada por ti não ter sido alterada também. Me questiono se ela não teria sido inalterada apenas para que pudesse servir de argumento para tal tese. Maria Permaneceu Virgem durante toda sua vida, porém durante a crucificação de Cristo, ela sofreu as dores do parto, pois naquele momento estava dando luz â igreja.
      Muito obrigado por possibilitar a minha indagação.

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    4. A tradução de Lutero não era uma tradução literal como as outras versões da época, ou seja, uma versão que traduzia ao pé da letra palavra por palavra dos originais. Ao contrário, era uma tradução que preservava o SENTIDO dos textos, mesmo que as palavras não fossem traduzidas literalmente. É por isso que ela é considerada a precursora das modernas "traduções na linguagem de hoje", como a NVI. Traduzir irmãos por seguidores em alguns textos nada mais é do que seguir o sentido do texto pelo seu contexto, até porque o termo "irmão" poderia confundir alguns leigos com pouca instrução.

      Por exemplo, na passagem que fala que Jesus apareceu a quinhentos irmãos de uma só vez, é óbvio que não é de irmão de sangue que está falando, mas de seguidores, discípulos. Neste caso, não há problema algum em fazer essa tradução, pois o sentido do texto não mudaria em nada. Isso não tem nada a ver com o contexto totalmente diferente e de parentesco de sangue no qual Tiago aparece na epístola aos Gálatas, onde é irmão mesmo, e não apenas um seguidor.

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    5. Boa noite Lucas,

      Eu realmente gostaria de saber o por quê de tudo isso, me deixa muito triste saber que existem pessoas muito mais preocupadas em escandalizar, ridicularizar e desprezar uma crença ou religião do que realmente buscar evangelizar. Vejo que você escreve muito bem, você é abençoado com o dom das palavras, use-as para trazer pessoas para mais próximo de Cristo. A acusação que a cara Leitora Nataly escreveu me deixou eu diria que sem reação a princípio. Enquanto esses discurso de ódio entre religiões que buscam a mesma coisa, porém com alguns conceitos distintos existirem, quem está realmente ganhando é o inimigo, e não aquele que deixa o outro sem argumento.
      Muito obrigado.

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  12. Que massa! Agora fale-me um pouco da inquisição protestante??

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    1. Qual? Aquela que apologistas católicos com doença mental inventaram, e que não consta em absolutamente nenhum livro de história secular, nem de história eclesiástica, nem em enciclopédia nenhuma, nem é apoiada por historiador nem doutor nenhum? Aquela que só existe em blogs católicos bizarros escritos por "estudiosos" de fundo de quintal e pesquisadores de Google? Aquela que só gente sem estudo, sem cultura e sem instrução como você creem que existe?

      Ah, sim, falaremos dela em um instante...

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