Deixados para Trás? - Parte 2


Depois de meu artigo “Deixados para Trás?”, em que eu refutei biblicamente a heresia do pré-tribulacionismo e do preterismo com base no verso bíblico de Mateus 24:40 (em seu devido contexto, é claro), recebi vários comentários contestando o estudo, respondi um a um na caixa de comentários, mas sempre aparecia outra pessoa repetindo os mesmos argumentos já refutados, de novo, de novo, e de novo...

Por isso, para não precisar repetir à exaustão a mesma refutação milhares de vezes a um mesmo argumento já refutado, decidi criar este artigo, onde eu exponho os argumentos tão alegados pelos pré-tribulacionistas e a sua devida refutação, para não precisar ficar repetindo a mesma coisa milhares de vezes. Os versículos passados por eles são basicamente estes três, que, segundo eles, “provam” que os crentes serão abduzidosarrebatados nos ares antes mesmo que comece qualquer tribulação aqui na terra e que somente os não-cristãos irão passar pela grande tribulação:

“E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro” (Daniel 12:1)

“Visto que você guardou a minha palavra de exortação à perseverança, eu também o guardarei da hora da provação que está para vir sobre todo o mundo, para pôr à prova os que habitam na terra” (Apocalipse 3:10)

“Pois eles mesmos relatam de que maneira vocês nos receberam, como se voltaram para Deus, deixando os ídolos a fim de servir ao Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos: Jesus, que nos livra da ira que há” de vir (1ª Tessalonicenses 1:9-10)

Primeiramente, onde é que está escrito nestes versos que precisamente sete anos antes de começar a grande tribulação acontecerá a volta de Jesus e que neste momento os ímpios serão “deixados para trás” aqui na terra e os salvos irão ser teletransportados diretamente ao Céu? Em absolutamente lugar nenhum. Estes versículos, aliás, nem falam de arrebatamento, falam apenas sobre Deus livrar da tribulação. Mas será que essa linguagem de “livrar da tribulação/da ira que há de vir” implica realmente em um arrebatamento secreto pré-tribulacional deixando esta terra para ir morar no Céu? Obviamente não.

Vemos isso porque em toda a Bíblia há a linguagem de livrar da tribulação, mas nunca indicando que esse “livrar” se refira a um arrebatamento secreto ao Céu.

O salmista, por exemplo disse:

“Os justos clamam, o Senhor os ouve e os livra de todas as suas tribulações (Salmos 34:17)

O salmo diz explicitamenteque Deus o livraria de todas as suas tribulações. Ora, sabemos que o salmo em questão foi escrito pelo rei Davi, numa época em que ele estava sendo perseguido pelo rei Saul. Será que isso significa que Davi foi arrebatado ao Céu e Saul permaneceu aqui na terra? Obviamente não! Davi não foi arrebatado, não saiu daqui da terra, passou por todas as tribulações, e mesmo assim a Bíblia diz que Deus o “livrou” de todas. Nitidamente, o “livrar” diz respeito a proteger do mal mesmo em meio às tribulações e adversidades, não significa escapar das tribulações sendo arrebatado ao Céu sem passar por elas. Davi passou por muitas tribulações, mas nunca foi arrebatado ao Céu para ser “livre” delas, e mesmo assim pôde dizer:

“O justo passa por muitas adversidades, mas o Senhor o livra de todas (Salmos 34:19)

Novamente: será que Davi estava dizendo que Deus arrebata ao Céu todos os justos de todas as eras que liam esse salmo, sem passar por nenhuma tribulação terrena? É óbvio que não. Nitidamente, o sentido bíblico de ser livre das tribulações não é o de ser arrebatado sem passar por elas, mas sim de ser protegido por Deus em meio a elas. Tanto Saul, o rei ímpio que perseguia Davi, como o próprio Davi, que era justo diante de Deus, ficaram aqui na terra e passaram por tribulações sem serem arrebatados, a diferença é que o ímpio pereceu em meio à tribulação, ao passo que o justo foi protegido por Deus aqui mesmo na terra, alcançando a vitória em meio às tempestades da vida.

É por isso que todos nós oramos na oração modelo do Pai Nosso:

E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” (Mateus 6:13)

Quando oramos para Deus nos livrar do mal, obviamente não estamos pedindo que Ele nos tire dessa terra e nos arrebate ao Céu; estamos conscientemente pedindo que Ele nos proteja em meio às tribulações, provações e tentações que passamos aqui na terra. Pedir para sermos livres do mal de maneira nenhuma significa que Deus irá nos tirar desta terra para sermos livres; ao contrário, permanecemos aqui, mas Deus nos protege. Assim como o salmista, podemos dizer convictamente que Deus nos livrará de toda tribulação, sem de modo algum implicar que nós (ou o salmista) tenhamos sido arrebatados ao Céu para escapar de tudo isso.

Outro detalhe interessante sobre isso se encontra no relato bíblico do Êxodo, onde Deus protegeu o Seu povo e o livrou da tribulação que abateu os egípcios, mas isso de modo algum implicou que os israelitas tivessem sido tirados da terra. Ao contrário, lemos que Deus deixou os israelitas aqui mesmo na terra, não os tirou daqui, mas os livrou das tribulações no sentido de não serem derrotados por ela. Assim, apenas os egípcios sofreram as pragas do Egito, mas o povo de Deus ainda estava aqui na terra, protegidos pelo Senhor:

Mas naquele dia tratarei de maneira diferente a terra de Gósen, onde habita o meu povo; nenhum enxame de moscas se achará ali, para que você saiba que eu, o Senhor, estou nesta terra (Êxodo 8:22)

“E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, desde os homens até aos animais; também a saraiva feriu toda a erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo. Somente na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel, não havia saraiva(Êxodo 9:25-26)

Note que Deus protegeu o Seu povo das dez pragas que abateram do Egito, portanto os israelitas ficaram “livres” daquela tribulação. Mas isso não implicou que eles tivessem sido tirados da terra ou arrebatados ao Céu! O texto bíblico é claro: Deus tratou de maneira diferente o justo do ímpio. Ambos ficaram aqui na terra, mas somente o ímpio sofreu todas as pragas descritas no Êxodo. Da mesma forma, na grande tribulação todas as pessoas (justas ou ímpias) ficarão aqui na terra, pois o arrebatamento, segundo Jesus, só ocorre depois de todas as tribulações (Mt.24:31), mas Deus fará novamente distinção entre justo e ímpio e protegerá o Seu povo eleito. É por isso que Jesus disse:

“Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém sobreviveria; mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados” (Mateus 24:22)

Se os eleitos fossem arrebatados ao Céu e somente os ímpios ficassem aqui na terra, este verso bíblico simplesmente não faria qualquer sentido. Ele aponta claramente para o fato de que naqueles dias da grande tribulação os eleitos estarão aqui na terra e é exatamente por amor a eles que Deus “abreviaria” aqueles dias, isto é, não permitiria que a tribulação demorasse muito tempo para o sofrimento do povo de Deus.

Por fim, devemos lembrar-nos do exemplo de Ló e de Noé, também usados pelos dispensacionalistas. Os dois foram poupados dos cataclismos que abateram o povo ímpio da terra, mas nenhum deles foi arrebatado ao Céu para que isso ocorresse. Noé ficou seguro dentro da Arca, e Ló fugiu para outra terra, com a sua família. Portanto, é possível ocorrer a proteção divina sem necessariamente ter que deixar essa terra enquanto vem as tribulações. Essa interpretação deturpada, falida, herética e antibíblica de que os salvos serão arrebatados ao Céu antes da tribulação não é uma leitura natural dos textos bíblicos, é uma tentativa desesperada de se colocar na Bíblia algo que claramente não está nela.

Alguns ainda argumentam que a Arca de Noé representava o Céu para onde os crentes serão levados antes de toda tribulação. Essa interpretação é simplesmente falsa e mentirosa. A Arca não era uma figura do Paraíso Celestial, a Arca era uma tipologia da Igreja. Toda a tipologia aqui se resume a que a Igreja estará protegida da tribulação, mas não fora dessa terra, assim como a Arca continuou nessa terra mesmo enquanto ocorria o dilúvio, e depois Noé e sua família puderam habitar em uma “nova terra”, após todas as transformações que ocorreram com o dilúvio. Da mesma forma, a Igreja permanecerá na terra na grande tribulação, embora protegida por Deus, e no final dela habitará na Nova Terra prometida por Deus (Ap.21:1). A simbologia é muito nítida e claramente contra, e não a favor do pré-tribulacionismo!

Para terminar com tudo isso de uma vez, cito aqui a última passagem tão citada pelos pré-tribulacionistas:

Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem. Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre” (1ª Tessalonicenses 4:15-17)

Eles usam o verso 17 solto, sem contexto e sem interpretação para tentarem empurrar a crença num arrebatamento secreto pré-tribulacional. Mas, ao contrário do que eles pensam, essa passagem é a mais mortal contra eles mesmos, pois afirma claramente que o arrebatamento ocorre depoisda ressurreição dos mortos. Então, para sabermos quando será o arrebatamento (se antes ou depois da tribulação) é muito simples: basta sabermos quando será a ressurreição dos mortos. E isso João nos diz claramente:

“Vi tronos em que se assentaram aqueles a quem havia sido dada autoridade para julgar. Vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus. Eles não tinham adorado a besta nem a sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos. O restante dos mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição (Apocalipse 20:4-5)

Note que a primeira ressurreição que ocorre se dá em Apocalipse 20:4, ou seja, já depois de terem ocorrido todas as tribulações apocalípticas!Os pré-tribulacionistas, numa tentativa totalmente desesperada em tentarem salvar a heresia dispensacionalista deles, inventaram então que existe uma ressurreição fantasma, que ocorre logo no começo do livro e antes da tribulação, mas que a Bíblia não conta, e que João se “esqueceu” de colocar no livro. Talvez eles possam procurar em algum livro apócrifo para fundamentar essa tese da ressurreição fantasma que João não escreveu, mas que eles dizem que existe sim, e o pior de tudo é que ainda criticam os católicos por crerem em coisas que não estão na Bíblia, mas depois inventam uma ressurreição que não está na Bíblia!

Se é Sola Scriptura, devemos crer no que está na Bíblia e ponto. E se a Bíblia diz que a ressurreição de Apocalipse 20:4 é a primeira ressurreição (repito: primeira!), então não existe outra que venha antes dela e que João não tenha escrito no Apocalipse. Aliás, só de pensar que João deixou de mencionar uma ressurreição, uma volta de Jesus e um arrebatamento que supostamente ocorreriam logo no início do livro já chega a soar ridículo, pois ressurreição, arrebatamento e volta de Jesus são três dos mais importantes fundamentos do Cristianismo, João jamais iria deixar de mencioná-los caso realmente ocorressem!

Assim como ele mencionou a ressurreição de Apocalipse 20:4, ele certamente mencionaria se ocorresse alguma antes da tribulação. Mas para o desespero dos pré-tribulacionistas, ele simplesmente não menciona, obrigando-os a inventarem estórias baseadas em seus próprios achismos e não na Bíblia, e o pior: João ainda diz que a ressurreição de Ap.20:4-5 é a primeira, deixando nítido que não existe outra antes dela! Portanto, não há escapatórias para o pré-tribulacionismo antibíblico: a primeira ressurreição é depois de todas as tribulações e ponto final. E, como Paulo diz que o arrebatamento é posterior a essa ressurreição, segue-se logicamente que ele só pode ser pós-tribulacional.

O resto são estorinhas inventadas por gente que tenta descobrir uma ressurreição que nem a Bíblia descobriu, no desespero em salvar uma heresia rejeitada por toda a Bíblia, por todos os Pais da Igreja e por todos os Reformadores, e criada por um anglicano em pleno século XIX.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)


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Comentários

  1. Só estou aqui para fazer um simples comentário, e não para cria contendas como vc sempre me acusa.

    Apocalipse 20:5 não consta nos originais.

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    1. Caríssimo Felipe...

      O texto de Apocalipse pode não aparecer no Codex Sinaíticus, mas aparece no Codex Alexandrinus, que também é igualmente importante na Crítica Textual. Além disso, todos os textos gregos impressos possuem Apocalipse 20:5 inteiro, pois, neste caso, ainda restam os manuscritos minúsculos mais tardios, assim como os manuscritos latinos e muitos outros, que para o livro de Apocalipse valem muito, já que temos poucos manuscritos antigos testemunhando o mesmo. O mais provável é que todo o versículo 5 seja original, pois a Crítica Textual não pode depender de um só manuscrito ainda que este manuscrito seja o Sinaíticus.

      Ademais, vale ressaltar também que O PRÓPRIO CÓDICE SINAITICUS CONTÉM O VERSO 4, que diz:

      "Vi tronos em que se assentaram aqueles a quem havia sido dada autoridade para julgar. Vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus. Eles não tinham adorado a besta nem a sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos" (Apocalipse 20:4)

      O verso 5 é apenas uma prosseguição adicional ao verso 4, que por si só já é mais que suficiente para provar que a ressurreição se dá DEPOIS da tribulação e não ANTES dela, que é o que foi afirmado aqui.

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    2. Isso é um trabalho para um exegeta, lembrando que o exegeta só pode ser chamado de tal se for diplomado ou publicar um trabalho científico na área de exegese, o exegeta tem que ter domínio em grego, hebraico e aramaico que é o idioma que foram escritos a bíblia. E nesse caso os textos dos códices se divergem, como tbm já aconteceu em papiros encontrados em que aquilo que estava escrito divergia daquilo que já tinha sido encontrado, e como saber qual é o inspirado? isso é o trabalho do exegeta.

      O Codex Sinaíticus é o manuscrito mais antigo encontrado, no entanto, não estou aqui para afirmar que esse é o verdadeiro e os outros receberam acréscimos, mas para alertar o risco de fundamentar doutrinas em cima de versículos que podem ter sido acrescentados posteriormente. Não estou afirmando que vc esta fundamentando doutrinas em cima desse verso ok?

      Leia esse comentário do qual eu não sou o autor:

      ''Neste versículo (ARA) as palavras “os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos”, são espúrias. Não se encontram nos manuscritos gregos mais antigos e de maior crédito, tais como o Sinaítico e o Vaticano Nºs. 1209 e 1160; tampouco se encontram no manuscrito Siríaco. Devemos lembrar que muitas passagens que se encontram nas cópias mais recentes [dos mss. gregos] são interpolações que não pertencem apropriadamente à Bíblia. Visto que é ordenado que não acrescentemos nada à Palavra de Deus, é nosso dever repudiar tais interpolações tão logo se comprove o seu falso caráter. As palavras indicadas provavelmente foram introduzidas no texto acidentalmente, no quinto século, visto que nenhum manuscrito de data anterior (quer seja grego, quer seja siríaco) contém esta cláusula. Provavelmente no princípio foram apenas um comentário marginal escrito por algum leitor, tentando dar sua opinião acerca do texto, e assim foi acrescentado ao texto por algum transcritor subseqüente que não soube distinguir entre o texto e o comentário.''

      Concluo dizendo que isso é assunto complicado, e que deve-se tomar muito cuidado. Respeito os que pensam diferente, mas eu prefiro não levar esse verso em conta. Obrigado pela resposta.

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    3. Caríssimo Felipe, o Nosso Senhor Jesus Cristo não era nenhum exegeta, na verdade a Bíblia afirma que Ele sequer havia estudado (Jo.7:15), e mesmo assim isso não o impediu de debater com os mestres da lei com doze anos de idade (Lc.2:46). Além disso, a minha opinião não é a minha apenas, mas a de exegetas e conhecedores profundos do grego e dos originais da Escritura. Você mencionou um comentário de um autor desconhecido que cometeu vários equívocos em seu texto, como por exemplo:

      1) Afirmar que Ap.20:5 não se encontra nos manuscritos gregos de maior crédito, quando aparece no Códice Alexandrino que tem crédito na crítica textual.

      2) Dificilmente o texto de Ap.20:5 seja uma interpolação, visto que o trabalho dos escribas era de simplesmente TRADUZIR e não de INTERPRETAREM aquilo que traduziam. Além disso, como me referi, dificilmente todos os manuscritos minúsculos do Apocalipse, latinos inclusive, iriam traduzir uma forma que não estaria presente no original grego. Será que eles não conheciam o Códice Vaticano e o Sinaítico?

      3) E, pra terminar, mesmo que Ap.20:5 fosse uma adição espúria ao original, isso não tem ABSOLUTAMENTE NADA A VER com o exposto por mim no meu artigo, visto que eu me baseei no texto de Apocalipse 20:4, que está presente em todos os manuscritos que contém o Apocalipse, e que afirma que essa ressurreição ocorre posteriormente à grande tribulação. Sendo assim, mesmo se o texto fosse espúrio, isso em nada afetaria meu argumento que se baseia em Ap.20:4 e não propriamente em Ap.20:5 que é mera continuação daquilo que JÁ HAVIA SIDO EXPOSTO.

      Deus te abençoe.

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  2. Olá! A paz no Senhor! Fiquei com uma dúvida, desculpe meu não entendimento no assunto... O arrebatamento vai ocorrer então após a segunda ressureição? Porque caso ela ocorra IMEDIATAMENTE após a primeira e antes da segunda, quer dizer que existirão crentes reinando no milênio, crentes com o "...Senhor nos ares..." e os outros que ainda não ressuscitaram?? Sendo depois da segunda, o arrebatamento vai ocorrer antes ou depois do julgamento do grande Trono Branco? E esse julgamento e o das Nações é o mesmo? Obrigado pela atenção!

    Luiz

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    1. Olá, Luiz, a paz de Cristo.

      O arrebatamento vai ocorrer após a PRIMEIRA ressurreição, descrita em Apocalipse 20:4, já depois de todas as tribulações apocalípticas haverem ocorrido.

      E sim, haverá crentes ressurretos (os mártires da tribulação) reinando no milênio junto aos crentes que permaneceram vivos por toda a tribulação e que foram arrebatados para depois reinarem com Cristo na terra, ao passo que os demais crentes falecidos permanecem mortos até a segunda ressurreição, que é posterior ao milênio.

      Esses demais só ressuscitarão ao término do milênio (Ap.20:5), e então reinarão no estado eterno junto aos demais salvos na Nova Jerusalém celestial que desce dos céus para a Nova Terra prometida (Ap.21:1). O juízo é posterior ao arrebatamento e posterior à tribulação (ninguém é julgado antes de morrer e ressuscitar, confira em Rm.2:16 e At.17:31). E trata-se do mesmo julgamento, não creio em mais de um juízo porque em absolutamente TODAS as ocasiões em que a palavra "juízo" ocorre na Bíblia ela aprece no SINGULAR e não no plural. Sobre este tema do juízo lhe recomendo este artigo em questão:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/os-dois-juizos-e-recompensa-imediata.html

      Deus lhe abençoe e até mais.

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  3. É a primeira vez que estou passando por aqui pelo site e gostei das postagens, pois falando de maneira franca, demonstrou ser uma pessoa interessada em transmitir a verdade, como sendo o real estado dos assuntos abordados na bíblia. Mas gostaria antes de mais nada dizer que sou em certo sentido adepto de nenhuma das linhas de interpretação do arrebatamento e ao tempo concordo com duas linhas principais, a saber:1. A do pré-tribulacionismo; 2. a do pós-tribulacionismo. Parece contraditório, não? Mas não é. As duas correntes estão corretas, uma vez que a bíblia diz que haverá arrebatamento antes e durante e no final da grande tribulação. Vejamos algumas passagens bíblicas que confirmam isso:
    Três livros no Novo testamento expõem de maneira implícita a questão, sendo Mateus, Tessalonicenses e Apocalipse. Começarei a minha abordagem por Mateus, especificamente o CAPÍTULO 24, no qual os que são contra utilizam o versículo que trata que se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria, versículo 22, o que daria a entender que os crentes passarão pela grande tribulação. No entanto, existe um princípio que deve ser observado ao estudarmos as escrituras, o qual deve ser interpretar o texto dentro do seu contexto e para tanto, devemos nos atentar para que público foi endereçado evangelho de Mateus, que foi certamente o público judeu, evangelho este que tenta provar que Jesus é o legítimo sucessor do trono de Davi, razão pela qual é-nos dito que é Filho de Davi. Então, ao falar sobre a grande tribulação neste capítulo o Senhor Jesus estava certamente se referindo aos judeus, fato comprovado pelos versículos que se seguem, como é citado o sábado e especialmente o versículo 30-31, nos quais existe a referência, "tribos da terra" ou seja, as 12 tribos de Israel (Zc 12:10-14), no caso o Israel remanescente, que Paulo diz em Romanos. Logo, aqui nestes versículos que vão do 15 até o 31, o Senhor Jesus está se referindo a situação de Israel da terra e não da sua igreja. Alguns quando leem estes versículos pensam que os escolhidos aqui são os crentes do Novo Testamento, mas o versículo 31 diz que o Senhor enviará os seus anjos para reunir os Seus escolhidos, cumprindo as profecias referentes a plena Restauração de Israel, como se confirma pelos versículos em Dt.30:3-5; Is43:5-7; 49:9-13,22-26; 51:11, 56:8; 60:4; 62:10-12; Ez. 34:13; 37:21; 28:25. Todos esses versículos nos mostram que Deus dispersou o povo judeu, mas que no final dos tempos ele mesmo ajuntaria novamente a sua descendência terrena de Abraão. Não podemos portanto, considerar como sendo uma citação sobre os eleitos no Novo testamento pela graça, salvos por meio da fé e sim os que são na carne descendentes terrenos de Abraão. Por essa ocasião terá se cumprido o que Paulo diz de a plenitude dos gentios, Rm 11:25. Os judeus terão se arrependido e clamarão reconhecendo Jesus como sendo o verdadeiro Messias. Isso ocorrerá no final da grande tribulação, após a morte e ressurreição das duas testemunhas de Apocalipse. Mas encerrando a parte que concerne a nação de Israel, que vai até o versículo 31, deste mesmo capítulo, O Senhor Jesus começa a falar da situação dos seus crentes e os alertas, por meio da representação dos discípulos, ficarem vigilantes para que aquele dia não os pegue de surpresa, e até mesmo é falado sobre aprender da Figueira a Parábola, uma representação da Nação de Israel, que estava sob maldição, "seca", como registrado nas profecias em Jr.24:3,5,8; Os 9:10. No entanto, desde 1948, após 19 séculos, Israel voltou a ser nação, fato importantíssimo para que as profecias relacionadas a Israel começassem a serem cumpridas e dentre elas não poderíamos deixar de citar a reconstrução do templo, como é indicado em Mt. 24:15; 2 Ts 2:4, o qual ocorrerá próximo ao fim desta era.

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  4. A mulher que é perseguida no capítulo doze de Apocalipse, refere-se aqueles que ficaram, que não foram arrebatados, que não foram "colhidos", pois não estavam "maduros", sendo para estes necessário que passassem pela grande tribulação com a finalidade de amadurecerem.Alguns podem estranhar esse termo amadurecer, no entanto, os crentes no Novo testamento são tipificados como uma lavoura, 1Co 3:9, nesta lavoura eles estão crescendo em Cristo e Cristo Neles, a fim de se tornaram plenos de Cristo.No entanto, é fato que nem todos os que receberam a Cristo, nem todos que constituem o povo de Deus crescem com o mesmo crescimento, pois isso dependerá da busca de cada um e por ocasião da segunda vinda de Cristo, alguns de seus servos, não estarão numa condição "madura", para serem ceifados, isto é, arrebatados, por isso serão deixados na terra com a finalidade de se voltarem ao Senhor e amadurecerem, para que também sejam arrebatados. Podemos dizer isso baseados em tipologias no antigo testamento que falam da lavoura que crescia na boa terra de Canaã, e os frutos que amadureciam primeiro, se tornavam primícias que eram levadas diretamente para o templo de Deus, em Sião, com a exclusiva finalidade de satisfação para Deus e seu serviço sacerdotal. Esta tipologia o Senhor Jesus mostra-nos na parábola do semeador, mostrando que a ceifa é o fim dos tempos e a semente é ele próprio como a palavra viva que entrou nos crentes e cresce até se torna pleno dentro deles. Além disso, Ap. 14:1-5, mostra-nos sobre as primícias, ou seja, os primeiros frutos amadurecidos que foram comprados da terra e dentre os homens, e que estão de pé no Monte Sião, que certamente não é na terra e sim nos céus, Hb.12:22, indicando que não mais estão na terra, mas foram arrebatados aos céus, como tipificado pelas primícias levadas ao templo de Deus. Os que argumentam em contrário, tomam como base o texto em tessalonicenses com todos os sinais previstos sobre o anticristo, mas erram feio ao não perceberem que na verdade se trata do arrebatamento dos vencedores tardios, os vencedores sobre o mar de vidro, que amadurecerão na grande tribulação, sendo muitos deles martirizados, outros passando por prisão, estando portanto debaixo da perseguição do anticristo, pois ele perseguirá os restantes da descendência da mulher durante o período de 1260 dias, ou três anos e meio, incluindo os que guardam os mandamentos de Deus-judeus e tem o testemunho de Jesus-cristãos. Estes foram os que ficaram, e não os que foram arrebatados. Ainda há outro versículo interessante que diz assim: "depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados para o encontro do Senhor nos ares.." algumas versões não trazem este versículo assim, "os que ficarmos", querendo mostrar que os vivos e os que ficarem são uma só coisa, mas gramaticalmente não o são, pois os que ficarmos modifica o substantivo os vivos, indicando portanto que não serão todos os vivos e sim os que ficarem... logo, se alguns ficaram, dar a entender que outros foram arrebatados. Isso implica que Paulo está falando do arrebatamento geral dos crentes, pois de fato, antes de terminar a grande tribulação, nenhum crente poderá ficar na terra, pois o Senhor terá que começar o seu juízo, e este começa pela casa Dele. Este juízo ocorrerá em seu tribunal nos ares e certamente precede aos mil anos. Os que apostam que haverá só um juízo, engana-se, pois Paulo nos diz claramente que haveremos de julgar até os anjos e o mundo...

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  5. Além disso, o Senhor dará autoridade aos apóstolos para julgar as doze tribos de Israel. Se nós iremos julgar o mundo todo, inclusive os anjos, por consequência indica que nós próprios já passamos pelo julgamento. Seria ilógico dizer que seremos os que julgam, mas ao mesmo tempo seremos julgados no trono branco. Creio que da maneira bíblica, o juízo do trono Branco não será para cristãos e nem para judeus, e sim para as nações e todas as pessoas que morreram em incredulidade. os Crentes já tiveram parte na primeira ressurreição e o Senhor os julgou antes do reino milenar, para decidir se alguns reinarão os mil anos ou não, conforme descrito em 1ªCo3:10-15.

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    1. Caro Cícero, tomara que você não fique irritado comigo por dizer isso, mas seu texto não parece ter sido escrito com a finalidade de ser lido, e muito menos para ser respondido. Eu me cansei na metade e nem continuei lendo. Se o que você deseja é expor o seu pensamento para os outros leitores, ok, sem problemas. Mas se o que você deseja é que eu responda ou comente isso aí, você vai ter que ser mais sucinto ao expor suas ideias, colocar uma coisa de cada vez, de forma organizada, pois eu não tenho tempo para refutar livros inteiros de cada vez.

      Agradeço a compreensão. Fique com Deus.

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