Partir e estar com Cristo. Quando?


Ausente do corpo e presente com Cristo. Quando? – Começaremos o nosso estudo sobre o pensamento de Paulo em relação à vida após a morte analisando de forma aprofundada as passagens que mais são constantemente utilizadas pelos imortalistas na tentativa de ensinar que Paulo era adepto da doutrina imortalista. Eles citam principalmente duas passagens nas quais o apóstolo expressa o mesmo pensamento, de que queria "partir e estar com Cristo", ou que desejava estar "ausente do corpo e presente com Cristo". Examinaremos tais passagens dentro de seu devido contexto, analisando-as exegeticamente, a fim de vermos se os argumentos imortalistas são ou não coerentes:

“Porquanto, para mim, o viver é cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (cf. Filipenses 1:21-23)

Para entendermos o que Paulo fala em Filipenses 1:21-23 é de extrema importância analisarmos o que ele diz em 2ª Coríntios 5:1-8, pois ele reafirma exatamente o que ele disse aos filipenses (sobre partir e estar com Cristo), mas de forma mais extensa e aprofundada, explicando dentro do contexto o que ele entendia como sendo esse partir e estar com Cristo:

"Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; Se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito. Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (cf. 2ª Coríntios 5:1-8)

Os imortalistas tem o costume de jogarem o verso 8 de 2ª Coríntios 5 de forma isolada, retirando-o de seu devido contexto, como já é de costume, sempre isolando um verso de seu contexto. A razão pela qual eles nunca falam do contexto que envolve esses textos é porque sabem que a análise meticulosa deles refuta as suas próprias teses de imortalidade da alma. Paulo inicia o verso 1 de 2ª Coríntios 5 dizendo:

"Se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus" (v.1)

Quando Paulo fala que a nossa casa terrestre vai se desfazer, ele não está se referindo à nossa casa literal onde moramos, construída a base de tijolos, mas sim do nosso corpo mortal, fazendo a mesma analogia que fez o escritor de Hebreus a este respeito, quando disse:

"... mas Cristo é fiel como Filho sobre a casa de Deus; e esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à confiança e à esperança da qual nos gloriamos" (cf. Hebreus 3:6)

Quando “a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer” não é uma referência à uma casa literal feita à base de madeira ou tijolos onde Paulo morava, ele não estava preocupado com o destino de uma moradia terrena porque ele disse claramente que “até agora não temos tido residência certa” (cf. 1Co.4:11). Se ele nem moradia fixa tinha e frequentemente escrevia em prisões, é evidente que a referência é ao seu próprio corpo terreno.  

Portanto, dentro da analogia que faz o apóstolo Paulo, ao dizer que essa casa terrestre deste tabernáculo se desfará ele estava se referindo à sua própria morte corporal, ou seja, a este presente corpo mortal que passará pela morte física. Mas Paulo continua nessa mesma analogia, dizendo que, quando essa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer (i.e, quando este corpo mortal perecer) temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. A que ele se refere aqui? Logicamente, se a casa deste tabernáculo se refere ao nosso presente corpo mortal e corruptível, o edifício eterno a que Paulo se refere diz respeito ao nosso corpo imortal e incorruptível da ressurreição.

Da mesma forma que o apóstolo não estava falando de casas literais de tijolos na primeira parte do verso, mas de um corpo mortal e corruptível que temos hoje, igualmente na continuação do verso ele complementa essa mesma analogia, não se referindo a uma casa literal nos céus (como uma "mansão celestial", como pensam alguns), mas sim a um corpo imortal e incorruptível, em contraste a este presente corpo mortal e corruptível que possuímos hoje. Somente desta forma a analogia de Paulo faria sentido. Ele afirma que iria morrer fisicamente (casa terrestre deste tabernáculo se desfazendo), para obter um edifício superior e eterno (corpo imortal da ressurreição). Mais claro ainda é a afirmação subsequente, onde ele diz:

“...temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos humanas” (v.1)

Essa “casa não feita por mãos humanas”, como já vimos na analogia traçada pelo apóstolo, não se refere a uma morada celestial, mas ao corpo ressurreto, pois não está em contraste a uma morada terrena, mas ao corpo físico atual. A linguagem expressa por Paulo, acerca de ser “uma casa não feita por mãos”, fortalece ainda mais este fato, pois essa foi também exatamente a mesma linguagem utilizada por Jesus quando se referiu ao seu corpo ressurreto:

“Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outronão feito por mãos de homens (cf. Marcos 14:58)

Este edifício “não feito por mãos de homens” que Cristo disse que edificaria em três dias não é o próprio templo de Jerusalém em si, que até hoje está em ruínas, nem uma morada celestial, mas sim o seu próprio corpo ressurreto, pois de fato ele ressuscitou três dias depois, em um corpo glorificado. Por isso, João ressalta que “ele falava do templo do seu próprio corpo” (cf. Jo.2:21). Assim, vemos que esse edifício que Paulo se refere, que estava em contraste a um corpo físico terreno e que não foi feito por mãos humanas, não é uma morada celestial, mas um corpo ressurreto.

Só pela análise desse verso 1 já podemos compreender perfeitamente que a visão de Paulo não era de se desfazer deste corpo mortal para habitar no Céu sem um corpo antes da ressurreição, mas era de se desfazer deste corpo mortal para obter um corpo imortal que teremos na ressurreição dos mortos. Se o apóstolo traça um paralelo entre a casa e o edifício, e essa casa não é uma casa literal mas sim o corpo terreno, então é evidente que o edifício que Paulo se referia também não é um edifício literal que está no Céu, mas sim um corpo ressurreto celestial.

Com efeito, Paulo nada falava sobre estar com Cristo em um estado intermediário entre a morte e a ressurreição, onde estaremos despidos (sem um corpo), mas sim sobre a própria ressurreição, quando estaremos revestidos de nosso "edifício" eterno nos céus (i.e, de um corpo imortal da ressurreição). Essa ideia fica ainda mais clara quando prosseguimos na leitura com o verso 2, onde o apóstolo diz:

"E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu"(v.2)

Paulo complementa no verso 2 a ideia do verso 1, de que morreria com o desejo de ser revestido. Mas revestido do que? Da espada do Zorro? Não, mas revestido de um corpo imortal e incorruptível. No original grego, a palavra utilizada por Paulo aqui é ependuomai, que, de acordo com a Concordância de Strong, significa: "colocar sobre, vestir-se"[1]. Ela vem da palavra enduo, que tem o mesmo significado:

1746 ενδυοω enduo
de 1722 e 1416 (no sentido de entrar em uma veste) TDNT - 2:319,192; v
1) entrar numa (roupa), vestir, vestir-se.

Essa é exatamente a mesma palavra que Paulo usa quando se refere ao revestimento que os crentes irão passar na ressurreição:

"E, quando isto que é corruptível se revestir [enduo] da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir [enduo] da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória" (cf. 1ª Coríntios 15:54)

Portanto, Paulo estava dizendo que iria morrer para ser revestido de um corpo glorioso ressurreto. Ele não estava neste verso dizendo que iria para o Céu, mas que seria revestido de algo que é do Céu. Ele não disse: "desejando ir para a nossa habitação no Céu"; mas sim: "desejando ser revestido da nossa habitação, que é do Céu". Com efeito, a ideia que é passada aqui não é de morrer e ir para o Céu sem um corpo, mas sim, como vimos pelo contexto, de ser revestido de um corpo ressurreto, que é "do Céu", isso é, celestial, glorioso, em contraste a este presente corpo mortal, corruptível.

A nota de rodapé da NVI (Nova Versão Internacional) parece concordar com tal interpretação lógica do texto bíblico, com "habitação terrestre" sendo uma referência ao corpo terreno e que "gememos" esperando o revestimento de um corpo glorioso ressurreto:

"Temporária habitação terrena em que vivemos. Nosso corpo (v. 2Pe 1.13). Como uma tenda, temporária e pouco durável, nosso corpo é frágil, vulnerável e se desgasta (4.10-12,16)"[2]

"Gememos. Porque ansiamos pela perfeição que será nossa ao nos vestirmos do glorioso corpo espiritual (cf. 1Co 15.42-49)"[3]

Portanto, podemos ver que o desejo de Paulo, pelo qual ele "gemia" (v.2), não era de habitar no Céu como um espírito incorpóreo antes da ressurreição dos mortos em algum estado intermediário, mas sim de alcançar a ressurreição dos mortos. A tradução da CNBB verte o verso 2 de forma ainda mais direta: "por isso, suspiramos neste estado, desejosos de revestir o nosso corpo celeste". E isso fica ainda mais nítido quando vemos o verso seguinte, que diz:

"Se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus" (v.3)

É de consenso até mesmo entre os imortalistas que o "nus" no verso 3 se refira a um estado não-corporal, isto é, destituído de corpo, ao passo que o "vestidos" se refira ao revestimento do corpo ressurreto ao qual Paulo se refere em todo o contexto. A nota de rodapé da NVI também concorda com isso e afirma:

"Nus. Sem a roupagem de um corpo, estado daqueles cuja habitação terrena, temporária, foi desmantelada pela morte"[4]

Portanto, "vestido" seria o revestimento de um corpo ressurreto e "despido" (ou "nu") seria ficar sem um corpo, ou seja, ficar morto. Para os imortalistas, esse "nu" seria o estado consciente dos espíritos incorpóreos que aguardam a ressurreição dos mortos no Céu, distinguindo da visão mortalista que interpreta o "nus" como sendo o estado sem vida entre a morte e a ressurreição, em que os mortos não estão no Paraíso, mas em suas sepulturas. A visão imortalista deste verso fica bem clara na análise que o Pr. Airton Evangelista da Costa faz deste texto:

"2 Co 5.4: '...não queremos ser despidos, mas vestidos de novo, para que o mortal seja recolhido pela vida'. O estado do crente de ser despido não se refere ao corpo no sepulcro, mas ao espírito que aguarda o 'corpo da glória' na ressurreição"[5]

Porém, o próprio Paulo refuta tal tese de que seja possível viver no Paraíso sem um corpo, na forma de um espírito incorpóreo no Céu antes da ressurreição, pois deixa claro que no Céu não seria achado despido, mas vestido. Outras traduções deixam isso ainda mais claro, ao verterem o verso 3 da seguinte maneira:

"Contanto que sejamos achados vestidos e não despidos" (versão Ave Maria)

"E isso será possível se formos encontrados vestidos, e não nus" (versão da CNBB)

"O que será possível se formos encontrados vestidos, e não nus"
 (Bíblia de Jerusalém)

O professor Azenilto Brito também destacou isso ao dizer:

"Se vestido significa estar num corpo, estar nu é ficar sem um corpo. Observe que Paulo deixa muito claro que a vida futura é uma condição de vestido e não de nu! Ele dá não dá absolutamente qualquer apoio ao ensino de vida sem um corpo"[6]

Com efeito, Paulo refuta a tese de que o "despido" se refira a uma condição consciente no Céu como um espírito incorpóreo antes da ressurreição, pois afirma que tal coisa só seria possível se fosse encontrado vestido (com corpo), e não nu (sem corpo). Prova disso é o verso seguinte, onde ele reitera essa pensamento com ainda mais força:

"Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida" (v.4)

Paulo diz claramente que não queria ser despido, mas revestido. Ora, se a condição de "despido", conforme os imortalistas dizem, se refere a uma condição consciente no Céu onde já estamos com Cristo em forma de espírito incorpóreo, Paulo iria desejar isso mais do que tudo, pois o maior desejo do cristão é estar com Cristo, independentemente se isso vai acontecer com ou sem um corpo. Seria muito estranho que o “despido” se relacionasse a um espírito com consciência e personalidade que vai para o Paraíso esperando a ressurreição, pois se fosse assim Paulo não acentuaria tanto que não desejava estar neste estado (vs. 3-4).

O fato de Paulo ter declarado tão enfaticamente que não queria ser despido põe por terra a teoria imortalista de que esse "despido" se refira a uma condição consciente no Céu em um estado intermediário. Seria o mesmo que Paulo estar dizendo: "Eu não quero estar no Céu com Cristo como espírito em um estado intermediário, mas sim ser revestido". Isso faz sentido? É claro que não. Para Paulo, não existia uma condição consciente no Céu sem o revestimento de um corpo.

Quando ele fala sobre estar "despido" ou se encontrar "nu", não se refere a um estado consciente em um estado intermediário, como sonham os imortalistas, mas sim à verdadeira condição em que os mortos passam entre a morte e a ressurreição, onde estão inconscientes e literalmente mortos (i.e, sem vida), destituídos de corpo (porque esperam a ressurreição). É este o estado entre a morte e a ressurreição que Paulo tinha em mente, e por isso ele afirmou que não queria ser despido, mas revestido; ou seja, que para ele não interessava nem era de nenhum valor esse estado entre a morte e a ressurreição em que não estamos com vida, mas o que ele queria mesmo era ser revestido (ressuscitar). Joe Crews também observa isso nas seguintes palavras:

"Ele não está ansioso para o sono da morte (sendo 'despidos') quando ele não estaria com o Senhor, mas ele está esperando pela redenção do corpo quando ele ia ser revestido com a 'casa eterna nos céus'. Nesta vida ele estaria vestido com um corpo mortal, e depois a mortalidade seria 'absorvida pela vida', e ele teria um celestial corpo imortal. Mas tanto no tabernáculo terreno quanto no celestial ele continua a ter um corpo. Paulo não faz referência à uma alma separada do corpo. Ou ele possui um corpo neste planeta e está ausente do Senhor, ou ele possui um corpo redimido no céu, e está presente com o Senhor"[7]

Isso mostra, mais uma vez, que Paulo não tinha em mente a visão que os imortalistas tem sobre a vida após a morte, em que estamos com Cristo enquanto despidos (sem corpo, e supostamente como espíritos incorpóreos ou almas desencarnadas) esperando a ressurreição em um estado intermediário, mas sim de que não existe vida na condição de despido, e por isso o desejo dele era de ser logo "revestido", que, como já vimos, significa ressuscitar, ser revestido de um corpo glorioso, ressurreto.

Paulo não iria rejeitar entrar no Céu como um espírito incorpóreo. O que ele estava dizendo é que seu desejo, pelo qual ele "gemia" (v.3), não era o de morrer para entrar no estado sem vida entre a morte e a ressurreição, em que estaremos despidos, inconscientes, sem vida, mas sim para alcançar a ressurreição dos mortos, isto é, para ser revestido novamente (v.4), de um corpo glorioso.

O desejo de Paulo, pelo qual ele gemia carregado, era na esperança de ser revestido para que o mortal fosse absorvido pela vida (v.4). A pergunta final que nos fica é: quando é que se dá este momento tão desejado por Paulo, quando o mortal será absorvido pela vida? Para os coríntios, isso não era uma dúvida, nem uma incógnita, pois o próprio Paulo já lhes havia escrito sobre isso poucos anos antes, em sua primeira epístola a eles:

Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que isso que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isso que é mortal se revista da imortalidade. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória (cf. 1ª Coríntios 15:51-54)

A resposta é clara: a morte só será absorvida pela vida ao soar da última trombeta, por ocasião da ressurreição dos mortos. É somente na ressurreição que o mortal se reveste da vida, que a morte é tragada pela vitória. Seria impossível que o mortal fosse absorvido pela vida logo após a morte em algum estado intermediário em forma de espírito incorpóreo, pois, na teologia imortalista, nosso corpo morre e nossa alma já é imortal. Assim, nada que hoje é mortal ("para que o mortal") seria "absorvido pela vida" após a morte. Obviamente Paulo estava se referindo não a um estado intermediário antes da ressurreição, mas precisamente à ressurreição, quando nossa natureza mortal será transformada em uma natureza imortal (cf. 1Co.15:51-54), com a morte sendo tragada (cf. 1Co.15:54), com o mortal sendo absorvido pela vida.  

Portanto, quando Paulo diz que não queria ser despido, mas revestido, para que o mortal fosse absorvido pela vida, ele não estava dizendo que queria morrer para estar com Cristo em um estado intermediário como um espírito incorpóreo, mas sim que não queria passar pelo estado entre a morte e a ressurreição no qual estaria "despido" (i.e, sem um corpo, porque estaria morto, sem vida), desejando logo chegar a ressurreição, quando seria "revestido" e quando o mortal seria absorvido pela vida. Impossível conciliar isso com a teologia imortalista, segundo a qual Paulo desejava estar com Cristo logo em um estado intermediário e antes da ressurreição. Como bem observou Joe Crews:

"O que se entende pelo termo 'despido'? Repare que Paulo especificamente declara que ele não tinha vontade de estar nu ou despido. Podemos estar certos, então, que o estado despido não envolvia estar com o Senhor, uma vez que Paulo não deseja estar despido [e ele desejava estar com o Senhor]. De fato, o apóstolo fez referência a estar vestido em apenas duas casas, a terrena e a celeste. No estado despido, ele não estava nem vestido com o corpo terreno e nem com o celeste. Isso deixa apenas uma explicação possível. Estar 'despido' ou 'nú' é a condição de morte que é o intervalo entre a dissolução da casa terrena e a entrada na celestial"[8]

Os imortalistas não tem saída, pois se veem obrigados a acreditarem que Paulo estava desejando estar com Cristo e ao mesmo tempo estava desejando não estar com Cristo, pois para eles este encontro de Paulo com Cristo se dá em um estado intermediário como espírito incorpóreo, mas o próprio Paulo diz claramente que não queria estar despido (2Co.5:4). Se esse encontro de Paulo com Cristo se dá enquanto o apóstolo está “despido”, então por que ele diz que não queria estar despido? Seria o mesmo que afirmar que não queria estar com Cristo!

Além disso, a profunda semelhança entre o que Paulo diz aqui em 2ª Coríntios 5:1-5 e o que ele declara em Romanos 8:22,23 (“mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”) faz um paralelo tão impressionante que demonstra que ele tinha a mesma ideia em mente nas duas ocasiões:

AOS CORÍNTIOS (2Co.5:1-5)
AOS ROMANOS (Rm.8:22-23)
"Neste tabernáculo nós gememos" (v.4)
"Também gememos em nós mesmos"(v.23)
"O qual nos deu como penhor o Espírito" (v.5)
"Temos as primícias do Espírito" (v.23)
"Desejando ser revestido da nossa habitação, que é do Céu" (v.2)
"Aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo" (v.23)

A analogia e a comparação dos versos nos deixa muito claro que o momento em que seremos"revestidos da nossa habitação que é do Céu" (cf. 2Co.5:2) é quando teremos a "redenção do nosso corpo" (cf. Rm.8:23), isto é, na ressurreição dos mortos. Joe Crews também discorre sobre isso acentuando tal fato:

"A comparação revela que este revestimento para o Céu tem lugar na 'redenção do corpo'... em outras palavras, mesmo que a morte deva dissolver esse corpo mortal, Paulo torna muito claro que não seremos revestidos da nossa habitação que é do Céu (imortalidade) até a vinda de Jesus e a redenção do corpo. Isto também é estabelecido por repetidas referências ao estado 'nu' ou 'despido'"[9]

E Paulo segue com sua analogia no verso 6, dizendo:

"Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor. Porque andamos por fé, não por vista" (vs. 6-7)

A Bíblia de Jerusalém traduz estes mesmos versos da seguinte maneira:

"Por conseguinte, estamos sempre confiantes, sabendo que, enquanto habitamos neste corpo, estamos fora da nossa mansão, longe do Senhor, pois caminhamos pela fé e não pela visão"(vs. 6-7)

Diante de todo o contexto, como já observamos, Paulo realmente queria estar ausente do corpo, mas não para habitar com o Senhor em estado incorpóreo (despido), mas revestido (ressurreto). Como diz Azenilto, "Paulo não está antecipando uma condição de um corpo desvestido, e sim um corpo revestido (...) Paulo não está descrevendo uma condição de algo imaterial ou o 'despido'. Ele se refere ao momento em que vai receber o corpo imortal. O corpo do qual, então, estará ausente é o seu atual corpo terreno, mas ele não ficará desmaterializado (nu), nesse momento"[10].

Enquanto habitamos neste corpo (habitação terrena) estamos longe do Senhor e da nossa "mansão" (corpo ressurreto), e por isso desejamos estar ausentes deste corpo mortal para estarmos perto do Senhor, como o apóstolo afirma no verso seguinte:

"Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (v.8)

E aqui chegamos, finalmente, ao verso 8, aquele tão usado pelos imortalistas, com a diferença de que nós mostramos o contexto e fazemos amplo uso da exegese e da hermenêutica bíblica, e eles simplesmente fingem que esse verso 8 caiu do Céu sem contexto e nem nada, e de forma isolada deturpam vergonhosamente esse verso bíblico como se indicasse que Paulo estava dizendo que queria estar com Cristo num estado intermediário como espírito incorpóreo, quando diante de todo o contexto o que vemos é exatamente o contrário disso, e que Paulo só estaria com Cristo quando ressurreto, dotado de um corpo glorioso da ressurreição, não despido, mas revestido, não incorpóreo, mas corpóreo, e não antes do mortal ser absorvido pela vida, da morte ser tragada pela vitória.

Paulo desejava realmente estar ausente deste corpo terreno e estar presente com Cristo, mas não despido, senão revestido do corpo glorioso da ressurreição. Como bem disse Azenilto, ele estava "contemplando o além-túmulo, para além da ressurreição, àquele glorioso momento em que iria saudar a Jesus face a face e viver com Ele para sempre"[11]. Ou seja: o desejo de Paulo em estar com Cristo não se concretiza em um estado intermediário despido de corpo, mas na própria ressurreição dos mortos.

Satanás é astuto e sabe tirar um texto de seu contexto para fundamentar uma heresia, e este texto de 2ª Coríntios 5:8 é o maior exemplo disso, a mais vergonhosa adulteração bíblica que já existiu, pois quando posta diante de seu contexto é na verdade um golpe de morte na própria lenda da imortalidade da alma, e revela que Paulo tinha exatamente a mesma mentalidade de um cristão holista.


Partir e estar com Cristo – O texto de Filipenses 1:21-23 expressa exatamente a mesma coisa do texto de 2ª Coríntios 5:8, e, portanto, deve ser interpretado da mesma forma. Paulo queria "partir e estar com Cristo", da mesma forma que alguém pode querer partir para Washington e estar com Barack Obama. Sim, ambos vão deixar algo, um a vida e outro o Brasil. E ambos vão encontrar alguém, um Cristo e o outro Obama. Mas tais frases de maneira nenhuma indicam que isso se dará imediatamente no Chronos seguinte. Para os hebreus, o tempo para de contar para quem morre. Quem morresse estaria inconscientemente morto (cf. Sl.13:3; 30:9; 94:17; 146:4; 6:5; 115:17; Ec.9:5,6,10; Jó 14:11,12; Is.38:18; 28:19), de forma que o intervalo entre a morte e a ressurreição não passaria de um piscar de olhos para o ressuscitado, mesmo que se passassem alguns milênios entre a morte e a ressurreição.

Por isso, a passagem de Paulo em Filipenses aborda a vida após a morte neste aspecto atemporal da existência depois da morte. Algo semelhante ocorre quando o autor de Hebreus escreve que após a morte vem em seguida o juízo (cf. Hb.9:27), mas sabemos que o juízo só ocorre na segunda vinda de Cristo (cf. 2Tm.4:1). Novamente vemos o autor ressaltando o aspecto atemporal entre a morte e a ressurreição. Embora depois da morte venha em seguida o juízo, este juízo só acontece na volta de Jesus, ainda que se passem milênios entre a morte de alguém e a volta de Cristo.

Pela não existência de um estado intermediário, quem morre e volta ao pó não está mais condicionado a tempo e a espaço. A ressurreição vem como em um piscar de olhos, de modo que partimos e estamos com Cristo imediatamente depois, ainda que isso em um aspecto temporal leve anos ou milênios para se concretizar. O pastor Hermes Fernandes, bispo consagrado pela International Christian Communion (comunhão que reúne os bispos de tradição anglicana/episcopal dos cinco continentes) mantém o mesmo ponto de vista e, depois de passar por uma longa reflexão sobre o tema à luz da Bíblia, afirmou:

"A morte é sucedida imediatamente pelo juízo (Hb.9.27). Não há hiato entre os dois eventos. Ao deixarmos essa vida, somos transportados ao Tribunal de Cristo, e à Sua presença imediata. Deixamos o tempo, e entramos em uma esfera atemporal, chamada também de eternidade. Não há estado intermediário entre a morte e a ressurreição, ou entre a morte e o juízo. Foi a doutrina do estado intermediário que proveu um terreno fértil para o surgimento de doutrinas como a do purgatório e da intercessão dos santos, que não possuem qualquer respaldo bíblico consistente. Não devemos esperar que ao morrermos sejamos levados ao Seio de Abraão, para ali esperarmos o momento da ressurreição"[12]

Pouco depois, faz uso exatamente do mesmo contexto incontestável de 2ª Coríntios 5:1-8 para fundamentar essa posição:

"Alguns creem que, ao deixarmos nossos corpos, experimentamos um estágio intermediário, em que seremos tão-somente espíritos desencarnados. Isso é um absurdo. Nosso espírito não deseja viver, senão em um corpo através do qual possa glorificar a Deus. Daí a importância da ressurreição corporal. Paulo chega a afirmar que nós 'gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do Céu, porque estando vestidos, não seremos achados nus. Pois também nós, os que estamos neste tabernáculo (o corpo físico atual), gememos angustiados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida' (2 Co.5:2-4). O crente em Jesus jamais deve desejar ser despido, isto é, viver sem um corpo, através do qual possa servir e louvar ao Seu Deus"[13]

Por fim, ele declara:

"Para quem está vivo no mundo hoje, pode parecer que esse dia esteja num futuro remoto. Mas para quem deixa o mundo hoje, é como se esse dia chegasse imediatamente. Não há intervalo. É como se entrássemos numa máquina do tempo, e fôssemos arremessados em um futuro distante. Lá chegando, não apenas nos encontraremos com o Senhor nos ares, vindo em direção a Terra para julgar os vivos e os mortos, como também encontraremos todos os eleitos de Deus, de todas as eras. Dentre os que morreram em Cristo, ninguém vai chegar primeiro... Por isso Jesus disse que os amigos que granjearmos aqui na terra, serão os mesmos que nos receberão 'nos tabernáculos eternos' (Lc.16.). Na verdade, nos recepcionaremos uns aos outros, pois chegaremos todos juntos. Há ordem de partida, mas não há ordem de chegada. Por vivermos confinados ao tempo e ao espaço, assistimos à partida de cada pessoa que deixa essa vida. Mas na eternidade não haverá ordem de chegada. Todos compareceremos diante do Trono de Deus concomitantemente"[14]

Essa visão bíblica da morte é compartilhada também pelo apologista cristão batista Joe Haynes, que afirmou:

"A Bíblia ensina claramente que quando um crente morre, não há razão para acreditar em qualquer estado intermediário, mas podemos supor que a sua próxima experiência vai ser o momento da ressurreição, quando ele é unido com Cristo sobre a Terra"[15]

O próprio Lutero compartilhou essa visão sobre o estado entre a morte e a ressurreição ao dizer:

"Repentinamente ressuscitaremos no último dia, sem conseguir compreender como morremos e como passamos pela morte"[16]

Como disse Wolfhart, "a continuidade de nossa vida presente com a vida futura da ressurreição dos mortos não deve ser buscada na seqüência linear do tempo; ela reside no caráter oculto do Deus eterno, cujo futuro já está presente em nossas vidas"
[17]. Aqueles que pensam que aquilo que Paulo expressou em Filipenses 1:21-23 sobre "partir e estar com Cristo" por ser algo "incomparavelmente melhor" é algo que vai contra os princípios do mortalismo bíblico defendido pelo próprio Paulo o fazem por pura ignorância, confundindo a crença da mortalidade da alma com a psicopaniquia, popularmente conhecida como "sono da alma", segundo a qual as almas não morreriam, mas estariam dormindo literalmente em um estado intermediário, aguardando a ressurreição dos mortos.

Embora essa outra visão ensine que os mortos só entram no Céu por ocasião da segunda vinda de Cristo, ela falha exatamente em crer que existe um elemento imortal no homem e que sobrevive à parte do corpo, ainda que inconscientemente. Tal não é a visão bíblica sobre a morte. Quando falamos que os mortos dormem, não estamos a dizer que eles estão literalmente dormindo, mas fazendo uso de uma figura de linguagem para um estado sem consciência entre a morte e a ressurreição. É lógico que faz sentido o que Paulo disse em Filipenses 1:21-23, e qualquer mortalista diria o mesmo, porque não existe "vida" ou "tempo" entre a morte e a ressurreição.

Portanto, é realmente um "partir e estar com Cristo", ainda que isso somente se concretize na ressurreição dos mortos. Para Paulo, seria infinitamente melhor a morte, pois desta forma ele seria imediatamente conduzido a Cristo, pela não existência de passagem de tempo entre a morte e a ressurreição, e não por possuir alguma "alma imortal" que sobreviva à morte física e siga a um estado intermediário em condição incorpórea, o que o próprio apóstolo fez questão de negar quando escreveu a mesma coisa aos coríntios (cf. 2Co.5:8), dizendo que queria morrer não para ser despido (sem corpo), mas revestido (com corpo ressurreto), que não estaria no Céu em condição incorpórea, mas "vestido" (cf. 2Co.5:2-3), e que tal coisa se daria quando o mortal fosse absorvido pela vida (cf. 2Co.5:4), na ressurreição.

Desta forma, os textos de 2ª Coríntios 5:8 e de Filipenses 1:21-23 realmente ensinam a iminência em estar com Cristo logo após a morte, mas isso não se dá em função de uma "alma imortal" em nós presente, mas sim pela inexistência de tempo entre a morte e a ressurreição. É deste mesmo modo que o pastor presbiteriano José Luiz Martins Carvalho se posicionou, dizendo:

"A Escritura nos adverte: 'E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo' (Hb 9.27). O juízo segue-se à morte, pois passa-se do chrónos aokairós, muda-se o parâmetro temporal. Do tempo linear para a eternidade. Logo, para o cristianismo bíblico não há imortalidade nem sono da alma [psicopaniquia], mas apenas a mudança de estado do tempo para a eternidade. Na Parousia, tempo e eternidade se encontrarão. É isto que, hoje, ansiosamente aguardamos!"[18]

Francis D. Nichol ainda faz importantes observações que nos mostram pela Bíblia que é comum dois acontecimentos estarem ligados ainda que divididos por um longo período de tempo entre eles em um aspecto temporal:

“Não é incomum um escritor bíblico reunir eventos que estão separados por um longo espaço de tempo. Geralmente, a Bíblia não entra em detalhes, mas apresenta os pontos realmente importantes do trato de Deus com a humanidade no transcorrer dos séculos. Por exemplo, Isaías 61:1 e 2 contém uma profecia da obra que Cristo faria em Seu primeiro advento. Em Lucas 4:17-19 está o relato de Cristo lendo essa profecia para o povo e informando: ‘Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.’ (v.21). Mas um exame cuidadoso revelará que Cristo não leu toda a profecia de Isaías, embora evidentemente ela seja uma declaração conectada. Ele terminou com a frase: ‘Apregoar o ano aceitável do Senhor’. Mas a frase seguinte da sentença é: ‘E o dia da vingança do nosso Deus’. Ele não leu essa parte porque ela não devia se cumprir logo. A passagem de Isaías nem mesmo sugere que um período de tempo se interpõe entre esta frase e as precedentes. Mas outras passagens bíblicas indicam claramente tal fato, e é pelo exame de todas as outras passagens que entendemos uma profecia breve e condensada como essa de Isaías”[19]

E ele continua destacando agora o período de mil anos que se interpõe entre a vinda de Cristo e a destruição desta terra, que é ligado por Pedro como se não houvesse período de tempo significativo entre eles:

“Ou considere a profecia do segundo advento conforme apresentada em II Pedro 3:3-13. Se nenhuma outra passagem bíblica fosse comparada com essa, poderíamos facilmente chegar à conclusão de que o segundo advento de Cristo resulta imediatamente na destruição do mundo pelo fogo. Todavia, quando comparamos II Pedro 3 com Apocalipse 20, aprendemos que um período de mil anos se interpõe entre o segundo advento e a destruição do mundo pelo fogo. Pedro estava apenas dando um breve sumário dos extraordinários eventos iminentes. Ele passou imediatamente do grande fato do segundo advento para o próximo grande ato no drama do trato de Deus com este planeta: sua destruição pelo fogo. No caso da profecia de Pedro, assim como no da profecia de Isaías, não há necessidade de confusão se seguirmos o plano de comparar passagem com passagem para preencher os detalhes”[20]

Vemos, portanto, que em absolutamente nada o "partir e estar com Cristo" implica em uma alma incorpórea vivendo conscientemente em algum estado intermediário antes da ressurreição, o que não é dito em parte nenhuma da teologia paulina e é negado pelo próprio apóstolo quando trata dessa mesma questão com mais amplitude, como vimos na exegese de 2ª Coríntios 5:1-8. Os imortalistas que formulam argumentos como esse demonstram não conhecerem a doutrina mortalista, confundindo-a com a psicopaniquia, crendo que achamos que existe passagem de tempo entre a morte e a ressurreição e anulando a iminência da mensagem de Paulo sobre estar com Cristo. Se pelo menos entendessem aquilo que tanto criticam, poderiam talvez formular argumentos mais sólidos.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)

Extraído de meu livro: "A Lenda da Imortalidade da Alma"


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[1] Léxico da Concordância de Strong, 1902.
[2] Nota de rodapé da Nova Versão Internacional em 2Co.5:1, p. 1991.
[3] Nota de rodapé da Nova Versão Internacional em 2Co.5:2, p. 1992.
[4] Nota de rodapé da Nova Versão Internacional em 2Co.5:3, p. 1992.
[5] COSTA, Airton Evangelista. Reflexões sobre a imortalidade da alma. Disponível em: <http://solascriptura-tt.org/AntropologiaEHamartologia/ReflexoesImortalidadeAlma-AECosta.htm>. Acesso em: 16/08/2013.
[6] BRITO, Azenilto. O que é estar ausente do corpo. Disponível em: <http://www.c-224.com/Ausente.html>. Acesso em: 19/08/2013.
[7] CREWS, Joe. O que a Bíblia diz sobre estar ausente do corpo. Disponível em: <http://setimodia.wordpress.com/2008/12/16/livreto-o-que-a-biblia-diz-sobre-estar-ausente-do-corpo/>. Acesso em: 19/08/2013
[8] ibid.
[9] ibid.
[10] BRITO, Azenilto. O que é estar ausente do corpo. Disponível em: <http://www.c-224.com/Ausente.html>. Acesso em: 19/08/2013.
[11] ibid.
[12] FERNANDES, Hermes Carvalho. Afinal, para onde vamos ao morrer? Parte 1. Disponível em: <http://www.hermesfernandes.com/2009/12/afinal-pra-onde-vamos-ao-morrer-parte-1.html>. Acesso em: 16/08/2013.
[13] ibid.
[14] FERNANDES, Hermes Carvalho. Afinal, para onde vamos ao morrer? Parte 2. Disponível em: <http://www.hermesfernandes.com/2009/12/pra-onde-vamos-ao-morrer-parte-2.html>. Acesso em: 16/08/2013.
[15] HAYNES, Joe. Por que não creio em um "estado intermediário" entre a morte e a ressurreição? Disponível em: <www.revistacrista.org>. Acesso em: 16/08/2013.
[16] WOLF, Manfred. p. 92.
[17] PANNENBERG, Wolfhart. Systematische Theologie –Vol. 3, p. 574.
[18] CARVALHO, José Luiz Martins. Imortalidade da Alma ou Ressurreição da Vida? Disponível em: <http://teologiahoje.blog.com/2010/07/01/imortalidade-da-alma-ou-ressurreicao-da-vida/>. Acesso em: 16/08/2013.
[19] NICHOL, Francis David. Respostas a Objeções. Tatuí: Casa, 2004.
[20] ibid.

Comentários

  1. Edson Banzoli, Voce foi brilhante!

    Muito bom, mas muito bom mesmo!

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    1. Ainda não sabem que é o Tuck? ahhhh mama mia você só pode estar de brincadeira... Ele esta entre seus amigos do Orkut, é natural do Rio de Janeiro, mas não mora no Rio. Esse cidadão enganou todo mundo que nem imaginava que ele podia ser o Frei...

      O camarada ainda arrumou um encontro fictício entre ele o Tuck...

      Já falei demais!

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    2. Hmmm... eu ainda não sei, nem uso mais o Orkut :(

      Ele tinha uma foto dele no perfil, mas ninguém sabia se era dele, parecia de um cara dos EUA jogando em algum cassino de Las Vegas...

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  2. Lucas, ótima exegese, meus sinceros parabéns!
    O Espírito Santo anda lhe dando muito dons, e estão virando em frutos excelentes.
    Queria só fazer uma colocação:
    No verso 1 de I Coríntios 2:5, a palavra TABERNÁCULO no grego é σκῆνος(skénos) que significa literalmente tabernáculo, tenda(ou seja, uma habitação temporária) e metaforicamente significa o corpo humano, em que a vida habita como em uma barraca, e que é levado para baixo no momento da morte.
    Se tudo vai a baixo, como a barraca continua em algum lugar intermediário? Impossível!
    Assim lendo na sua exegese não nos achamos despidos, e não teremos uma barraca na ressurreição, teremos uma casa, um edifício, algo sólido e não-temporal.
    Abraço Lucas e que Deus o abençoe!

    ResponderExcluir
  3. Olá Lucas, considerando que o corpo é as vestes da alma, eu entendo que está despido ou nú, refere- se a ausência de um corpo, Paulo poderia perfeitamente está dizendo, que não desejaria está sem corpo, pois ele sabe perfeitamente que nesse estado, não desfrutaria da bem aveturança prometida aos fieis, uma dela é a "redenção do corpo", em uma outra oportunidade Paulo diz que desejaria partir e está com Cristo, mas julgava mais necessário a sua presença por conta da obra, do que sua ausência, nesse mesmo sentido, Paulo pode está dizendo que deseja ser revestido, mas não por que, quer morrer(despido),Paulo sabia que ficar na carne era mais necessário a obra, do que sua ausência na carne(morte).
    Abraços Lucas,
    Deus continue te abençoando.

    ResponderExcluir
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    1. Oi, Neilom, a paz. Concordo que Paulo queria ficar na carne pois era mais necessário para a obra, mas a questão é: por que razão ele tinha o DESEJO de “partir”? A resposta é clara no texto aos filipenses: PARA ESTAR COM CRISTO. Mas se esse estado em que ele ESTÁ COM CRISTO é um estado de DESPIDO, isto é, SEM UM CORPO, então por que Paulo diz claramente que NÃO desejaria estar despido? É aí que reside a incoerência imortalista. Seria o mesmo que dizer que Paulo desejaria estar com Cristo, mas não queria estar com Cristo. Ou seja: em um lugar ele diz que “QUERO PARTIR E ESTAR COM CRISTO”, aí em outro lugar ele diz: “EU QUERO PARTIR NÃO PARA SER DESPIDO, MAS REVESTIDO”. Mas pera aí. Paulo não se encontraria com Jesus em um estado intermediário, como um espírito incorpóreo, despido, antes de ser revestido?

      Então essa é uma ótima evidência de que o momento em que Paulo se encontraria com Cristo, ou seja, em que esse ESTAR COM CRISTO se consumaria, é quando ele seria REVESTIDO, isto é, na ressurreição. Então tudo começa a fazer sentido. Paulo queria morrer para estar com Cristo, mas sabia que não estaria com Ele em um estado intermediário, ou seja, um estado sem vida, sem consciência, sem existência, atemporal. Ele sabia que esse “estar com Cristo” se consumaria na ressurreição. Aí ele diz: “pois não queremos ser despidos, mas REVESTIDOS”. Ou seja: que esse estado entre a morte e a ressurreição é um estado QUE ELE NÃO DESEJA ESTAR, o que não faz absolutamente nenhum sentido se é NESSE ESTADO EM QUE ELE ESTARIA COM CRISTO.

      Um abraço e que Deus lhe abençoe!

      Excluir
  4. Olá Lucas, muita boa sua resposta, mas vamos, mais alguns comentários:
    Vc disse;

    por que razão ele tinha o DESEJO de “partir”? A resposta é clara no texto aos filipenses: PARA ESTAR COM CRISTO. Mas se esse estado em que ele ESTÁ COM CRISTO é um estado de DESPIDO, isto é, SEM UM CORPO, então por que Paulo diz claramente que NÃO desejaria estar despido? É aí que reside a incoerência imortalista.

    Lucas sabemos que uma das maiores esperança da Igreja, é ressurreição dos mortos, pois sabemos que este foi o salário do pecado e Jesus veio triunfar sobre a morte, mas para isso precisava ser sacrificado para vencer a morte, e nesse sentido, tragada foi a morte pela vitória, pois bem, Paulo estava falando que desejaria ser glorificado, mas não por que desejaria morrer, pois essa glorificação, ele sabia perfeitamente quando ela ia acontecer, não na morte, mas no grande dia que o Senhor reservou, então o que Paulo estava querendo dizer, era que ele tinha o grande desejo de ser revestido, mas isso não quer dizer que ele desejaria morrer,o desejo dele estava na glorificação e não na morte, isso aos Corintos.
    Agora, quando Paulo fala que deseja partir e está com Cristo aos Filipenses, é um contexto diferente do que ele fala aos Corintos, aos Filipenses, ele fala do desejo de descansar da obra do Senhor, estando com Cristo, que nesse sentido é descanso, já aos Corintos, ele fala do desejo de ser glorificado.
    Quanto ao fato de vc falar em incoerência Imortalista, eu te pergunto: Como sabendo eu que não vou existir mais depois da morte, como posso desejar partir?

    Abraços.

    Que Deus continue te abençoando.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Neilom, a paz. Creio que essa pergunta já foi exaustivamente respondida no artigo, Paulo desejava partir (morrer) POR CAUSA DA RESSURREIÇÃO, isto é, porque ele SABIA QUE IRIA RESSUSCITAR PARA ESTAR COM CRISTO (revestido), por isso ele desejava morrer (partir). Veja em Hebreus 11:35 o que motivou aquelas pessoas diante da morte a serem martirizadas: a esperança de alcançarem SUPERIOR RESSURREIÇÃO. Veja em todo o capítulo de 1ª Coríntios 15 se Paulo cria que existiria vida após a morte SE NÃO FOSSE PELA EXISTÊNCIA DA RESSURREIÇÃO. É claro que ele cria na ressurreição e via nela a esperança de alcançar uma vida póstuma após a morte. Por isso ele desejava partir (morrer).

      Quanto ao resto, não vejo como alegar que Paulo não desejava morrer quando ele escreve aos coríntios. Essa ideia bate fortemente contra o verso 8 de 2Co.5:8, que diz: “Mas temos confiança e DESEJAMOS ANTES DEIXAR ESTE CORPO, para habitar com o Senhor” (v.8). Deixar este corpo é morrer. Portanto a interpretação de que Paulo NÃO desejava morrer no contexto da epístola aos coríntios é uma interpretação errônea, falsa.

      O que Paulo diz aos Filipenses é basicamente O MESMO que ele diz aos Coríntios, não sei onde você viu diferença, confira:

      “Mas temos confiança e DESEJAMOS ANTES DEIXAR ESTE CORPO, para habitar com o Senhor” (2 Coríntios 5:8)

      “Porquanto, para mim, o viver é cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o DESEJO DE PARTIR E ESTAR COM CRISTO, o que é incomparavelmente melhor” (Filipenses 1:21-23)

      Em ambos os textos Paulo fala sobre o seu DESEJO de morrer, no primeiro o morrer é “deixar este corpo”, no segundo o morrer é “partir”. Mas este morrer não é “para nada”, mas com um objetivo. E este objetivo também está muito bem claro em ambos os textos: para estar com Cristo/para habitar com o Senhor. Então eu não vejo como dizer que os dois textos não estão falando da mesma coisa, como você diz. Eles estão sim. Ocorre que, no texto aos coríntios, Paulo explica também QUANDO ele estaria com Cristo, ou seja, ele CONTEXTUALIZA para sabermos quando que isso se dará, e então vemos que:

      1) Paulo não estaria com Cristo SEM um corpo, mas em um EDIFÍCIO não feito por mãos humanas, ou seja, com um corpo ressurreto (v.1).

      2) Esse desejo de Paulo em habitar com o Senhor se consumaria quando ele estivesse REVESTIDO, e não despido (v.2).

      3) Havia também uma CONDIÇÃO para que isso ocorresse, que era a de NÃO ESTAR DESPIDO, mas revestido (v.3).

      4) Paulo NÃO queria estar despido, mas revestido (v.4).

      Excluir
    2. Você comentou apenas sobre esse ponto 4, dizendo que isso se explicaria pela importância de ressurreição, mas esquece-se de todo o contexto que mostra de forma clara que Paulo não apenas QUERIA ser revestido, mas dizia que ele SÓ PODIA estar com Cristo neste estado, isto é, de revestido, e não de despido, com um corpo, e não sem um corpo, em um edifício não feito por mãos, em um corpo ressurreto. E mesmo se a sua explicação estivesse certa, isso entraria em conflito com o desejo de Paulo em Coríntios, de acordo com o verso 8, que era de HABITAR COM O SENHOR. Mas se esse habitar com o Senhor ocorre já ANTES da ressurreição, então Paulo desejaria isso, A NÃO SER QUE PAULO NÃO DESEJASSE HABITAR COM O SENHOR.

      Mas então Paulo diz que NÃO queria estar despido! Isso seria o mesmo que eu dissesse que existe vida antes da ressurreição e onde já estamos com Cristo, mas eu NÃO quero desfrutá-la, isto é, que eu NÃO desejo estar com Cristo nessa condição. Faz sentido? É claro que não. Paulo desejava estar com Cristo, e ele não desejava estar despido. Então é óbvio que esse estar com Cristo se consuma não quando ele estivesse despido, mas quando revestido. Até hoje eu nunca vi qualquer imortalista conseguir contradizer essa lógica simples.

      Estaria Paulo dizendo que o desejo de ressuscitar seria mais importante que o desejo de estar com Cristo, para desprezar a condição de despido (quando estaria com o Senhor) para desejar APENAS o revestimento (ressurreição)? Não faz sentido. É completamente incoerente. Paulo estaria colocando a ressurreição ACIMA de Cristo. A coisa só teria sentido se fosse SOMENTE NA RESSURREIÇÃO QUE PAULO ESTIVESSE COM CRISTO, o que explicaria PERFEITAMENTE o seu desejo de não estar despido, por uma razão lógica simples: porque quando despido Paulo não estaria com Cristo.

      Fique com Deus.

      Excluir
  5. Olá novamente Lucas, me concentrei bastante na expressão despido e por conta disso fiz os meus comentários, foquei muito nessa expressão. Eu penso que posso desejar ser revestido sem desejar ser despido, eu penso que posso desejar a ressurreição sem desejar a morte, agora jamais posso desejar a morte, se vou deixar de existir, na morte estamos muito limitados, na morte não desfrutamos das bem aventurança divina, ou seja as promessas de Deus para o por vir, ausente do nosso corpo não podemos desfrutar dessas bençãos divinas.
    É verdade que o que motivou os heróis da fé em hebreus, foi a promessa da ressurreição, na morte não se desfruta das bençãos e promessas de Deus.

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  6. Abraços Lucas,

    Que Deus continue te abençoando.

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  7. Vale lembrar Lucas, que casa é morada, e neste contexto, casa é marada de algo, por isso que Paulo fala que; i.e,nossa casa terrestre..., casa de quem? O que essa casa abriga?Quando Deus fala que somos templo do Espírito, nesse sentido somos casa de Deus, Deus pode olhar para nós e dizer que somos a sua morada, ou seja, Ele habita em nós.Paulo diz nossa casa, temos uma casa, quem tem nessa casa? O que habita nessa casa?Sem sombras de dúvidas, é o "eu"(alma).
    Vale tbm lembrar que Paulo fala de; i.e, enquanto estamos no corpo...existe algo no corpo?
    A redenção do corpo, acontecerá, teremos "um corpo glorificado", e este não estara mais sujeito a morte, quando isso acontecer podemos falar que a nossa casa não mais se desfará.
    Abraços Lucas,
    Fica com Deus.

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    1. Olá, Neilom, a paz.

      O “despido” não se refere apenas à morte em si, mas ao ESTADO que se passa entre a morte e a ressurreição onde estamos sem corpo por estarmos mortos (o que para os mortalistas significa inexistência e para os imortalistas significa existência em forma de espírito incorpóreo), e note que o foco de Paulo, tanto em 2Co.5:8 como em Fp.1:23, como mostrei em meu comentário anterior, era de estar ausente do corpo E PRESENTE COM CRISTO, ou seja, tinha uma finalidade específica declarada no próprio texto, que é de estar presente com o Senhor. Mas se esse PRESENTE COM O SENHOR se dá enquanto despido, então é claro que Paulo desejaria isso, esse encontro com o Senhor, quando ele estaria despido, em um estado intermediário. Mas ele diz totalmente o contrário!

      Então, por mais que eu compreenda o seu pensamento (e que em partes é muito contrário à visão imortalista tradicional, onde já se desfruta de bênçãos paradisíacas no Céu), ele falha exatamente em não compreender que a maior finalidade de Paulo em morrer era a de ESTAR COM CRISTO, o que, para vocês (imortalistas), se daria em um ESTADO INTERMEDIÁRIO, na condição de DESPIDO, a qual Paulo diz que NÃO DESEJAVA ESTAR.

      E se o crente não deve desejar esse tal “estado intermediário” crido pelos imortalistas, então por que ele existe? Seria uma baita de uma incoerência dizer que nesse estado entre a morte e a ressurreição estamos VIVOS, estamos NO CÉU, estamos COM TODOS OS SANTOS E OS ANJOS, estamos VENDO DEUS FACE A FACE, e mesmo assim dizer que não queremos participar desse estado! Me desculpe, Neilom, mas sinceramente essa visão imortalista sobre o que acontece entre a morte e a ressurreição está cheia de falhas e defeitos, não é uma visão bíblica que se alinha ao pensamento paulino expresso em 2Co.5 e em toda a Bíblia. É claramente contrária a ela.

      Sobre a sua visão acerca da “casa” ou “edifício”, não há qualquer referência bíblica sobre o corpo ser a prisão da alma, como você diz. Esse conceito é pagão (grego) e abundante na filosofia de Sócrates e Platão, mas não na Sagrada Escritura. Você pode folhear a Escritura inteira quantas vezes quiser que não achará em lugar NENHUM da Bíblia ela dizendo que nós POSSUÍMOS UMA ALMA. Ela diz que nós possuímos espírito, que em sentido primário é o fôlego de vida (respiração), mas NUNCA “alma”. Portanto, você colocou “alma” ali sem aparecer no texto bíblico e nem em qualquer outro lugar nas Escrituras.

      Em segundo lugar, é verdade que a Bíblia diz que nós somos templo do Espírito Santo. Mas O QUE de nós que é o templo do Espírito Santo? Na sua visão grego-platônica, seria a alma, ou seja, algo DENTRO DE NÓS, pois o Espírito Santo moraria DENTRO DE NÓS e esse corpo é uma mera “carcaça”, uma “vestimenta”. Mas Paulo refuta essa tese platônica ao dizer que o nosso CORPO é que é o templo do Espírito Santo:

      Excluir
    2. “Ou não sabeis que o VOSSO CORPO é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1ª Coríntios 6:19)

      Se o Espírito Santo mora EM NÓS e o nosso corpo é uma mera “vestimenta” externa, ele deveria morar NA ALMA e não NO CORPO. Mas Paulo diz que ele mora no corpo!

      Na verdade, quando Paulo fala da nossa casa terrestre deste tabernáculo, ele não está se referindo à alma, mas está fazendo alusão ao todo holista do ser humano. Esse assunto é abrangente demais, e por isso seria impossível passá-lo em poucas linhas. Seria necessário e extremamente importante que você lesse o que eu escrevi sobre isso em meu livro sobre o tema, você pode fazer download se quiser:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/09/livro-lenda-da-imortalidade-da-alma-e.html

      É basicamente como Justino diz: que nem o corpo nem a alma é o ser humano sozinho (em si mesmo), e por isso o TODO (corpo e alma) do ser humano morre na morte e o TODO (corpo a alma) do ser humano revive na ressurreição:

      “Pois o que é homem, senão um animal racional composto de corpo e alma? É a alma chamada de homem por si mesma? Não, mas é chamada a alma do homem. Será que o corpo pode ser chamado de homem? Não, mas é chamado o corpo do homem. Se, então, nenhum deles é por si só o homem, mas o que é composto dos dois juntos é chamado de homem, e Deus chamou o homem para a vida e ressurreição, Ele chamou não uma parte, mas o todo, que é a alma e o corpo” (Justino, Tratado sobre a Ressurreição, Cap.8)

      Por isso Paulo fala da nossa casa terrestre deste tabernáculo. Ele não está falando que a casa é o corpo e o tabernáculo é a alma. Nós somos condicionados a crer deste jeito por causa da filosofia platônica. A casa terrestre é o corpo em seu todo, e o tabernáculo é a vida terrena. É por isso que esse “eu interior” do ser humano é muitas vezes relacionado a algo físico mesmo. Há dezenas de exemplos bíblicos quanto a isso, mas só para usar um DO PRÓPRIO CONTEXTO DE 2ª CORÍONTIOS vemos Paulo falar do interior como sendo o coração poucos versos adiante:

      “Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damo-vos ocasião de vos gloriardes de nós, para que tenhais que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração” (2ª Coríontios 5:12)

      Os que se gloriam na aparência o fazem pelo aspecto EXTERNO do corpo, ao passo que aqueles que se gloriam no coração o fazem no aspecto INTERNO do corpo. Portanto, o contraste não é entre corpo e alma, mas no próprio corpo. Por isso o nosso “verdadeiro eu” não é SOMENTE o corpo, nem SOMENTE a alma, mas é o TODO holista da natureza humana. Mas se o nosso “eu” fosse SOMENTE a alma, como você diz, então todas as vezes quando a Bíblia fala do “eu” dormindo na morte, morrendo ou ressuscitando ela obviamente estaria se referindo à alma. Ou não é dois pesos e duas medidas.

      Como eu disse, esse é um assunto muito amplo, e seria EXTREMAMENTE importante que você lesse meu livro para a compreensão da natureza holista do ser humano, pois doutra forma estará tendo sempre em mente uma concepção platônica errônea da natureza humana, a qual estamos sempre condicionados a crer, por ser a mais famosa, embora nada bíblica.

      Um forte abraço e que Deus lhe abençoe.

      Excluir
    3. Olá Lucas, primeiramente muito obrigado pela sua atenção e por postar os meus comentários.
      Lucas, quando eu falo que os mortos não podem desfrutar das benções prometidas de Deus, aos seus fieis, é justamente por que as promessas e as benções de Deus, não é para os mortos, mesmo estando em um estado intermediário(plenamentes concientes e num lugar abaixo do trono de Deus, que é o paraíso), estes não desfrutam do que Deus tem preparado para o seu povo, isso se dará na ressurreição, e uma delas é a redenção do corpo, que um dos galardãos, Paulo falou em coroa da Justiça a qual o Senhor dara a ele e a todos que amam a sua vinda, mais isso se dará, naquele grande dia.
      Voltando ao despido, eu entendo que Paulo estava dizendo que não queria ficar sem o corpo, mas com o corpo e este glorificado, veja que Paulo ainda demostra que existe a possibilidade de está despido, mas ele não queria isso, justamente por que não desfrutaria do que Deus tem reservado para os seus.
      Agora sobre o desejo de ele"deixar o corpo" e habitar com Senhor, ele tinha confiança e sabia que o Senhor daria a ele um corpo muito melhor. Todos nós estamos em Cristo, seja na vida, seja na morte, agora, está com Cristo na morte é muito melhor, pelo fato de que já vencemos todas as tribulações e as tentações da vida, nesta situação, podemos falar como bem falou Paulo, "Combati o bom combate e guardei a fé", ou como a voz que João ouviu no céu, que disse;
      "E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem".
      Portanto, está despido, é uma possibilidade de está na presença de Deus, assim como revestido, mas Paulo não queria ficar despido, mas revestido,(pois despido, não desfrutaria do revestimento) mas no entando desejava está fora do corpo,(mesmo estando despido) para está com Senhor, que ainda era "muito melhor", (embora estando com Cristo aqui é melhor, é bom, lá, é "ainda muito melhor"), por justamente ter vencido, ou seja combatido o bom combate e guardado a fé.
      Quanto a alma, personagens bíblicos falaram , "minha alma", Paulo falou de corpo alma e espírito, Jesus falou de corpo e alma, e que o ser humano é capaz de matar o corpo e não matar a alma.
      É verdade, eu concordo contigo, que este assunto é muito abrangente, abre se um leque sem fim.
      Eu vou baixar o seu livro e le-lo, fiquei curioso e estou ansioso para le-lo,

      Olha, um forte abraço, que Deus seja contigo sempre.

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    4. Olá, Neilom, a paz.

      O fato de Paulo desejar ser revestido é um ponto de concordância entre nós dois, embora por razões diferentes. O foco da questão não é esse, mas é o de ele NÃO QUERER ser despido. Agora pense o que é na teologia imortalista esse estado de despido:

      1º Um estado em que já estamos com Cristo.

      2º Um estado onde nos encontramos com os grandes profetas, apóstolos e homens de Deus do passado (Abraão, Isaque, Jacó, Paulo, Pedro, Lutero, etc).

      3º Um estado em que nos reencontramos com nossos entes queridos já falecidos.

      4º Um estado em que nos encontramos no Céu ou Paraíso.

      5º Um estado em que vemos a Deus face a face.

      6º Um estado em que desfrutaremos da mais plena paz que jamais seria possível de se sentir neste mundo.

      70 Um estado de perfeita alegria e plenitude impossível de se sentir em vida aqui na terra.

      8º Um estado onde Deus nos enxuga toda lágrima e não haverá mais pranto, choro, dor e doença alguma.

      9º Um estado onde todas as coisas ruins que já aconteceram em nossa vida já ficaram para trás.

      10º Um estado onde estamos livres do poder da carne, do demônio e de todas as tentações.

      Agora pense: será que Paulo NÃO IRIA DESEJAR TUDO ISSO? Será que ele iria dizer que NÃO QUERIA ESTAR DESPIDO, se o despido significa tudo isso? É óbvio que não. Eu, de minha parte, se cresse na heresia da imortalidade da alma, admito que iria desejar MUITO tudo isso! Iria querer demais estar “despido”, sem um corpo, em um estado intermediário com Cristo! E não é exatamente desse modo que vocês (imortalistas) pensam que Paulo estava desejando em Filipenses 1:23, ao estar com Cristo em um estado intermediário (despido)?

      Mas Paulo diz que não queria!

      Então é claro que no estado intermediário despido não tem nada disso.

      O que você está tentando refutar até agora é um espantalho, isto é, dizer que Paulo desejava ressuscitar, o que ninguém aqui está negando, quando o foco da questão é que Paulo NÃO queria estar sem corpo. Se Paulo fosse imortalista, iria DESEJAR ESTAR DESPIDO (por todos os 10 pontos apresentados anteriormente) e também iria DESEJAR ESTAR REVESTIDO (pelos pontos que você abordou). Mas Paulo desejava APENAS UMA ÚNICA COISA: o revestimento. E dizia que NÃO QUERIA estar despido. Esse “não quero” é o foco da questão. Duvido que qualquer imortalista afirme que NÃO DESEJA nenhuma daquelas dez coisas expostas acima, que seriam desfrutadas em um estado intermediário consciente (caso existisse).

      E mais: o foco de Paulo era o de estar PRESENTE COM CRISTO (v.8). Ou seja: não era APENAS de ser ressurreto (como você diz), mas de ESTAR COM O SENHOR. Mas se este “estar com o Senhor” se dá em um estado intermediário enquanto despido, então ele desejaria isso, pois seria isso o cumprimento (a realização) do desejo de Paulo. Por isso que Joe Crews acertadamente diz:

      “Repare que Paulo especificamente declara que ele não tinha vontade de estar nu ou despido. Podemos estar certos, então, que o estado despido não envolvia estar com o Senhor, uma vez que Paulo não deseja estar despido [e ele desejava estar com o Senhor]”

      A única refutação possível a isso seria afirmar que quando estamos despidos NÃO estamos com o Senhor. Mas NENHUM imortalista pensa assim. Nem você. Portanto, não há modo algum de um imortalista manter sua crença à luz das implicações de 2Co.5:1-8.

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    5. Você diz que “Paulo demonstra que existe a possibilidade de está despido”, mas se esquece que nenhum mortalista contesta isso. EXISTE o estado de despido, mas esse estado não é de existência, é de inexistência; não é de vida, é de morte; não é de consciência, é de inconsciência. É POR ISSO QUE PAULO NÃO DESEJAVA ESTAR DESPIDO, porque não seria nenhuma vantagem para ele! Ele queria morrer VISANDO o momento do revestimento (ressurreição), porque seria aí que se cumpriria o desejo de Paulo expresso no verso 8: estar presente com o Senhor!

      Você ainda cai em uma contradição de primeira ordem no seu próprio texto, pois diz:

      “Paulo não queria ficar despido, mas revestido, mas no entanto desejava está fora do corpo”

      Pera aí. Paulo DESEJAVA FICAR DESPIDO OU NÃO???

      Primeiro você diz que NÃO. Mas depois você volta atrás e diz que SIM! Quando você diz que ele DESEJAVA ESTAR FORA DO CORPO você se refere a um estado intermediário de DESPIDO, mas diz que Paulo NÃO desejava esse estado de despido! Ou seja: Paulo queria estar despido (fora do corpo) e ao mesmo tempo não queria estar despido! Essa é uma contradição imortalista necessária para que o texto tenha lógica na visão dualista. Mas não é nada bíblica, e muito menos coerente.

      Quanto a Mateus 20:28, eu já comentei sobre esse texto no meu livro e no meu outro site, não vou estender o debate sobre esse texto aqui também, vou apenas passar o link da minha refutação:

      http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2012/12/podem-matar-o-corpo-mas-nao-alma.html

      Quanto ao fato de os autores bíblicos falarem “minha alma”, você precisa primeiro entender O QUE É A ALMA. Quando a Bíblia fala da alma ela diz que o homem SE TORNOU uma alma, e não que ele OBTEVE uma (Gn.2:7). Ou seja: nós SOMOS uma alma, e não OBTEMOS uma. Por isso, o sentido primário de alma vivente é de ser vivo. Quando os escritores bíblicos falam de “minha alma”, eles estão dizendo o mesmo que “o meu ser” (que é outra expressão também muito utilizada pelos escritores bíblicos), ou seja, que quando “a minha alma clama ao Senhor” significa que todo o ser deles estava clamando a Deus, e não que eles possuíam em sua natureza um elemento eterno e imortal que não perece na morte corporal.

      Outra prova disso é que os escritores bíblicos também dizem a expressão “MEU CORPO” (Gl.6:17; Mc.14:8; 1Co.9:27), será então que isso significa que nós também POSSUÍMOS um corpo dentro da nossa natureza? É claro que não. Você tem que analisar a natureza humana dentro de um prisma holista (hebraico-bíblico), e não dualista (grego-platônico), pois do prisma grego nada fará sentido nas Escrituras, mas no prisma hebraico e bíblico tudo começará a fazer sentido e todas as peças do quebra-cabeça se encaixarão perfeitamente. Foi por isso que eu deixei de ser imortalista.

      Um forte abraço e que Deus lhe abençoe!

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  8. Olá Lucas, excelentes comentários, permita-me a tecer mais uns comentários.

    Lucas, me parece( não sei se é isso, se for me corrije)que para vc essa palavras de Paulo(..., tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor) se refere ao revestimento(ressurreição).
    Muito bem, como eu ja disse, as promessas de Deus não é para os mortos, estando despido, não provaria as promessas de Deus, e uma delas é o revestimento.

    Agora, como poderia Paulo desejar partir e ao mesmo tempo não querer ficar despido? Eu comentei sobre isso, senão vejamos;

    "agora, está com Cristo na morte é muito melhor, pelo fato de que já vencemos todas as tribulações e as tentações da vida"


    O desejo de partir e está com Cristo é isso, agora, não querendo ficar despido, é justamente pelo fato de não desfrutar das promessas de Deus e uma delas é o revestimento.

    Então não tem nenhum problema se Paulo falar que deseja partir está com Cristo, e que não queria ficar despido mais revestido, se entendermos os motivos de querer partir e os motivos de não querer ficar despido.

    Sobre a minha frase;

    “Paulo não queria ficar despido, mas revestido, mas no entanto desejava está fora do corpo”

    Não existe contradição, se entendermos que o desejo de ficar fora do corpo é justamente por terminar a carreira, descansar de suas obras, ter vencido as tentações e as tribulações da vida e as limitações e fadigas da carne.

    Sobre a alma eu entendo que não somos uma alma e sim que possuímos uma alma, Paulo falou de; Corpo, alma e espírito.

    Lucas não sei se vc já leu, se não dê uma lida,

    http://www.cacp.org.br/a-alma-morre-mt-1028-na-visao-de-um-adventista/

    Um forte abraço, que Deus continue abençoando.

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  9. Lucas vc disse;

    "EXISTE o estado de despido, mas esse estado não é de existência, é de inexistência; não é de vida, é de morte; não é de consciência, é de inconsciência. É POR ISSO QUE PAULO NÃO DESEJAVA ESTAR DESPIDO, porque não seria nenhuma vantagem para ele!"

    Lucas, Paulo fala do desejo de "partir", não existe razão para alguém desejar partir, sabendo que com isso vai cair na inexistência.

    Eu discordo de vc que o estado de despido, seja um estado de inexistência, se o despido é um estado de inexistência, nada impedirá que o vestido e o revestido não seja tbm.

    O motivo de Paulo de não querer ficar no estado de despido, eu entendo, que o motivo e justamente por não desfrutar das promessas de Deus. Sobre os seu 10 pontos, eu concordo que alguns deles seja realmente o que acontece com os despidos, como tbm concordo que para estes, Deus impôs alguns limites.

    Se o ficar despido é a inexistência, Paulo jamais desejaria "partir".

    Como posso, sabendo que ao morrer vou deixar de existir, desejar morrer? Isso sim é uma verdadeira incoerência.

    Abraços, que Deus continue lhe abençoando.

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    1. Olá, Neilom, a paz de Cristo. Eu peço-lhe desculpas se estiver parecendo mau educado com esse comentário, mas não sinto que esse debate esteja saindo do lugar, vejo ele dando voltas e retornando sempre ao mesmo lugar, andando em círculos. Agora por exemplo você voltou a abordar exatamente a MESMA QUESTÃO que já tinha sido devidamente respondida e refutada por mim em meus comentários anteriores, quando eu lhe respondi:

      "Paulo desejava partir (morrer) POR CAUSA DA RESSURREIÇÃO, isto é, porque ele SABIA QUE IRIA RESSUSCITAR PARA ESTAR COM CRISTO (revestido), por isso ele desejava morrer (partir). Veja em Hebreus 11:35 o que motivou aquelas pessoas diante da morte a serem martirizadas: a esperança de alcançarem SUPERIOR RESSURREIÇÃO. Veja em todo o capítulo de 1ª Coríntios 15 se Paulo cria que existiria vida após a morte SE NÃO FOSSE PELA EXISTÊNCIA DA RESSURREIÇÃO. É claro que ele cria na ressurreição e via nela a esperança de alcançar uma vida póstuma após a morte. Por isso ele desejava partir (morrer)"

      Ou seja, você está voltando a tecer comentários e perguntas sobre coisas que já foram respondidas, obrigando seu interlocutor (no caso, eu) a responder tudo de novo igual já tinha feito antes.

      Parece-me também que você não compreende que eu CONCORDO que existe vantagem na ressurreição e que ressuscitar é um DESEJO do cristão, o que é ponto de discórdia é sobre o fato de NÃO QUERER ESTAR DESPIDO. Por quê? Porque, na teologia imortalista, o "despido" representa um estado onde já estamos salvos, com Deus, no Céu, com os anjos, com os santos, vendo Jesus Cristo face a face... é certamente algo desejável. Então é lógico que Paulo iria DESEJAR se despir (i.e, passar pelo estado intermediário entre a morte e a ressurreição) e TAMBÉM DESEJAR se revestir (i.e, passar pela ressurreição), caso ele fosse imortalista. Mas ele desejava APENAS (ênfase no apenas!) ser revestido (ressuscitar), e diz explicitamente que NÃO QUERIA estar despido. Então cremos que é também APENAS nessa ressurreição (revestimento) que ele estaria com Cristo, que é o que Paulo QUERIA, o que ele DESEJAVA (v.8).

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    2. Além disso, todo o contexto aponta que o momento em que estaremos com o Senhor é NA RESSURREIÇÃO, e não antes. Note o verso 1 Paulo diz que iria deixar a casa terrestre deste tabernáculo (corpo terreno) não para estar com Cristo sem um corpo, mas revestido do corpo da ressurreição, que na analogia de Paulo é a "casa não feita por mãos humanas" (v.1). Em outras palavras, Paulo em momento nenhum está no Céu SEM um corpo. Ou ele está na terra em um tabernáculo (corpo) terreno, ou ele está com Cristo em um edifício (corpo ressurreto) que obtém na ressurreição.

      O verso 3 mostra que a CONDIÇÃO para estar com Cristo (o desejo de Paulo expresso no verso 8) é estar VESTIDO, e não nu. Concordando que vestido significa com a roupagem de um corpo e despido sem um corpo, é óbvio que Paulo estaria com Cristo CORPORALMENTE, e não em um estado intermediário.

      Portanto, Neilom, não é apenas o verso 4, mas também TODO o contexto, que aponta que Paulo estaria com Cristo em um corpo ressurreto, e não em forma de espírito incorpóreo em um estado intermediário entre a morte e a ressurreição.

      Sobre o artigo do CACP, na verdade os artigos do CACP foram uma das razões que me tornaram um mortalista, pois os argumentos deles contra a mortalidade da alma são tão fracos e sempre tão superficiais que mesmo quando eu era imortalista conseguia ver que ali não tinha nada sólido.

      A questão principal de Mateus 10:28 é se "alma" está ali no sentido de ELEMENTO ou de VIDA PÓSTUMA. Se alma está no sentido de elemento, então a alma MORRE, pois é completamente ilógico dizer para não temer os homens que matam o corpo e não matam a alma se Deus TAMBÉM mata só o corpo e não a alma. A conclusão lógica do texto é que Deus mata “mais” do que os homens, isto é, que ele mata tanto o corpo quanto a alma. Então provaria o aniquilacionismo sem sombra de dúvidas.

      Mas se “alma” está ali no sentido neotestamentário de vida póstuma (e no meu livro eu cito diversos exemplos disso), então tudo o que Jesus estaria dizendo é que os homens são capazes apenas de dar um fim a esta vida (causar a primeira morte), mas não à vida póstuma (ou seja, na vida que obteremos após a ressurreição). Deus, contudo, tem poder para dar um fim tanto à existência terrestre quanto na vida futura. E isso o CACP não respondeu.

      Concluindo, creio que podemos dar o debate por encerrado já que ele está “dando voltas”, deixemos para o público e leitor decidir por si mesmo qual das duas visões sobre a vida após a morte é a mais plausível através da exegese dos textos bíblicos. Agradeço-lhe por ter mostrado o seu ponto de vista aqui, é sempre útil e produtivo conversarmos e discutirmos sobre temas divergentes, para o próprio crescimento e conhecimento. Um grande abraço e que Deus lhe abençoe!

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    3. Um grande abraço, vc é um excelente apologista, muito obrigado pelo espaço cedido.

      Fica com Deus.

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  10. Paz, irmão Lucas!

    Este excelente artigo responde ao meu último questionamento, justamente em cima destas duas passagens bíblicas. Elas me davam a mesma impressão que dão ao irmão Neilom, de que Paulo desejaria partir (morrer) para gozar imediatamente da presença de Cristo, e de certa forma, como você explicou é isto o que acontece, "num abrir e piscar de olhos", só que na ressurreição, "no último dia", como dizem os evangelhos. Creio que a passagem que Jesus ensina aos saduceus sobre a ressurreição também ajude a compreensão do irmão Neilom sobre "estarmos vivos para Deus", mesmo quando estamos mortor (Abraão, Isac e Jacob), mas a nossa esperança é a ressurreição.

    Confesso que ainda tenho dúvidas quanto a questão da consciência dos santos, após a morte, aguardando a ressurreição, pois a passagens, deveras de difícil entendimento, como aquela do livro do apocalipse em que as almas dos mártires eram consoladas para aguardarem a vingança divina, e também a passagem de Moisés, morto, conversando com Jesus no monte da transfiguração e etc.

    Mas quanto a estas passagens, a argumentação do irmão foi perfeita e me indicam que era realmente este o sentido primitivo que Paulo queria dar ao escrevê-las.

    Muito obrigado irmão e parabéns! Continuo aprendendo.

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    1. Olá, Jacob, a paz de Cristo.

      Você pode ler sobre Moisés no monte da transfiguração neste artigo:

      http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/08/o-que-moises-fazia-vivo-no-monte-da.html

      E sobre as "almas" debaixo do altar, você pode ler sobre isso aqui:

      http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2012/12/as-almas-debaixo-do-altar.html

      Para falar a verdade, acho melhor ler o livro inteiro de uma vez, aí já sana todas as dúvidas e também ajuda a se aprofundar no tema em questão. Vou enviá-lo anexado por e-mail.

      Abraços.

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  11. Olá Lucas td bem?
    Você poderia me explicar a diferença entre thnetopsychism e psychopannychia e, se possivel, apresentar algum teólogo que defende uma e outra?
    atenciosamente

    Lucas

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    1. São duas vertentes do aniquilacionismo, o primeiro é um termo relativo à MORTE da alma, enquanto o segundo à referente ao SONO da alma (em sentido literal). São poucos os que creem no segundo tipo, agora de cabeça eu só me lembro do Oscar Cullmann, os demais usam o termo "sono" também, só que em sentido metafórico para a morte. Mas francamente, na prática você nunca vai ver alguém usar esses termos aí, só quem usa são teólogos jurássicos de noventa anos ou gente que ama polemizar e inventar rótulos, ou ressuscitar rótulos antigos e totalmente obsoletos. Até aposto de quem você pegou esses termos, talvez (só talvez) seja um cara que começa com "E" e termina com "lias", e que detesta uma polêmica... tsc tsc tsc

      Abs.

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    2. Olá Lucas
      Sinceramente não conheço Elias, conheci estes termos em buscas pelo google, pois acredito que minha denominação prega o sono literal. Você pode falar um pouco mais sobre como oscar culmann entendia esse conceito?

      abs

      Lucas

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    3. Essa visão tende a ser mais dualista por entender que a alma é um elemento que o homem possui e não aquilo que ele é. Após a morte corporal, a alma ficaria como que em estado dormente, alguns creem que seja no próprio corpo e outros que ela vá a outra dimensão, onde permanece inconsciente e inativa, sem percepção das coisas em redor ou de passagem de tempo, em uma condição muito parecida com a de alguém que está dormindo mesmo, seria um "sono sem sonhos". Mas eu acho melhor você conversar com o pastor da sua igreja sobre isso. Ou ele não conhece a doutrina da igreja dele e está confuso, ou ele deixou entender errado para os membros da igreja ao falar deste ensino. Seja claro ao perguntar se a alma morre ou se ela dorme literalmente, eu acho muito difícil ele responder a segunda opção, ela é muito rara nos dias de hoje.

      Abs.

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    4. prezado Lucas

      Nesta visão dualista (SONO da alma) há diferença entre alma e espírito?

      abs

      Lucas

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    5. Os dualistas não tem um consenso sobre isso. Uns fazem distinção entre alma e espírito, sem nunca explicar direito que diferença real é essa (chamam-se "tricotomistas"), enquanto outros dizem que se trata da mesma coisa, sem nunca explicar os textos que mostram claramente que são coisas diferentes (chamam-se "dicotomistas"). Eu fiz até um breve vídeo sobre isso há um tempo atrás:

      https://www.youtube.com/watch?v=9AfVFY-Qro0

      Abs.

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  12. Prezado Lucas
    Você citou Oscar Cullmann. Existe a possibilidade de me explicar era a sua visão? Onde "dormem" as almas daqueles que não estão vivos?

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    1. A visão dele é a que eu expliquei acima, na qual as almas "dormiriam" inconscientes no Sheol até o dia da ressurreição. Abs.

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