Tertuliano e Orígenes em defesa da Sola Scriptura


 Tertuliano (160 - 220)

Tertuliano também se esforçou em mostrar a autoridade única da Bíblia:

“Pois mesmo o apóstolo, em sua declaração - que ele não faz sem sentir o peso dela - que ‘Cristo morreu’, imediatamente adiciona, ‘de acordo com as Escrituras’, para que ele possa aliviar a dureza da declaração pela autoridade das Escrituras, e assim remover a ofensa do leitor”[1]

Para ele, a única razão que poderia levá-los a crer em uma doutrina é se ela fosse dada a eles nas Escrituras:

“Certamente não se poderia crer até mesmo nestas coisas mesmo do Filho de Deus, a menos que elas fossem dadas a nós nas Escrituras[2]

Ele não diz: “a menos que nos seja dado na Escritura ou na tradição”, mas somente na Escritura. Ela é a única autoridade que pode levar um cristão a crer em alguma doutrina. Ela também é suficiente, como ele disse:

“Nos deixe felizes em dizer que Cristo morreu, o Filho do Pai; e deixe isto ser suficiente, porque as Escrituras nos disseram assim”[3]

Para ele, a “voz do Espírito Santo” presente na Escritura já é suficiente e nenhuma outra deliberação é necessária além disso:

“E por que deveria eu, um homem de memória limitada, sugerir alguma coisa mais? Por que recordar algo mais nas Escrituras? Como se a voz do Espírito Santo não fosse suficiente; ou então qualquer outra deliberação fosse necessária, se o Senhor amaldiçoou e condenou por prioridade os artífices dessas coisas, dos quais Ele amaldiçoa e condena os adoradores!”[4]

Contra a escola de Hermógenes, ele declara uma das mais enfáticas afirmações da Sola Scriptura, dizendo:

“Mostre-nos a escola de Hermógenes que o que ela ensina está escrito: se não está escrito, trema em vista do anátema fulminado contra aqueles que acrescentam à Escritura, ou tiram alguma coisa dela”[5]

Havia, portanto, duas opções: ou a doutrina estava escrita (nas Escrituras) e era válida; ou, se não estava escrita, representava um acréscimo às Escrituras e seria alvo do anátema fulminado de Deus. Por essa declaração vemos quão seriamente os primeiros Pais da Igreja levavam o conceito de Sola Scriptura, onde apenas as doutrinas que estavam escritas na Bíblia eram aceitas e onde qualquer coisa a mais ou a menos que isso era anátema. 


• Orígenes (185 - 253)

Assim como os demais, Orígenes reforçou o fato da suficiência das Escrituras. Ele declarou que “o que temos tirado da autoridade da Escritura deve ser suficiente para refutar os argumentos dos hereges”[6]. Quando ele entrava em debates teológicos, fazia questão de dizer que a discussão em pauta deveria ser resolvida com base na Bíblia. Ele disse:

“Em terceiro lugar, os apóstolos nos manifestaram o Espírito Santo, associado em honra e dignidade ao Pai e ao Filho. Nisto, porém, já não se distingue manifestamente se o Espírito Santo é gerado ou não gerado, ou se deve ser tido também ele mesmo como Filho de Deus ou não. São estas coisas que devem ser investigadas com o melhor de nossa capacidade através de uma cuidadosa busca a partir das Sagradas Escrituras[7]

“Importa, portanto, que use destas coisas como de elementos e fundamentos, segundo o mandamento que diz: ‘Iluminai-vos pela luz da ciência’, todo aquele que deseje construir uma série e um corpo de razões de todas estas coisas, para investigar por meio de afirmações manifestas e necessárias o que haja de verdade em cada uma delas, e edificar um corpo de exemplos e afirmações a partir do que tiver encontrado nas Sagradas Escrituras[8]

“Ora, tudo isto, como sublinhamos, foi feito pelo Espírito Santo para que, vendo que aqueles eventos que jazem na superfície não podem ser nem verdadeiros nem úteis, possamos ser guiados à investigação daquela verdade que está oculta mais profundamente, e à afirmação de um significado digno de Deus naquelas Escrituras que cremos inspiradas por Ele”[9]

Ele também fazia questão de analisar na Bíblia a veracidade de cada doutrina ou teoria elaborada. Quando alguma coisa não era confirmada pela autoridade da Sagrada Escritura, ele rejeitava, para dar lugar àquilo que era bíblico:

Não observo que isso seja grandemente confirmado pela autoridade da Sagrada Escritura; ao passo que, em relação aos restantes dois, se encontra um considerável número de passagens nas Sagradas Escrituras que parecem passíveis de ser-lhes aplicados”[10]

A prova das doutrinas que ele afirmava ele não tomava da tradição, mas das Escrituras:

“Para tratar de tantas e tais coisas não basta confiar a sumidade deste assunto aos sentidos humanos e à inteligência comum, discorrendo, por assim dizer, visivelmente sobre as coisas invisíveis. Devemos tomar também, para a demonstração das coisas de que falamos, os testemunhos das Divinas Escrituras[11]

“Exortados assim brevemente pela própria lógica e coerência do assunto, embora nos tenhamos estendido um pouco, seja suficiente o que dissemos para mostrar que há algumas coisas cuja significação não pode ser explicada por nenhum discurso da língua humana, mas que são declaradas por uma inteligência mais simples do que as propriedades de quaisquer palavras. A esta regra deve ater-se também a inteligência das letras divinas, e considere-se o que se diz não pela vileza da palavra, mas pela divindade do Santo Espírito que inspirou quem as escreveu[12]

O inverso também era verdadeiro. Se a razão pela qual uma doutrina era aceita era por sua conformidade com as Sagradas Escrituras – e não pela tradição –, o motivo pelo qual alguns erravam não era por ignorar a tradição, mas por ignorar as Escrituras ou não as ler corretamente:

“Feito este breve comentário sobre a inspiração das Sagradas Escrituras pelo Espírito Santo, parece-nos agora necessário explicar por que motivo alguns, ignorando o caminho pelo qual se alcança o entendimento das letras divinas, não as lendo corretamente, caíram em tantos erros”[13]

A Escritura como a base de todas as doutrinas fica ainda mais nítido quando vemos Orígenes dizendo que tanto os mais simples como os mais adiantados teriam que ser edificados pela Escritura, sem mencionar a tradição nem para um nem para outro:

“Deve fazê-lo, primeiro, para que os mais simples sejam edificados pelo próprio corpo das Escrituras, por assim dizer. É deste modo que chamamos ao entendimento comum e histórico. Se, porém, eles já começam a adiantar-se um pouco, de tal modo que possam entender algo mais profundamente, que sejam edificados também pela própria alma das Escrituras”[14]

Toda a busca dele pela doutrina verdadeira estava fundamentada na Escritura:

“Tudo isto, conforme dissemos, o Espírito Santo buscou para que, na medida em que o que está na superfície não possa ser verdadeiro ou útil, rapidamente fôssemos chamados à busca de uma verdade mais alta e procurássemos nas Escrituras, que cremos inspiradas por Deus, um sentido digno de Deus[15]

A mesma Escritura, que os papistas afirmam ser insuficiente para a salvação, Orígenes dizia que foi concedida exatamente para a nossa salvação!

“Assim como o homem é dito ser constituído de corpo, alma e espírito, assim também o é a Sagrada Escritura que pela liberalidade divina foi concedida para a salvação dos homens[16]

Ele também defendia o livre exame. Ao invés de dizer que o significado das passagens só poderia ser examinado e descoberto pelo magistério romano, ele afirmava que qualquer pessoa inteligente que estudasse as Escrituras poderia descobrir por si mesma o significado:

“As pessoas de inteligência que desejam estudar a Escritura também podem descobrir o seu significado por si mesmas”[17]

Até mesmo as “verdades mais profundas” poderiam ser descobertas por quem investigasse por conta própria o significado nas Escrituras, citando três textos bíblicos em sua defesa:

“As verdades mais profundas são descobertas por aqueles que sabem como ascender de uma fé simples e investigar o significado que subjaz nas Escrituras divinas, conforme as admoestações de Jesus, que disse ‘Esquadrinhai as Escrituras’, e o desejo de Paulo, que ensinou que ‘devemos saber como responder a todo o homem’, sim, e também de quem disse ‘estai sempre preparados para dar um resposta a todo aquele que vos pedir a razão da fé que há em vós’”[18]

É interessante notar que Orígenes em momento nenhum disse a Celso que se ele quisesse descobrir os significados mais profundos dos textos bíblicos ele teria que recorrer a um magistério infalível em Roma, ou consultar um papa que interpretaria as Escrituras infalivelmente. Ao contrário, o que ele reafirma é que qualquer pessoa pode estudar a Bíblia e descobrir por si mesmo o significado das passagens. Era exatamente o mesmo princípio restaurado pelos Reformadores, sendo pregado explicitamente naquela época.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

- Extraído do meu livro: "Em Defesa da Sola Scriptura".

Por Cristo e por Seu Reino,


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[1] Contra Práxeas, 29.
[2] Contra Práxeas, 16.
[3] Contra Práxeas, 29.
[4] On Idolatry, 4.
[5] Contra Hermógenes, 22.
[6] De Principiis, Livro II, 5:3.
[7] De Principiis, Cap.4.
[8] De Principiis, Cap.10.
[9] De Principii, 4:15.
[10] De Principii, 4.
[11] De Principiis, Livro IV, Cap.1.
[12] De Principiis, Livro IV, Cap.27.
[13] De Principiis, Livro IV, Cap.8.
[14] De Principiis, Livro IV, Cap.11.
[15] De Principiis, Livro IV, Cap.15.
[16] De Principiis, Livro IV, Cap.11.
[17] Contra Celso, Livro VII, 11.
[18] Contra Celso III, 33.

Comentários

  1. Lucas qual data e epoca exatamente em que a igreja catolica romana nasceu voce pode me indicar bons livros que trata do assunto.

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    1. A Igreja Católica Romana é uma seita que surge do cisma de 1054 d.C entre a Igreja Católica ocidental e a Igreja Católica oriental, o que deu origem à Igreja Romana e à Igreja Ortodoxa da forma que existem hoje. Consulte qualquer livro de história da Igreja escrito por evangélicos ortodoxos, existem milhares.

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    2. Lucas, por quê a igreja ortodoxa admite a intercessão dos mortos? Onde esse erro começou? Não há qualquer base bíblica para tal prática. Muito pelo contrário, só vejo exortações bíblicas para nós, os vivos intercedermos uns pelos outros enquanto estivermos aqui. No céu, segundo a bíblia, é Cristo e o Espírito Santo que intercede, não fala de mais ninguém. Eu entendi assim em Romanos 8.26-34.

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    3. Eu respondo sobre isso no capítulo 23 do meu livro "Os Pais da Igreja contra a Imortalidade da Alma", página 154 em diante. Você pode baixar o livro em algum destes endereços:

      https://mega.nz/#!flZjxRZI!LcNs95Mourqdnl6TrKrmFDDFYOR9mkCVIDZx0MqjWJc

      http://www.4shared.com/office/WmFGpXv9ba/Os_Pais_da_Igreja_contra_a_imo.html

      http://www.mediafire.com/download/unwbuxzjb9r0ad9/Os+Pais+da+Igreja+contra+a+imortalidade+da+alma.pdf

      Abs!

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    4. Se for assim, as Igrejas evangélicas também são seitas nascidas após 1517.

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    5. E são. Seita significa "facção", é algo que surge de alguma coisa maior. O próprio Cristianismo em si é uma facção do judaísmo, por isso era chamado de "seita dos nazarenos".

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  2. Que Bíblia, meu filho, se quando Tertuliano e Orígenes disseram isso a Bíblia como um todo sequer estava pronta? Você poderia ser mais claro nisso de formação da Bíblia, pois até hj nenhum evangélico sabe explicar como a Biblia ficou prontinha no fim de tudo com seus 66 livros.

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    Respostas
    1. Existem centenas de livros evangélicos sobre a formação da Bíblia, você que é preguiçoso e não quer buscar a informação para chegar ao conhecimento. Comece com F. F. Bruce, "O Cânon das Escrituras", o básico para qualquer estudioso sério.

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    2. "Que Bíblia, meu filho, se quando Tertuliano e Orígenes disseram isso a Bíblia como um todo sequer estava pronta?"

      A Bíblia não estava pronta para você caro anônimo que vive no séc. XXI, mas para eles, já havia um conjunto autoritativo de livros considerados Escritura inspirada por Deus. O fato de eles divergirem do nosso cânon atual é irrelevante para a questão da Sola Scriptura. Eles poderiam defender a Sola Scriptura sem adotar o mesmo cânon que o nosso. São questões diferentes.

      Se fôssemos levar seu argumento a sério (parto do pressuposto que você é um católico romano), ninguém tinha Bíblia até o séc. XVI (período em que a igreja romana definiu a questão. Ocorre que durante todo esse período os cristãos tinham listas de livros sagrados que eram considerados inspirados por Deus e autoridade máxima em questões de moral e fé.

      "Você poderia ser mais claro nisso de formação da Bíblia, pois até hj nenhum evangélico sabe explicar como a Biblia ficou prontinha no fim de tudo com seus 66 livros."

      Quem não costuma explicar esse processo são os católicos que simplesmente dizem de forma ingênua que a igreja determinou o cânon no séc. IV. Basta comparar a quantidade de livros escritos por evangélicos e católicos sobre o cânon - 80% dos livros a respeito são de autores protestantes. Resumidamente podemos afirmar:

      (1) Os sessenta seis estavam prontos até o fim do séc. I. Eles já eram nesse período Escritura inspirada por Deus;

      (2) Algo em torno de 80% desses livros já eram amplamente reconhecidos como Escritura no início do séc. II (Os quatro evangelhos, as cartas paulinas, o livro de Atos, 1 Pedro, 1 João, Tiago e Judas);

      (3) Alguns livros como Hebreus, 2 Pedro, 1 e 2 João e Apocalipse foram objeto de controvérsias. Todavia, o consenso a respeito do NT foi alcançado no séc. IV;

      (4) Quanto aos livros do A.T - os 39 livros da Bíblia protestante fizeram parte do consenso da igreja desde o início (salvo raras exceções com relação ao livro de Ester). Já os apócrifos considerados deuterocanônicos pelos católicos foram objeto de controvérsia na igreja ocidental até o concílio de Trento no séc. XVI.

      Leia o livro que o Lucas indicou, será proveitoso a você.

      Excluir
  3. Lucas em relação aos filhos de Deus em Gênesis 6, vc pode me dizer onde o pastor ciro acertou e onde ele errou?
    http://cirozibordi.blogspot.com.br/2007/10/mensageiro-da-paz-de-novembro2007.html

    E nesse site aqui a opinião de norman Geisler apimenta ainda mais o tema. O que vc acha?
    http://logosapologeticahoje.blogspot.com.br/2014/07/a-expressao-filhos-de-deus-em-genesis.html

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    Respostas
    1. Ciro e Geisler erram ao pensar que foram seres humanos, aliás eles são bem conhecidos por tentar suavizar aquilo que a Bíblia diz. Leia estes dois estudos abaixo e compare com as argumentações deles para ver de que lado está a inconsistência:

      http://www.ipsantoamaro.com.br/artigos/os-anjos-pecaram-com-as-mulheres-em-genesis-6.html

      http://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2015/08/quem-eram-os-filhos-de-deus-de-genesis.html

      Abs.

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  4. Vc leu o artigo que passei acima? John Marcathur concorda com vc que os anjos coabitaram com as mulheres, mas ele nega que essa relação gerou gigantes, pois os gigantes já estavam na terra quando os "valentes, varões de renome" nasceram. Os caídos não são fruto dessa união.

    Henry Halley, em seu Manual Bíblico, deixa a questão suspensa:
    "Os filhos de Deus (Gen.6.2), pensa-se terem sido os anjos caídos, a que talvez se refiram 2 Pe. 2.4 e Jd.6, ou pessoas de evidências das famílias Setitas que se misturaram pelo casamento com os ímpios, descendentes de Caim. Tais casamento anormais, qualquer que fossem, encheram a terra de violência.

    Parece que no artigo que te passei Geisler abre mais possibilidades sobre o assunto. O que vc acha?

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    Respostas
    1. Eu concordo, também acho que os gigantes não foram gerados pela união entre os anjos e as mulheres, eles já existiam antes como o texto nos mostra.

      Não concordo com as outras opções que o Geisler passou. O texto é simples e a interpretação é clara, trata-se de anjos que deixaram sua condição celestial para coabitar com as filhas dos homens. Não sei pra que passar duzentas possibilidades diferentes para um texto que tem um significado simples e evidente por todo o contexto bíblico.

      Abs.

      Excluir
    2. Quem você pensa que é para discordar de Norman Geisler?

      Excluir
    3. Quem você pensa que é para usar a falácia do apelo à autoridade?

      https://pt.wikipedia.org/wiki/Argumentum_ad_verecundiam

      Excluir
    4. É triste ver até que ponto que certos evanjegues chegam. A gente critica tanto o fato dos papistas serem cegos por seguirem cegamente a uma pessoa (no caso, o papa) em vez de pensarem por si mesmos e chegarem às suas próprias conclusões, e um retardado mental desses prefere fazer a mesma coisa, com a diferença de que o papa dele é o Norman Geisler e ele é um zumbi abestalhado que pensa que Geisler é um deus intocável que não pode ser contrariado nem rebatido. É triste. É o fundo do poço. Ninguém mais quer pensar, ou não sabe mais o que é isso. Querem tudo fácil e mastigado, preferindo seguir a homens do que raciocinar por si mesmos. Agora é um "crime" discordar do Norman Geisler - coisa que ele próprio discordaria.

      Que desgosto que dá escrever para gente retardada sem vontade de pensar.

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    5. Lucas, apesar disso, se o "papa" do cara é o Geisler, ele está melhor do que 100% dos católicos, certo?
      :)

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  5. Oi Lucas, tudo bem ?
    Aqui sou eu, o Matheus. Estava lendo esse negócio ai dos gigantes. O que gerou então na relação entre anjos e mulheres ? Existem descentes de anjos na terra ?

    Aliás, vc precisa ver o vídeo do Vailatti sobre isso, pois ele mostra uma posição desse assunto bem diferente e ele diz que é apoiada por pais da igreja e várias obras judaicas. O vailatti diz que esse episódio é mitológico, e que a Bíblia cita um episódio mitológico para ilustrar a tamanha decadência moral na época do dilúvio.

    Veja o video do Vailatti :https://www.youtube.com/watch?v=BX29Et_OXmk

    O termo hebraico neflin em Gn 6:4 é o mesmo de Nm 13:33 ?

    O Ciro Sanches diz que se trata da linhagem de Sete, mas segundo o vailatti isso é impossível, pois sempre que a expressão ´´ bene-elohim ´´ ( filhos de Deus ) aparece na Bíblia, ela se refere a seres angelicais ( Gn 6:2-4, Jó 38:7, Jó 2:1, Jó 1:6 ).

    Matheus Carrel

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    Respostas
    1. Oi Matheus.

      Não existem mais descendentes de anjos na terra porque todos morreram no dilúvio.

      Não creio que haja mitologia na Bíblia, isso seria o mesmo que dizer que certa parte da Bíblia é falsa, e eu não posso aceitar isso.

      Sim, a palavra hebraica nos dois textos é a mesma, você pode ver aqui:

      http://www.hebraico.pro.br/biblia/quadros.asp

      T++

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  6. E esses gigantes nasceram do que ? Do cruzamento de quem ? Como que os descendentes de Adão se tornaram gigantes ?

    Você precisa ver o vídeo todo do Vailatti para entender o porque desse mito estar na Bíblia. É uma analogia com a condição péssima que estava o povo na época do dilúvio.

    A expressão ´´ filhos de Deus ´´ no AT ( Gn6:2-4, Jó38:7, Jó 2:1, Jó 1:6 ) sempre se refere a anjos ? Então a tese do pastor Ciro cai por terra.

    Os neflins de Gn 6:4 e Nm 13:33 não são os mesmos. Isso o Vailatti explica no vídeo e faz essa pergunta ao debatedor oponente.

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    1. A Bíblia não diz de que cruzamento que os gigantes nasceram, por isso não posso especular.

      Não tem lógica nenhuma Deus enviar o dilúvio por causa de um MITO. Tantas causas e razões sérias para enviar um dilúvio, tantos pecados reais sendo cometidos pela humanidade, e Ele decide enviar o dilúvio bem por causa de um mito que nunca existiu? Que nonsense isso.

      No AT sempre se refere a anjos sim.

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  7. Estranho essa história de criação que do nada começa a surgir gigantes... isso até parece lenda...

    Na verdade vc tem que ver o debate todo do Vailatti para entender o que ele quer passar. Mas não é só ele que tem essa posição. Autores judeus tb tem.

    Os neftlins de Gn 6?5 e Nm 13:33 não são os mesmos embora a palavra possa ser a mesma.

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    1. Veja aqui se nunca existiram gigantes:

      http://arqbib.atspace.com/gigante.html

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  8. Olá Lucas.

    Se todos podem examinar livremente a bíblia, por que o eunuco em Atos 8:31 disse: "Como poderei entender, se alguém não me ensinar?"? seria melhor que ele continuasse lendo até que pudesse entender, não é?

    Além disso, em Atos 17:10-11 ("E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.
    Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim."), seria melhor que os cristãos em Beréia tivessem lido antes de receberem a palavra para depois confrontarem suas próprias interpretações com as de Paulo e Silas, pois estes poderiam ter interpretado as escrituras de maneira equivocada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O eunuco de Atos 8:31 ainda era um DESCRENTE, ele não entendia nada de Bíblia, ele não tinha iluminação espiritual e nem entrava no conceito que João escreveu em sua primeira carta, quando disse:

      "E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e NÃO TENDES NECESSIDADE DE QUE ALGUÉM VOS ENSINE; mas, COMO A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei” (1ª João 2:27)

      Sobre Atos 17:10-11, foi justamente por isso mesmo que os bereianos foram elogiados, porque ao invés de aceitarem acriticamente o que Paulo e Silas diziam simplesmente porque Paulo e Silas estavam dizendo, eles faziam questão de comparar o ensino deles com as Escrituras Sagradas para ver se tem base. Qualquer pessoa honesta concluirá que este tipo de consulta à Escritura como autoridade final é um conceito muito mais protestante do que católico romano, cuja autoridade maior recai sobre o magistério.

      Excluir
    2. Como sabemos se a "iluminação espiritual" que recebemos vem mesmo de Deus? sabemos que o demônio é astuto, capaz de corromper nossos sentidos (2 Coríntios 11:3) e influenciar nossas mentes (João 13:2).

      De forma semelhante, Paulo e Silas não poderiam ter influenciado os cristãos de Beréia a interpretar as escrituras sob a ótica deles?

      Excluir
    3. Iluminação espiritual não implica em acertar tudo como se fosse um ser infalível. Mas significa no mínimo ter entendimento o suficiente para aceitar as doutrinas fundamentais do Cristianismo, como todas as igrejas realmente ortodoxas aceitam. E você também poderia começar provando de que forma que o papa é o único que possui "iluminação espiritual", e que texto que prova isso.

      Como Paulo e Silas iriam convencer os cristãos de Bereia a não interpretarem a Bíblia "sob a ótica deles"? Isso que você disse não tem sentido nenhum. Como os de Beréia poderiam ter a certeza de que Paulo e Silas estavam interpretando corretamente, enquanto qualquer outro de qualquer outra vertente religiosa que veio até eles estava interpretando errado? Logicamente, apenas se a interpretação deles não fosse apenas uma "ótica", mas a REALIDADE, a interpretação mais convincente dos textos bíblicos que eles usaram para apontar que Jesus era o Cristo. Essa coisa de não interpretar o texto pelo que ele é, mas pela ótica subjetiva da interpretação pessoal de outro indivíduo, é prática romanista e não bíblica.

      Excluir
  9. Lucas, como explicar o "gap" de centenas de milhares de anos entre os primeiros homens e os primeiros escritos da bíblia? o homem existe há pelo menos 200 mil anos, enquanto que as primeiras escrituras (Pentateuco? livro de Jó?) seriam no máximo de 1500 a.C. (sendo bastante generoso)

    As primeiras histórias e ensinamentos (Gênesis principalmente) não teriam sido passadas por meio da tradição oral?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso é de acordo com a cronologia evolucionista, biblicamente o homem tem 6 mil anos e não 200 mil. E Moisés recebeu revelação direta da parte de Deus, ele não fez um compilado de tradições orais, até porque as tradições orais de sua época já eram múltiplas e confusas (veja o caso do dilúvio, por exemplo, com centenas de tradições diferentes em todas as partes do mundo).

      Excluir
    2. Desculpe Lucas, mas isso não tem nada a ver com a teoria da evolução. O estudo da idade dos fósseis é da alçada da paleontologia.

      Você acha que os métodos de datação utilizados pela ciência não são confiáveis? além disso, gostaria de saber se você é adepto da "teoria da Terra Jovem"? (você tem uma interpretação literal da narrativa da criação contida em Gênesis?)

      Excluir
    3. Como não tem nada a ver com a evolução? Você acha que os fósseis vem com uma fita adesiva com o número de anos anotado? Claro que não, para determinar a idade dos fósseis vai depender da escala de tempo geológico que é utilizada. Os evolucionistas aderem à teoria do uniformitarismo, por isso que eles chegam à "idade velha", os criacionistas aderem ao catastrofismo, por isso eles chegam à "idade jovem". O meu posicionamento sobre isso você pode ver nesta breve carta-resposta de 2011:

      http://apologiacrista.com/a-idade-da-terra

      Não é possível crer no dilúvio bíblico (global), sem crer no catastrofismo, e, consequentemente, sem contrariar os pressupostos evolucionistas baseados no uniformitarismo.

      Eu já fui um entusiasta da terra jovem, hoje não sou mais, embora ainda continue crendo nela. Recomendo a leitura do livro "Como tudo Começou", do Adauto Lourenço, e os vídeos do mesmo (há vários na internet). E também os artigos e vídeos do Michelson Borges.

      Recentemente um doutor da USP criou um excelente canal de ciência onde defende a terra jovem, ele já fez vários vídeos sobre isso, o canal é esse:

      https://www.youtube.com/channel/UCDoPuIvx88nh69fS5VJCNWg/videos

      Abs!

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  10. Lucas, eu tenho uma dúvida sobre o contexto histórico do livro de Jó

    este Jó da história era o mesmo Jó desta passagem: um judeu, filho de issacar, neto de jacó?
    "E os filhos de Issacar: Tola, Puva, Jó e Sinrom."
    (Gênesis 46:13)

    e quem escreveu o livro de Jó, foi o próprio Jó?
    por que isso explicaria que o papiro mais antigo da bíblia já encontrado foi um livro de Jó, mais antigos que os livros de Moisés(o pentateuco), pois se de fato Jó foi filho de issacar, então ele viveu antes de Moisés.

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    Respostas
    1. Olá, ninguém sabe exatamente se sim ou se não porque a Bíblia não dá mais pistas disso, mas os estudiosos em geral concordam que não é esse Jó aí mencionado, porque as evidências indicam que Jó é da época patriarcal, ou seja, de antes das tribos de Israel se formarem. Em tese, quem o escreveu foi Moisés, que viveu realmente depois, mas que deixou registrado por escrito na mesma época do pentateuco, não foi o próprio Jó que escreveu.

      Abs!

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