A Quarta Cruzada e o Saque de Constantinopla
Introdução
Vimos no capítulo 5 que
Constantinopla havia sido saqueada pelos cruzados católicos por duas vezes; na
Cruzada Popular e na Primeira Cruzada. Entretanto, as dimensões do saque em
nada se comparariam com o que estava por vir. A Quarta Cruzada é considerada um
dos episódios mais infames, deploráveis e vergonhosos da história da Igreja
Católica Romana. Consolidou o racha com a Igreja oriental e marcou a história
com saques, estupros e assassinatos na então cidade mais rica e formosa do
mundo.
Phillips diz que “os bélicos exércitos ocidentais eram considerados um
perigo para Constantinopla desde a época da primeira cruzada, e eram muitos os
gregos que pensavam que talvez todo o movimento cruzado não fosse mais do que
um pretexto para atacar sua cidade”[1],
e Duché complementa que “muitas vezes haviam
sentido os cruzados a tentação de saquear Constantinopla”[2].
Hugh Trevor-Roper comenta:
Desde há muito que os rudes
guerreiros da Europa olhavam com inveja e desconfiança para a grandiosa capital
imperial de Constantinopla e para “esse ruim imperador” (como o primeiro
cronista normando, invariavelmente, o apelida) que duvidava quer da política
quer dos costumes e teologia dos cruzados. No momento em que se tinham passado
três cruzadas, começaram a pensar que os cismáticos gregos não eram melhores
que os turcos infiéis e que a sua cidade – essa maravilhosa cidade imperial,
recheada de tesouros e tributos de séculos – era muito mais rica e desejável
que a sagrada mas miserável urbe planáltica de Jerusalém.[3]
Estudaremos aqui como foi que a
Quarta Cruzada entrou para a história como um dos feitos mais detestáveis da
história humana.
O plano e o contratempo
O papa Inocêncio III pregou a
Quarta Cruzada desde 1202, e a intenção inicial era atacar Jerusalém. Contudo,
decidiram fazer a travessia por mar até o Egito, em vez da rota tradicional por
terra que sempre faziam. Para isso, precisavam dos barcos de Veneza, que exigiu
uma enorme quantia em dinheiro para o financiamento da Cruzada. Para conseguir
este dinheiro e financiar a Cruzada, os venezianos convenceram os cruzados a
saquear a cidade cristã de Zara.
O ataque a Zara
Zara era uma cidade cristã,
governada por um rei que havia lutado nas Cruzadas e que por isso tinha
imunidade teórica, ou seja, não podia ser atacado por nenhum outro cruzado. Mas
os cruzados não quiseram nem saber deste pequeno detalhe, e atacaram Zara assim
mesmo. Lins escreve:
Como precisavam de navios, combinaram
os cruzados, com a República de Veneza, o transporte de 1.500 cavaleiros com
seus cavalos e 20.000 peões. Não dispondo, porém, da soma ajustada para o frete
dos navios, convenceu-os o doge Dândolo de auxiliarem os venezianos na
conquista de Zara, cidade cristã, pertencente ao rei da Hungria, cujos domínios
deviam ser sagrados para os cruzados, visto haver também tomado a cruz.[4]
Depois de conquistar a cidade
cristã de Zara, violando as imunidades a que tinha direito o rei da Hungria, “os senadores venezianos convenceram, facilmente, os
cruzados a ajustar o rumo da sua marcha e navegar não para o Egito mas para
Constantinopla”[5]. Uma vez que Zara
ainda não tinha recursos suficientes para bancar a Quarta Cruzada, decidiram
que Constantinopla era o destino mais atrativo.
O ataque a Constantinopla
Houve dois ataques a
Constantinopla. O primeiro se deu em 1203, ocasião na qual os cruzados
incendiaram a cidade por três vezes, e o segundo em 1204, ocasião na qual houve
o famoso saque, em que os cruzados roubaram toda a riqueza da então cidade mais
rica do mundo. Sobre os incêndios em 1203, Phillips escreve:
Os cruzados, situados na costa oposta
do Chifre de Ouro, só puderam contemplar como o fogo arrasava as ruas e
devorava a seu passo casas, igrejas e tendas. As nuvens de fumaça subiam e
devoravam ao céu e as chamas saltavam de edifício em edifício; os gritos de
quem havia ficado preso no incêndio flutuavam no ar.[6]
Lins também discorre:
Por ocasião do primeiro sítio, pondo
os cruzados fogo numa sinagoga, estendeu-se o incêndio ao bairro mais populoso
da cidade, durante oito dias e oito noites, com imensos prejuízos,
principalmente quanto aos monumentos literários da antiguidade grega, visto
haverem sido destruídas várias bibliotecas riquíssimas, ponderando Heeren que,
sob este aspecto, mais perniciosa foi a tomada de Constantinopla, em 1203,
pelos cruzados, do que um século e meio mais tarde pelos turcos.[7]
O incêndio nas igrejas de
Constantinopla foi deliberado. Raimbaldo de Vaqueiras, testemunha presencial
dos acontecimentos, disse que “ele [Balduíno] e nós
somos culpados pelo incêndio das igrejas e palácios, no que vejo pecaram
clérigos e laicos”[8].
Em 1204, foi pior. Os
testemunhos históricos são unânimes em narrar a extrema desumanidade dos
cruzados em frente aos seus próprios irmãos cristãos do Oriente, pelos quais
nutriam enorme inveja e raiva. Uma testemunha ocular dos eventos chamou os
cruzados de “loucos encolerizados contra o sagrado”[9],
de assassinos que se negavam a “respeitar as
piedosas donzelas”[10]
e de bárbaros que haviam destruído os altares e roubados objetos
preciosos, “precursores do anticristo, agentes e
arautos das impiedades que deste se esperam”[11].
O saque atingiu tal grandeza que
o conde Balduíno de Flandres, um dos líderes da campanha, escreveu que “podemos afirmar com tranquilidade que nenhuma história
poderá jamais relatar maravilhas maiores no que concerne às fortunas de guerra”[12].
Villehardouin mal pôde descrever todas as riquezas tomadas dos gregos, e
resumiu: “Havia semelhante coleção de objetos
preciosos que ninguém podia contá-los”[13].
Gunther de Paris assim se referia ao saque: “Cristo
deseja enriquecê-los com a pilhagem dos malfeitores, deseja o saque para outros
conquistadores. Vejam, as casas estão abertas, repletas com as riquezas do
inimigo, e um antigo tesouro terá novos mestres”[14].
O bispo Conrado de Halberstadt
regressou à sua casa com tantos objetos que “teve
que construir um novo altar para acolhê-los; da mesma forma, também contribuiu
à decoração de sua igreja com duas esplêndidas cortinas e diversas telas de
ouro, prata e púrpura”[15].
Phillips diz que “a ânsia de riqueza dos ocidentais
os levou a saquear a cidade e a seus cidadãos por igual e, em seu entusiasmo
religioso, não se detiveram a pensar no que podiam sentir aqueles a quem
assaltavam ou na santidade dos lugares que eram objeto de sua pilhagem”[16].
Entre as obras roubadas,
encontra-se a História da Macedônia de
Teopompo; a dos Partas, a de Bitínia e a dos sucessores de Alexandre pelo
discípulo de Epicteto, Arriano; a História
da Pérsia e a Descrição da Índia
de Ctésias; a Geografia de
Agatarquides; e inúmeros livros de que restam apenas fragmentos, como as Histórias de Políbio, Dionísio de
Halicarnasso e Diodoro de Sicília. Muitas das orações de Demóstenes, Lísias,
Hipérides e quase todas as de Iseu perderam-se nessa ocasião. Quanto aos demais
gêneros literários, basta lembrar quase todas as tragédias de Ésquilo e todas
as comédias de Menandro[17].
Heeren comenta que “essas riquezas e muitas outras
desapareceram em poucos dias, não pelos desatinos de mongóis e pagãos bárbaros,
mas de cristãos, mais bárbaros ainda, que causaram às letras e artes
irreparável perda”[18].
No parecer de Gibbon e de
Villehardouin, só o incêndio já devorou, em poucas horas, o valor
correspondente à riqueza das três maiores cidades da França contemporânea[19].
Maalouf escreve que “em abril de 1204, após apenas
uma semana de combate, a cidade era invadida e, durante três dias, foi entregue
ao saque e à carnificina. Objetos simbólicos, estátuas, livros, inumeráveis
objetos de arte, testemunhos das civilizações grega e bizantina, eram roubados
ou destruídos”[20]. Phillips dá
ênfase ainda às igrejas, que eram um alvo preferido dos cruzados:
As igrejas constituíam um objetivo
evidente para os santos guerreiros, que se apoderaram de centenas de magníficos
ícones e arrancaram dos altares relicários preciosos que guardavam os restos de
mártires que haviam sofrido em nome de Cristo. O pão e o vinho que
representavam o corpo e o sangue de Cristo foram atirados ao solo.[21]
Os ocidentais arrancaram o
revestimento de prata das portas do púlpito, destruindo assim um magnífico
trabalho de artesania que havia custado anos realizando. Tão enorme foi o saque
obtido neste lugar que os santos ladrões tiveram que utilizar animais de carga
para transportá-lo. Os excrementos das mulas e jumentos sujaram o piso de
mármore da casa de Deus, e homens e animais escorregavam e caíam no chão
enquanto se esforçavam em levar os frutos do saque. A profanação da majestosa
igreja foi absoluta.[22]
Nem as igrejas foram poupadas
das depredações. O abade Claude Fleury descreve:
As santas imagens foram pisadas, as
relíquias lançadas em lugares imundos, o corpo e o sangue de Nosso Senhor
atirados ao chão, e os vasos sagrados aplicados a usos profanos. Para
transportar as portas e balaustradas de prata, serviram-se os cruzados de
jumentos, que encheram de imundícies o santuário da Igreja de Santa Sofia, onde
dançou uma mulher despudorada.[23]
Nicolás Mesarites, um escritor e
clérigo bizantino, testemunhou:
Espadachins vestidos de ferro
enlouquecidos pela guerra e respirando assassinato, lanceiros, arqueiros,
ginetes, todos jactando-se espantosamente, uivando como Cerbero e respirando
como Caronte, saquearam os lugares sagrados, pisotearam os objetos divinos,
jogaram ao chão as santas imagens que cobriam as paredes, sem respeitar as
efígies de Cristo e sua santíssima mãe e dos santos homens que desde a
eternidade comprazem ao Senhor Deus.[24]
E Duché escreve:
Em 13 de abril de 1204, os francos
saltaram as inquebráveis muralhas, e Constantinopla foi saqueada como nunca o
seria pelos turcos. “Esmagaram as santas imagens adoradas pelos fieis”, escreve
Nicetas Acominate. Jogaram as relíquias dos mártires em lugares infames que me
dá vergonha lembrar. Na grande Igreja (Santa Sofia), esmagaram o altar feito de
pedras preciosas e se repartiram os fragmentos. Fizeram entrar ali seus
cavalos, roubaram os vasos sagrados, arrancaram o ouro e a prata de todas as
partes onde figurava entre os adornos, do púlpito, das portas, do púlpito. Uma
prostituta se sentou na cátedra patriarcal e entoou uma canção obscena.[25]
Maalouf também assevera que “uma prostituta vinda com a expedição franca sentou-se no
trono do patriarca entoando canções devassas, enquanto soldados bêbados
violavam freiras gregas nos mosteiros vizinhos”[26].
Phillips, igualmente, testemunha que “houve então
celebrações avivadas pelo álcool. Uma prostituta ocidental, que havia voltado
com rapidez do exílio ao qual havia sido enviada antes do combate, montou-se no
trono do patriarca em Santa Sofia, e logo saltou e começou a cantar e a bailar
em torno do altar sagrado para entreter a seu público”[27].
Franco diz que foram “vários dias de desordem, com os latinos matando,
queimando, violentando, mas sobretudo saqueando, apossando-se das imensas
riquezas de Bizâncio”[28].
Um cronista que testemunhou os eventos disse que “os
ganhos foram tão grandes que ninguém saberá dizer o montante em ouro e prata,
baixelas, pedras preciosas, tecidos de cetim e de seda, peles e todos os mais
ricos bens que jamais foram encontrados na Terra”[29].
Lins comenta sobre como o ataque a Constantinopla destruiu a cultura da
civilização bizantina, fundamental para o mundo de até então:
Constantinopla era uma espécie de
museu, onde os imperadores, durante perto de nove séculos, haviam acumulado os
mais veneráveis monumentos da antiguidade. Enumera e descreve Gibbon as
maravilhosas obras primas de Lisipo, Fídias e Praxíteles, que os cruzados
destruíram pelo simples prazer da demolição. Um dos poucos monumentos salvos
foi os quatro cavalos de bronze, que os venezianos transportaram, como troféu
da vitória, para a Praça de São Marcos em Veneza, onde ainda hoje se encontram.[30]
E Phillips afirma:
Alguns daqueles a quem se respeitaram
a vida foram feitos prisioneiros para poder logo exigir resgates. As pessoas
tentavam se esconder dos cruzados e uns quantos buscaram refugiar-se nas
igrejas, mas “não havia lugar onde pudessem se livrar de ser descoberto ou que
pudesse oferecer asilo à multidão que fugia”[31].
Durante os dias seguintes os invasores saquearam a cidade de forma implacável e
minuciosa e levaram consigo tudo aquilo que era de valor, não importa quão bem
escondido estivesse.[32]
Phillips diz ainda que “as vinícolas de vinho de Constantinopla também foram
objeto de pilhagem e tal era a ânsia dos ocidentais por beber que nem sequer o
mesclaram com água, como era costume na época”[33].
Nicetas, o senador bizantino, comentava que o comportamento dos ocidentais os
tornava piores que os infiéis, e que demonstravam ser “bárbaros
sedentos de sangue”[34].
Ele comenta ainda: “De que forma tão diferente os
latinos nos trataram, a nós que amamos a Cristo e compartilhamos suas crenças,
e nunca lhes havíamos feito mal algum”[35].
Phllips escreve que “dia após dia, homens e carretas haviam chegado até esses
edifícios cheios das mais incríveis riquezas. Havia montanhas de objetos de
ouro e prata, de jóias e telas preciosas. O saque foi imenso e ficou quase
impossível de descrever”[36].
Roberto de Clary também fala sobre o saque: “Desde
que o mundo foi criado, ninguém havia visto ou ganhado um tesouro tão grande ou
tão nobre ou tão valioso, nem nos tempos de Alexandre nem na época de Carlos
Magno, nem antes e nem depois. Nem creio que nas quarenta cidades mais ricas do
mundo haja havido tanta riqueza como a que se achou em Constantinopla”[37].
Godofredo de Villehardouin
declara que, segundo seu conhecimento, um saque tão grande nunca havia sido
obtido em nenhuma cidade desde a criação do mundo[38].
Balduíno de Flandres escreveu que “uma quantidade
inumerável de cavalos, ouro, prata, custosas cortinas de seda, joias e demais
coisas que as pessoas julgam valiosas foram coletadas. Tal era a abundância que
não creio que todo o mundo latino possuísse tanto”[39].
Runciman faz o balanço da Quarta Cruzada nas seguintes palavras:
O saque a Constantinopla não teve
paralelos na história. Por nove séculos, a grande cidade foi capital da
civilização cristã. Era cheia de obras de arte deixadas pela Antiga Grécia e de
obras-primas de seus próprios e excelentes artesãos. Os venezianos conheciam
efetivamente o valor de tais objetos e, onde puderam, apoderaram-se dos
tesouros para adornar as praças, as igrejas e os palácios de suas cidades. Mas
os franceses e os flamengos estavam ávidos pela destruição. Lançavam-se
furiosos e gritando pelas ruas e pelas casas, arrancando tudo que brilhava e
destruindo tudo que não pudessem transportar, parando apenas para assassinar ou
violentar, ou para arrombar as adegas e matar a sede com vinho. Não poupavam
nem mosteiros, nem igrejas, nem bibliotecas. Na própria [basílica de] Santa
Sofia, viam-se soldados bêbados arrancando as tapeçarias e quebrando as
iconóstases de prata, pisando nos livros sagrados e nos ícones. Enquanto bebiam
alegremente do cálice do altar, uma prostituta se sentou no trono do patriarca
e começou a cantar uma canção obscena francesa. Muitas freiras foram
violentadas em seus próprios conventos. Palácios e cabanas foram igualmente
invadidos e destruídos. Mulheres e crianças feridas jaziam moribundas pelas
ruas. Por três dias, as terríveis cenas de saque e derramamento de sangue
continuaram, até que a imensa e magnífica cidade foi reduzida a um matadouro.
Até os sarracenos teriam sido mais misericordiosos, exclamou o historiador
Nicetas, e com razão.[40]
Phillips diz que “os santos guerreiros conservaram para si mesmos imensas
somas de dinheiro, indiferentes às ameaças de que quem o fizesse seria
enforcado ou excomungado; o montante total talvez alcançasse o meio milhão de
marcos, bastante mais do que foi reunido no tesouro oficial”[41].
Ele acrescenta que “uma grande proporção do saque
nunca chegou às marcas oficiais”[42].
O comportamento dos cruzados se tornava cada vez mais detestável. Phillips
escreve:
Além de prosseguir com a destruição
da Rainha das Cidades, os cruzados se comportavam de forma ordinária. Enriquecidos
por suas fortunas recém adquiridas, os conquistadores se entregaram a
intermináveis rodas de jogos e apostas ou qualquer outra coisa que lhes
permitisse enfrentar-se mutuamente, chegando em certas ocasiões a incluir suas
próprias mulheres como parte de suas apostas.[43]
Para Nicetas, o aspecto mais
intolerável do saque de Constantinopla foi a absoluta intransigência com que os
cruzados trataram a seus habitantes. Qualquer intento de ponderar com os
conquistadores provocava que estes sacassem suas lanças e as pusessem em aço
frio. As pessoas que tentavam deixar a cidade eram detidas para que suas
carretas pudessem ser saqueadas de forma impiedosa. Os cruzados estavam tão
enfeitiçados em seu desejo de fazer uma pilhagem que pareciam não ser capazes
de pensar.[44]
Nicetas conclui que era difícil
esperar algo mais de um grupo de “bárbaros
analfabetos que ignoravam por completo seus abecedários e careciam da
habilidade para ler e conhecer os versos épicos”[45].
Além do terrível saque que acabou com toda a riqueza da cidade mais rica do
mundo, houve ainda um enorme massacre de cristãos ortodoxos que tentaram
proteger sua terra. Phillips diz que “uma terrível
onda de violência foi desatada”[46],
e Villehardouin escreve que “o que se seguiu foi
uma cena de massacre e pilhagem: por todas as partes os gregos eram
assassinados... tão enorme foi o número dos feridos e mortos que ninguém pôde
contá-los”[47].
Ibn al-Athir relata também:
Todos os bizantinos foram mortos ou
despojados. Alguns de seus notáveis tentaram refugiar-se na grande igreja que
chamam de Sofia, perseguidos pelos francos. Um grupo de padres e de monges saiu
então, carregando cruzes e evangelhos, para suplicar aos atacantes que lhes
preservassem a vida, mas os francos não deram nenhuma atenção às suas preces.
Massacraram-nos a todos, depois saquearam a igreja.[48]
Balduíno de Flandres disse que
os cruzados estiveram dedicados à matança e mataram a “muitos
gregos”[49],
a Devastatio Constantinopolitana fala
de “uma tremenda carnificina”[50],
Valentin diz que “cristãos romanos se atiraram com
incrível ferocidade contra os cristãos gregos”[51],
Tornell escreve que os cruzados cometeram “muitas
matanças”[52], e Maalouf diz que
a cidade “foi entregue à carnificina”[53]
e que “milhares de habitantes foram degolados”[54].
Como se não bastasse o saque e o genocídio, os cruzados ainda recorreram
largamente ao estupro das mulheres cristãs bizantinas. Phillips escreve:
A violência dos ocidentais também
encontrou uma válvula de escape nas agressões sexuais. Como ocorreu com tantos
exércitos ao longo da história, estuprar as mulheres do inimigo foi no caso dos
cruzados uma liberação física e outra manifestação de sua vitória. Sem
consideração alguma pelos gritos de suas vítimas e ignorando por completo as
angustiadas súplicas de seus pais, maridos ou irmãos, os cruzados forçavam a
toda classe de mulheres, jovens e velhas, casadas e donzelas.[55]
Nicetas pergunta: “Acaso respeitaram esses loucos, encolerizados contra o
sagrado, às piedosas parteiras e às jovens em idade de se casar ou às donzelas
que, havendo escolhido uma vida de castidade, estavam consagradas a Deus?”[56].
Nicolás Mesarites relata que os ocidentais “arrancavam
os filhos de suas mães e as mães de seus filhos, tratavam às virgens com
lascívia e despudor nas santas capelas sem temer a ira de Deus nem a vingança
dos homens”[57]. Ele escreve
ainda:
Às mulheres se inspecionava o peito
para ver se levavam adornos de ouro atados ou escondidos ali, se lhes
arrancavam o cabelo e tiravam os chapéus, e a quem não tinha dinheiro nem casa
eram jogados ao chão. Por todos os lados podiam se ouvir os lamentos e os
choros. Se qualquer objeto excelente se ocultava no mais recôndito do corpo, se
perpetravam indecências; os malfeitores e revoltosos atentavam contra a própria
natureza. Massacraram aos recém-nascidos, mataram as parteiras, desnudaram as
anciãs e provocaram a indignação das damas de idade avançada. Torturaram aos
monges, aos quais golpearam com seus punhos e chutaram suas barrigas, rasgando e batendo em seus veneráveis corpos
com chicotes. O sangue dos mortais foi derramado sobre os altares sagrados, e
foram muitos os que foram arrastados até eles como ovelhas para serem
decapitados, em lugar do Cordeiro de Deus que se sacrificou pela salvação do
universo; e nas tumbas santas, os malditos mataram os inocentes.[58]
O massacre deixou marcas
irrevogáveis no tempo. Phillips escreve:
Depois de haver sido a cidade mais
grandiosa do mundo cristão, Constantinopla estava se tornando uma sombra negra
de seu antigo esplendor. Suas excelentes muralhas estavam horrivelmente
deformadas pelos restos das defesas de madeira construídas para fazer frente ao
cerco; três terríveis incêndios haviam destruído os edifícios de distintos
setores da cidade, e agora os monumentos que haviam comemorado e sustentado a
identidade cultural bizantina estavam sendo derrubados. Os pedestais estavam
desprovidos de suas estátuas, e só em determinados casos algum triste cabo de
metal marcava o lugar de onde antes se erguia uma figura de magnífica factura.[59]
Depois de todo este horror,
Constantinopla passaria a ser o “Império Latino de Constantinopla”, agora
governado pelos francos e pelos venezianos. Tornell escreve:
Ao ver-se os cruzados em posse da
cidade e de uma enorme soma de dinheiro, revolveram ficar nela e elegeram
imperador a Balduino de Flandes, nomeando patriarca ao veneziano Tomás
Morosini. As províncias do império em que ainda dominavam os gregos foram dadas
em feudo aos principais chefes cruzados.[60]
Valentin discorre:
A Roma Ocidental vingava-se
tardiamente da Roma Oriental, destruía na sua cegueira o último baluarte do
Império contra o Islamismo e erigia em lugar do enfraquecido Império grego algo
muito mais fraco: aquele Império latino, uma instituição artificial,
improvisada com elementos heterogêneos, balda de ideias e tradições, uma
criação inerte.[61]
Não foi senão 57 anos depois que
“um nobre grego apoiado por Gênova restabelecia o
Império Bizantino (1261)”[62],
embora “partes da Grécia (restos do Império Latino
de Constantinopla) ficaram sob domínio ocidental até 1460”[63].
Durante pouco mais de meio século, houve um imperador francês e um patriarca
latino em Constantinopla[64]. Roper
escreve:
Foi esse o ponto de viragem na
história de Bizâncio, a maior tempestade jamais sofrida pela cidade imperial.
Até então, julgara-se inexpugnável; e, na verdade, tinha sido invencível. Como
Troia, rechaçara todos os ataques do exterior. Os persas, os avaros e os árabes
tinham investido em vão contra ela. Mas, agora, um partidário traidor, acolhido
como suposto aliado, perdia-a irremediavelmente.[65]
E Southern afirma:
O mundo grego havia ficado
destroçado; suas riquezas, dispersadas; seus portos e pontos estratégicos,
entregados aos venezianos. Os representantes do governo e da civilização
bizantina foram espalhados entre os três fragmentos do Império com seus centros
em Niceia, Trebisonda e a Albânia atual, que havia escapado do domínio dos
invasores.[66]
De fato, há um consenso entre os
historiadores de que, sem o saque e a carnificina dos cruzados em 1204,
dificilmente os turcos conseguiriam conquistar Constantinopla definitivamente
em 1453. A conquista dos francos enfraqueceu completamente o Império que antes
era o mais rico do mundo e detinha todos as formas de comprar mercenários para
proteger seu território. Agora, sem dinheiro, se tornava presa fácil para
qualquer ataque estrangeiro. A cidade que resistiu por 800 anos antes da
invasão franca não resistiria mais de 200 anos depois dela. Se não fosse pelo
saque de Constantinopla, é bastante provável que o Império Bizantino existisse
até hoje, com todas as glórias que possuía do passado.
A celebração do papa
Embora o papa Inocêncio III
inicialmente tivesse ficado irado com os cruzados pelo desvio do curso e os
colocado em excomunhão (uma vez que pretendia a tomada de Jerusalé), ele ficou
profundamente realizado quando descobriu que os cruzados conseguiram mesmo
conquistar Constantinopla, e celebrou a conquista. Lins diz que Inocêncio III “reformou sua sentença e perdoou os conquistadores”[67].
Lenzenweger afirma que o papa “saudou, como obra da
Providência divina, a submissão violenta dos gregos sob sua autoridade. Agora a
latinização deveria ser completada com a introdução do rito romano”[68].
Lins escreve:
Acaba Inocêncio III, numa bula de
1205, aprovando o empreendimento anteriormente excomungado, visto serem
impenetráveis os desígnios de Deus, o qual, consigna o prolóquio popular,
“escreve direito por linhas tortas...”. Tendo condenado o desvirtuamento da
cruzada, excomungado os que participassem da expedição contra Constantinopla,
cuja tomada, pelos latinos, ia, entretanto, permitir a tão almejada fusão da igreja
grega com a latina, achou-se o papa em situação embaraçosíssima.[69]
Valentin afirma que o papa
Inocêncio III “sentia-se no fim de tudo como o
último e supremo vencedor”[70].
Tornell afirma que “o papa fez o quanto pôde para
obrigar os cruzados ao cumprimento de seu compromisso de ir a Palestina,
chegando até a colocá-los em interdito. Mas depois de conquistada
Constantinopla a promessa por parte daqueles de cumprir seu voto de libertar a
Terra Santa, lhes retirou o interdito”[71].
Em uma carta ao imperador Balduíno de 7 de novembro de 1204, Inocêncio
manifesta sua alegria pela conquista da capital bizantina, feito que descreve
como “um magnífico milagre”[72].
O papa se refere à campanha como a transferência, ordenada por Deus, do Império
Bizantino, “dos orgulhosos aos humildes, dos
desobedientes aos obedientes, dos cismáticos aos católicos”[73],
e conclui que “isso foi obra do Senhor e uma
maravilha para nossos olhos”[74].
Phillips escreve:
Inocêncio estava encantado e colocou
o Império latino sob proteção papal (um sinal de favor especial) e decretou que
a tarefa de conservar as terras recém conquistadas seria recompensada com a
remissão dos pecados (a mesma recompensa de uma cruzada a Terra Santa). Em outras
palavras, aproveitou um elemento fundamental da ideia da Cruzada, a defesa da
Terra Santa, para apoiar as prioridades imediatas do imperador Balduíno.[75]
Uma série de cartas de princípios de
1205 nos mostra que a euforia de Inocêncio III não havia diminuído o mais
mínimo. Ao que parece, estava completamente maravilhado no que este incrível
feito significava para a Igreja Católica. Para ele, a transcendental escala do
juízo de Deus anunciava uma Idade do Ouro que seria testemunho da libertação da
Terra Santa, o retorno de todos os cristãos cismáticos à sede de São Pedro, a
conversão de muitos infiéis e a salvação de Israel.[76]
Escreveu o papa Inocêncio III,
maravilhado com a conquista de Constantinopla:
Me envolve um imenso sentimento de
maravilha, assim como a todos os que me rodeiam, ao pensar na novidade do
milagre ocorrido nestes dias.[77]
E em 25 de maio de 1205, o papa
escreveu aos professores e estudantes de Paris:
De muitos modos e por muitos caminhos
Deus, em sua mercê, nos chama a nos despertar à vida desde o sonho da morte, e
a elevar-nos desde o abismo da miséria à esperança da glória perdurável. Nós
nos regozijamos por isso, e justamente regozija toda a congregação dos santos
que Ele, que é poderoso, nos visitou desde os altos céus, de sorte que uma
grande parte da Igreja oriental – por certo, quase todo o Império grego –, que
por muitos anos se negou a seguir os passos da Santa Igreja Romana, haja em
nossos dias passado da desobediência à obediência, e do menosprezo à devoção.[78]
Inocêncio estava tão feliz que
perdoou até mesmo os venezianos que, arrogando-se contra a autoridade papal,
haviam desviado o curso dos cruzados para a cidade grega[79].
Phillips diz ainda que “o legado pôde decidir que a
melhor forma de apoiar o nascente Império latino era concentrar o esforço dos
cruzados em Constantinopla e seus derredores e que isso convinha mais aos
interesses da Igreja do que um êxodo de homens à Terra Santa”[80].
Essa foi a razão pela qual os cruzados não partiram para Jerusalém após o saque
de Constantinopla. Consolidar a conquista era a prioridade.
Phillips escreve:
O papa aceitou que Deus havia
pronunciado a respeito de “um povo maligno” (os gregos) e se refugiou em uma
meditação sobre “os incompreensíveis caminhos do Senhor” para concluir
perguntando-se se alguém pode conhecer o que passa por Sua mente. Ademais,
invitou a Bonifácio para conservar, defender e ainda estender os territórios
sobre os que agora governava, algo que evidencia que via ao novo Império latino
como uma entidade permanente do cenário político e religioso.[81]
E quando Constantinopla foi
reconquistada pelos gregos, o papa da época (Urbano IV) ficou tão desesperado
por reconquistá-la que chegou a “oferecer pagar o
transporte dos participantes (a diferença do ocorrido em 1202-1204, quando
foram os cruzados que pagaram aos venezianos) e, o que é ainda mais assombroso,
prometeu uma indulgência de entre quarenta e cem dias de penitência
simplesmente por escutar o sermão de
pregação da cruzada!”[82].
O fato do próprio papa ter se
regozijado com a conquista torna a Quarta Cruzada ainda mais repugnante. Numa
época em que o papa era considerado um intermediário entre Deus e o homem, a
aprovação do papa implicava em aprovação divina.
Considerações Finais
A Quarta Cruzada acabou “sem o menor resultado para a Terra Santa, embora
acarretasse inesperado e inaudito acréscimo das riquezas dos cristãos
ocidentais”[83]. A reconquista de Constantinopla
pelos gregos foi relativamente pacífica. Phillips descreve como se deu:
Em junho de 1261, quando os gregos se
formavam para tentar uma invasão total de Constantinopla, um simpatizante lhes
abriu uma das portas da cidade e os bizantinos tomaram a cidade praticamente
sem ter que lutar. A maioria da guarnição latina participava em uma campanha em
outro lugar e os cidadãos em geral estavam mais bem contentes de que
regressaram seus senhores naturais.[84]
Durante o tempo em que os
bárbaros tomaram conta de Constantinopla, a administração da cidade foi
horrível. Em 1257, “o Império estava tão
empobrecido que os credores venezianos lhe exigiram garantias a Felipe, o filho
de Balduíno, para outorgar-lhe um empréstimo, e até mesmo o teto do palácio
teve que ser vendido para obter o efetivo”[85].
O saque de Constantinopla também causou a separação definitiva entre ambas as
igrejas. O autor católico Josef Lenzenweger reconhece que “as excomunhões de 1054 não significaram o início do
cisma definitivo, o qual se deu apenas pela conquista de Constantinopla, em
1204, e suas consequências”[86].
O Império de Bizâncio sobreviveria por outros duzentos anos, mas nunca mais voltaria
a seu antigo esplendor[87].
Em 1453, com os turcos às portas
de Constantinopla, pensou-se em pedir ajuda aos ocidentais, mas um general
bizantino resumiu o pensamento popular:
Prefiro o
turbante dos muçulmanos à mitra dos latinos.[88]
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[1]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y el saco de Constantinopla. 1ª Ed.
Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 215.
[2]
DUCHÉ, Jean. Historia de la Humanidad II
– El Fuego de Dios. 1ª ed. Madrid: Ediciones Guadarrama, 1964, p. 445.
[3]
ROPER, Hugh Trevor. A Formação da Europa
Cristã. 1ª ed. Lisboa: Editorial Verbo, 1975, p. 116.
[4]
LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e
as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p. 387.
[5]
ROPER, Hugh Trevor. A Formação da Europa
Cristã. 1ª ed. Lisboa: Editorial Verbo, 1975, p. 116.
[6]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 271.
[7]
LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Pan-Americana, 1944, p. 388
[8]
Apud PHILLIPS, Jonathan. La cuarta
cruzada y el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005,
p. 399.
[9]
Apud PHILLIPS, Jonathan. La cuarta
cruzada y el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005,
p. 17.
[10]
ibid.
[11]
ibid.
[12]
Apud PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y el saco de Constantinopla. 1ª Ed.
Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 19.
[13]
Godofredo de Villehardouin, The Conquest
of Constantinopla. Chronicles of the Crusades, tradução inglesa de M. R. B.
Shaw, Londres, 1963, p. 92.
[14]
Gunther de Pairis, The Capture of
Constantinople: The Hystoria Constantinopolitana, edição e tradução inglesa
de A. J. Andrea, Filadélfia, 1997, p. 106.
[15]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 334.
[16]
ibid, p. 330.
[17]
LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e
as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p. 388.
[18]
HERREN. Ensaio sobre a Influência das
Cruzadas, p. 407 e seguintes da trad. francesa de Villers, Paris, 1808.
[19]
Apud LINS, Ivan. A Idade Média – A
Cavalaria e as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p.
388-389.
[20]
MAALOUF, Amin. As Cruzadas Vistas Pelos
Árabes. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2001, p. 207.
[21]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 330.
[22]
ibid, p. 331.
[23] FLEURY, Claude. Histoire Ecclésiastique, vol. V, p. 47.
[24] Nicolás Mesarites, em Brand, Byzantium Confronts the West, p. 269.
[25]
DUCHÉ, Jean. Historia de la Humanidad II
– El Fuego de Dios. 1ª ed. Madrid: Ediciones Guadarrama, 1964, p. 413-414.
[26]
MAALOUF, Amin. As Cruzadas Vistas Pelos
Árabes. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2001, p. 207.
[27]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 336.
[28]
FRANCO, Hilário. As Cruzadas. 1ª ed.
São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 52-53.
[29]
Apud FRANCO, Hilário. As Cruzadas. 1ª
ed. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 52-53.
[30]
LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e
as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p. 390.
[31] Nicetas Choniates, O City of Bizantium: Annals of Niketas
Choniates, tradução inglesa de H. J. Magoulias, DSetroit, 1984, p. 316.
[32]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 336.
[33]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 336.
[34]
Apud PHILLIPS, Jonathan. La cuarta
cruzada y el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005,
p. 351.
[35]
Nicetas Choniates, O City of Bizantium:
Annals of Niketas Choniates, tradução inglesa de H. J. Magoulias, DSetroit,
1984, p. 317.
[36]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 340.
[37]
Roberto de Clary, The Conquest of
Constantinople, tradução inglesa de E. H. McNeal, Nova York, 1936, p. 101.
[38]
Godofredo de Villehardouin, The Conquest
of Constantinopla. Chronicles of the Crusades, tradução inglesa de M. R. B.
Shaw, Londres, 1963, p. 92.
[39]
Inocêncio III, Sources, p. 107.
[40]
RUNCIMAN, Steven. Storia delle Crociate.
Einaudi: Turim, 1966, p. 792.
[41]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 340.
[42]
ibid, p. 341.
[43]
ibid, p. 353.
[44]
ibid, p. 335.
[45]
Nicetas Choniates, O City of Bizantium:
Annals of Niketas Choniates, tradução inglesa de H. J. Magoulias, DSetroit,
1984, p. 360.
[46]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y el
saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 323.
[47]
Godofredo de Villehardouin, The Conquest
of Constantinopla. Chronicles of the Crusades, tradução inglesa de M. R. B.
Shaw, Londres, 1963, p. 91.
[48]
Apud MAALOUF, Amin. As Cruzadas Vistas
Pelos Árabes. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2001, p. 207.
[49]
Inocêncio III, Sources, p. 106.
[50]
Devastatio Constantinopolitana. Contemporary
Sources for the Fourth Crusade, tradução inglesa de A. J. Andrea, Leiden,
2000, p. 221.
[51]
VALENTIN, Veit. História Universal – Tomo
II. 6ª ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961, p. 45-46.
[52]
TORNELL, Ricardo Vera. Historia de la
Civilización – Tomo I. 1ª ed. Barcelona: Editorial Ramón Sopena, 1958, p.
603.
[53]
MAALOUF, Amin. As Cruzadas Vistas Pelos
Árabes. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2001, p. 207.
[54]
ibid.
[55]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 335.
[56] Nicetas Choniates, O City of Bizantium: Annals of Niketas
Choniates, tradução inglesa de H. J. Magoulias, DSetroit, 1984, p. 315.
[57] Nicolás Mesarites, em Brand, Byzantium Confronts the West, p. 269.
[58] ibid.
[59]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 353.
[60]
TORNELL, Ricardo Vera. Historia de la
Civilización – Tomo I. 1ª ed. Barcelona: Editorial Ramón Sopena, 1958, p.
603,
[61]
VALENTIN, Veit. História Universal – Tomo
II. 6ª ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961, p. 45-46.
[62]
FRANCO, Hilário. As Cruzadas. 1ª ed.
São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 53.
[63]
ibid, p. 74.
[64]
SOUTHERN, R. W. La Formacion de la Edad
Media. 1ª ed. Madrid: Revista de Occidente, 1955, p. 63.
[65]
ROPER, Hugh Trevor. A Formação da Europa Cristã.
1ª ed. Lisboa: Editorial Verbo, 1975, p. 117.
[66]
SOUTHERN, R. W. La Formacion de la Edad
Media. 1ª ed. Madrid: Revista de Occidente, 1955, p. 63.
[67]
LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e
as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p. 391.
[68]
LENZENWEGER, Josef; STOCKMEIER, Peter; BAUER, Johannes B; AMON, Karl;
ZINHOBLER, Rudolf. História da Igreja
Católica. 1ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006, p. 178.
[69]
LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e
as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p. 391.
[70]
VALENTIN, Veit. História Universal – Tomo
II. 6ª ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961, p. 46.
[71]
TORNELL, Ricardo Vera. Historia de la
Civilización – Tomo I. 1ª ed. Barcelona: Editorial Ramón Sopena, 1958, p.
603.
[72]
Inocêncio III, Sources, p. 114.
[73]
Inocêncio III, Sources, p. 116.
[74]
Inocêncio III, Sources, p. 117.
[75]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y e
saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 375-376.
[76]
ibid, p. 376.
[77] Inocêncio III, Sources, p. 135.
[78]
Apud SOUTHERN, R. W. La Formacion de la
Edad Media. 1ª ed. Madrid: Revista de Occidente, 1955, p. 61.
[79]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y el
saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 376.
[80]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 378.
[81]
ibid, p. 379-380.
[82]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 384;
[83]
LINS, Ivan. A Idade Média – A Cavalaria e
as Cruzadas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pan-Americana, 1944, p. 391.
[85]
PHILLIPS, Jonathan. La cuarta cruzada y
el saco de Constantinopla. 1ª Ed. Barcelona: CRÍTICA, S. L., 2005, p. 385.
[86]
LENZENWEGER, Josef; STOCKMEIER, Peter; BAUER, Johannes B; AMON, Karl;
ZINHOBLER, Rudolf. História da Igreja
Católica. 1ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006, p. 177.
[87]
MALUCELLI, Laura; FO, Jacopo; TOMAT Sergio. O
livro negro do cristianismo: dois mil anos de crimes em nome de Deus. Rio
de Janeiro: Ediouro, 2007.
[88]
Apud FRANCO, Hilário. As Cruzadas. 1ª
ed. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 81.
Anti-First!
ResponderExcluirLUCAS COMO SURGIU A HISTORIA DE APARECIDA A PADROEIRA DO BRASIL NA VISAO CATOLICA EXISTE ALGUM LIVRO OU ARTIGO QUE TRATA DESSE ASSUNTO BEM DETALHADO.
ResponderExcluirVeja esses artigos, é bizarro:
Excluirhttp://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/conheca-a-historia-de-nossa-senhora-aparecida-a-padroeira-do-brasil/?cHash=868912c90461a0b5fba6021449c9fc0b
http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/padroeira/05.htm
Eles LITERALMENTE acreditam em estória de pescador. Três pescadores pescaram por acaso uma estátua sem cabeça da "Aparecida" e depois acharam a cabeça, e o povo acredita nisso até hoje, da mesma forma que muita gente acredita em Mula-sem-cabeça, Saci-Pererê, Gnomos, Duendes, etc...
Lucas, digamos que eu tenha pregado para uma pessoa, e esta pessoa tenha aceitado a Cristo como seu único e suficiente Salvador. Mantive contato com essa pessoa, e comecei a ensinar teologia para ela (5 solas, arminianismo e calvinismo, etc), e eu e o indivíduo estamos sem congregar em igreja alguma. Posso batizá-la?
ResponderExcluirSim, desde que você também já seja batizado.
ExcluirPor que Deus não criou a teologia como uma ciência exata? Seria muito mais fácil do que termos que ficar lendo vários e vários autores para chegarmos a uma conclusão.
ResponderExcluirA teologia seria sem graça se fosse uma ciência exata.
ExcluirLucas, existe algum relato mais sério de como a Aparecida surgiu (sem ser a contada pela ICAR)? Meu amigo já me contou uma versão de como ela surgiu mas eu achei meio furada
ResponderExcluirAbraços
A lenda da ICAR é a única versão que se tem, além disso ninguém sabe o que realmente aconteceu, porque não estávamos lá para saber.
ExcluirLUCAS O QUE VOCE ACHA DOS LIVROS DO EX-PADRE CATOLICO ANIBAL PEREIRA DOS REIS CONVERTIDO AO PROTESTANTISMO.ELE ESCREVE CONTRA AS FALSAS DOUTRINAS CATOLICAS.
ResponderExcluirEu não li nenhum livro dele ainda, apenas alguns artigos, e os artigos dele são muito bons, é uma pena que ele já tenha morrido.
Excluirestou assistindo Paulo Leitao o embusteiro, que fla das adulterações das Biblis "protestantes", você tem alguma coisa sobre as versões alguma refutação deste vídeo.
ResponderExcluirobrigado, Renato
O Elisson Freire tem um vídeo desmascarando o porqueira:
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=KYnatC_tBWQ
O que o Lucas faz quando não está escrevendo artigos? Por que ele demora tanto tempo para aprovar e responder os comentários? Será que ele esqueceu que tem leitores com dúvidas e que querem saná-las?
ResponderExcluirSexta, no Globo Repórter.
(Obviamente eu estou brincando, Lucas, sei que você está ocupado :).)
Eu estava com febre nestes últimos dias, mas já estou bem novamente =)
ExcluirLuteranos e calvinistas discordam sobre qual é o papel do batismo na vida do homem. Qual dos dois conceitos de batismo é o correto?
ResponderExcluirMostre primeiro a discordância entre os dois.
ExcluirO conceito luterano de batismo: "Realiza o perdão dos pecados, livra da morte e do diabo, e dá a salvação eterna a todas as pessoas que crêem no que dizem as palavras e promessas de Deus." (Fonte: Catecismo Menor de Lutero, quarta parte, segunda pergunta: "Que dá ou para que serve o batismo?")
ExcluirO conceito calvinista (e da maior parte das igrejas em geral): "Porém, não somos purificados de nossos pecados pela água do batismo6, mas pela aspersão com o precioso sangue do Filho de Deus [7]. Ele é nosso Mar Vermelho [8], que devemos atravessar para escapar da tirania de Faraó - que é o diabo - e para entrar na Canaã espiritual." (Fonte: Confissão de Fé Belga, Artigo 34 "O Santo Batismo", parágrafo 4).
Então, qual dos dois conceitos está correto?
Não vejo tanta diferença assim entre ambas. O catecismo de Lutero não diz que o batismo salva, mas sim que dá a salvação AOS QUE CREEM no que dizem as palavras e promessas de Deus, ou seja, condicionando o batismo à fé. A diferença parece ser que um crê que o batismo limpa os pecados, enquanto o outro crê que só o sangue de Jesus é que faz isso. Eu adoto um meio-termo: através das águas do batismo, o sangue de Jesus nos purifica e nos torna uma nova criatura.
ExcluirOlá Lucas Banzoli
ResponderExcluirOs calvinistas não creem no batismo infantil?
Um abraço
Luiz
Depende do calvinista. A IPB sim.
ExcluirOuvir esta música é pecado? Letra:
ResponderExcluirhttps://www.vagalume.com.br/dicro/o-bingo.html
Não.
ExcluirOlá Lucas Banzoli
ResponderExcluirBoa noite
Considerando que o Espírito Santo está nos calvinistas que creem no batismo infantil e nos que não creem então deveria existir um concenso sobre esse assunto.
Será que o Espírito Santo seria confuso de iluminar uns para aceitar o batismo infantil e outros para não aceitar?
Biblicamente falando o Espírito Santo não falha então o erro é humano e aí uma das visões está errada.
Um abraço
Luiz
Mas que raciocínio mais sem pé e nem cabeça, porque alguma pessoa tem o Espírito Santo ela não pode errar em nada na teologia? Mas de onde foi que você tirou isso? Se fosse assim todos os mais de dois bilhões de cristãos no mundo deveriam concordar entre si em absolutamente todas as coisas, inclusive nas mais mínimas interpretações bíblicas, e, por que não, políticas. Nem sequer existiria divergências entre católicos, como católicos ortodoxos, RCC, teologia da libertação, sedevacantismo, episcopais, carismáticos, modernistas, tradicionalistas, etc.
ExcluirQuero deixar claro que não é meu costume aprovar comentários de católicos que se fingem de evangélicos para comentar neste blog, estou abrindo uma exceção a você mas minha paciência já está se esgotando.
Esse Fake Luiz Cunha Torres é Católico?
Excluir