Como a Igreja de Roma rachou a Igreja de Cristo
Em 1054 d.C, a Igreja
sofre o seu primeiro grande cisma, que é mais conhecido como o “Cisma do
Oriente”, quando teoricamente a Igreja do Oriente se revolta contra a Igreja do
Ocidente e se separa. Mas historiadores das mais diversas vertentes religiosas
têm observado que esta é uma perspectiva distorcida dos acontecimentos, uma vez
que reflete apenas a visão do próprio ocidente, isto é, dos católicos romanos.
Na perspectiva dos ortodoxos, o cisma é na verdade “do Ocidente”, e não “do
Oriente”, uma vez que quem rompeu a comunhão não foi o Oriente, mas o Ocidente.
Se isso é verdade, é uma bomba atômica nas costas daqueles que acusam Lutero de
“causar cisma”, já que eles mesmos causaram um cisma séculos antes.
Um famoso site
ortodoxo afirma:
“Ao
contrário do que alguns historiadores afirmam, o cisma é realmente ‘do Ocidente’, visto que foi a Igreja Romana quem
se separou da comunhão de Fé das Igrejas Irmãs (...) De fato, a Igreja de
Roma, graças a fatores essencialmente políticos, de ambição do poder temporal,
desenvolveu a partir da Idade Média, a doutrina da primazia do Papa (título,
aliás, dado aos Patriarcas de Roma e de Alexandria) como último e, depois, como
único recurso em matéria de Fé. Ora, isto era, é e será, completamente estranho
à Tradição da Igreja dos Apóstolos, dos Mártires, dos Santos e dos Sete
Concílios Ecumênicos”[1]
De fato, a evidência
histórica unânime e esmagadora é que não
existia um papado nos primeiros séculos. Com isso, obviamente não estou
querendo dizer que nenhum bispo de Roma era chamado de “papa”, porque papa era
um apelido carinhoso que significa “papai”, concedido a todos os bispos
importantes das mais diversas comunidades cristãs de prestígio, e não apenas ao
bispo romano. O que não existia na Igreja da época é aquilo que hoje é considerado “papado” pela Igreja
Romana, ou seja, o bispo de Roma governando toda a Igreja com “poder pleno, supremo e universal”[2],
como afirma explicitamente o catecismo
católico.
Provas históricas
abundantes contra o papado têm sido encontradas amplamente em toda a patrística
e em toda a história eclesiástica. Há tempos atrás publiquei sobre isso no
artigo intitulado "Provas
históricas incontestáveis contra o papado",
e o Elisson Freire traduziu um excelente artigo ortodoxo que derruba por
completo o primado jurisdicional do bispo romano, disponível aqui.
Resumidamente, a “primazia” da Igreja de Roma na época não era no sentido de governar sobre as demais igrejas, mas
meramente no sentido de ser a mais importante por estar na capital do império.
Fazendo analogia,
seria como o governador de São Paulo, que é sem sombra de dúvidas mais
importante do que o governador do Acre, isto é, que exerce mais influência
sobre o Brasil, e no entanto não tem qualquer autoridade para governar o estado
do Acre. Por mais importante e influente que o governador de São Paulo seja,
ele não tem nenhuma autoridade para governar os outros estados. Cada estado tem
seu próprio governador, e este governador é responsável por seu próprio estado,
sem se intrometer no governo dos outros estados.
Assim era a igreja em
seus primórdios. Existiam bispos com influência e importância maior do que outros
(principalmente os de Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla),
mas mesmo estes bispos de maior importância tinham uma jurisdição limitada, que se restringia à sua própria
diocese, e, quando muito, a uma diocese próxima, sujeita ao bispo metropolitano.
É assim que o próprio Concílio de Niceia (325) deixa claro:
“O bispo
de Alexandria terá jurisdição sobre o Egito, Líbia e Pentápolis; assim como o bispo romano sobre o que está
sujeito a Roma. Assim, também, o bispo de Antioquia e os outros, sobre o que está sob sua jurisdição. Se
alguém foi feito bispo contrariamente ao juízo do Metropolita, não se torne
bispo. No caso de ser de acordo com os cânones e com o sufrágio da maioria, se
três são contra, a objeção deles não terá força”[3]
Está óbvio que a
jurisdição do bispo romano se limitava à própria Roma, e não universalmente. A
jurisdição do bispo romano era tão local quanto a dos bispos de Alexandria e de
Antioquia, citados no mesmo cânone. Roma era certamente a mais importante, mas
nunca, em momento algum, exerceu qualquer tipo do governo sobre as demais
igrejas, nem tampouco uma jurisdição universal, e muito menos tinha um “poder
pleno, supremo e universal”, como alega o catecismo católico. Das muitas causas
que levaram ao cisma, a principal foi justamente a insistência dos arrogantes
bispos romanos em alargar seu poder ainda mais, para governar sobre todas as
outras igrejas, o que jamais havia sido admitido pelas igrejas orientais.
Este orgulho e esta
sede cada vez maior pelo poder, mesmo quando já possuía uma autoridade muito
grande, foi justamente o que levou à queda de “Lúcifer”[4], aquele que já era um dos
principais anjos de Deus, mas, não satisfeito com isso, cobiçava o lugar do
próprio Deus, para governar sobre todo mundo. A Igreja de Roma caiu pela mesma
razão daquele que disse:
“Subirei
aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no
monte da assembleia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto
que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo"
(Isaías 14:13-14)
Nada mais próprio para
tratar do papado ao longo dos séculos do que aquilo que Salomão já havia
escrito há milênios: “o orgulho precede a queda”
(Pv.16:18).
Isso aconteceu em 1054
d.C, quando o legado papal viajou a Constantinopla para obrigar o patriarca
bizantino a reconhecer Roma como a “mãe de todas as igrejas”. O patriarca
ortodoxo, é claro, rejeitou. Como consequencia foi excomungado pelo papa, e de
retaliação excomungou o papa também. Ou seja: quem começou o cisma e rompeu a
comunhão não foi o patriarca ortodoxo, mas o papa romano. A excomunhão por
parte dos ortodoxos só veio depois que o papa o tinha desligado
da comunhão. Foi o papa que rompeu a unidade, e não o contrário. Foi a cobiça
por cada vez mais poder, domínio e autoridade que o fez passar por cima de
qualquer um que não se dobrasse diante dele.
O que consolidou
politicamente este rompimento foi o saque de Constantinopla, ocorrido em 1204,
durante a quarta cruzada. O exército do papa decidiu mudar o rumo da viagem e
dar uma passadinha por Constantinopla, a principal cidade dos ortodoxos, apenas
para arruiná-la completamente. O site ortodoxo comenta:
“Esta
separação oficial, decidida pela Igreja Romana, teria sua confirmação em 1204,
quando os cruzados, que se intitulavam cristãos, assaltaram Constantinopla,
saquearam e pilharam, fizeram entrar as prostitutas que traziam consigo para
dentro do santuário de Santa, sentaram uma delas no trono do Patriarca,
destruíram a iconostase e o altar, que eram de prata. E o mesmo aconteceu em
todas as igrejas de Constantinopla”[5]
Depois de saquear a
principal cidade dos ortodoxos e arruinar por completo a relação já tensa entre
as duas facções, os cruzados fundaram o “Império Latino de Constantinopla”, em
1204, e só em 1261 é que os gregos a reconquistaram.
Portanto,
historicamente falando, a causa principal do cisma foi a ambição de poder cada
vez maior por parte de Roma; quem começou excomungando o outro e rompendo os
laços de comunhão também foi Roma, e quem consolidou este rompimento
politicamente foi Roma também. O cisma, de fato, é “do Ocidente” – causado pelo
papa e por seus correligionários. É por isso que um papista, ao atacar um
protestante em um debate sob a alegação de que Lutero “rachou” a Igreja, está
dando um tiro no próprio pé, e um atestado de ignorância histórica. Foram eles que
começaram a rachar a Igreja cinco séculos antes, e depois ainda querem condenar
os protestantes por terem causado um novo cisma.
A sede megalomaníaca dos
papas pelo poder era tão insuperavelmente dantesca que, depois de romper com os
ortodoxos ao forçar-lhes a submissão a Roma, procurando mais alguém com quem pudesse
agora brigar, decidiu forçar a submissão do
próprio imperador(!), para que se dobrasse diante do papa e a ele se
submetesse. Isso começou pouco depois do Cisma, com Gregório VII (1073-1085), o
qual, em 1075, ditou um memorando em que definia os princípios da teocracia
pontífica, entre eles[6]:
IX. “O papa é o
único homem ao qual todos os príncipes beijam os pés”.
XII. “Está-lhe
permitido depor aos imperadores”.
Ou seja: depois de
querer que os ortodoxos se dobrassem diante dele, agora estava cobiçando algo
maior: o próprio poder temporal do imperador!
É claro que o
imperador (Henrique IV) se indignou com tamanha afronta, reunindo 24 bispos
alemães e dois italianos em Worms, onde depôs o papa. Gregório VII respondeu então
excomungando o imperador e o proibindo de governar! Nessa queda de braço entre
o papa e o imperador, o papa prevaleceu, e Henrique IV foi deposto do trono.
Na luta papal pela
supremacia sobre o imperador, o papa Inocêncio III convocou o IV Concílio de
Latrão (1215), onde proclamou:
“Assim
como a lua deriva a sua luz da do sol e na verdade é inferior ao sol tanto em
quantidade como em qualidade, em posição como em efeito, da mesma maneira o
poder real deriva o esplendor da sua dignidade da autoridade pontífica”[7]
A coisa foi piorando
cada vez mais até que Bonifácio VIII tentou submeter à sua autoridade ao
rei da França, até que o rei se cansasse de ser afrontado e finalmente decidisse
prender o papa, o que ocorreu em 1302. Sem ter mais com quem brigar, o papa começa então a brigar
com outro papa, em 1378. Nessa época havia um papa em Avinhão e outro papa em Roma,
cada qual excomungando todos os seguidores do papa oposto. Para solucionar este
tremendo dilema, os bispos tiveram uma ideia genial: criar um terceiro papa.
Assim, em 1409, o concílio
universal de Pisa elege o terceiro papa, Alexandre V, o qual excomunga os
outros dois, é claro. Mas a alegria durou pouco, porque cinco anos mais tarde o
Concílio de Constança, em 1414, excomunga dois dos três papas (incluindo o de
Pisa), e recebe a abdicação do terceiro, ficando assim sem papa nenhum, até
que, em 1417, Matinho V é eleito como papa único.
A história do papado pode ser
resumida em uma palavra: ganância. Com uma sede insuperável pelo poder, a fim
de alargá-lo cada vez mais, começa brigando com os bispos do oriente, depois
com o imperador, depois com os reis, e, por fim, entre eles mesmos. Certamente,
se existisse vida em outros planetas, o papa iria brigar com os aliens até que
eles reconhecessem sua “supremacia” e se submetessem a ele também – e se os
aliens discordassem, seriam os aliens os “cismáticos”, e nunca o papa
megalomaníaco, é lógico.
O mais importante é
que, muito antes de Lutero sequer existir, a Igreja Romana já estava rachando a Igreja e causando cismas. Lutero apenas pegou
uma igreja quebrada, corrupta e corrompida por papas gananciosos, e tentou
restaurá-la. O novo cisma só foi necessário porque o papa bateu o pé e se
recusou terminantemente fazer as devidas concessões morais e doutrinárias
necessárias. Como eu mostrei neste
artigo, um cisma nem sempre é errado, dependendo dos
motivos que se teve para causá-lo. A
diferença é que os católicos romanos se acham certos em causar um cisma em
função de ganância e sede de poder papal, enquanto rejeitam o cisma causado por
alguém que era contra a corrupção da Igreja, contra a venda da salvação por
dinheiro, contra as milhares de falsas
relíquias e contra a matança indiscriminada de
não-católicos.
• Leia também: "Os protestantes
dividiram a Igreja?"
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[2]
Disponível em: http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/s/sumo.html
[3] Concílio
de Nicéia, Cânon VI.
[4]
Coloco entre aspas porque, a bem da verdade, “Lúcifer” não deveria ser
considerado um nome próprio, contrariando a crendice popular. Quanto a isso, eu
escrevi neste artigo: http://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2015/09/o-nome-do-diabo-e-lucifer.html
[6]
Apud FLUCK, Marlon Ronald. História do
Cristianismo: modelos, panoramas e teologia. 1ª ed. Curitiba: Cia. de
Escritores, 2009, p. 32.
[7]
INOCÊNCIO III, apud Fernanda ESPINOSA, Antologia
de textos históricos medievais, 3ª ed. Lisboa: Sá da Costa, 1981, pp. 300s.
Lucas, eu tneho dúvida.
ResponderExcluirA doutrina do purgatório foi iniciada no século 6, o cisma ocorreu no século 11. Certo ? O q eu n entendi é o pq a doutrina do purgatório não é aceita na igreja ortodoxa, já que quando ela foi iniciada ela era una cm a Icar?
A doutrina do purgatório é uma construção ocidental, que começou como uma especulação teológica e foi ganhando força com o tempo, por isso a Igreja Romana crê assim. Mas os teólogos orientais nunca tiveram essa ideia, ou seja, é uma doutrina que foi inventada somente no ocidente, e por isso os ortodoxos não creem.
ExcluirVale lembrar ainda que a Igreja de antes do cisma era muito mais aberta para o diálogo, para discussões teológicas e inclusive para divergências doutrinárias do que a de depois do cisma, a qual passou a ser dirigida por um papa com poderes ditatoriais, ou seja, o papa manda, o papa desmanda, o papa disse, o passa proíbe, etc. Tudo passou a depender exclusivamente da vontade do papa. Como a Igreja antiga não era governada universalmente pelo papa, então ela era muito mais aberta para discutir doutrina, os teólogos tinham opiniões diferentes, as igrejas nem sempre concordavam entre si sobre as coisas, etc. Bem mais parecido com o que o protestantismo é hoje do que com o que o catolicismo romano se tornou na Idade Média, totalmente centrado na pessoa do papa e, portanto, sem estar aberto a discussões.
ExcluirPor isso antes do cisma não havia problema os orientais não crerem no purgatório e os romanos crerem, mas depois que o papa assumiu essa postura centralizadora passou a ser necessário crer no purgatório para ser considerado "católico mesmo", bem como nos demais dogmas que se desenvolveram exclusivamente na igreja ocidental.
Oq vc acha desse artigo? http://ocatequista.com.br/archives/15434
ResponderExcluirQue a Igreja Romana é contra o livre exame, isso não é coisa atual, o papa Francisco apenas repetiu o mesmo que os papas antes dele falaram. Só é interessante notar que este critério imposto atualmente pelos católicos com base no magistério romano NUNCA EXISTIU nos primeiros séculos da Igreja. Em todos os debates patrísticos que eu já tive conhecimento, em NENHUM deles alguém tentava convencer o outro com base em um magistério romano infalível, e muito menos condicionava a interpretação à opinião do bispo romano sobre o tema. Vou postar amanhã mesmo um artigo aqui exatamente sobre isso, sobre um debate entre Jerônimo e Agostinho. Essa ideia de que a interpretação correta (ou mesmo a liberdade de interpretar) está condicionada a Roma é ridícula, e completamente incompatível com a Igreja dos primeiros séculos.
ExcluirSobre o livre exame, recomendo-lhe estes artigos:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/10/podemos-chegar-verdade-sem-um.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/09/pedro-disse-que-escritura-nao-pode-ser.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/07/o-livre-exame-pela-logica-e-razao.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/05/como-desmascarar-e-destruir-o-argumento.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/05/o-que-podemos-aprender-com-o-fight.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/02/os-zumbis-contra-o-livre-exame.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2014/04/o-livre-exame-catolico.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/04/santo-agostinho-e-o-livre-exame.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/o-livre-exame-apoiado-pela-biblia.html
Sobre a Sola Scriptura:
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2014/06/novo-livro-em-defesa-da-sola-scriptura.html
obg
ExcluirApós o cisma, os valdenses foram o primeiro grupo q se rebelou contra a ICAR?
ResponderExcluirE vc acredita em vida fora da Terra?
Sim, até onde me consta, foram o primeiro grupo organizado a fazer isso depois do cisma. Embora muito provavelmente houvessem também grupos anônimos que divergiam de Roma e que se reuniam secretamente, segundo algumas fontes.
ExcluirSou "agnóstico" em relação a extraterrestres, ou seja, simplesmente não sei se existem ou não. Essa é uma questão fora do alcance bíblico e que a ciência até hoje também desconhece a resposta. Talvez exista, mas tão longe daqui que provavelmente nunca ficaremos sabendo...
E quando a bíblia fala de seres celestiais ela está falando sobre seres terrestres? :D
ExcluirDe anjos. Mas entendi a pergunta do amigo como sendo em relação a vida em outros planetas, não sobre vida em outras dimensões (como o Céu). É óbvio que eu creio neste tipo de "vida fora da Terra".
ExcluirExcelente artigo Lucas.
ResponderExcluirFoi para o Beleléu, a sucessão interrupta.
Grande abraço amigo.
Obrigado, Neilom, grande abraço!
ExcluirLucas quem foi o primeiro papa da igreja católica romana? e quando foi realizada a primeira missa?, pois os catolicos dizem que Jesus fazia missa e os apostolos tb ...obrigado.
ResponderExcluirLevando em consideração que a doutrina da transubstanciação não foi consolidada senão depois do século IX, é difícil acreditar que existisse propriamente uma "missa" antes disso.
ExcluirA Igreja Católica Romana surge após um cisma com a Igreja oriental em 1054 d.C. Portanto, o primeiro papa desta igreja é Vitor II.
Agora li sua resposta... mas então havia missa antes da igreja de haver o cisma? na igreja catolica cristã havia missa pois o seculo 9 é antes de 1054 dc ?
ResponderExcluira propria igreja crista primitiva ja entrou na onda de chamar maria de mãe de Deus em 431 dC, quando a igreja catolica romana nem tinha surgido..ou seja, a igreja primitiva tem culpa no cartório de muita coisa... não foi a igreja romana que inventou todas essas heresias existentes.
Certamente heresias já surgiam na Igreja dos séculos III e IV em diante, disso ninguém duvida. Algumas a Igreja combatia, e outras ela incorporava. A diferença é que a Igreja Romana inventou outras por conta própria e ainda transformou em DOGMA aquelas que antes era apenas uma especulação teológica ou uma doutrina que não era aceita universalmente. Por exemplo, quando não existia Igreja Romana, alguém poderia ser católico e tranquilamente não crer em imaculada conceição, em assunção de Maria ou na infalibilidade papal. Mas então a Igreja Romana transforma essas coisas em dogma, ou seja, em pontos de fé indiscutíveis, nos quais é necessário crer para ser salvo. Há uma diferença gigante entre uma coisa e outra, porque a Igreja Romana dogmatizou as heresias e fechou estes assuntos à discussão.
ExcluirEm relação ao concilio de efeso que chamou Maria de mãe de Deus, quer dizer que a igreja primitiva TODA errou? ninguém se manifestou contra isso? onde Nestório errou? na igreja ortodoxa tem missa?
ResponderExcluirO Concílio de Éfeso é de 431 d.C, não é parte da Igreja "primitiva". De qualquer forma não há evidência de que 100% dos cristãos da época criam que Maria fosse mãe de Deus. O próprio Nestório (e seus seguidores) não cria, e ele tinha razão em não crer. E mesmo quando o Concílio de Éfeso disse isso, era com a finalidade de salvaguardar a divindade de Cristo, e não de focar em Maria em si, como uma forma de glorificação mariana (como ocorre no catolicismo hoje). Há evangélicos que creem em "Theotókos" neste sentido, e não são menos evangélicos por isso, embora eu e a maioria dos crentes cremos que Maria é apenas "Christotokos" pelo fato de ter gerado apenas a natureza humana de Cristo.
ExcluirA Igreja Ortodoxa também tem "missa", embora a liturgia seja bem diferente da ICAR:
http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/liturgia/a_liturgia_da_igreja_ortodoxa.html
"A Igreja Ortodoxa também tem "missa", embora a liturgia seja bem diferente da ICAR". Existem vários ritos no catolicismo -- inclusive o bizantino.
ResponderExcluirSó existe salvação nas igrejas que tem sucessão apóstolica, pois essas igrejas foram fundadas pelos Apóstolos inspirados por Deus.
ResponderExcluirQual sucessão possui a Igreja de Constantinopla, considerada no século quinto d.C como sendo a "nova Roma", com os mesmos privilégios desta?
ExcluirA Igreja de Constantinopla não existe atualmente. Mas de nd vc refutou meu comentário
ExcluirSeu comentário é uma imbecilidade, não há nada para ser "refutado" em uma imbecilidade. Você criou sua própria tese para validar uma igreja, sem provar que sua tese é verdadeira. Primeiro prove que para uma igreja ser considerada verdadeira ela deve ter sido fundada por um apóstolo, e só depois eu refuto o seu argumento. Enquanto você levanta uma tese a priori sem prová-la de forma alguma, seu comentário não chegará nem a ser considerado um "argumento" para ter alguma refutação. O ônus da prova está com você.
ExcluirA Igreja de Constantinopla não existe atualmente? kkkkkkkk você deve ter estudado muito sobre história da Igreja pra vir comentar sandices no meu blog:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Patriarcado_Ecumênico_de_Constantinopla
http://www.ortodoxia-brasil.blogspot.com.br/2008/07/histria-resumida-do-patriarcado-de_27.html
http://pt.orthodoxwiki.org/Igreja_de_Constantinopla
http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/governo.htm
Pra um indivíduo vir aqui dizer que a Igreja de Constantinopla não existe mais, deveria agradecer eu ter a piedade de publicar essa pérola no meu blog e ainda perder tempo discutindo com tamanha ignorância invencível.
O seu comentário JÁ FOI refutado. A Igreja de Constantinopla não foi fundada por APÓSTOLO NENHUM, e mesmo assim os Pais da Igreja do século quarto em diante consideravam ela uma das primeiras igrejas, ou seja, uma das mais importantes. Só isso já coloca na lata do lixo o seu argumento de que para uma igreja ser verdadeira é necessário que ela tenha sido fundada por um apóstolo.
Em geral eu digo para um refutado "volte sempre", mas como você nem pesquisar no Google sabe, VOLTE NUNCA MAIS, não me encha mais a paciência nem desperdice meu tempo.
Lucas, o Patriarca Bartolomeu I é bispo de Constantinopla ?
ExcluirLucas Banzoli, muito obrigado pelas informações interessantes...Foi de grande importância eu encontrar seu blog....Não tenho palavras p demonstrar o quanto fiquei feliz com essa descoberta(do seu blog)....Continue com esse trabalho que eh quase excelente...Deus o abençoe.
ResponderExcluirDeus lhe abençoe igualmente.
ExcluirSeus comentários são realmente muito ricos,esclarecedores,e muito bem comprovados.Você amarra muito bem os seus argumentos,não deixando nada solto,de maneira que alguém possa aproveitar-se de alguns pequenos deslizes,e o que é melhor!Com total compromisso com as escrituras sagradas.
ResponderExcluirContinue fazendo esse trabalho.Que Jesus te conceda ainda mais sabedoria e muito discernimento da sua palavra.
Obs: Procura ter mais paciência com alguns católicos que vem a ti,impulsionados por aquele rol de mentiras de alguns "intelectuais" católicos da boca suja.Mesmo que esses caras digam grandes besteiras,procura mostrar o equívoco deles sem duvidar da inteligência dessas pessoas.
Temos que mostrar que no meio cristão,devemos corrigir as pessoas com amor e não com palavrões e desprezo pelo contenedor,como estão fazendo alguns católicos soberbos,carregados de estratégias esquerdistas.
Bom, ja que acusa com tanta avidez que a Igreja Romana provocou a ruptura com a Verdadeira Igreja, devemos concluir que você é um católico ordodoxo. Certo? Porque se não fosse estaria vivendo no mesmo erro dos romanos.
ResponderExcluirA Igreja de Roma provocou ruptura com a igreja VISÍVEL da época, mas há uma diferença entre igreja visível e igreja invisível que eu já expliquei aqui:
Excluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.in/2015/02/a-igreja-invisivel-perfeita-e-igreja.html
A ruptura com a igreja invisível, a Igreja verdadeira, ocorreu bem antes da ruptura com as igrejas orientais que viriam a se chamar "Igreja Ortodoxa". A Igreja Ortodoxa é só mais uma igreja visível, que embora não tenha rompido a comunhão com a igreja ocidental (porque a ruptura foi deles), também rompeu a comunhão com a Igreja verdadeira a partir do momento em que inseriu doutrinas antibíblicas em seu escopo doutrinário, ainda que em menor medida do que no ocidente.