Como a Igreja de Roma rachou a Igreja de Cristo


Em 1054 d.C, a Igreja sofre o seu primeiro grande cisma, que é mais conhecido como o “Cisma do Oriente”, quando teoricamente a Igreja do Oriente se revolta contra a Igreja do Ocidente e se separa. Mas historiadores das mais diversas vertentes religiosas têm observado que esta é uma perspectiva distorcida dos acontecimentos, uma vez que reflete apenas a visão do próprio ocidente, isto é, dos católicos romanos. Na perspectiva dos ortodoxos, o cisma é na verdade “do Ocidente”, e não “do Oriente”, uma vez que quem rompeu a comunhão não foi o Oriente, mas o Ocidente. Se isso é verdade, é uma bomba atômica nas costas daqueles que acusam Lutero de “causar cisma”, já que eles mesmos causaram um cisma séculos antes.

Um famoso site ortodoxo afirma:

“Ao contrário do que alguns historiadores afirmam, o cisma é realmente ‘do Ocidente’, visto que foi a Igreja Romana quem se separou da comunhão de Fé das Igrejas Irmãs (...) De fato, a Igreja de Roma, graças a fatores essencialmente políticos, de ambição do poder temporal, desenvolveu a partir da Idade Média, a doutrina da primazia do Papa (título, aliás, dado aos Patriarcas de Roma e de Alexandria) como último e, depois, como único recurso em matéria de Fé. Ora, isto era, é e será, completamente estranho à Tradição da Igreja dos Apóstolos, dos Mártires, dos Santos e dos Sete Concílios Ecumênicos”[1]

De fato, a evidência histórica unânime e esmagadora é que não existia um papado nos primeiros séculos. Com isso, obviamente não estou querendo dizer que nenhum bispo de Roma era chamado de “papa”, porque papa era um apelido carinhoso que significa “papai”, concedido a todos os bispos importantes das mais diversas comunidades cristãs de prestígio, e não apenas ao bispo romano. O que não existia na Igreja da época é aquilo que hoje é considerado “papado” pela Igreja Romana, ou seja, o bispo de Roma governando toda a Igreja com “poder pleno, supremo e universal”[2], como afirma explicitamente o catecismo católico.

Provas históricas abundantes contra o papado têm sido encontradas amplamente em toda a patrística e em toda a história eclesiástica. Há tempos atrás publiquei sobre isso no artigo intitulado "Provas históricas incontestáveis contra o papado", e o Elisson Freire traduziu um excelente artigo ortodoxo que derruba por completo o primado jurisdicional do bispo romano, disponível aqui. Resumidamente, a “primazia” da Igreja de Roma na época não era no sentido de governar sobre as demais igrejas, mas meramente no sentido de ser a mais importante por estar na capital do império.

Fazendo analogia, seria como o governador de São Paulo, que é sem sombra de dúvidas mais importante do que o governador do Acre, isto é, que exerce mais influência sobre o Brasil, e no entanto não tem qualquer autoridade para governar o estado do Acre. Por mais importante e influente que o governador de São Paulo seja, ele não tem nenhuma autoridade para governar os outros estados. Cada estado tem seu próprio governador, e este governador é responsável por seu próprio estado, sem se intrometer no governo dos outros estados.

Assim era a igreja em seus primórdios. Existiam bispos com influência e importância maior do que outros (principalmente os de Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla), mas mesmo estes bispos de maior importância tinham uma jurisdição limitada, que se restringia à sua própria diocese, e, quando muito, a uma diocese próxima, sujeita ao bispo metropolitano. É assim que o próprio Concílio de Niceia (325) deixa claro:

“O bispo de Alexandria terá jurisdição sobre o Egito, Líbia e Pentápolis; assim como o bispo romano sobre o que está sujeito a Roma. Assim, também, o bispo de Antioquia e os outros, sobre o que está sob sua jurisdição. Se alguém foi feito bispo contrariamente ao juízo do Metropolita, não se torne bispo. No caso de ser de acordo com os cânones e com o sufrágio da maioria, se três são contra, a objeção deles não terá força”[3]

Está óbvio que a jurisdição do bispo romano se limitava à própria Roma, e não universalmente. A jurisdição do bispo romano era tão local quanto a dos bispos de Alexandria e de Antioquia, citados no mesmo cânone. Roma era certamente a mais importante, mas nunca, em momento algum, exerceu qualquer tipo do governo sobre as demais igrejas, nem tampouco uma jurisdição universal, e muito menos tinha um “poder pleno, supremo e universal”, como alega o catecismo católico. Das muitas causas que levaram ao cisma, a principal foi justamente a insistência dos arrogantes bispos romanos em alargar seu poder ainda mais, para governar sobre todas as outras igrejas, o que jamais havia sido admitido pelas igrejas orientais.

Este orgulho e esta sede cada vez maior pelo poder, mesmo quando já possuía uma autoridade muito grande, foi justamente o que levou à queda de “Lúcifer”[4], aquele que já era um dos principais anjos de Deus, mas, não satisfeito com isso, cobiçava o lugar do próprio Deus, para governar sobre todo mundo. A Igreja de Roma caiu pela mesma razão daquele que disse:

“Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembleia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo" (Isaías 14:13-14)

Nada mais próprio para tratar do papado ao longo dos séculos do que aquilo que Salomão já havia escrito há milênios: “o orgulho precede a queda” (Pv.16:18).

Isso aconteceu em 1054 d.C, quando o legado papal viajou a Constantinopla para obrigar o patriarca bizantino a reconhecer Roma como a “mãe de todas as igrejas”. O patriarca ortodoxo, é claro, rejeitou. Como consequencia foi excomungado pelo papa, e de retaliação excomungou o papa também. Ou seja: quem começou o cisma e rompeu a comunhão não foi o patriarca ortodoxo, mas o papa romano. A excomunhão por parte dos ortodoxos só veio depois que o papa o tinha desligado da comunhão. Foi o papa que rompeu a unidade, e não o contrário. Foi a cobiça por cada vez mais poder, domínio e autoridade que o fez passar por cima de qualquer um que não se dobrasse diante dele.

O que consolidou politicamente este rompimento foi o saque de Constantinopla, ocorrido em 1204, durante a quarta cruzada. O exército do papa decidiu mudar o rumo da viagem e dar uma passadinha por Constantinopla, a principal cidade dos ortodoxos, apenas para arruiná-la completamente. O site ortodoxo comenta:

“Esta separação oficial, decidida pela Igreja Romana, teria sua confirmação em 1204, quando os cruzados, que se intitulavam cristãos, assaltaram Constantinopla, saquearam e pilharam, fizeram entrar as prostitutas que traziam consigo para dentro do santuário de Santa, sentaram uma delas no trono do Patriarca, destruíram a iconostase e o altar, que eram de prata. E o mesmo aconteceu em todas as igrejas de Constantinopla”[5]

Depois de saquear a principal cidade dos ortodoxos e arruinar por completo a relação já tensa entre as duas facções, os cruzados fundaram o “Império Latino de Constantinopla”, em 1204, e só em 1261 é que os gregos a reconquistaram.

Portanto, historicamente falando, a causa principal do cisma foi a ambição de poder cada vez maior por parte de Roma; quem começou excomungando o outro e rompendo os laços de comunhão também foi Roma, e quem consolidou este rompimento politicamente foi Roma também. O cisma, de fato, é “do Ocidente” – causado pelo papa e por seus correligionários. É por isso que um papista, ao atacar um protestante em um debate sob a alegação de que Lutero “rachou” a Igreja, está dando um tiro no próprio pé, e um atestado de ignorância histórica. Foram eles que começaram a rachar a Igreja cinco séculos antes, e depois ainda querem condenar os protestantes por terem causado um novo cisma.

A sede megalomaníaca dos papas pelo poder era tão insuperavelmente dantesca que, depois de romper com os ortodoxos ao forçar-lhes a submissão a Roma, procurando mais alguém com quem pudesse agora brigar, decidiu forçar a submissão do próprio imperador(!), para que se dobrasse diante do papa e a ele se submetesse. Isso começou pouco depois do Cisma, com Gregório VII (1073-1085), o qual, em 1075, ditou um memorando em que definia os princípios da teocracia pontífica, entre eles[6]:

IX. “O papa é o único homem ao qual todos os príncipes beijam os pés”.

XII. “Está-lhe permitido depor aos imperadores”.

Ou seja: depois de querer que os ortodoxos se dobrassem diante dele, agora estava cobiçando algo maior: o próprio poder temporal do imperador!

É claro que o imperador (Henrique IV) se indignou com tamanha afronta, reunindo 24 bispos alemães e dois italianos em Worms, onde depôs o papa. Gregório VII respondeu então excomungando o imperador e o proibindo de governar! Nessa queda de braço entre o papa e o imperador, o papa prevaleceu, e Henrique IV foi deposto do trono.

Na luta papal pela supremacia sobre o imperador, o papa Inocêncio III convocou o IV Concílio de Latrão (1215), onde proclamou:

“Assim como a lua deriva a sua luz da do sol e na verdade é inferior ao sol tanto em quantidade como em qualidade, em posição como em efeito, da mesma maneira o poder real deriva o esplendor da sua dignidade da autoridade pontífica”[7]

A coisa foi piorando cada vez mais até que Bonifácio VIII tentou submeter à sua autoridade ao rei da França, até que o rei se cansasse de ser afrontado e finalmente decidisse prender o papa, o que ocorreu em 1302. Sem ter mais com quem brigar, o papa começa então a brigar com outro papa, em 1378. Nessa época havia um papa em Avinhão e outro papa em Roma, cada qual excomungando todos os seguidores do papa oposto. Para solucionar este tremendo dilema, os bispos tiveram uma ideia genial: criar um terceiro papa.

Assim, em 1409, o concílio universal de Pisa elege o terceiro papa, Alexandre V, o qual excomunga os outros dois, é claro. Mas a alegria durou pouco, porque cinco anos mais tarde o Concílio de Constança, em 1414, excomunga dois dos três papas (incluindo o de Pisa), e recebe a abdicação do terceiro, ficando assim sem papa nenhum, até que, em 1417, Matinho V é eleito como papa único.

A história do papado pode ser resumida em uma palavra: ganância. Com uma sede insuperável pelo poder, a fim de alargá-lo cada vez mais, começa brigando com os bispos do oriente, depois com o imperador, depois com os reis, e, por fim, entre eles mesmos. Certamente, se existisse vida em outros planetas, o papa iria brigar com os aliens até que eles reconhecessem sua “supremacia” e se submetessem a ele também – e se os aliens discordassem, seriam os aliens os “cismáticos”, e nunca o papa megalomaníaco, é lógico.

O mais importante é que, muito antes de Lutero sequer existir, a Igreja Romana já estava rachando a Igreja e causando cismas. Lutero apenas pegou uma igreja quebrada, corrupta e corrompida por papas gananciosos, e tentou restaurá-la. O novo cisma só foi necessário porque o papa bateu o pé e se recusou terminantemente fazer as devidas concessões morais e doutrinárias necessárias. Como eu mostrei neste artigo, um cisma nem sempre é errado, dependendo dos motivos que se teve para causá-lo. A diferença é que os católicos romanos se acham certos em causar um cisma em função de ganância e sede de poder papal, enquanto rejeitam o cisma causado por alguém que era contra a corrupção da Igreja, contra a venda da salvação por dinheiro, contra as milhares de falsas relíquias e contra a matança indiscriminada de não-católicos.


Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,


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[3] Concílio de Nicéia, Cânon VI.
[4] Coloco entre aspas porque, a bem da verdade, “Lúcifer” não deveria ser considerado um nome próprio, contrariando a crendice popular. Quanto a isso, eu escrevi neste artigo: http://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2015/09/o-nome-do-diabo-e-lucifer.html
[6] Apud FLUCK, Marlon Ronald. História do Cristianismo: modelos, panoramas e teologia. 1ª ed. Curitiba: Cia. de Escritores, 2009, p. 32.
[7] INOCÊNCIO III, apud Fernanda ESPINOSA, Antologia de textos históricos medievais, 3ª ed. Lisboa: Sá da Costa, 1981, pp. 300s.

Comentários

  1. Lucas, eu tneho dúvida.

    A doutrina do purgatório foi iniciada no século 6, o cisma ocorreu no século 11. Certo ? O q eu n entendi é o pq a doutrina do purgatório não é aceita na igreja ortodoxa, já que quando ela foi iniciada ela era una cm a Icar?

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    1. A doutrina do purgatório é uma construção ocidental, que começou como uma especulação teológica e foi ganhando força com o tempo, por isso a Igreja Romana crê assim. Mas os teólogos orientais nunca tiveram essa ideia, ou seja, é uma doutrina que foi inventada somente no ocidente, e por isso os ortodoxos não creem.

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    2. Vale lembrar ainda que a Igreja de antes do cisma era muito mais aberta para o diálogo, para discussões teológicas e inclusive para divergências doutrinárias do que a de depois do cisma, a qual passou a ser dirigida por um papa com poderes ditatoriais, ou seja, o papa manda, o papa desmanda, o papa disse, o passa proíbe, etc. Tudo passou a depender exclusivamente da vontade do papa. Como a Igreja antiga não era governada universalmente pelo papa, então ela era muito mais aberta para discutir doutrina, os teólogos tinham opiniões diferentes, as igrejas nem sempre concordavam entre si sobre as coisas, etc. Bem mais parecido com o que o protestantismo é hoje do que com o que o catolicismo romano se tornou na Idade Média, totalmente centrado na pessoa do papa e, portanto, sem estar aberto a discussões.

      Por isso antes do cisma não havia problema os orientais não crerem no purgatório e os romanos crerem, mas depois que o papa assumiu essa postura centralizadora passou a ser necessário crer no purgatório para ser considerado "católico mesmo", bem como nos demais dogmas que se desenvolveram exclusivamente na igreja ocidental.

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  2. Oq vc acha desse artigo? http://ocatequista.com.br/archives/15434

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    1. Que a Igreja Romana é contra o livre exame, isso não é coisa atual, o papa Francisco apenas repetiu o mesmo que os papas antes dele falaram. Só é interessante notar que este critério imposto atualmente pelos católicos com base no magistério romano NUNCA EXISTIU nos primeiros séculos da Igreja. Em todos os debates patrísticos que eu já tive conhecimento, em NENHUM deles alguém tentava convencer o outro com base em um magistério romano infalível, e muito menos condicionava a interpretação à opinião do bispo romano sobre o tema. Vou postar amanhã mesmo um artigo aqui exatamente sobre isso, sobre um debate entre Jerônimo e Agostinho. Essa ideia de que a interpretação correta (ou mesmo a liberdade de interpretar) está condicionada a Roma é ridícula, e completamente incompatível com a Igreja dos primeiros séculos.

      Sobre o livre exame, recomendo-lhe estes artigos:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/10/podemos-chegar-verdade-sem-um.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/09/pedro-disse-que-escritura-nao-pode-ser.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/07/o-livre-exame-pela-logica-e-razao.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/05/como-desmascarar-e-destruir-o-argumento.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/05/o-que-podemos-aprender-com-o-fight.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/02/os-zumbis-contra-o-livre-exame.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2014/04/o-livre-exame-catolico.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/04/santo-agostinho-e-o-livre-exame.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/o-livre-exame-apoiado-pela-biblia.html

      Sobre a Sola Scriptura:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2014/06/novo-livro-em-defesa-da-sola-scriptura.html

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  3. Após o cisma, os valdenses foram o primeiro grupo q se rebelou contra a ICAR?

    E vc acredita em vida fora da Terra?

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    1. Sim, até onde me consta, foram o primeiro grupo organizado a fazer isso depois do cisma. Embora muito provavelmente houvessem também grupos anônimos que divergiam de Roma e que se reuniam secretamente, segundo algumas fontes.

      Sou "agnóstico" em relação a extraterrestres, ou seja, simplesmente não sei se existem ou não. Essa é uma questão fora do alcance bíblico e que a ciência até hoje também desconhece a resposta. Talvez exista, mas tão longe daqui que provavelmente nunca ficaremos sabendo...

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    2. E quando a bíblia fala de seres celestiais ela está falando sobre seres terrestres? :D

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    3. De anjos. Mas entendi a pergunta do amigo como sendo em relação a vida em outros planetas, não sobre vida em outras dimensões (como o Céu). É óbvio que eu creio neste tipo de "vida fora da Terra".

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  4. Excelente artigo Lucas.

    Foi para o Beleléu, a sucessão interrupta.


    Grande abraço amigo.

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  5. Lucas quem foi o primeiro papa da igreja católica romana? e quando foi realizada a primeira missa?, pois os catolicos dizem que Jesus fazia missa e os apostolos tb ...obrigado.

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    1. Levando em consideração que a doutrina da transubstanciação não foi consolidada senão depois do século IX, é difícil acreditar que existisse propriamente uma "missa" antes disso.

      A Igreja Católica Romana surge após um cisma com a Igreja oriental em 1054 d.C. Portanto, o primeiro papa desta igreja é Vitor II.

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  6. Agora li sua resposta... mas então havia missa antes da igreja de haver o cisma? na igreja catolica cristã havia missa pois o seculo 9 é antes de 1054 dc ?
    a propria igreja crista primitiva ja entrou na onda de chamar maria de mãe de Deus em 431 dC, quando a igreja catolica romana nem tinha surgido..ou seja, a igreja primitiva tem culpa no cartório de muita coisa... não foi a igreja romana que inventou todas essas heresias existentes.

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    1. Certamente heresias já surgiam na Igreja dos séculos III e IV em diante, disso ninguém duvida. Algumas a Igreja combatia, e outras ela incorporava. A diferença é que a Igreja Romana inventou outras por conta própria e ainda transformou em DOGMA aquelas que antes era apenas uma especulação teológica ou uma doutrina que não era aceita universalmente. Por exemplo, quando não existia Igreja Romana, alguém poderia ser católico e tranquilamente não crer em imaculada conceição, em assunção de Maria ou na infalibilidade papal. Mas então a Igreja Romana transforma essas coisas em dogma, ou seja, em pontos de fé indiscutíveis, nos quais é necessário crer para ser salvo. Há uma diferença gigante entre uma coisa e outra, porque a Igreja Romana dogmatizou as heresias e fechou estes assuntos à discussão.

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  7. Em relação ao concilio de efeso que chamou Maria de mãe de Deus, quer dizer que a igreja primitiva TODA errou? ninguém se manifestou contra isso? onde Nestório errou? na igreja ortodoxa tem missa?

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    1. O Concílio de Éfeso é de 431 d.C, não é parte da Igreja "primitiva". De qualquer forma não há evidência de que 100% dos cristãos da época criam que Maria fosse mãe de Deus. O próprio Nestório (e seus seguidores) não cria, e ele tinha razão em não crer. E mesmo quando o Concílio de Éfeso disse isso, era com a finalidade de salvaguardar a divindade de Cristo, e não de focar em Maria em si, como uma forma de glorificação mariana (como ocorre no catolicismo hoje). Há evangélicos que creem em "Theotókos" neste sentido, e não são menos evangélicos por isso, embora eu e a maioria dos crentes cremos que Maria é apenas "Christotokos" pelo fato de ter gerado apenas a natureza humana de Cristo.

      A Igreja Ortodoxa também tem "missa", embora a liturgia seja bem diferente da ICAR:

      http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/liturgia/a_liturgia_da_igreja_ortodoxa.html

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  8. "A Igreja Ortodoxa também tem "missa", embora a liturgia seja bem diferente da ICAR". Existem vários ritos no catolicismo -- inclusive o bizantino.

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  9. Só existe salvação nas igrejas que tem sucessão apóstolica, pois essas igrejas foram fundadas pelos Apóstolos inspirados por Deus.

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    1. Qual sucessão possui a Igreja de Constantinopla, considerada no século quinto d.C como sendo a "nova Roma", com os mesmos privilégios desta?

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    2. A Igreja de Constantinopla não existe atualmente. Mas de nd vc refutou meu comentário

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    3. Seu comentário é uma imbecilidade, não há nada para ser "refutado" em uma imbecilidade. Você criou sua própria tese para validar uma igreja, sem provar que sua tese é verdadeira. Primeiro prove que para uma igreja ser considerada verdadeira ela deve ter sido fundada por um apóstolo, e só depois eu refuto o seu argumento. Enquanto você levanta uma tese a priori sem prová-la de forma alguma, seu comentário não chegará nem a ser considerado um "argumento" para ter alguma refutação. O ônus da prova está com você.

      A Igreja de Constantinopla não existe atualmente? kkkkkkkk você deve ter estudado muito sobre história da Igreja pra vir comentar sandices no meu blog:

      https://pt.wikipedia.org/wiki/Patriarcado_Ecumênico_de_Constantinopla

      http://www.ortodoxia-brasil.blogspot.com.br/2008/07/histria-resumida-do-patriarcado-de_27.html

      http://pt.orthodoxwiki.org/Igreja_de_Constantinopla

      http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/governo.htm

      Pra um indivíduo vir aqui dizer que a Igreja de Constantinopla não existe mais, deveria agradecer eu ter a piedade de publicar essa pérola no meu blog e ainda perder tempo discutindo com tamanha ignorância invencível.

      O seu comentário JÁ FOI refutado. A Igreja de Constantinopla não foi fundada por APÓSTOLO NENHUM, e mesmo assim os Pais da Igreja do século quarto em diante consideravam ela uma das primeiras igrejas, ou seja, uma das mais importantes. Só isso já coloca na lata do lixo o seu argumento de que para uma igreja ser verdadeira é necessário que ela tenha sido fundada por um apóstolo.

      Em geral eu digo para um refutado "volte sempre", mas como você nem pesquisar no Google sabe, VOLTE NUNCA MAIS, não me encha mais a paciência nem desperdice meu tempo.

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    4. Lucas, o Patriarca Bartolomeu I é bispo de Constantinopla ?

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  10. Lucas Banzoli, muito obrigado pelas informações interessantes...Foi de grande importância eu encontrar seu blog....Não tenho palavras p demonstrar o quanto fiquei feliz com essa descoberta(do seu blog)....Continue com esse trabalho que eh quase excelente...Deus o abençoe.

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  11. Seus comentários são realmente muito ricos,esclarecedores,e muito bem comprovados.Você amarra muito bem os seus argumentos,não deixando nada solto,de maneira que alguém possa aproveitar-se de alguns pequenos deslizes,e o que é melhor!Com total compromisso com as escrituras sagradas.

    Continue fazendo esse trabalho.Que Jesus te conceda ainda mais sabedoria e muito discernimento da sua palavra.

    Obs: Procura ter mais paciência com alguns católicos que vem a ti,impulsionados por aquele rol de mentiras de alguns "intelectuais" católicos da boca suja.Mesmo que esses caras digam grandes besteiras,procura mostrar o equívoco deles sem duvidar da inteligência dessas pessoas.
    Temos que mostrar que no meio cristão,devemos corrigir as pessoas com amor e não com palavrões e desprezo pelo contenedor,como estão fazendo alguns católicos soberbos,carregados de estratégias esquerdistas.

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  12. Bom, ja que acusa com tanta avidez que a Igreja Romana provocou a ruptura com a Verdadeira Igreja, devemos concluir que você é um católico ordodoxo. Certo? Porque se não fosse estaria vivendo no mesmo erro dos romanos.

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    1. A Igreja de Roma provocou ruptura com a igreja VISÍVEL da época, mas há uma diferença entre igreja visível e igreja invisível que eu já expliquei aqui:

      http://heresiascatolicas.blogspot.in/2015/02/a-igreja-invisivel-perfeita-e-igreja.html

      A ruptura com a igreja invisível, a Igreja verdadeira, ocorreu bem antes da ruptura com as igrejas orientais que viriam a se chamar "Igreja Ortodoxa". A Igreja Ortodoxa é só mais uma igreja visível, que embora não tenha rompido a comunhão com a igreja ocidental (porque a ruptura foi deles), também rompeu a comunhão com a Igreja verdadeira a partir do momento em que inseriu doutrinas antibíblicas em seu escopo doutrinário, ainda que em menor medida do que no ocidente.

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