Irineu de Lyon em defesa da Sola Scriptura
A despeito das citações descontextualizadas usadas
pelos romanistas em cima de algumas poucas passagens em Irineu de Lyon (130-202)
onde ele fala sobre uma tradição Escriturística
e não de uma tradição extra-bíblica (o
que examinaremos em um instante), Irineu foi um dos mais enfáticos pregadores
da Sola Scriptura no século II. Foi ele quem disse que as Escrituras são o pilar e o fundamento da nossa fé:
"De nada mais temos aprendido o
plano de nossa salvação, senão daqueles através de quem o evangelho nos chegou,
o qual eles pregaram inicialmente em público, e, em tempos mais recentes, pela
vontade de Deus, nos foi legado por eles
nas Escrituras, para que sejam o fundamento e pilar de nossa fé”[1]
O fundamento é o principal de uma edificação, pois é
ele o que dá base e sustento a toda a construção. Qualquer coisa que esteja fora do fundamento está fadado a
desabar. Irineu identifica as Escrituras como sendo este fundamento da nossa
fé. Assim sendo, a conclusão lógica que podemos chegar é que todas as doutrinas
cridas pelos primeiros cristãos tinham uma base Escriturística, pois a Bíblia
era o único fundamento e pilar. A tradição não podia fundamentar doutrinas,
porque ela não era um fundamento.
Irineu não identifica mais de um fundamento nem mais
de um pilar. A Escritura não divida lugar com a tradição. Ele não diz que a
tradição era o fundamento e a Escritura o pilar, ou vice-versa. Tanto o
fundamento como o pilar, que representam autoridade, são as Escrituras. Algo
que está fora do fundamento não se sustenta. Tradições não-bíblicas era um
conceito completamente fora de cogitação para Irineu. É por isso que a
verdadeira doutrina deveria estar em diligente
harmonia com as Escrituras:
"O verdadeiro conhecimento é a
doutrina dos apóstolos, e a antiga constituição da Igreja em todo o mundo, e a
manifestação distinta do Corpo de Cristo conforme as sucessões dos bispos,
pelas quais eles transmitiram aquela Igreja que existe em todos os lugares, e
chegou até nós, sendo guardada e preservada sem nenhuma falsificação nas
Escrituras, por um sistema muito
completo de doutrina, e sem receber adição nem subtração; e a leitura [da
Palavra] sem falsificação, e uma exposição
lícita e diligente em harmonia com as Escrituras, sem perigo nem blasfêmia,
e o preeminente carisma do amor, o qual é mais precioso do que o conhecimento,
mais glorioso do que a profecia, e que excede todos os outros dons"[2]
Para Irineu, a doutrina tinha que estar em diligente harmonia com as Escrituras
para ser uma exposição lícita sem perigo de blasfêmia. Ele também se expressava
contra a ideia de que possam existir doutrinas fora da Escritura, pois disse
que a Bíblia é um sistema muito completo
de doutrina. Se é um sistema completo, não pode estar faltando nada. Em uma
única declaração, ele refuta toda a base do catolicismo romano.
Para Irineu, a doutrina tinha que estar em harmonia
com as Escrituras; para os romanistas, basta a tradição para fundamentar
doutrinas. Para Irineu, a Escritura é um sistema completo de doutrina; para os
papistas, a Escritura não contém todas as doutrinas e carece do complemento da
tradição. Há uma visível e notável distinção entre o pensamento de Irineu,
notavelmente Sola Scripturista, e o parecer romanista atual, claramente corrompido
com o passar dos séculos.
Ainda temos que ressaltar que Irineu complementa
dizendo que este sistema muito completo de doutrina, que se encontra na
Escritura, não pode receber adição nem
subtração. Assim sendo, nenhuma doutrina pode ser retirada deste sistema
completo de doutrinas (Escrituras), e nenhuma doutrina pode acrescentada a ele.
Isso é exatamente o mesmo que os reformadores pensavam em relação à Sola
Scriptura – nenhuma doutrina pode ser acrescentada ou retirada em relação ao
que está na Bíblia – e o oposto dos católicos romanos, que adicionam doutrinas
não-bíblicas sustentadas unicamente pela tradição.
Irineu ainda diz:
“Leia com maior diligência aquele
evangelho que nos foi dado pelos apóstolos; e leia com maior diligência os
profetas, e você encontrará cada ação e
toda a doutrina de Nosso Senhor neles pregados”[3]
Uma descrição mais perfeita e exata de Sola Scriptura
do que essa é impossível. Para Irineu, toda
a doutrina de Jesus estava nas Escrituras. Ele não diz que parte da
doutrina estava na tradição oral e que outra parte estava na Bíblia, mas sim
que no evangelho dado pelos apóstolos e nos profetas estava toda a
doutrina pregada pelo Senhor Jesus. É por isso que ele critica duramente
aqueles que criam em doutrinas que não foram escritas, dizendo que tais
homens estão acrescentando palavras à Escritura e descuidando do texto bíblico:
“Leem
coisas que não foram escritas e, como se costuma dizer, trançando cordas
com areia, procuram acrescentar às suas
palavras outras dignas de fé, como as parábolas do Senhor ou os oráculos
dos profetas ou as palavras dos apóstolos, para que as suas fantasias não se
apresentem sem fundamento. Descuidam a
ordem e o texto das Escrituras e enquanto lhes é possível dissolvem os
membros da verdade. Transferem, transformam e fazendo de uma coisa outra
seduzem a muitos com as palavras do Senhor atribuídas indevidamente a fantasias
inventadas”[4]
Ele conclui este ponto dizendo que tais pessoas, que
creem em doutrinas não-escritas, são ignorantes e estão acrescentando coisas ao
evangelho:
“São, pois, fúteis, ignorantes e
presunçosos os que rejeitam a forma sob a qual se apresenta o evangelho, ou
introduzem no evangelho um número de figuras maior ou menor do que o referido”[5]
O que deveríamos esperar caso Irineu ressuscitasse e
visse uma igreja ensinando doutrinas extra-bíblicas, fundamentadas
exclusivamente sobre uma tradição não-escrita, acrescentando doutrinas ao
evangelho bíblico, sem total harmonia com as Escrituras e ainda dizendo que a
Bíblia não é um sistema completo de doutrinas, e que eles têm outras mais na
tradição?
• A tradição em
Irineu
É
fato inegável que Irineu falou sobre a tradição da Igreja. Nenhum cristão
evangélico discorda disso. Mas a questão é: em
que sentido Irineu se referiu à tradição? Para Irineu, a tradição
apostólica era uma fonte de revelação paralela às Escrituras (ou seja, uma
regra de fé que revela doutrinas que as Escrituras não mostram) ou seria
simplesmente o ensino do conteúdo das próprias Escrituras?
Para
isso, vamos ao próprio Irineu, que responde:
"Não pequena discussão havia ocorrido entre os irmãos de
Corinto, e a Igreja de Roma enviou uma poderosa carta aos coríntios,
exortando-os à paz, renovando a sua fé e declarando
a tradição que tinha recentemente recebido dos apóstolos, proclamando um
Deus onipotente, Criador do céu e da terra, o Criador do homem, que trouxe o
dilúvio e chamou Abraão, que falou com Moisés, que estabeleceu a lei, que
enviou os profetas, e que preparou o fogo para o diabo e seus anjos. A partir
deste documento, todo aquele que lê-lo pode saber que Ele, o Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, foi pregado pelas Igrejas, e também pode compreender a tradição da Igreja"[6]
Irineu
diz que a Igreja de Roma enviou através de seu principal bispo, Clemente, uma
carta à Igreja de Corinto, mostrando a tradição que tinha recentemente recebido
dos apóstolos. Se a tradição daquela época era a mesma tradição que os
católicos romanos reclamam para si mesmos hoje, esperaríamos obviamente a
revelação daquilo eles chamam hoje por tradição, ou seja:
•
Assunção de Maria.
•
Purgatório.
•
Confissão Auricular.
•
Extrema-Unção.
•
Indulgências.
•
Reza aos mortos.
•
Imaculada conceição e outros dogmas marianos.
•
Primazia universal jurisdicional do bispo romano.
•
Infalibilidade papal.
•
Culto às imagens.
•
Celibato obrigatório do clero.
•
Maria como "Rainha dos Céus".
•
Limbo.
•
Outras doutrinas não-Escriturísticas advindas da "tradição".
Mas,
ao contrário, o que ele chama de
tradição é exatamente aquilo que está claramente nas Escrituras, isto é:
•
A existência de um Deus onipotente e criador do céu e da terra.
•
A existência do dilúvio.
•
O chamado de Abraão e de Moisés.
•
A Lei.
•
Os Profetas.
•
O fogo do juízo para o diabo e seus anjos.
Nada
daquilo que Irineu chamava de tradição da Igreja tinha qualquer ligação com um
conteúdo que estivesse fora das Escrituras, mas, ao contrário, diz respeito
àquilo que está explicitamente presente nela. Isso podemos observar também ao
longo de todos os lugares da obra de Irineu:
"A Igreja, embora dispersa através de todo o mundo, até os
confins da terra, recebeu dos apóstolos
e de seus discípulos essa fé: num Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu
e da terra, e do mar, e de todas as coisas que neles há, e em Cristo Jesus, o Filho
de Deus, que se encarnou para a nossa salvação, e no Espírito Santo, que
proclamou através dos profetas as dispensações de Deus, os adventos, o
nascimento através de uma virgem, a paixão, a ressurreição dos mortos, a
ascensão para o Céu em carne do nosso amado Cristo Jesus, nosso Senhor, e a Sua
futura manifestação do Céu na glória do Pai, para reunir todas as coisas em uma
e levantar de novo toda a carne de toda a raça humana, a fim de que a Jesus
Cristo, nosso Senhor, Deus, Salvador e Rei, de acordo com a vontade do Pai
invisível, se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confesse que por Ele deve ser executado o juízo para
todos, e que os anjos que transgrediram e se tornaram apóstatas, juntamente com
os ímpios e profanos entre os homens, sejam condenados ao fogo eterno, mas no
exercício da Sua graça conferir imortalidade ao justo e santo, e àqueles que
mantiveram Seus mandamentos e perseveraram em Seu amor, alguns desde o início e
outros desde o seu arrependimento, e conduzi-los à eterna glória. Como já
observado, a Igreja, tendo recebido essa
pregação de fé, embora espalhada por todo o mundo, cuidadosamente a
preserva"[7]
Aqui
novamente vemos que tudo aquilo que a Igreja recebeu dos apóstolos como ponto de
fé e que é chamado de "tradição" pelos Pais diz respeito
exclusivamente a doutrinas pregadas claramente nas Escrituras, tais como:
•
A existência do Deus Todo-Poderoso criador dos céus e da terra.
•
A encarnação de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
•
A existência do Espírito Santo.
•
Os adventos de Cristo.
•
O nascimento através de uma virgem.
•
A paixão de Cristo.
•
A Sua ressurreição dos mortos.
•
A Sua ascensão aos céus em carne.
•
A futura volta de Jesus.
•
A ressurreição geral dos mortos no fim dos tempos.
•
A divindade e reinado de Cristo Jesus, nosso Senhor.
•
O juízo vindouro.
•
A condenação ao diabo e aos ímpios.
•
A vida eterna concedida aos justos e santos.
Novamente,
a tradição apostólica em nada tinha a ver com doutrinas extra-bíblicas que não
são ensinadas nas Escrituras, mas sim àquilo que está claramente na Bíblia, e
que por sinal são cridas por todo e qualquer evangélico que rejeita a falsa
"tradição" de Roma, que em nada tem a ver com a verdadeira e legítima
tradição pregada pelos Pais. É como James White afirmou:
“Não há um único item arrolado por Irineu que não possa ser
demonstrado diretamente das páginas do texto sagrado. Por conseguinte,
obviamente, sua ideia de ‘tradição’ não concede a Trento qualquer sustentação,
pois a definição de Trento não reivindica um resumo Escriturístico derivado da
verdade do evangelho, mas uma revelação inspirada transmitida oralmente por
intermédio de um católico romano”[8]
E
Irineu continua:
"Muitos povos bárbaros que creem em Cristo, se atêm a esta
maneira de proceder; sem papel nem tinta. Levam a salvação escrita em seus
corações pelo Espírito e preservam
cuidadosamente a antiga tradição, acreditando em um único Deus, o
Criador do céu e da terra, e todas as coisas nele, por meio de Cristo Jesus, o
Filho de Deus, que por causa de Seu amor pela sua criação condescendeu em ser
nascido da virgem, unindo o homem através de Si mesmo a Deus, e, depois de ter
sofrido sob Pôncio Pilatos, subiu novamente aos céus, sendo recebido em
esplendor, e virá em sua glória como o Salvador daqueles que são salvos, e como
juiz daqueles que serão julgados, enviando para o fogo eterno aqueles que
transformaram a verdade e desprezaram o Seu Pai e seu advento. Aqueles que na ausência de documentos
escritos acreditam nessa fé, sendo bárbaros até no que diz respeito à nossa
língua, mas no que dizem respeito à doutrina, moral e teor de vida são, por
causa da fé, muito sábios, pelo favor de Deus, conversando em toda a justiça,
castidade e sabedoria. Se alguém fosse pregar a esses homens as invenções dos
hereges, falando com eles em sua própria língua, eles iriam tampar de uma só
vez os ouvidos e fugiriam ao mais longe possível, não suportando até mesmo
escutar tais blasfêmias. Assim, por meio
da antiga tradição dos apóstolos eles não têm sua mente aberta para conceber
qualquer doutrina sugerida por esses mestres"[9]
Irineu
diz que existiam povos bárbaros que não tinham nem papel nem tinta, mas que
mesmo assim seriam salvos por meio daquilo que é pregado através da antiga
tradição dos apóstolos. Esse seria o momento mais perfeito para que Irineu
mostrasse que as Escrituras não são suficientes e que existem doutrinas fora da
Bíblia que são igualmente necessárias para a salvação do homem, como prega a
Igreja Romana. Contudo, tudo aquilo que ele ensina como sendo a tradição
apostólica diz respeito àquilo que já está na Bíblia, tais como:
•
A existência de um Deus criador dos céus e da terra.
•
A existência de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
•
A encarnação de Cristo através de uma virgem.
•
A mediação de Cristo.
•
A ascensão de Cristo.
•
A glorificação de Cristo.
•
A volta de Jesus em glória.
•
O juízo vindouro.
•
A condenação dos ímpios.
•
A salvação dos justos.
Mais
uma vez, todos os pontos que são considerados como "tradição
apostólica", os quais Irineu diz que os povos bárbaros criam neles mesmo
sem papel nem tinta (ou seja, apenas por meio do ensino ou tradição oral), diz
respeito ao conteúdo das Escrituras, e
não a algo que esteja fora ou escondido delas. É por isso que essa tradição
tinha que ser confirmada por provas bíblicas, como o mesmo diz
claramente:
"Uma vez que a tradição dos apóstolos existe na Igreja e é
permanente entre nós, vamos voltar para
as provas bíblicas por aqueles apóstolos que também escreveram o Evangelho
e que registraram a respeito de Deus, apontando que nosso Senhor Jesus Cristo é
a verdade, e que nenhum mentira há nele"[10]
Sendo
assim, é evidente que a tradição apostólica que era crida pelos Pais da Igreja
em nada tinha a ver com doutrinas não-bíblicas que as Escrituras não ensinam em
lugar nenhum, mas sim a doutrinas que
tem que ser provadas pela própria Bíblia, o que destrói o conceito
católico-romano acerca daquilo que eles consideram "tradição". Os
papistas tiram grosseiramente do contexto os textos em que Irineu fala sobre
“tradição”, tentando manipular a mente dos mais incautos para que pensem que
este bispo de Lyon acreditava na tradição no mesmo sentido que os romanistas
defendem – quando era exatamente o contrário.
O
próprio Irineu era o primeiro a rejeitar as tradições orais que ensinavam
doutrinas fora das Escrituras, como os gnósticos faziam. Sobre eles, ele disse:
“Leem coisas que não foram escritas e, como se costuma dizer,
trançando cordas com areia, procuram
acrescentar às suas palavras outras dignas de fé, como as parábolas do
Senhor ou os oráculos dos profetas ou as palavras dos apóstolos, para que as
suas fantasias não se apresentem sem fundamento. Descuidam a ordem e o texto das Escrituras e enquanto lhes é
possível dissolvem os membros da verdade. Transferem, transformam e fazendo de
uma coisa outra seduzem a muitos com as palavras do Senhor atribuídas
indevidamente a fantasias inventadas”[11]
Os
gnósticos, por meio de uma tradição oral, ensinavam doutrinas fora da Bíblia,
acrescentando coisas à Palavra de Deus, e descuidando da ordem e do texto das
Escrituras, e são claramente repreendidos por Irineu por causa disso. Ele
rejeita a tese de que a verdade nos foi legada por viva voz, ao invés de em
documentos escritos:
“Eles [gnósticos] alegam que a verdade não foi entregue por meio
de documentos escritos, mas de viva voz”[12]
A
“tradição” papista se parece muito mais com que a que foi rejeitada por Irineu
do que com a que foi aceita por ele. A tradição que Irineu cria e sustentava
era uma tradição com total base bíblica de ensino, a qual todo e qualquer
evangélico crê. A tradição que ele rejeitava era uma que acrescentava às
Escrituras doutrinas não-escritas, exatamente como aquela que os romanistas
creem. Assim, o tiro sai pela culatra e o argumento papista em torno da
tradição de Irineu se volta contra eles mesmos, como um bumerangue.
Paz
a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu
Reino,
Lucas Banzoli
(apologiacrista.com)
-Extraído de meu livro:
"Em
Defesa da Sola Scriptura"
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- Desvendando a Lenda (Refutando a Imortalidade da Alma)
- Ateísmo Refutado (Evidências da existência de Deus e veracidade da Bíblia)
- Estudando Escatologia (Estudos sobre o Apocalipse)
[1]
Contra as Heresias, Livro III, 1:1.
[2]
Contra as Heresias, Livro IV, 33:8.
[3]
Contra as Heresias, Livro IV, 66.
[4]
Contra as Heresias, Livro I, 8:1.
[5]
Contra as Heresias, Livro III, 11:9.
[6]
Contra as Heresias, Livro III, 3:3.
[7]
Contra as Heresias, Livro I, 10:1-2.
[8]
WHITE, James. Sola Scriptura: Numa época
sem fundamentos, o resgate do alicerce bíblico. Editora Cultura Cristã:
2000, p. 40.
[9]
Contra as Heresias, Livro III, 3:3.
[10]
Contra as Heresias, Livro III, 5:1.
[11]
Contra as Heresias, Livro I, 8:1.
Lucas o que é magistério da Igreja que os católicos tanto falam ? e o que é o magisterio para os evangélicos...
ResponderExcluira quem o autor de cantares se refere ao dizer :´´quem é esta que avança como aurora, formosa como a lua´´... é a Maria ? Se não, quem é ?
Obrigado..
É a doutrina oficial da Igreja na voz do papa e dos bispos de Roma (manifesta-se nos documentos oficiais da igreja deles, como o catecismo católico, as bulas papais, os concílios, etc). Para os evangélicos, o "magistério" é a Bíblia, embora exista obviamente autoridades religiosas como pastor, presbítero, evangelistas, etc, que são autoridades da igreja que estão subordinadas à autoridade máxima da Escritura.
ExcluirA mulher de Cantares é uma das esposas ou concubinas de Salomão (ele tinha mais de mil). O livro está em forma poética e romântica, de forma que muitas vezes a mulher ou o próprio Salomão são demasiadamente exaltados pelo cônjuge (como é bastante comum em cartas de namorados). Os católicos pegam essas hipérboles românticas, as tiram do contexto e, é claro, as aplicam a Maria, como não poderia deixar de ser...
Mudando de assunto, voce comhece N.T.Writgh e a nova perspecriva sobre paulo?
ResponderExcluirE qual sua opnião sobre eles?
Eu admiro grandemente o N. T. Wright principalmente pelo seu trabalho fenomenal sobre as provas da ressurreição histórica de Jesus, mas discordo totalmente da nova perspectiva sobre Paulo. O rev. Augustus Nicodemus tem um artigo sobre isso, onde ele explana aquilo que eu também penso a respeito, ou seja, a teoria tradicional:
Excluirhttp://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XI__2006__1/augustus.pdf
Abraços.
Realmente, os primeiros cristãos não compactuavam com tradições que iam contra a Sagrada Escritura. Me parece que no decorrer dos séculos, o coração dos cristãos foi endurecendo e se abrindo a heresias. Parece que perderam a fé em Jesus Cristo e se abriram gradativamente ao mundo. Eu penso que até meados do ano 300 eles ainda tinham um coração voltando para o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, mas depois da aliança política, se entregaram ao poder mundano, perverteram a verdade. Ou seja, deixaram de querer influenciar o mundo com o cristianismo puro, vindo das Escrituras Sagradas. Ao invés disso, se deixaram influenciar pelo mundo. Foi bem como disse o apóstolo Paulo:
ResponderExcluirPorque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
2° Timóteo 4.3-4
O pastor luterano Jordan Cooper escreveu várias postagens sobre Wright. Eu acho elas interessantes:
ResponderExcluirhttp://justandsinner.blogspot.com.br/2008/11/evaluation-of-nt-wrights-critical.html;
http://www.jordoncooper.com/2007/11/notes-from-nt-wright/;
Concordo com as criticas do Nicodemos e do Cooper, mas a NPP resgatou a inseparabilidade da justificação e da santificação; mostrou a objetividade do pacto entre Deus e os homens e lança um novo olhar sobre o judaísmo do seculo II. Além disso, Wright é um verdadeiro proponente do sola scriptura.
Mas porque Salomão ia escrever textos sobre a mulher dele ? Para que serve esses texto da mulher de Salomão pra igreja ? em que contexto se aplica isso hoje ?
ResponderExcluirQue problema tem um poema de amor puro entre um marido e mulher estar na Bíblia?
ExcluirHistoricamente este livro tem sido sido interpretado como uma alegoria geral do amor de Deus para com Israel, mas isso não significa que TODO versículo em si tenha que conter algum significado "oculto" a ser desvendado. Mas se a mulher de Cantares é mesmo Maria, então isso seria o grande tiro no pé dos romanistas, já que essa mulher no livro tem relações sexuais naturais com o seu esposo. A não ser que a mulher de Cantares em um momento fosse uma tipologia de Maria, e em outro versículo de repente deixa de ser Maria e volta a ser apenas a esposa de Salomão... ou seja, uma hermenêutica forçada, de cambalhota.
Sr. Lucas Banzoli.
ResponderExcluirLi seu Livro "Em defesa da Sola Scriptura". Sou apologista Católico, e gostaria de refutá-lo, com sua devida permissão, em meu canal de refutação "Os Católicos Respondem", no youtube. Eu o faria, lendo integralmente e comentando capítulo por capítulo.
Aguardo sua resposta.
Obrigado.
Não sei pra que pedir permissão pra isso, isso é o tipo de coisa que se pode fazer sem pedir permissão. Se a sua intenção aqui era de divulgar o seu canal, parabéns, já conseguiu. Vai lá fazer os vídeos e se eu achar sua refutação decente posso até elaborar uma contra-argumentação, se for necessário.
ExcluirHello Lucas. Anderson refuto tu video como dizze acima?
ExcluirNão.
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