A demonização e perseguição da Igreja Católica contra os judeus
Depois dos cátaros, o povo que mais sofreu com a demonização católica foram os judeus. A cada tragédia natural que havia, incluindo a própria Peste Negra, o clero católico tratava de achar o bode expiatório e culpar os judeus pelo incidente natural. E a mesma coisa se repetia vez após vez. Tal como Hitler foi eficiente na Alemanha em sua máquina propagandista nazista antissemita, a Igreja Católica foi totalmente eficaz em fazer dos judeus seu bode expiatório para todos os problemas do mundo, usando seu alto e baixo clero para demonizá-los em frente à opinião popular, que, não à toa, passou a detestar os judeus.
Uma vez que este assunto vai
longe, deixarei para comentar sobre isso de forma mais abrangente no capítulo
das refutações, onde abordarei de que forma que a Igreja usava seus sacerdotes
para manipular as massas numa propaganda antissemita que funcionava como uma
verdadeira lavagem cerebral. Por hora, basta dizer que nenhum povo foi tão
perseguido pela Igreja quanto os judeus, especialmente depois que os cátaros
foram liquidados pela máquina de terror católica.
Isso é reconhecido por todos os
historiadores sérios. Bethencourt afirma que “o
judaísmo aparece como a principal heresia a combater (seguida do protestantismo
e do islamismo)”[1]. Isso significa
que, mesmo tendo outras “heresias” para se preocupar, eram os judeus a atenção
primordial da Igreja, como se os judeus fossem um mal inato e superior a todos
os outros. Foi assim que a Igreja criou o conceito de “limpeza de sangue”,
segundo o qual os judeus tinham sangue infectado (dedicarei o capítulo 8
inteiro para falar sobre isso), o mesmo conceito preconceituoso e monstruoso
que foi restaurado por Adolf Hitler na Alemanha nazista.
Em outras palavras, enquanto o
problema de protestantes, cátaros, valdenses e muçulmanos era apenas o fato de
serem “hereges”, os judeus além de hereges ainda tinham “sangue impuro”, o que
aumentava ainda mais o interesse da Inquisição neles, e os tornava seus alvos
preferidos. Bethencourt observa como que o “crime” de judaísmo era predominante
nos sermões dos autos da fé (cerimônia onde os hereges eram executados a mando
da Igreja), mesmo quando outras “heresias” também estavam presentes:
Quando se lê a série impressionante
de sermões de autos da fé impressos desde o início do século XVII em Portugal,
é evidente a presença esmagadora e constante do Judaísmo. A grande maioria dos
sermões organiza-se quase exclusivamente em torno desse assunto, repetindo os
exemplos e as citações recolhidas no Antigo Testamento, mesmo quando existem
outras heresias importantes nas listas de condenados.[2]
Anita Novinsky também destaca
que “o elemento central atingido pelo regime
totalitário português foi o judeu, que, mascarado de cristão-novo durante quase
três séculos, tornou-se alvo de um programa destrutivo e de um ódio sem
precedentes na história. Os judeus foram o único povo para o qual foi criado um
tribunal específico, com a finalidade de vigiar e punir qualquer prática e
memória do Judaísmo”[3].
Ela comenta ainda que “a propaganda construída pelo
clero católico criou mentiras que justificaram usar os judeus como bodes
expiatórios; porém, os inquisidores não tinham a intenção de matá-los todos,
nem de acabar com as heresias e os hereges – pois deles provinha principalmente
sua maior fonte de renda, e o sustento da maior burocracia do país”[4].
Quando a Peste Negra assolou a
Europa entre 1347 e 1350, devastando um terço da população da época, o clero
católico colocou nos judeus, é claro, a culpa pela catástrofe. Os judeus foram
acusados de envenenar a água dos poços para contaminar os cristãos, e, mesmo
sem absolutamente nenhuma prova de que isso fosse verdade, o clero romano
conseguiu diabolizar os judeus de tal forma que milhares deles foram pilhados e
mortos[5]. A
demonização dos judeus pela Igreja era tamanha que o próprio termo “judeu”
passou a ser considerado uma ofensa, de modo que alguém que fosse chamado de
judeu poderia prestar queixa-crime contra o insultador[6].
A Igreja ainda fabricava casos
para a condenação dos judeus em frente à opinião pública. Um dos mais marcantes
ocorreu em 1491, quando os inquisidores falsificaram um “crime ritual”
envolvendo um certo Santo Niño de la Guardia, “evento
que causou tal comoção que, no dia 31 de março de 1492, os reis católicos
decretaram a expulsão de todos os judeus dos reinos de Espanha ‘para que jamais
retornassem’”[7]. Baigent e Leigh
afirmam que esta foi a “fabricação mais crassa que
qualquer outra perpretada em nosso século por Hitler ou Stalin”[8].
Um pretexto armado para que os judeus fossem culpados, execrados e expulsos de
suas próprias casas.
Não se pode deixar de mencionar
também o que ocorreu em 1475, quando, novamente, os pregadores católicos
culparam os judeus pela morte de uma criança, para que todos fossem igualmente
abominados e odiados:
Exemplar foi o caso de S. Simão. Em
1475, em Trento, o pregador Bernardino da Feltre, dito “o flagelo dos judeus”
por já tê-los expulso de muitas cidades do norte da Itália, ladrou (expressão dele) contra os
usuários locais anunciando que um acontecimento extraordinário sobreviria antes
da Páscoa. Quando o menino Simone, de pouco mais de dois anos, desapareceu,
sendo depois encontrado afogado, os judeus da cidade foram detidos, seus bens
confiscados antes do estabelecimento da culpa, os homens torturados até “confessarem”
depois de 17 dias de suplício, e executados. Apenas a judia Brunetta não cedeu
às torturas, jurando até o fim inocência.[9]
Esse profundo ódio ao povo de
Deus do Antigo Testamento levou os poetas católicos da época a escrever poesias
inteiramente preconceituosas e fortemente discriminatórias contra os judeus,
talvez até mais do que viria a ser na Alemanha nazista. Gautier de Coincy, por
exemplo, escreveu:
Mais bestiais que as próprias bestas
São todos os judeus, não há dúvida.
Deve-se odiá-los e eu os odeio
E Deus os odeia, como eu faço.
E todo mundo deve odiá-los.[10]
Outro poeta católico da época,
Konrad de Wurzburg, escrevia:
Que a desgraça caia sobre os judeus
Covardes, surdos e malvados,
Que não se preocupem de livrar-se
Dos padecimentos do inferno.[11]
Já no século XV, o poeta
católico Ronsard escrevia as seguintes estrofes:
Não amo nada os judeus,
Eles puseram na cruz
Esse Cristo, esse Messias
Que nossos pecados apaga (...)
Filho de Vaspasiano, grande Tito,
Faças destruindo sua cidade,
Destruir sua raça
Sem lhes dar tempo,
Nem momento nem espaço
De procurar em outra parte
Outros diversos lugares.[12]
Outro poeta fez circular pela
cidade um panfleto onde descrevia os judeus indo para a fogueira, cuja reação
da plateia era:
Agradecemos a Deus por ver em nossos
dias o castigo dessa raça de cães infiéis e heréticos. Elevemos nossas vozes em
coro, para agradecer-lhe esse favor; e façamos pilhas de gravetos para que não
falte madeira na hora do holocausto.[13]
É difícil conseguir hoje em dia imaginar
de que forma que poetas normais da Idade Média e Moderna poderiam tão
facilmente se deixar levar pelo antissemitismo católico, uma vez que, se estes
versos fossem poetados hoje, seriam todos execrados, presos ou incluídos no restrito
rol de neonazistas que, infelizmente, continuam existindo. Mas,
lastimavelmente, esses poetas não estavam dizendo nada anormal para os padrões
da época. Diferente era quem respeitasse os judeus. Numa época em que a Igreja
ditava as regras, os costumes e a cultura, incluindo quem devesse ser amado e
quem devesse ser odiado, é natural que até as mentes mais brilhantes fossem
contaminadas pelo antissemitismo clerical. É como se todo mundo da época fosse
um pequeno nazista. Precisou que a influência da Igreja passasse para que os
judeus fossem enfim respeitados como seres humanos.
Bernardino nada faz para
justificar as atrocidades da Igreja na perseguição e discriminação aos judeus,
apenas menciona que os judeus foram perseguidos por todo mundo em todas as
épocas, deixando implícito que a Inquisição tinha razão em fazer o mesmo. Nem
isso tampouco chega a ser verdade: os judeus eram tolerados no período de
dominação persa e romano, tendo apenas que pagar um imposto ao César. Eles só
eram combatidos quando se rebelavam. Enquanto os imperadores romanos como Nero,
Domiciano e Dioclesiano perseguiam severamente os cristãos, os judeus eram
poupados. E até nas terras árabes os judeus eram mais bem tratados do que pela
Igreja na Europa ocidental. Como Malucelli afirma, “os
regimes islâmicos da época tinham por hábito dar aos judeus condições melhores
do que as dos cristãos”[14].
Portanto, nem a desculpa de que
os judeus eram sempre perseguidos serve. Nenhuma perseguição jamais foi tão
intensa quanto a empregada pela Igreja Romana. Nem entre os árabes, nem entre
os bizantinos, ser judeu significava ter “sangue impuro”. Entre os católicos
sim. Como Nazario escreve, “a doutrina transformou
a acusação política numa assertiva hereditária, como se o não-reconhecimento da
divindade de Cristo e a culpa de sua crucificação fossem maldições magicamente
transmitidas pelo sangue”[15].
Os judeus eram frequentemente acusados de “deicídio”, isto é, do crime de
“matar Deus”, ainda que os que tivessem efetivamente crucificado a Cristo já
tivessem morrido há mais de um milênio.
E mesmo que todos perseguissem
os judeus na mesma intensidade, isso em nada justificaria as atrocidades e o
preconceito da Igreja contra eles, ainda mais para uma instituição religiosa
que pretensamente se julga ser a “Igreja de Cristo”, assistida infalivelmente
pelo Espírito Santo e por papas infalíveis. O fato de a Igreja ser o baluarte
do preconceito aos judeus na época só confirma que era uma instituição tão humana
e pecadora como todas as outras.
Como Novinsky escreve, “muitos marranos perderam suas vidas não porque eles
secretamente continuaram a sua vida religiosa judaica, ou expressavam uma fé
sincrética, mas porque eles eram judeus, exatamente como milhares de judeus
perderam suas vidas no século XX, não por razões religiosas, mas simplesmente
porque eram judeus”[16].
O preconceito aos judeus por parte da Igreja era tanto que eles eram obrigados
a se vestir de maneira diferente da “moda cristã”. Essa medida racista e preconceituosa
se vê presente, por exemplo, no Concílio ecumênico de Florença (1431-1445)[17],
entre outras medidas discriminatórias:
Além disso, renovamos os cânones
sagrados, que ordenam os bispos diocesanos e os poderes seculares a proibir em
todos os sentidos judeus e outros infiéis de ter cristãos, homens ou mulheres,
em suas famílias prestando serviços, ou como enfermeiros de seus filhos, e os
cristãos de entrar com eles em festas, casamentos, banquetes ou banhos, ou em
muita conversa, ou em tomá-los como médicos ou agentes de casamentos ou
mediadores nomeados oficialmente de outros contratos. A eles não devem ser
dadas outras repartições públicas, ou admitidos a quaisquer graus acadêmicos.
Eles estão proibidos de comprar livros eclesiásticos, cálices, cruzes e outros
ornamentos de igrejas, sob pena da perda do objeto, ou a aceitá-los em penhor,
sob pena de perda do dinheiro que emprestou. Eles estão obrigados, sob severas
penas, de usar algum vestuário em que possam ser claramente distinguidos dos
cristãos. A fim de evitar relações sexuais mútuas, eles devem habitar em áreas
distantes, nas cidades e vilas que estão para além das residências dos cristãos
e o mais distante possível de igrejas. Nos domingos e outras festas solenes que
não se atrevam a abrir suas lojas ou trabalhar em público.[18]
Diante do que vemos neste
Concílio considerado “infalível” pela Igreja de Roma, quem era que incentivava
o preconceito e a discriminação contra os judeus? A resposta é óbvia: a própria
Igreja. O problema vinha de cima. O baixo clero, assim como os poetas da época,
apenas refletia a moral da Igreja, a qual seguiam à risca. Era a Igreja que
criava o ambiente de intolerância e propiciava os crimes cometidos em nome da
fé.
Luiz Nazario resume as
imposições vestuais ordenadas aos judeus pela Igreja Romana:
Não podiam mais se vestir à moda
cristã e, para que se diferenciassem, foram obrigados a usar distintivos: na
França, Itália e Espanha, um círculo
amarelo ou rodela; na Alemanha,
um chapéu cônico na mesma cor amarela
ou vermelha; na Polônia, um chapéu
pontudo de cor verde; na Inglaterra, duas
tiras de pano costuradas sobre o peito, imitando as Tábuas da Lei.[19]
Só o fato da Igreja não
considerar os judeus do mesmo valor que os cristãos enquanto ser humano é que
justifica as medidas discriminatórias de distinguir os judeus dos cristãos e
isolá-los em guetos. Isso não é em nada diferente da política nazista. Daí já
se pode perceber uma pequena parcela do preconceito despejado contra os judeus
simplesmente por serem judeus. Acusados pela Igreja de terem sangue impuro e
infectado, feitos de bode expiatório para qualquer tragédia que acontecesse,
alvos de crimes forjados para puni-los com a tortura e a morte, atacados
severamente pelos sacerdotes católicos nas missas e nos autos da fé, queimados
na fogueira a mando da Igreja, frequentemente hostilizados pelos pensadores
católicos da época, além de lhes ser impostas medidas racistas e
discriminatórias.
Concílio após concílio, a Igreja
impunha restrições aos direitos civis dos judeus que se igualavam em tudo às
medidas tomadas pelo Partido Nazista quando esteve no poder. A tabela a seguir
sumariza algumas dessas medidas:
Sínodo
|
Catolicismo
|
Nazismo
|
Sínodo de Elvira, em 306
|
Proibição de casamentos e relações sexuais entre cristãos e judeus e proibição aos judeus de comerem junto com cristãos.
|
Em 15 de setembro de 1935:
O nazismo fez o mesmo, criando a lei de proteção ao sangue e honra dos alemães.
|
Sínodo de Clermont, em 535
|
Exclusão dos judeus de todas as funções públicas
|
7 de abril de 1933:
O Nazismo fez o mesmo, criando a Lei para a restauração do serviço público profissional.
|
Sínodo de Orleans, em 538
|
Proibição aos judeus de terem empregados cristãos.
|
15 de setembro de 1935:
O Nazismo fez o mesmo, com sua Lei para a Proteção do Sangue Alemão e Honra Alemã.
|
Sínodo de Orleans, em 538
|
Proibição aos judeus de aparecerem nas ruas durante a Semana Santa.
|
03 de dezembro de 1938:
O Nazismo fez o mesmo, com um decreto que autorizava as autoridades locais proibirem os judeus de aparecem nas ruas durante certos feriados.
|
XII Concilio de Toledo, 681
|
Destruição do Talmud e outros livros judaicos.
|
Os nacionais-socialistas fizeram o mesmo em toda a Alemanha.
|
Sínodo de Trulanic 692
|
Proibição aos cristãos de se tratarem com médicos judeus.
|
25 de julho de 1938:
Cria-se um decreto nazista estabelecendo o mesmo.
|
Sínodo de Narbonne 1050
|
Proibição a cristãos de conviverem com famílias judias.
|
28 de dezembro de 1938:
O nazismo faz o mesmo, criando a Diretiva de Goering, proibindo a concentração de judeus em casas residenciais arianas.
|
Sínodo de Szabolcs, 1092
|
Proibição de trabalhar aos domingos
|
Idem.
|
Terceiro Concilio de Latrão, em 1179
|
O Canon 26 proíbe judeus de deporem contra cristãos em tribunais.
|
9 de setembro de 1942:
O nazismo faz o mesmo, com a Proposta de Chancelaria do Reich, impedindo os judeus de executarem ações civis na Justiça.
|
Terceiro Concílio de Latrão, em 1179
|
Judeus são proibidos de receber herança de cristãos.
|
31 de Julho de 1938:
Novamente, o nazismo toma a mesma medida, criando um decreto que permite ao Ministério da Justiça substituir as vontades que ofendem o "bom senso das pessoas".
|
Quarto Concílio de Latrão, em 1215
|
Estabelece o uso obrigatório de um símbolo a ser usado pelos judeus em sua vestimenta como marca de identificação.
|
01 de setembro de 1941:
O nazismo faz o mesmo.
|
Concilio de Oxford, em 1222
|
Proibição de construir novas sinagogas.
|
Idem.
|
Sínodo de Viena, em 1267
|
Proibição a cristãos de assistirem as cerimônias judias.
Proibição aos judeus de discutir doutrinas da religião cristã com cristãos do povo.
|
24 de outubro de 1941:
O nazismo faz o mesmo, proibindo aos arianos de manterem quaisquer relações amistosas com os judeus.
|
Sínodo de Breslau, em 1267
|
Se estabelece o confinamento de judeus em guetos obrigatórios.
|
21 de setembro de 1939:
Inicia-se a Ordem de Heydrich, definindo o aprisionamento de judeus em guetos.
|
Sínodo do Ofen, em 1279
|
Proibição aos cristãos de venderem ou alugarem bens imobiliários a judeus.
|
Idem.
|
Sínodo de Lavour, em 1368
|
Proibição de vender ou transferir aos judeus objetos pertencentes à Igreja.
|
Proibição de vender ou transferir aos judeus objetos pertencentes ao estado nazista.
|
Concílio de Basileia, em 1434
|
Proibição aos judeus de agirem como intermediários em transações comerciais, imobiliárias ou contratos de casamentos.
|
Idem.
|
Concílio de Basileia, em 1434
|
Proibição de dar títulos acadêmicos a judeus.
|
25 de Abril de 1933:
O mesmo faz o nazismo, retirando os judeus de todas as escolas e universidades.
|
A Igreja não perdia em nada para
os nazistas do século XX, exceto pelo fato de que os nazistas possuíam métodos e
tecnologia moderna para matar judeus em maior escala. O discurso por detrás dos assassinatos, todavia, era o mesmo. A mesma
técnica de demonização, o mesmo bode expiatório de todos os males, o mesmo
pretexto do sangue impuro, o mesmo ódio para uma raça considerada sub-humana ou
não-humana.
Este tópico é apenas um
aperitivo. Voltarei a abordar mais amplamente o discurso de ódio propagado pela
Igreja contra os judeus no capítulo 7, que abordará a perseguição aos
cristãos-novos (provenientes do Judaísmo), no capítulo 8, que abordará a
“limpeza de sangue”, e no capítulo das Refutações, onde examinaremos diversos outros
exemplos da Igreja usando seu próprio sacerdócio para instigar o povo em uma
campanha massiva de ódio e violência contra os judeus, que precedeu e abriu
espaço para os ditadores genocidas antissemitas do século XX.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
- Extraído do meu livro: "A Lenda Branca da Inquisição".
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (www.facebook.com/lucasbanzoli1)
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- Fim da Fraude (Refutando as mentiras dos apologistas católicos)
[1] BETHENCOURT,
Francisco. História das Inquisições:
Portugal, Espanha e Itália – Séculos XV-XIX. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000, p. 279.
[2]
ibid, p. 342.
[3]
Apud NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como
espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp,
2005, p. 10.
[4]
ibid, p. 14.
[5] NAZARIO,
Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de
massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 47.
[6][6]
MOTT, Luiz. Filhos de Abraão e de Sodoma:
Cristãos-novos homossexuais nos tempos da Inquisição. In: Ensaios sobre a intolerância: inquisição,
marranismo e anti-semitismo (ed. GORENSTEIN, Lina; CARNEIRO, Maria Luiza
Tucci), 2ª ed. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 200, p. 63.
[7] NAZARIO,
Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de
massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 60.
[8] BAIGENT,
Michael; LEIGH, Richard. A Inquisição.
Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 96.
[9] NAZARIO,
Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de
massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 51.
[10]
Apud NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como
espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp,
2005, p. 39-40.
[11]
ibid, p. 45.
[12]
ibid, p. 51.
[13]
Apud POLIAKOV, León. História do
anti-semitismo, vol. II. De Maomé aos
marranos, p. 203.
[14] MALUCELLI,
Laura; FO, Jacopo; TOMAT Sergio. O livro
negro do cristianismo: dois mil anos de crimes em nome de Deus. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2007.
[15] NAZARIO,
Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de
massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 38.
[16]
NOVINSKY, Anita. Um resgate histórico: os
cristãos-novos no Brasil – Trajetória Científica. São Paulo, 1992.
Livre-docência – FFLCH-USP, p. 50.
[17]
Detalhe: este Concílio é considerado “infalível” pela Igreja Romana!
[18]
Concílio de Florença, 1431-1445.
[19] NAZARIO,
Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de
massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 40.
Quando você falou em bofe espiatório e me lembrei do que tenho ouvido de uns catolicos aqui e ali. Eles simplesmente,na sua ignorância estratosférica,acusam exatamente o protestantismo de ter dado início ao anti-semitismo.
ResponderExcluirTudo o que a "santa" seita fez, recai sobre os ombros alheios.
Outra coisa ridícula é quando dizem que o protestantismo é 'fábrica de ateus'.
Eu vejo a tentativa suja da igreja romana como uma estratégia de mestre. Isso tem lavado o cérebro de milhões no mundo todo.
E hoje como ela não pode mais exercer sua função de assassina, e não pode conter a saída de muitos da religião, apela pro ecumenismo.
Tem razão, nos próximos dias mesmo estarei postando aqui um artigo sobre a tentativa de demonização dos católicos contra o protestantismo e os protestantes, desmascarando todos os truques romanistas mais usados. Já foi escrito, está bastante interessante. Abs!
ExcluirNo aguardo :)
ExcluirA legítima interpretação da Bíblia de Lúcio Navarro, você conhece essa Bíblia Católica, gostaria que o amigo comentasse sobre isso. Sem mais um forte abraço do amigo Marcos Monteiro.
ResponderExcluirOlá, Marcos, infelizmente não conheço essa Bíblia de Lúcio Navarro, portanto não estou em condições de comentar sobre ela. Abs!
ExcluirNão existe essa Bíblia. É uma obra de Lúcio Navarro.
ExcluirGledson.
É só fazer o download.
ExcluirAnti-First!
ResponderExcluirLUCAS LI UM ARTIGO DE UM PROTESTANTE QUE DIZIA QUE O SISTEMA DE SALVAÇAO DA IGREJA CATOLICA SEGUIA O PELAGIANISMO E VERDADE ISSO QUERIA QUE VOCE ME ESCLARECESSE. ABS!
ResponderExcluirNão exatamente, a Igreja Católica oficialmente rejeita o pelagianismo como heresia, porque o pelagianismo nega o pecado original e a Igreja Católica não nega. Entretanto, pelo seu conceito de salvação pelas obras, é possível falar em "semi-pelagianismo" por conta da Igreja Católica, especialmente por negarem a depravação total, por pensarem que o homem pode por si mesmo chegar a Deus e por acreditarem que as obras de um homem podem contribuir para sua salvação, tornando o homem expiador de seus próprios pecados.
ExcluirAbs!
Saudações, lendo o texto lembrei-me de quando era criança, brincava de "malhar o Judas". Lucas, não sei se é verdade: Quando era tempo da quaresma, pegavam um judeu, esbofeteavam e falavam que aquilo era por por terem matado o Cristo. E é dai que vinha a "brincadeira" do malho. Pode me confirmar se é verdade ou não. Grato
ResponderExcluirRicardo Soares
Tens toda a razão, eles faziam isso mesmo. Em um capítulo futuro do livro vou abordar estes e outros episódios protagonizados pela Igreja contra os judeus. Como eu disse neste artigo, o que foi escrito agora foi apenas uma introdução. Abs!
ExcluirApenas para acrescentar, segue o texto onde um historiador faz menção ao episódio que você se referiu:
Excluir“Na Salamanca, na Semana Santa, a Igreja pedia ao braço secular um ‘judeu criminoso’ para ser enxovalhado em público como o diabo. O eleito era vestido de vermelho, pintado de preto e dotado de rabo e chifres, sofrendo o escárnio e a afronta na cidade durante o ano: pestes, guerras, misérias, saques, incêndios, granizos, além dos pecados de cada vizinho” (NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005, p. 74)
Lucas sentir raiva é algo ruim segundo a bíblia?
ResponderExcluirSim:
Excluir"Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus" (Tiago 1:19-20)
Lucas,A Bíblia king james é a melhor tradução de todas??
ResponderExcluirA grande maioria dos teólogos concordam que sim.
ExcluirA Igreja Católica salvou milhares de judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
ResponderExcluirIsso depois de assassinar, exterminar, demonizar, torturar, confiscar os bens e disseminar preconceito antissemita contra os judeus por MIL ANOS. É incrível como um católico fanático consegue ser seletivo e hipócrita para defender a honra da Igreja Assassina.
ExcluirLucas, onde é possível conferir os documentos desses concílios?
ResponderExcluirE como está o progresso deste seu livro?
Como a maioria se trata de concílios regionais, é difícil encontrá-los em algum lugar online e completo, geralmente só se consegue trechos citados em livros. Mas os concílios ecumênicos citados na lista (Terceiro e Quarto concílios de Latrão) você pode conferir aqui:
Excluirhttps://sites.google.com/site/evangelizandocommaria/concilios-da-igreja-catolica/terceiro-concilio-de-latrao/canones-do-terceiro-concilio-de-latrao
https://sites.google.com/site/evangelizandocommaria/concilios-da-igreja-catolica/quarto-concilio-de-latrao/canones-do-quarto-concilio-de-latrao
Neste último colocaram a letra em branco com um fundo verde tornando-a ilegível, então recomendo jogar em um documento Word e ler por ali.
Eu ainda não comecei a escrever o livro, porque este é o último passo. Primeiro vem a leitura de todo o material (o máximo possível de livros que conseguir), depois vem a organização de todo esse material (quais citações fazem parte de qual capítulo, estrutura do livro dividido em tópicos e subtópicos, etc) e por último a escrita em si, que é a parte mais rápida. Eu espero começar a escrever no começo de outubro e terminar em um mês escrevendo bastante todos os dias, até lá é tempo de ler e organizar o material.
Olá, Lucas Banzoli. Onde posso encontro este livro seu: "A Lenda Branca da Inquisição."
ResponderExcluirEstá em construção ainda, eu tinha escrito até a metade no ano passado e então parei, mas vou continuar ano que vem.
ExcluirAh, tá. Obrigado pela informação!
ExcluirLucas Banzoli, tenho uma pergunta. Já que ICAR só surgiu depois do cisma 1054 d.c. Então porque você colocou sínodos antes desse cisma? Eu fiquei um pouco confuso... poderia explicar?
ResponderExcluirPorque a discriminação de judeus é anterior à Igreja Romana, por isso no parágrafo que introduz o quadro dos sínodos eu digo "Igreja", e não "Igreja Romana" (embora esta tenha aprofundado enormemente o preconceito aos judeus).
Excluir