Os livros apócrifos admitem que são apócrifos



Durante muitos séculos católicos e cristãos (evangélicos) tem debatido sobre os limites do cânon bíblico, especialmente se os sete livros acrescentados dogmaticamente em Trento devem ser considerados canônicos e divinamente inspirados ou se servem apenas para edificação, e não para a doutrina. De um lado, os católicos afirmam que os evangélicos tiraram sete livros da Bíblia. De outro, os evangélicos dizem que a Bíblia católica está em obesidade mórbida.

Já provei anteriormente que os Pais da Igreja não criam na canonicidade de tais livros, como você pode conferir clicando aquie aqui. Mas agora a coisa será diferente. Não irei provar que os apócrifos não passam meramente de apócrifos (i.e, não-inspirados, não-canônicos) com fontes externas (tais como os Pais da Igreja ou a comunidade judaica), mas sim com os próprios escritores de tais livros!

Sim, isso mesmo. Um critério para a canonicidade de um livro pode ser determinado, em primeiro lugar, se o próprio autor acredita ou não na inspiração dele. É claro que não é simplesmente porque alguém pensa que está escrevendo algo inspirado que o objeto em questão torna-se automaticamente inspirado. Porém, o inverso é verdadeiro. Se alguém escreve algo sabendo que este algo não é inspirado, ele não pode ser considerado Sagrada Escritura.

Iremos, então, primeiramente ao livro de Macabeus. Em 1ª Macabeus, o autor escreve:

“A opressão que caiu sobre Israel foi tal, que não houve igual desde o dia em que tinham desaparecido os profetas (1ª Macabeus 9:27)

Como vemos, o próprio autor do livro admite que em seus tempos não havia mais profeta, mas que já haviam desaparecido há algum tempo. Como é que Macabeus pode ser considerado profético, se os profetas já haviam desaparecido antes daquela época? Este é um atestado do próprio autor do livro que indiscutivelmente é uma admissão de que ele não considerava seu próprio livro como profético ou inspirado, pois ele mesmo diz que os profetas já haviam cessado em seu tempo.

Outra evidência que achamos em Macabeus e que nos mostra que o próprio autor não cria que aquilo que ele escrevia tinha inspiração e canonicidade está na confissão que ele faz no final de 2ª Macabeus:

Por isso, aqui ponho fim à minha narrativa. Se o fiz bem, de maneira conveniente a uma composição escrita, era isso que eu queria; se fracamente e de modo medíocre, é o que consegui fazer(2ª Macabeus 15:37,38)

Esta tradução não é uma “adulteração protestante”, mas algo que o leitor pode conferir aqui neste site católico, na versão da CNBB. Como vemos, o autor do livro dos Macabeus reconhece que a sua obra estaria possivelmente “fraca e medíocre”. A tradução da versão Ave-Maria lança ainda mais luz sobre isso, pois traduz por “imperfeita e medíocre”, enquanto a Bíblia de Jerusalém traduz por “vulgar e medíocre”.

Ora, como é que a Palavra de Deus pode ser considerada fraca, imperfeita, vulgar e medíocre? Só se forem os livros dos católicos, mas a Sagrada Escritura de modo nenhum, pois Paulo é taxativo em dizer:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16,17)

Aqui vemos que Paulo considerava toda a Escritura como:

1. Inspirada por Deus.
2. Para fazer com que o homem de Deus fosse perfeito.
3. Plenamentepreparado.
4. Para toda boa obra.

Agora perguntamos:

-Pode um escrito “fraco e medíocre” ser inspirado por Deus?
-Pode um escrito imperfeito fazer o homem de Deus perfeito?
-Pode algo medíocre fazer o homem plenamente preparado?
-Pode algo vulgar fazer o homem perfeitamente capacitado para tudo?

A resposta para todas essas perguntas é óbvia: Não! Não é possível que um escrito cujo próprio autor descreve como podendo estar “imperfeito e medíocre” seja Sagrada Escritura, pois esta não é imperfeita – é perfeita; não é vulgar – é inspirada por Deus; não é fraca – é poderosa para destruir fortalezas; não é medíocre – ao contrário: faz o homem se tornar perfeito e plenamente habilitado para toda boa obra!

Tendo em vista estes fatos, alguns contestam alegando que o autor de Macabeus estava sendo simplesmente “humilde”. Porém, em local algum das Escrituras encontramos semelhante “humildade” ao ponto de considerar seu próprio escrito algo fraco e medíocre. Isso não é estranho? Além do mais, eles distorcem algumas palavras de Paulo em que ele diz que “digo eu, não o Senhor” (1Co.7:12), como se Paulo estivesse querendo dizer que não se considerava inspirado por Deus, assim como fez o autor de Macabeus.

Porém, essa é simplesmente mais uma adulteração grotesca e vergonhosa vinda de alguns poucos, pelos quais já não se espera mais nada diante de tantas loucuras que já escreveram. O que Paulo estava dizendo ali não é que ele não era inspirado, mas sim que aquele mandamento não partiu diretamente do Senhor Jesus, mas dele próprio. E isso serve para desqualificar a inspiração dos escritos de Paulo? Muito pelo contrário: serve para fortalecer tal inspiração!

Isso porque ninguém se “atreveria” a passar mandamentos que não tivessem vindo diretamente daquilo que Jesus disse, se não se considerasse suficientemente inspirado para fazer isso. Se ele fosse um “Zé Ninguém”, a sua palavra não teria valor de mandamento, e tudo o que ele teria que fazer seria repetir aquilo que Jesus passou diretamente aos apóstolos enquanto esteve na terra. Porém, o que Paulo escrevia tinha valor de mandamento (1Co.7:10; 1Co.14:37,38)!

Além do mais, se os católicos se dessem ao trabalho de lerem a continuação deste mesmo capítulo, veriam o próprio Paulo reconhecendo que cria que aquilo que ele escrevia era dirigido pelo Espírito Santo. Ele disse: “Será, porém, mais bem-aventurada se ficar assim, segundo o meu parecer, e também eu cuido que tenho o Espírito de Deus (1Co.7:40). Em outra ocasião, Paulo elogia o fato de que os tessalonicenses não haviam recebido a sua palavra como palavra de homens, mas sim como Palavra de Deus (veja 1Ts.2:13)!

Portanto, as apelações católicas não são refutações – são devaneios. Além de partirem de uma premissa completamente falha, ignoram todos os outros fatos bíblicos, que mostram claramente como que o próprio Paulo se considerava inspirado e cria que seus escritos eram Palavra de Deus, e não de homens. Com os Macabeus, porém, é exatamente o contrário que ocorre: o autor não reconhece aquilo que ele escrevia como sendo a Palavra de Deus, mas como sendo algo possivelmente vulgar e medíocre!

Portanto, usar Paulo numa tentativa de “salvar” os Macabeus é no mínimo querer se passar pelo ridículo, com argumentos que voltam em peso contra eles mesmos. Macabeus é a única obra em que o próprio autor reconhece que não é inspirada, pois a Palavra de Deus nunca, sob nenhuma circunstância, pode ser vulgar, medíocre, imperfeita ou fraca.

Se o autor de Macabeus cresse que a sua obra deveria ser reconhecida como Escritura Sagrada e autoritativa, canônica e divinamente inspirada, certamente não teria dado chances a dizer que poderia estar uma coisa medíocre e ainda se explicar dizendo que “foi o que eu pude fazer de melhor”! Ao invés de reconhecer sua inspiração como Paulo fez ao dizer que escrevia pelo Espírito de Deus (1Co.7:40), ele reconhece que o que ele próprio foi capaz de fazer seria algo que poderia estar imperfeito ou medíocre.

Ou seja: ele não reconhecia sua inspiração vinda do Alto, mas olhava somente para si próprio (“foi o que eu pude fazer de melhor”) e sua incapacidade (“se está vulgar e medíocre...”). Isso é prova de que ele nem cogitava a possibilidade de que estivesse escrevendo dirigido por Deus, pois não iria dizer que uma obra sob inspiração divina pudesse estar medíocre – isso seria desprezar o valor do Espírito Santo!

Uma inspiração divina em seus escritos era algo que nem passava pela mente dele, o que explica perfeitamente o porquê de ele colocar a possibilidade de sua obra ser um fracasso. Se ele considerasse que sua obra fosse inspirada por Deus, não haveria chances de ser medíocre, e, portanto, não teria cogitado tal possibilidade. Isso significa que o próprio autor do livro apócrifo não tinha qualquer entendimento de que escrevia sob inspiração divina algo que devesse ser acrescentado às Escrituras.

Portanto, quando os católicos aceitam Macabeus como parte da Bíblia, estão nada a mais a fazer senão desprezar a Bíblia e chamá-la de medíocre. Embora isso não seja nenhuma novidade, pois já vimos como a Igreja Católica trata a Bíblia!

Para terminar, trago aqui o próprio prólogo da tradução grega de Eclesiástico (aceito no cânon católico), onde o próprio autor não reconhece aquilo como fazendo parte do cânon bíblico, que para ele já estava dividido entre a Lei, os Profetas e os Escritos:

“Muitas e excelentes coisas foram entregues para nós pela Lei e os Profetas e por outros que seguiram seus passos, por quais coisas Israel deveria ser elogiado pelo aprendizado e sabedoria. E enquanto não somente os leitores precisam se tornar hábeis, mas também aqueles que desejam aprender sejam hábeis em ajudar os de fora, tanto pelo falar quanto pelo dizer, meu avô, Jesus, depois de se dedicar com afinco à leitura da Lei, dos Profetas e de outros livros de nossos pais, e de ter ganhado com eles excelente julgamento, se propôs a escrever algo a respeito do aprendizado e sabedoria; com o propósito de que aqueles que são desejosos de aprender e amam estas coisas, possam progredir muito mais em viver de acordo com a lei. Portanto deixem-me convidá-los a lê-lo com favor e atenção, e nos perdoar ali onde pareça, apesar de nossos esforços de interpretação, que não tenhamos acertado em alguma expressão. Pois aquilo traduzido para outra língua não tem a mesma força que as mesmas coisas expressas em hebraico. E não somente estas coisas, mas a própria Lei, os Profetas e o resto dos livros não apresentam pequena diferença quando são ditos em sua própria língua(Prólogo a Eclesiástico)

Roger Beckwith comenta sobre estas declarações:

“Parece, então, que para este escritor há três grupos de livros que possuem uma autoridade única, e que seu avô escreveu somente depois de ganhar grande familiaridade com eles, como seu intérprete, não como seu rival. O tradutor explicitamente distingue ‘estas coisas’ (ou seja, Eclesiástico, ou composições hebraicas não canônicas tais como Eclesiástico) da ‘própria Lei e os Profetas e o resto dos Livros’. Além disto, ele considera até mesmo os Hagiógrafos como livros ‘ancestrais’ (patrivwn), há muito tempo estimados por serem traduzidos para o grego, e seu número como completo (‘os outros que seguiram seus passos’, ‘os outros Livros dos pais’, ‘o resto dos Livros’). E não somente ele declara que em seu próprio tempo havia este cânon tríplice, distinto de todos os outros escritos, nos quais até mesmo os Hagiógrafos formavam uma coleção fechada de livros antigos, mas ele implica que tal era o caso no tempo de seu avô também(The Old Testament Canon of the New Testament Church, pág. 111)

Sumariando, vemos que tanto o autor de Macabeus como o do prólogo de Eclesiástico reconheciam que o cânon hebraico já estava fechado em sua época, o que podemos ver claramente pelas menções acima de Eclesiástico e pelo fato de que em Macabeus há o relato de que em seus dias os profetas já haviam cessado. Da mesma forma, percebemos que ambos reconheciam e admitiam o cânon judeu já existente em seus dias e usado constantemente por Jesus e pelos apóstolos, que foi ratificado anos depois, no Concílio de Jamnia.

Sendo assim, o que eles escreviam não era na intenção de ampliar este cânon, mas sim de oferecer relatos históricos de seus dias (como ocorre em Macabeus) ou de instruções para progredir no aprendizado das Escrituras (como ocorre em Eclesiástico). Assim foram entendidos em sua época, e os judeus não aceitaram estes livros como canônicos, embora os levasse em alta consideração.

Exatamente a mesma coisa fizeram os Pais da Igreja, que constantemente distinguiam entre os livros “canônicos”(que compõe os livros da Sagrada Escritura inspirada e autoritativa, nos limites do cânon) e “eclesiásticos” (livros aceitos para a edificação, mas não para a formação de doutrina, pois não estavam no cânon). Assim entenderam os judeus, os Pais da Igreja e os próprios autores destes livros, que aceitavam e usavam os livros do cânon judeu.

Porém, muito tempo mais tarde, a Igreja de Roma decidiu fazer algo novo: colocar estes livros em pé de igualdade com os livros canônicos, para formação de doutrina e como sendo inspirados pelo Espírito Santo. O resultado disso não poderia ser diferente: tantas e tantas menções nestes próprios livros que desacreditam-se a si mesmos e que tornam as alegações católicas cada vez mais insustentáveis.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)


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Comentários

  1. Lucas, o Falando de fé refutou este seu texto.

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    1. Só um doente em estado terminal para achar que aquilo ali que o Evaldo escreveu “refuta” algum texto meu. Aquilo ali é uma verdadeira coleção de pérolas, o que não era de se esperar diferente já que ele copiou todos os argumentos do livro do Rafael Rodrigues sobre o cânon, que é uma piada total. Eu não tenho tempo para refutar tantas porcarias que ele escreveu naquele artigo, mas comentando sobre algumas:

      1) Começou comparando o texto de Macabeus com um do apóstolo Paulo que não tem NADA A VER um com o outro. Em Macabeus o autor reconhece-se não-inspirado, pois diz que a sua obra poderia estar MEDÍOCRE. Paulo não chega nem perto de fazer o mesmo; o texto que o malandro se utilizou somente diz que aquilo não foi um mandamento DIRETO do Senhor, mas não significa que foi SEM INSPIRAÇÃO, pois a inspiração não implica em a verdade ter sido revelada direta ou indiretamente. Que o próprio Paulo se considerava inspirado isso é óbvio em diversas passagens, por exemplo:

      a) Paulo diz que o que ele escrevia tinha valor de MANDAMENTO (1Co.7:10; 1Co.14:37,38).

      b) Paulo diz que escrevia pelo ESPÍRITO DE DEUS (1Co.7:40).

      c) Paulo diz que seus escritos eram PALAVRA DE DEUS (1Ts.2:13).

      Portanto, Paulo reconhecia sim a sua própria inspiração, enquanto o autor de Macabeus não.

      2) Ele faz uma afirmação ridícula de que o autor de Macabeus estivesse se referindo APENAS à literariedade do livro quando escreveu aquilo, quando na verdade o autor de Macabeus faz uma clara DISTINÇÃO entre ambos, quando diz:

      “...se está boa E literariamente agradável, é o que eu queria. Se fraca e medíocre, é o que eu fui capaz de fazer”

      Veja que ele não se refere apenas à literariedade, mas TAMBÉM à literariedade. Ele não diz: “se está literariamente boa e agradável”, mas sim: “se está boa E literariamente agradável”, ou seja, falando de duas coisas diferentes, uma do conteúdo (bom ou fraco) e outra da literariedade (agradável ou medíocre).

      Vale ressaltar que até mesmo o acréscimo da “literariedade” é questionável. A versão “Ave- Maria”, por exemplo, omite essa palavra, que provavelmente é um acréscimo da CNBB.

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    2. 3) O mais ridículo de tudo foi a patética explicação dele sobre os profetas, o texto de Macabeus diz claramente que os profetas já haviam CESSADO e o que é que ele me diz? Que estes profetas eram apenas uma referência aos profetas que ungiam os reis, e não a todos os profetas. É ridículo, é patético e é abismável que alguma criatura neste planeta não perceba uma coisa tão pífia como essa. Não acreditei que ele estivesse falando sério quando li aquilo, mas depois vi que ele tirou aquilo do “Manual de defesa dos livros deuterocanônicos”, então acreditei. Puxa vida, é verdade, ele inventou uma nova denominação de profetas, os dividiu em duas classes e de alguma forma mágica “descobriu” que o texto dos Macabeus se referia somente à segunda! Sensacional!

      4) Mas o pior de tudo foi guardado para o final, quando o sujeito me diz, na maior cara dura, que o cânon aprovado em Trento é o mesmo do aprovado em Cartago e em Hipona. Qualquer sem pensante que estude um mínimo de história da Igreja sabe que a versão bíblica utilizada nos concílios de Hipona e Cartago era a Antiga Latina, pois a Vulgata de Jerônimo não existia ainda, e o livro de 1ª Esdras na Antiga Vulgata era um APÓCRIFO que nenhum católico tem hoje em suas Bíblias, enquanto Trento se utilizou da versão de Jerônimo, a “nova” Vulgata, em que 1ª Esdras é o Esdras que conhecemos hoje, e não o Esdras apócrifo, que era o de 3ª Esdras na Antiga Latina. Portanto, o Concílio de Trento rejeitou um livro do cânon de Hipona e Cartago, e logo a lista de livros canônicos NÃO É A MESMA EM AMBOS.

      Enfim, a “refutação” dele é bizarra, mas era o que se deveria esperar do professor Evaldo, que não conseguia refutar teologicamente um garoto de 16 anos no Orkut (não vou falar quem era esse garoto).

      Abraços.

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    3. Lucas, o Rafael postou indiretamente uma resposta ao seu comentário sobre Esdras apócrifo, veja: http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/deuterocanonicos/630-hipona-e-cartago-nao-tinha-a-mesma-lista-de-trento-refutando-a-falacia-sobre-i-e-ii-esdras-da-lxx

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    4. O Rafael pode enviar quantas “indiretas” quiser, que eu lhe respondo de forma bem direta:

      1) Primeiro, o artigo dele tem por base duas citações de autores protestantes, que não dizem que OS LIVROS eram exatamente os mesmos, mas que O ÍNDICE (ou “lista”) era o mesmo. De fato, o índice de Hipona/Cartago é o mesmo de Trento, mas não todos os livros sem exceção, pois um livro de um não correspondia ao mesmo livro de outro. E mesmo que aqueles dois autores protestantes estivessem falando dos livros e não somente dos índices, isso não significa nada, já que a maioria esmagadora de apologistas evangélicos reconhecem tal distinção de livros.

      2) Em momento nenhum ele provou que a lista de Hipona e Cartago não se baseou na Septuaginta ou na Antiga Latina. Qualquer um que estude um mínimo de história sabe que no norte da África se usava a versão ANTIGA LATINA, em que o 1ª Esdras era um livro apócrifo. Nessa Antiga Latina o Esdras/Neemias eram um livro só, conhecido como 2ª Esdras. Igualmente, na Septuaginta o 1ª Esdras/Esdras A era um livro APÓCRIFO, enquanto que o 2ª Esdras/Esdras B era o Esdras/Neemias. Isso é confirmado até mesmo PELAS PRÓPRIAS FONTES CATÓLICAS, como por exemplo a Bíblia de Jerusalém, que diz:

      “A Bíblia dos Setenta, também conta com um livro denominado Esdras I, inexistente na Bíblia adotada pela Igreja Católica, que costuma referir-se a ele como Esdras III (apócrifo), enquanto que os livros de Esdras e de Neemias são reunidos, na Bíblia dos Setenta em um único livro chamado de Esdras II” (Bíblia de Jerusalém, Nova Edição Revista e Ampliada, Ed. de 2002, 3ª Impressão (2004), Ed. Paulus, São Paulo, p 547)

      Portanto, os próprios eruditos que fizeram a Bíblia de Jerusalém, a versão católica mais famosa da Bíblia, admitem essa distinção entre a versão católica utilizada hoje e aquilo que estava na Septuaginta (assim como na Antiga Latina). O índice da Wikipédia em inglês, com diversas fontes, confirmam os seguintes dados:

      Septuagint and its derivative translations: Έσδράς Αˊ = 1 Esdras

      King James Version and many successive English translations: 1 Esdras

      Vulgate and its derivative translations: 3 Esdras

      Slavonic bible: 2 Esdras

      Ethiopic bible: Ezra Kali

      (http://en.wikipedia.org/wiki/1_Esdras)

      A prova mais forte de que Hipona e Cartago aprovaram este livro apócrifo de 1ª Esdras é o fato de que até hoje as igrejas ortodoxas orientais ACEITAM este livro no cânon. Por que a Igreja Romana não o aceita, se ele é aceito pelas ortodoxas? Porque Trento o tirou do cânon, simples.

      3) Era impossível, repito, IMPOSSÍVEL que os concílios de Hipona e Cartago tivessem se baseado na divisão feita pela Vulgata de Jerônimo, porque o Concílio de Cartago ocorreu em 397 d.C e o Concílio de Hipona em 393 d.C, enquanto que Jerônimo só concluiu a Vulgata Latina em 405 d.C, como diz o erudito Stephen Lang:

      “Jerónimo começou sua obra em 382. Quando Dámaso morreu, em 384, Jerónimo, aparentemente, alimentava o desejo de ocupar a posição de bispo de Roma. Em parte pela amargura de não ter sido escolhido, e em parte pelo desejo de se livrar das distrações, Jerónimo mudou-se de Roma para a Terra Santa, estabelecendo-se em Belém. EM 405, TERMINOU SUA TRADUÇÃO, que não foi sua única obra. Durante aqueles 23 anos, ele também produziu comentários e outros escritos, servindo de conselheiro espiritual para algumas viúvas ricas e bastante devotas. Ele se envolveu em várias batalhas teológicas de seus dias, por meio de cartas eloqüentes — e, às vezes, bastante cáusticas — que até hoje são consideradas muito dramáticas” (A. Kenneth Curtis - J. Stephen Lang - Randy Petersen)

      Como é que os Concílios de Hipona e Cartago teriam utilizado como base uma versão que SÓ EXISTIRIA DEZ ANOS DEPOIS?

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    5. 4) A última alternativa para ele seria apelar para o CÂNON JUDEU que é baseado nos TEXTOS MASSOTÉRICOS, como ele malandrosamente fez utilizando aquela citação de Cirilo no final do artigo, porque os judeus não criam na inspiração do apócrifo de Esdras. Mas isso seria um verdadeiro TIRO NO PÉ deles mesmos, porque eles vivem criticando o cânon judeu e o texto massotérico e fazendo apologia à Septuaginta/Antiga Latina, dizendo que eram as versões utilizadas pelos Pais da Igreja, então com que moral eles vem dizer que na lista de Hipona e Cartago eles utilizaram como base e referência o cânon hebraico? Isso é ridículo, para dizer pouco. Complemente patética essa forma de explicar o inexplicável. Eles teriam que remendar toda a teologia deles sobre o cânon se admitissem mesmo essa hipótese!

      5) Ele ainda usa argumentos puramente especulativos, como Agostinho dizendo que aqueles dois livros pareciam ser uma continuação, mas se esquece que o apócrifo de 1ª Esdras realmente é continuação de partes de Reis e Crônicas, embora ele englobasse partes de Crônicas. Além disso, é FALSA a afirmação de que o apócrifo de Esdras dizia simplesmente coisas que já eram ditas nos demais livros, e que por essa razão seria incoerente admiti-lo no cânon. Se é assim, por que a Igreja Ortodoxa o aceita em seu cânon, se ela TAMBÉM aceita os livros de Crônicas, Reis e o Esdras canônico? Pela lógica do Rafael isso seria impossível, pois seria “antilógico”, usando as próprias palavras dele. Mas o fato é que o apócrifo de Esdras também possui ACRÉSCIMOS que não estão nos livros canônicos. Mesmo que ele fundamentalmente dissesse o mesmo que outros livros, isso não seria razão suficiente para não admiti-lo, já que boa parte de Crônicas está em Reis, e vice-versa (o mesmo pode ser dito dos evangelhos sinópticos).

      6) Resumindo, a argumentação dele é mais uma vez pobre, e não atinge o cerne da questão. Ele tem que ser bem claro em explicar com base em o que que Hipona e Cartago definiram seus cânones. Ele tem quatro opções:

      a) A Vulgata Latina. Mas ela não existia na época de Hipona e Cartago.

      b) A Antiga Vulgata. Era a versão utilizada por aquelas igrejas no norte da África, mas considera o 1ª Esdras um livro apócrifo, o que vai contra Trento.

      c) A Septuaginta. Era uma versão muito popular e conhecida naquela época e também muito usada, mas também divide 1ª Esdras/Esdras A como apócrifo e 2ª Esdras/Esdras B como Esdras/Neemias, indo contra as pretensões dele e de Trento.

      d) O cânone judaico, baseado nos textos massotéricos. É a única salvação dele, mas neste caso estaria contrariando multidões de apologistas e teólogos romanos que afirmam que os Pais da Igreja não tinham por base o texto massotérico, mas a Septuaginta, e daria crédito ao cânon judaico que rejeita a canonicidade dos apócrifos.

      Portanto, ele está em uma “cilada”, a qual ele não fez a mínima questão de sair naquele seu artigo, talvez porque assumir decisivamente e abertamente que aqueles concílios adotaram como padrão a lista judaica e não a Septuaginta seria contrarariar tudo aquilo que ele afirma no resto do livro dele mesmo!

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  2. Lucas, boa noite!

    Você pode refutar os argumentos do Evaldo sobre o período interbíblico, incluindo os textos bíblicos que ele menciona?

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    1. Olá. O texto que o Evaldo usou para sustentar que não existe um período intermediário foi o de Lucas 16:16, que diz que a Lei e os Profetas duraram até João. Na verdade, no original grego não está a palavra "duraram", mas está escrito: "Ho nómos kai hoi profetai ews Ioanu". Sua tradução literal seria: "A lei e os profetas até João". Para sabermos o que vai até João, temos que recorrer ao evangelho sinóptico de Mateus, que diz:

      "Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João" (Mateus 11:33)

      Portanto, Cristo estava falando sobre as PROFECIAS acerca dele, e diz que João foi o último dos profetas. O que isso tem a ver com o cânon bíblico? Absolutamente nada. Jesus apenas está dizendo que as profecias acerca dele duraram desde a época da Lei até João Batista, o que qualquer evangélico concorda, mas não diz que isso ocorreu sem nenhum lapso ou intervalo de tempo, ou seja, de forma ininterrupta. Até mesmo entre os livros canônicos há lapso de tempo.

      Por exemplo, de Juízes até Rute houve um intervalo de 100 anos. Da mesma forma, de Rute á 1Samuel também há aproximadamente 100 anos de intervalo, sem nenhum livro bíblico escrito nesse tempo. Portanto, o fato de os profetas terem profetizado até João não significa que em todas as eras isso ocorreu de forma ininterrupta, significa apenas que João Batista foi o último dos profetas a profetizar sobre o Messias, Jesus. Isso qualquer evangélico concorda, não é um ponto de discussão.

      Além disso, o próprio Senhor Jesus delimitou o cânon quando disse:

      “Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar” (Mateus 23:35)

      Jesus diz que recairia sobre os fariseus todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel até o de Zacarias, “filho de Baraquias” (Zc.1:1). Note que Jesus não disse: “o sangue de Abel e o de Zacarias” (como se estivesse citando dois exemplos ocasionais), mas sim: “desde o sangue de Abel ATÉ o de Zacarias”. Isso significa que ele estava expondo dois extremos: o martírio de Abel, logo no início da Bíblia e da história do AT, até Zacarias, cobrindo todo o tempo decorrido desde o início da composição do AT até 400 a.C, época em que o AT foi fechado. Embora Zacarias não tenha sido o último dos profetas, ele é o último dos profetas martirizado, uma vez que não se há menção na Bíblia ou na tradição rabínica de algum profeta martirizado entre Esdras e Malaquias (livros que sucedem Zacarias em ordem cronológica).

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    2. Jesus fez menção do primeiro martírio de algum justo no AT (de Abel, registrado em Gênesis), até o último registro histórico de algum profeta martirizado dentro do período que abrange a história do AT, que foi Zacarias, que de acordo com a tradição rabínica havia sido martirizado entre o santuário e o altar. E como que isso nos ajuda a delimitar o cânon do AT? Simplesmente porque os livros apócrifos foram escritos depois de Malaquias, muitos deles retratando acontecimentos que ocorreram neste período intertestamentário, entre Malaquias e Mateus. Tobias, por exemplo, relata acontecimentos que teriam ocorrido de 250 a 200 a.C; Judite foi escrito provavelmente em meados do séc. II a.C, durante a resistência dos Macabeus ou logo após; o livro de Macabeus retrata a revolta que ocorreu em 167 a.C.

      Portanto, se Jesus considerasse esses livros – posteriores a Zacarias – inspirados, certamente teria feito menção a algum martírio que ocorreu nestes livros, deixando claro que a revelação divina no AT não acabou no século 400 a.C, mas abrange os próprios livros apócrifos. Ele, porém, não fez isso. Ao contrário, deixou absolutamente de mencionar qualquer martírio ocorrido em algum livro apócrifo, e não por não terem ocorrido martírio nenhum neste período (como é o caso de Esdras, Neemias e Malaquias que são posteriores a Zacarias), porque nos apócrifos há verdadeira riqueza em martírios.

      No capítulo 7 de 2ª Macabeus, por exemplo, narra-se o martírio dos sete irmãos Macabeus, por causa da recusa deles à ingestão de carne de porco, da mesma forma que Eleazar. Cristo, porém, ao invés de dizer que cobraria dos fariseus todo o sangue derramado na terra, desde Adão até Eleazar, diz de Adão até Zacarias, mostrando claramente que a história dos martírios que perfaz o período do AT termina em 400 a.C, não se prolonga além disso. Se Jesus considerasse os apócrifos católicos como inspirados ou parte do cânon, não teria delimitado os martírios no AT apenas até a época de Zacarias, mas teria certamente incluído os Macabeus também, coisa que ele deixou de fora.

      Deus te abençoe.

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  3. Boa noite, meu irmão! A paz do Senhor!

    Lucas, sou evangélico um pouco mais de 3 anos e achei muito forte esse texto escrito pelo Evaldo. Como você é um excelente apologista cristão, peço encarecidamente que refute aquele trecho em que o Evaldo enumera 6 supostos erros cometidos por você.

    Obrigado desde já.

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    1. Olá, João Carlos. Vamos ponto por ponto sobre aquela parte do artigo dele:

      (1) Eu não sei se o Evaldo se finge de ignorante ou se realmente é, ao afirmar que eu dou credibilidade ao livro de Macabeus na parte em que ele afirma que os profetas haviam desaparecido. Em primeiro lugar, nunca foi preciso desacreditar na validade de afirmações de um livro para rejeitar a inspiração dele. Judas cita o livro de Enoque em uma parte que ele diz ser verdadeira, mas o livro de Enoque não é inspirado. Paulo cita várias vezes frases dos poetas gregos, mas nunca creditou inerrância ou inspiração a eles. O mesmo Judas também citou um acontecimento do livro da Assunção de Moisés, mas não cria que aquele livro era inspirado. Portanto, a ideia de creditar veracidade à certas informações do livro não significa crer que este livro é inspirado. Isso é ideia da cabeça dele, que ele tirou sabe-se lá de onde. Além disso, mesmo que eu desacreditasse totalmente até mesmo nas informações presentes no livro de Macabeus, isso em nada me impediria de usar este argumento, pois mostraria que ou Macabeus errou naquela parte (e, portanto, não poderia ser inspirado), ou ele acertou e prova que os profetas haviam cessado. De qualquer forma, ele estaria refutado.

      Ele também me desafiou neste ponto 1 a mostrar na Bíblia que houve um período intertestamentário; ora, não há nada mais fácil que isso. Vou repetir o argumento já usado anteriormente:

      “Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar” (Mateus 23:35)

      Jesus diz que recairia sobre os fariseus todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel até o de Zacarias, “filho de Baraquias” (Zc.1:1). Note que Jesus não disse: “o sangue de Abel e o de Zacarias” (como se estivesse citando dois exemplos ocasionais), mas sim: “desde o sangue de Abel ATÉ o de Zacarias”. Isso significa que ele estava expondo dois extremos: o martírio de Abel, logo no início da Bíblia e da história do AT, até Zacarias, cobrindo todo o tempo decorrido desde o início da composição do AT até 400 a.C, época em que o AT foi fechado. Embora Zacarias não tenha sido o último dos profetas, ele é o último dos profetas martirizado, uma vez que não se há menção na Bíblia ou na tradição rabínica de algum profeta martirizado entre Esdras e Malaquias (livros que sucedem Zacarias em ordem cronológica).

      Jesus fez menção do primeiro martírio de algum justo no AT (de Abel, registrado em Gênesis), até o último registro histórico de algum profeta martirizado dentro do período que abrange a história do AT, que foi Zacarias, que de acordo com a tradição rabínica havia sido martirizado entre o santuário e o altar. E como que isso nos ajuda a delimitar o cânon do AT? Simplesmente porque os livros apócrifos foram escritos depois de Malaquias, muitos deles retratando acontecimentos que ocorreram neste período intertestamentário, entre Malaquias e Mateus. Tobias, por exemplo, relata acontecimentos que teriam ocorrido de 250 a 200 a.C; Judite foi escrito provavelmente em meados do séc. II a.C, durante a resistência dos Macabeus ou logo após; o livro de Macabeus retrata a revolta que ocorreu em 167 a.C.

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    2. Portanto, se Jesus considerasse esses livros – posteriores a Zacarias – inspirados, certamente teria feito menção a algum martírio que ocorreu nestes livros, deixando claro que a revelação divina no AT não acabou no século 400 a.C, mas abrange os próprios livros apócrifos. Ele, porém, não fez isso. Ao contrário, deixou absolutamente de mencionar qualquer martírio ocorrido em algum livro apócrifo, e não por não terem ocorrido martírio nenhum neste período (como é o caso de Esdras, Neemias e Malaquias que são posteriores a Zacarias), porque nos apócrifos há verdadeira riqueza em martírios.

      No capítulo 7 de 2ª Macabeus, por exemplo, narra-se o martírio dos sete irmãos Macabeus, por causa da recusa deles à ingestão de carne de porco, da mesma forma que Eleazar. Cristo, porém, ao invés de dizer que cobraria dos fariseus todo o sangue derramado na terra, desde Adão até Eleazar, diz de Adão até Zacarias, mostrando claramente que a história dos martírios que perfaz o período do AT termina em 400 a.C, não se prolonga além disso. Se Jesus considerasse os apócrifos católicos como inspirados ou parte do cânon, não teria delimitado os martírios no AT apenas até a época de Zacarias, mas teria certamente incluído os Macabeus também, coisa que ele deixou de fora.

      Portanto, Jesus cria que a revelação havia cessado em algum momento depois de Zacarias, de modo que não abrange o período dos Macabeus. Essa é uma prova bíblica indiscutível, eu nunca vi até hoje um católico apresentar um contra-argumento sério a isso.

      (2) Aqui no ponto 2 ele primeiro pergunta o porquê que Macabeus deveria não ser inspirado por não ter profetas. Ele confunde e inverte os argumentos. Eu nunca argumentei que Macabeus não era inspirado porque não foi ESCRITO por algum profeta (como ele pretende dizer, fazendo um espantalho), e sim que não era inspirado porque os profetas já haviam cessado em todo o território israelita, ou seja, que NÃO HAVIA MAIS REVELAÇÃO, pois a revelação já havia cessado. Além disso, esta é só UMA PARTE do argumento, pois o argumento principal contra a inspiração de Macabeus é o texto de 2ª Macabeus 15:37,38 e não esse, mas ele trata esse como se fosse todo o argumento e eu não tivesse nenhum outro!

      Em seguida, ele pega um trecho do livro do Rafael e tenta formular uma explicação hilária para a não-existência de profetas, alegando que se refere APENAS aos profetas que ungiam reis. De onde ele tirou isso? De lugar nenhum, porque o texto não diz isso. Ele diz simplesmente que não tinham profetas, e não que não tinham UM TIPO de profetas em especial, como se estivesse indicando que houvessem outros.

      Ainda neste ponto 2 ele lança textos bíblicos isolados, como se provassem que não houve interrupção de profetas e revelações até a época de Cristo, mas aqueles textos estão muito longe de dizerem isso. O fato de João Batista e Ana serem profetas só prova que os profetas voltaram a existir próximo da época de Jesus, como uma preparação para o advento de Cristo, e não que esses profetas inexistiam até algum tempo antes. Se fosse assim, o texto de Macabeus estaria mentindo ao dizer que não havia mais profetas na época dele, tornando tal livro mentiroso e, consequentemente, não-inspirado. Como eu já mostrei há alguns comentários acima, Lucas 16:16 apenas mostra que João Batista foi o último dos profetas a profetizar a vinda de Jesus, e não que não houve interrupção na revelação.

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    3. (3) O fato de o livro de Macabeus não ser considerado profético pelos católicos não muda em nada o fato de a revelação ter cessado. Sem revelação, sem inspiração. Sem inspiração, sem Bíblia.

      (4) De novo o argumento do espantalho, eu nunca disse que o livro de Macabeus precisava ser escrito por um profeta para ser inspirado, o que eu disse é que tem que haver revelação para livros bíblicos serem escritos, e na época de Macabeus não havia mais revelação, independente de quem escrevesse, fosse um profeta ou fosse outro. Os casos que ele citou dos livros de Rute, Jó, Salmos, Provérbios e Eclesiastes não tem nada a ver, pois havia profetas nesta época, mesmo que não tenha sido um profeta que escreveu estes livros, enquanto que no caso de Macabeus não havia mais profetas em lugar nenhum, porque Deus havia cessado a revelação.

      (5) Esse argumento é totalmente autocontraditório, pois sem profetas não pode haver revelação, se Deus cessou a sucessão de profetas é porque ele cessou a revelação, não podia haver inspiração para novos livros bíblicos durante aquele período.

      (6) Concordo, mas esse é novamente o argumento do espantalho, já que eu nunca aleguei isso. Um livro não precisa ser escrito por um profeta para ser inspirado, mas precisa ter revelação, e Deus já não estava mais revelando nada ao povo israelita naqueles tempos, senão não teria cortado a sucessão de profetas, independentemente de esses profetas terem escrito livros ou não.

      Abraços.

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  4. Afinal, quem é esse Evaldo e qual é esse artigo?

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    1. Evaldo é um professor de Português e debatedor de Orkut nas horas vagas (ou o inverso). O site dele chama-se "Falando de Fé" (http://www.programafalandodefe.com.br/), mas tome muito cuidado antes de abrir o site, pois imediatamente irá começar a tocar uma musiquinha católica chata e infernal da rádio dele, por isso eu recomendo abaixar todo o volume antes de entrar, igual eu faço.

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    2. O site sumiu. De repente o Evaldo encontrou a verdade e virou crente.

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    3. Acredite: é mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha do que o Evaldo se converter. Se tem um cara insistente no erro, é ele. É boa pessoa, mas nem desenhando aprende.

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  5. Olá, Lucas, tudo bem? Sou evangélico, mas realmente concordo com o Evaldo de que há um silêncio tremendo na Bíblia sobre o cânon bíblico e o período interbíblico. Esse texto advogado por você de Mateus 23:35 não é convincente. Você teria outro melhor?

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    1. Se você acha que o argumento de Mateus 23:35 não é forte, então ofereça alguma explicação convincente para o fato de Jesus ter limitado o relato dos mártires de Abel até Zacarias, se no período intertestamentário continuou havendo mártires, como em Macabeus. Por que Jesus não fez qualquer menção a eles? Por que disse somente “de Abel até Zacarias”? Será que Jesus não conhecia os mártires Macabeus do período intertestamentário, ou seja, de depois de Zacarias? Se ele conhecia e considerava esse livro inspirado, por que fechou em Zacarias, sem abranger esse período intertestamentário? Os evangélicos há séculos já dão esse argumento e até hoje eu não vi uma refutação católica a respeito.

      Ademais, esse está longe de ser o argumento principal. O principal está em Romanos 2:3, que diz que Deus concedeu AOS JUDEUS os Seus oráculos (Sua Palavra) no tempo do AT, e não à Igreja, que ficou responsável pelo NT. E os judeus nunca aceitaram a canonicidade dos apócrifos. Podemos resumir o argumento simples da seguinte maneira:

      1- Os responsáveis pela Palavra de Deus do AT são os judeus.

      2- Os judeus rejeitam os livros apócrifos.

      3- Portanto, os livros apócrifos não são canônicos.

      Para negar isso teria que alegar uma dessas duas coisas: (a) que o reconhecimento do cânon veterotestamentário NÃO foi confiado os judeus; (b) que os judeus aceitam os apócrifos como inspirados. Mas não há evidência bíblica nem histórica nem de um nem de outro.

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    2. Lucas, acho que esse povo fugiu da escola!

      Não é possível, meu Deus do céu. Jesus foi claro ao falar - discreto e revelador (Jesus fazia isso de propósito) - sobre o VT usado em sua época, citando exatamente do primeiro ao último livro. De Abel a Zacarias, significa dizer que Jesus falava do primeiro ao último livro do Velho Testamento judeu. Abel, em Gênesis, foi o primeiro mártir, mas Zacarias não foi o último, este foi Urias (não o de Davi). Zacarias foi citado porque seu martírio está registrado no último livro do VT judaico, II Crônicas, que era, e é, o último livro da Bíblia hebraica.

      Coincidentemente, se você lista de Abel a Zacarias (Gênesis a II Crônicas), vai encontrar 22 (ou 24 se seguimos Josefo) livros. O problema maior para o catolicismo é que, se você pega esses livros e os separa, vai chegar ao total de 39 livros: OS MESMOS ENCONTRADOS NA BÍBLIA DOS PROTESTANTES. Na bíblia dos judeus eles aparecem juntos, como I e II Samuel, que era um livro só, I e II Reis e assim sucessivamente. Também deve-se lembrar que os profetas menores não estavam separados como nas nossas bíblias.

      A Bíblia que Jesus usava não tinha livros apócrifos!

      A sua observação de Jesus ter lembrado de todos os mártires do VT (de Abel a Zacarias), sem ao menos lançar mão dos mártires citados no Livro de Macabeus, deve significar, para o catolicismo, um problema do tamanho de um bonde!

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  6. O autor de Macabeus é humilde em se colocar como mero instrumento para escrever. E o ser humilde é algo que se manifesta de diferentes formas. Não é o caso de outro autor bíblico não ter se expressado de semelhante modo que constitua sinal de que a afirmação do autor de Macabeus não seria humilde. O que diz não é indicativo de que sua obra não fosse inspirada, ou que ele não conhecesse a inspiração que estava recebendo. Tenhamos consciência disso nesse momento, não é necessário que o autor se mostre inspirado para que sua obra o seja. Quando escreve ao fim da sua narrativa que pode tê-la feito “de maneira conveniente” ou “fracamente e medíocre” tudo se refere à sua consciência a respeito de si mesmo. Isso é humildade. Não é o “olhar para si” que provaria sua obra ser apócrifa. O fato igualmente de ter, ao que parece, se referido à natureza literária do livro e ao seu conteúdo como sendo bom ou não, conveniente ou fraco, não é problema algum, nem leva à conclusão de que a obra não seria inspirada. Uma ideia assim preconcebida é que orienta tal conclusão: parte-se do pressuposto que o livro não é inspirado, e procura-se sinais nele disso. Quem por exemplo não crê na Bíblia não tem problemas em julgar essa passagem e outras, de qualquer livro, e reconhecer, por seu julgamento, que são da mesma natureza, e que constituem erros ou “provas” de que são humanos, e não inspirados. São julgamentos falhos, errados, mas insuspeitos, pois provenientes de quem não tem fé. Assim, alguém poderia julgar o evangelista Lucas, ou sua obra, e tachá-la de não inspirada, porque no início do Evangelho ele mostra seu trabalho de pesquisa e sua seleção de conteúdo, como sendo de iniciativa sua, como que olhando para si mesmo: “Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti”: note a opinião do evangelista sobre o que pareceu-lhe “conveniente”: fazer descrição a Teófilo, e ao afirmar: “havendo-me já informado minuciosamente” mostra seu trabalho pessoal de pesquisa sobre os fatos da salvação, para dar “certeza” a Teófilo, que já conhecia as informações que escreveu. Ele não chama sua composição de fraca, medíocre, ruim ou coisa semelhante, mas como o autor de Macabeus, ele mostra sua obra como sendo resultado de escolha e pesquisa pessoais, de iniciativa sua. Alguém poderia dizer então que o Evangelho de Lucas não seria inspirado por isso? O próprio autor diz que partiu dele a motivação para escrevê-la! Obviamente não, pois o Espírito Santo guiou sua escolha e seu trabalho de investigação acerca das coisas que deveria de escrever. O autor de Macabeus, ainda que pensando na possibilidade de sua obra não ter a qualidade que pretendia ter, tudo foi guiado pelo Santo Espírito de Deus e com certeza suas informações estavam mais bem colocadas do que imaginava. O julgamento que fazem contra Macabeus baseado nessa passagem não tem fundamento algum. Pelo mesmo critério pode-se lançar dúvidas sobre outras partes da Palavra de Deus, o que só depõe contra o homem. Até mais.

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    1. Gledson, há uma enorme diferença entre o que o autor de Macabeus disse e o que o evangelista Lucas disse. O autor de Macabeus chamou seu próprio livro de "medíocre", o que é muito diferente de fazer sua obra baseada em pesquisas pessoais. Alguém pode fazer pesquisas pessoais e mesmo assim ser inspirado nessas pesquisas, mas o fruto deste trabalho não poderá ser considerado "medíocre" se for inspirado.

      O "argumento da humildade" do autor de Macabeus não cola muito bem aqui. Se chamar seu próprio livro de medíocre é mero sinônimo de humildade, então por que NENHUM autor sacro e inspirado (dos 66 livros canônicos) JAMAIS afirmou isso? Será que eles não eram humildes? Será que eles não aprenderam sobre humildade com o autor de Macabeus? A verdade é que humildade nada tem a ver com o reconhecimento de uma obra não-inspirada. Macabeus reconhecia-se como não-inspirado. Ele sabia que sua obra poderia estar medíocre. Ele sabia que a revelação já havia cessado em seus tempos. Essa é a fundamental diferença.

      Abraços.

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  7. Olá, Lucas!
    Algumas vezes o Evaldo dirige algumas perguntas diretas para você, inclusive acompanhando-as de "não é, Lucas?" Como você responde a cada uma delas?

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    1. Veja alguns comentários acima, na parte em que eu respondo aos "6 pontos" dele,

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  8. Lucas, bom dia. Esse Evaldo está querendo fazer guerra mesmo a você. Ele agora lançou um texto enorme sobre o nosso período interbíblico, refutando diversos argumentos seus, percebi. Achei forte o argumento dele sobre o texto de Lucas 2:25,26.36-38, que parece ter sido uma resposta pra os seus comentários aqui. Também achei forte o argumento dele sobre os textos de 1º Macabeus que nós citamos para provar o período interbíblico. O que você tem a dizer de tudo isso?

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    1. Olá, bom dia. Eu já respondi essa questão alguns comentários acima. Jesus apenas está dizendo que as profecias acerca dele duraram desde a época da Lei até João Batista, o que qualquer evangélico concorda, mas não diz que isso ocorreu sem nenhum lapso ou intervalo de tempo, ou seja, de forma ininterrupta. Até mesmo entre os livros canônicos há lapso de tempo.

      Por exemplo, de Juízes até Rute houve um intervalo de 100 anos. Da mesma forma, de Rute á 1Samuel também há aproximadamente 100 anos de intervalo, sem nenhum livro bíblico escrito nesse tempo. Portanto, o fato de os profetas terem profetizado até João não significa que em todas as eras isso ocorreu de forma ininterrupta, significa apenas que João Batista foi o último dos profetas a profetizar sobre o Messias, Jesus. Isso qualquer evangélico concorda, não é um ponto de discussão.

      Não há qualquer problema em Ana ser profetiza, ninguém disse que não poderiam haver profetas que precederiam a vinda de Jesus, mas isso não tem absolutamente nada a ver com novas revelações para livros bíblicos no período intertestamentário.

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  9. Vejamos II Macabeus 15,38:
    " se ela está imperfeita e medíocre, é que não pude fazer melhor. "

    O mesmo encontramos em I Corintos 13, 9-10: "A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá."

    São Paulo claramente explica que o perfeito “Só Deus” tudo o que possa pela imperfeição humana pode conter defeitos, assim como os livros bíblicos, as profecias ou até as leis.

    O livro dos Macabeus é mencionado por São Paulo ao falar dos martirizados pela fé na ressurreição. Trecho bíblico que encontramos apenas no II livro dos Macabeus (7,1ss).


    Vejamos a passagem de São Paulo ao mencionar o treho de II Macabeus:



    "35. Devolveram vivos às suas mães os filhos mortos. Alguns foram torturados, por recusarem ser libertados,((( movidos pela esperança de uma ressurreição mais gloriosa. )))))"
    Hebreus 11


    Essa citação sozinha prova que os 7 livros da Bíblia Católica são inspirados.

    Lembrando que foi a Igreja Católica quem definiiu o Novo testamento e porque não teria autoridade para definir o Antigo, quando não havia lista oficial dele?.

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    1. Só você que leu em 1Co.13:9-10 que A BÍBLIA é imperfeita. Isso não está escrito em parte nenhuma do texto, é blasfêmia. Paulo é claro ao dizer que TODA A ESCRITURA É INSPIRADA POR DEUS (2Tm.3:16-17), e se é inspirada é inerrante, pois não há como Deus inspirar um ERRO. Você distorce GROSSEIRAMENTE o texto bíblico em pauta. Paulo está falando das PROFECIAS dos profetas dentro da igreja da época (como era o caso de Ágabo), não está falando NADA sobre a natureza das Escrituras. Não confunda alhos com bugalhos.

      Você deve estar de brincadeira ao citar Hebreus 11:35 como "prova" de que os discípulos criam na inspiração dos apócrifos. Isso não é possível. Para o seu conhecimento, os apóstolos citavam até ESCRITORES PAGÃOS em suas epístolas; Judas citou em sua pequena carta o Apócrifo de Enoque (que vocês não tem na Bíblia de vocês) e a Assunção de Moisés. Eles criam que tais livros eram inspirados? É claro que não! Então por que raios que a citação de Macabeus prova que eles criam na inspiração do livro dos Macabeus???

      O Novo Testamento cita passagens do AT como "ESCRITURA" mais de noventa vezes. Sabe quantas vezes este "está escrito" é aplicado aos apócrifos? Nenhuma. Zero.

      A Igreja Católica definiu o NT? Qual Igreja Católica? A Romana? A Ortodoxa? Uma igreja institucional? Um ajuntamento de cristãos? Ela DEFINIU ou RECONHECEU algo em relação ao cânon? Será que você pode responder?

      A Igreja definiu o cânon do AT? Isso não pode ser sério. Então que Escritura que Paulo citava em suas epístolas, se nem havia concílio de igreja cristã ainda?

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  10. Muitas vezes o q tenho observado, é que alguns metidos a Sabichões, citam um ou Dois livros apócrifos que contém algo aparentemente duvidoso e condena todos os apócrifos, tem mais de 100 livros apócrifos, já li muitos e não vejo heresias, algas coisas depende de interpretações, mais e claro que tem alguns poucos livros que são obscuros como, ex, sobre a origem do mundo..e algumas partes do evangelho de Valentino..mas cada livro tem um autor e uma história diferente, cada um tem que ter sua análise.

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    1. Se você realmente leu 100 livros apócrifos e mesmo assim não achou heresias, então me desculpe, mas ou você não leu nada, ou não sabe o que é uma heresia.

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    2. Cara tosco, só citou um ou dois porque estão na biblia católica, se não estivessem não citaria nenhum, pois o canon católico estaria correto! É tão difícil entender isso?

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  11. meu querido voce tem algum artigo sobre o livro de enoque?

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    1. Infelizmente não, este artigo é sobre os apócrifos incluídos pela ICAR e o livro de Enoque não está nas Bíblias deles. Mas ao invés de ler estudos da internet sobre o livro eu recomendo que leia o próprio livro em si, há inclusive tradução da obra inteira em língua portuguesa:

      http://www.buscandoluz.org/estudos/133_O%20Livro%20de%20Enoque.pdf

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  12. ola, os catolico falam que o livro A Sabedoria de Salomão tem muitas profecias que jesus cumpriu procede ? ou é falso

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  13. Ola Lucas Banzoli, poderia explicar um pouco mais sobre a aceitação de nós evangélicos sobre o Novo Testamento juntamente com os católicos ? A paz do Senhor.

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    1. Olá, veja este artigo que explana a questão:

      http://conhecereis-a-verdade.blogspot.com.br/2010/04/formacao-do-canon-do-novo-testamento_2248.html

      Abs!

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  14. Ola Lucas, um catolico postou este artigo no meu facebook, como refutar ele, ou é verdadeira a matéria ? abraços.
    "6 DE MAIO, DIA DO ÓDIO PROTESTANTE
    O Saque de Roma foi um dos episódios mais sangrentos da Reforma Protestante. No dia 6 de maio de 1527, legiões luteranas do exército imperial de Carlos V invadiram a cidade.
    Um texto veneziano daquela época, afirma que: "o inferno não é nada quando comparado com a visão de Roma atual".
    Os soldados luteranos nemearam Lutero "papa de Roma". Todos os doentes do Hospital do Espírito Santo foram massacrados em seus leitos. Os palácios foram destruídos por tiros de canhões, com seus habitantes dentro. Os crânios dos Apóstolos São João e Santo André serviram para os jogos esportivos das tropas. Centenas de cadáveres de religiosas, leigas e crianças violentadas - muitas com lanças incrustadas em seu sexo - foram atirados no rio Tibre. As igrejas, inclusive a Basílica de São Pedro, foram convertidas em estábulos e foram celebradas missas "profanas".
    Gregório afirma a respeito: "Alguns soldados embriagados colocaram ornamentos sacerdotais em um asno e obrigaram um sacerdote a conferir-lhe a comunhão. O sacerdote engoliu a forma e seus algozes o mataram mediante terríveis tormentos".
    Conta o Padre Mexia:
    "Depois disso, sem diferenciar o sagrado e o profano, toda a cidade foi roubada e saqueada, inexistindo qualquer casa ou templo que não foi roubado ou algum homem que não foi preso e solto apenas após o resgate".
    (Maurice Andrieux, Rome)
    Via> Jackson Santos".

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  15. Ola Lucas, na sua opinião para onde vão aqueles que partem sem Jesus ? por que para o ladrão da cruz Jesus disse: "Hoje estaras comigo no paraíso". abraços

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    1. Morre, permanece morto (sem vida) até a ressurreição, depois de ressuscitar vai direto para o juízo, o tempo castigo varia de acordo com o veredicto (proporcional aos pecados de cada um), e então vai para a segunda morte (destruição final). O ladrão da cruz não morreu como ímpio, portanto não entra neste esquema. Mas sobre ele você pode ler aqui:

      http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2013/07/estudo-completo-sobre-lucas-2343-hoje.html

      Abs!

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  16. Ola lucas, o que me diz deste texto:
    OS IGNORANTES NA FÉ DIZEM QUE A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA FOI FUNDADA POR CONSTANTINO E BLÁ BLÁ BLÁ.... MAS NÓS SABEMOS QUE NÃO! ANTES DE CONSTANTINO JÁ EXISTIA 33 PAPAS NA HISTÓRIA DA NOSSA AMADA E SANTA IGREJA AO QUAL FOI FUNDADA POR CRISTO! ORA, SE A IGREJA FOI FUNDADA POR CONSTANTINO, ENTÃO DE ONDE ERA ESSES 33 PAPAS? ALÉM DE IGNORANTES, SÃO DESLEAIS, MENTIROSOS, RAÇA DE VÍBORAS!
    VEJA!
    1º. - São Pedro - Mártir -(Simão, filho de Jonas); Galileia;
    Eleito por Jesus na terceira década do calendário cristão, permaneceu cerca de 37 anos no pontificado (o mais longo da história). Morreu no ano de 67. Muitos historiadores firmam seu pontificado de 42 a 67, mas na realidade este período retrata apenas o tempo em que permaneceu estabelecido em Roma.
    2º. - São Lino - Mártir - Itália; 67 - c.79.
    3º. - Santo Anacleto (São Cleto) - Mártir - Itália; c.79 - c.92.
    4º. - São Clemente I - Mártir -(Clemente de Roma); c.92 - c.101.
    5º. - Santo Evaristo - Mártir - Grécia; c.101 - c.107.
    6º. - Santo Alexandre - Mártir - Itália; c.107 - c.116
    7º. - São Xisto I - Provavelmente Mártir - Itália; c.116 - c.125.
    8º. - São Telésforo - Mártir - Grécia; c.125 - c.138.
    9º. - Santo Higino - Mártir - Grécia; c.138 - c.142.
    10º. - São Pio I - Mártir - Itália; 142 - 155.
    11º. - Santo Aniceto - Considerado Mártir - Síria; 155 - 166.
    12º. - São Sotero - Mártir - Itália; c.166 - c.174.
    13º. - Santo Eleutério - Mártir - Grécia; c.174 - c.189.
    14º. - São Vitor I - Mártir - África; c.189 - c.199.
    15º. - São Zeferino - Mártir -Itália; c.199 - c.217.
    16º. - São Calixto I - Mártir - Itália; c.217 - c.222.
    17º. - Santo Urbano I - Mártir - Itália; c.222 -c.230.
    18º. - São Ponciano - Mártir - Itália; c.230 - c.235.
    19º. - Santo Antero - Mártir - Grécia; c.235 - 236.
    20º. -São Fabiano - Mártir - Itália; 236 - 250.
    21º. -São Cornélio- Mártir - Itália; 251 - 253.
    22º. -São Lúcio - Mártir - Itália; 253 - 254.
    23º. - Santo Estevão - Mártir - Itália; 254 - 257.
    24º. - São Xisto II - Mártir - Grécia; 257 - 258.
    25º. - São Dionísio; 259 - 268. (26/12)
    26º. - São Félix - Mártir - Itália; 269 - 274. (30/05)
    27º. - Santo Eutiquiano; Itália; 275 - 283.
    28º. - São Caio; Iugoslávia; 283 - 296.
    29º. - São Marcelino; Itália; 296 - 304 - Ordenou São Silvestre, que viria a assumir o pontificado em 314.
    30º. - São Marcelo; Itália; 308 - 309. - São Marcelo só foi eleito quatro anos após a morte de São Marcelino, devido às terríveis perseguições que os cristãos sofreram pelas mãos do imperador Dioclesiano. Acabou sendo exilado pelo imperador Maxêncio, e sofreu diversas humilhações e castigos. Morreu exilado, numa igreja que foi fechada e transformada num estábulo, onde trabalhava como escravo.
    31º. - Santo Eusébio; Itália (de origem grega); (26/09) c.309 - c.310.
    32º. - São Melquíades ou São Melcíades; África; 311 - 314. - <>Conversão do Imperador Constantino ao catolicismo. Tempos de paz para a Igreja pelo fim das perseguições aos cristãos.
    33º. - São Silvestre; Itália; 314 - 335.
    <> O IMPERADOR CONSTANTINO DECRETA O FIM DA CRUCIFICAÇÃO, DA PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS e pessoalmente, contribui para a construção de Igrejas.

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    1. Esses nomes citados por ele são de pessoas que realmente existiram, mas que só eram "papas" ou bispos com primado universal sobre toda a Igreja na cabeça dos apologistas católicos. Alguns desses eram presbíteros e nem chegaram a ser bispos de Roma, outros eram bispos mas nunca chegaram a exercer um primado universal, eram apenas bispos locais da mesma forma que a igreja de Antioquia tinha seus bispos em sucessão, e a igreja de Jerusalém, e a de Alexandria, e assim por diante. Sem falar que a lista em si, ainda mais nessa sequência, é completamente inconsistente e duvidosa, ninguém pode afirmar ao certo qual é a lista real dos bispos de Roma, visto que os próprios Pais da Igreja e documentos históricos antigos do Cristianismo divergiam grandemente entre si, só um ignorante ou desonesto é capaz de afirmar que essa lista é verdadeira. Sobre isso eu já escrevi este artigo:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/10/a-lista-oficial-de-papas-da-igreja.html

      E, é claro, Pedro nunca encabeçou essa lista. Sobre isso já escrevi aqui:

      http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/pedro-nunca-foi-bispo-de-roma

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  17. lucas o que é igreja primitiva e como a católica romana surgiu ? abraços.

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    1. Leia este meu artigo que resume isso tudo:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/05/um-pequeno-resumo-da-historia-da-igreja_8.html

      Abs.

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  18. Lucas você ja pensou em criar um app Apologético para celular, abraço.

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    1. Não sei mexer em apps, não faço nem a mínima ideia de como criar um, mas se soubesse até poderia pensar no caso sim, me parece uma ideia legal. Abs!

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  19. Lucas, o que você pode me dizer sobre o Texto-Crítico e o Textus Receptus? Qual é o melhor?

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    1. O Texto Crítico é muito superior, pois leva em consideração diversas cópias antigas em diversas épocas e lugares, respeitando critérios lógicos como antiguidade e quantidade de cópias para se definir a tradução mais próxima dos originais. O Receptus não fica muito atrás, mas é ultrapassado em relação ao Texto Crítico. Abs!

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